segunda-feira, 7 de maio de 2018

Nestlé investe US$ 7,15 bilhões em licenças de produtos Starbucks


Startup que quer substituir Correios recebe aporte de R$ 25 mi




A Mandaê, que aplica tecnologia à logística de empresas, ganhou um investimento para crescer sua operação

 




São Paulo – A startup Mandaê está surfando em um mercado que, recentemente, só entristeceu seus consumidores – o que catapultou novas soluções. A logística para empresas passou diversos reveses nos últimos anos, como o fim do serviço de entrega para e-commerces e-Sedex e um vai e vem de fretes mais caros nos Correios, e isso ajudou a startup a anunciar uma nova rodada de aportes e continuar o crescimento de sua operação.

O negócio recebeu 7,1 milhões de dólares (na cotação atual, cerca de 25 milhões de reais). A rodada série B foi liderada pelo órgão International Finance Corporation, do Banco Mundial, e contou com a participação dos fundos FJ Labs, Mercado Livre Fund, Tekton Ventures e UPS Strategic Enterprise Fund. Outros investidores já são conhecidos da startup, como Performa Investimentos, Qualcomm Ventures, Monashees e Icon Holding Company.

“São fundos que já investiram em startups, inclusive de logística, pelo mundo inteiro. Além disso, possuem muita experiência e conexões de mercado. Eles sabem os desafios que temos e poderão dar muitos conselhos”, afirma Marcelo Fujimoto, CEO da Mandaê.

O primeiro fundo que merece destaque é o feito pelo IFC, do Banco Mundial. “A logística é um setor muito importante para o desenvolvimento dos países e enfrenta muitos problemas no Brasil. Então, para eles, fazem muito sentido investir no mercado em geral e na nossa solução em particular.”

Além do líder da rodada, outro fundo da lista merece destaque: o Mercado Livre Fund, parte da gigante de e-commerce. Fujimoto diz não poder falar em nome do Mercado Livre, mas obviamente há um interesse estratégico com o aporte.

“O frete é um dos fatores mais impactam a experiência no e-commerce, especialmente a taxa de conversão de consumidores. Marketplaces como o Mercado Livre estão preocupados com o setor, e acho que é um dos fatores que explica o investimento deles na gente. O mercado está carente de uma solução.”

Vale lembrar que a Qualcomm Ventures, que também aportou nesta rodada, já investiu em outra startups de logística que atua no Brasil: a CargoX, do argentino Federico Vega.

Como funciona?

 

Criada em 2014, a Mandaê tem como objetivo aumentar a eficiência na coleta, embalagem e transporte de produtos para empresas. A primeira opção de envio de tais empreendimentos é, hoje, a Empresa Brasileira de Correios.

A empresa afirma que os Correios são “parceiros” e que, em algumas cotações, a melhor opção é de fato enviar pelo serviço. Mesmo assim, o negócio tira uma fatia do mercado da empresa por meio da competição com outros parceiros.

A startup faz a intermediação com outros negócios que recolhem os produtos, fazem uma embalagem adequada ou os transportam por caminhões próprios. Como a Mandaê negocia um volume maior de produtos durante toda essa cadeia, usando os pedidos de todas as suas clientes, a economia no frete das empresas pode chegar a 35%. A startup também oferece experiências como logística reversa (realizar trocas de pedidos) e ferramentas para gerenciar, rastrear e cotar envios.

Hoje, a Mandaê afirma atender “centenas” de clientes, compostos principalmente de pequenas e médias empresas. O negócio diz também atender companhias maiores.

Por conta do novo contrato de investimento, a startup não quis abrir números de volume de entregas ou faturamento, constatando apenas quadruplicar de tamanho nos últimos anos e querer manter a taxa para 2018.

A Mandaê ganhou o Prêmio ABComm de Inovação Digital 2017, da Associação Brasileira de E-Commerce, na categoria de “Logística no E-commerce”.

Planos de expansão e desenvolvimento

 

O investimento terá dois objetivos, segundo Fujimoto. O primeiro é expandir o serviço de logística empresarial para outros estados – até o momento, a solução atua apenas em São Paulo.

Depois, a startup usará os recursos para contratar mais pessoal, especialmente em atendimento e desenvolvimento de produto. A Mandaê possui 100 funcionários e quer dobrar de tamanho até o fim do ano.

“Nosso modelo de plataforma tecnológica para a cadeia de entrega é complexo, então continuaremos investindo”, afirma o CEO da Mandaê.

Um dos projetos tecnológicos para 2018 é melhorar a tecnologia de rastreamento sobre os produtos intermediados pela startup, por exemplo. A startup também quer fomentar parcerias mais profundas com as transportadoras.


Histórico de investimentos

 

A Mandaê já havia feito uma rodada de investimento-semente em março de 2014, no valor de 200 mil dólares. Um ano depois, captou um Série A de 4,9 milhões de reais, liderado pelos fundos Monashees e Valor Capital Group.

Por fim, fez novas rodadas que totalizaram 19,5 milhões de reais, com participação dos fundos anteriores e de nomes como Performa Investimos e Qualcomm Ventures. Somando o aporte atual, a startup já captou cerca de 50 milhões de reais.

Camargo Neto: ‘Disputa na OMC é um equívoco e vai expor fragilidades’



Camargo Neto: ‘Disputa na OMC é um equívoco e vai expor fragilidades’


O Brasil corre risco de se expor negativamente – e em praça pública – se o painel que o Ministério da Agricultura pretende abrir na Organização Mundial de Comércio (OMC) contra a União Europeia for adiante. A disputa, que envolve recentes barreiras sanitárias impostas pelo bloco à carne de frango brasileira, poderá jogar os holofotes sobre as investigações da Polícia Federal (PF) no âmbito das diferentes etapas da Operação Carne Fraca, que envolvem casos de corrupção entre funcionários de frigoríficos e fiscais agropecuários e fraudes em testes de salmonela. Nesse sentido, o painel poderá até atrapalhar os esforços brasileiros para recuperar a credibilidade de seu sistema de inspeção sanitária.

A crítica é de Pedro de Camargo Neto, vice-presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB) e ex-presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs). 

Aos 69 anos, Camargo Neto é um veterano em disputas comerciais. Quando liderou a Secretaria de Produção e Comercialização do Ministério da Agricultura, entre 2001 e 2002, foi o articulador das vitórias obtidas pelo Brasil na OMC contra os Estados Unidos, devido ao subsídio daquele país ao algodão, e contra o subsídio da UE ao açúcar.

Na semana passada, a Câmara de Comercio Exterior (Camex) aprovou os estudos que podem levar à abertura do painel contra a UE por causa da carne de frango. Mas, para Camargo Neto, o caminho é equivocado. Para ele, as necessidades das companhias que tiveram frigoríficos embargados – especialmente a BRF, que está proibida de exportar à União Europeia – são urgentes, e o contencioso, além de expor fragilidades sistêmicas brasileiras, levará anos para se resolver.

Confira abaixo, os principais trechos da entrevista com Camargo Neto, feita pelo jornal Valor Econômico:

Valor: É uma boa ideia abrir um painel contra a União Europeia na OMC em razão das cotas e do embargo à carne de frango do Brasil?
Pedro de Camargo Neto: Em qualquer painel eles vão pôr o relatório da Polícia Federal lá. A gente vai se expor. É totalmente errado. O caminho do contencioso é equivocado. Demora meses para começar e anos para terminar. E precisamos de um resultado com urgência. Não podemos esperar anos. Depois, a crise é de credibilidade. Todo o problema vem de credibilidade e o contencioso não ajuda a resolvê-lo. Pode até atrapalhar. Então esquece.

Valor: E como reconstruir a credibilidade do sistema brasileiro?
Camargo Neto: Fui às reuniões do grupo técnico [criado ano passado pelo Instituto Pensar Agro, braço da frente parlamentar agropecuária, para estruturar uma reação à Carne Fraca]. E não via uma reação das empresas. Há um problema de corrupção das empresas com os serviços públicos. A BRF está pagando por não ter se posicionado. Ela nem ia à reunião. A JBS é a única. Contratou o americano. É um negócio bem óbvio. Eu falava: não tem liderança! Só associação [nas reuniões]. Cadê as empresas? Um dia, eu cheguei e disse: a maior delas, a JBS, está com os controladores presos, e a segunda maior, a BRF, está com o rabo preso.

Valor: Rabo preso?
Camargo Neto: Esses e-mails que pegaram [na Operação Trapaça, a respeito das fraudes em testes de salmonela]. Tinha problema. Eles tinham corrompido. Agora é o seguinte: aconteceu, aconteceu. Vira o disco. Você não pode ficar esperando. O que a ABPA [Associação Brasileira de Proteína Animal, que representa as indústrias produtoras de carne de frango e carne suína] devia ter feito? Preparar as empresas. Vamos chamar todo mundo aqui e garantir conformidade. O discurso [deveria ter sido o de] “tem que entrar na linha. Vamos melhorar tudo. Nós fomos pegos”.

Valor: Mas o discurso dominante após a Carne Fraca foi o de que a Polícia Federal estava errada.
Camargo Neto: Exatamente. E eu mesmo ajudei nessa linha. Por quê? A Polícia Federal exagerou, extrapolou. Mas pegou corrupção. Ela não estava
errada. Bem ou mal, no fundo tinha uma verdade. Mas o Turra [o ex- ministro da Agricultura Francisco Turra, presidente da ABPA] soube fazer isso [criticar os equívocos da PF], o Temer fez bem. Mas o problema da Carne Fraca continuou.

Valor: E depois veio a delação do Wesley Batista, que prometeu entregar fiscais agropecuários que recebiam “mensalinho” da JBS. Mas a lista ainda não apareceu…
Camargo Neto: Mas pode aparecer. São 90 fiscais, cento e tantos técnicos. E tem a delação do Daniel Gonçalves [ex-superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná, preso na Carne Fraca]. Então, o discurso deveria ter sido: “Vamos revisar o relacionamento entre empresa e funcionários”.

Valor: Na época, o governo fez várias promessas de revisão do sistema de inspeção sanitária. Que criaria uma mega-agência de defesa. Mas vimos pouco acontecer.
Camargo Neto: Na primeira reunião que a gente fez em Brasília [após a operação], o que se identificava? O que era a Carne Fraca? Corrupção no Paraná, relacionamento promíscuo entre superintendente e políticos. Então, como a gente enfrenta isso? Daí alguém falou: o pessoal do Dipoa [Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal] quer verticalizar. Levar tudo para Brasília. Uma boa ideia. Hoje, o fiscal federal do Paraná é subordinado ao superintendente do Paraná. Ele segue a norma técnica emitida por Brasília, mas salário, férias e a gestão dele quem resolve é o Paraná. A verticalização era isso. Mas ficou seis meses parada na secretaria-executiva. Foi publicado um decreto em dezembro. E a portaria [que regulamenta a verticalização] só saiu dois dias depois da Trapaça.

Valor: E aquele outro projeto de criar uma taxa de abate para financiar a inspeção sanitária?
Camargo Neto: Olha, esse projeto me foi apresentado na semana retrasada. Apresentaram duas minutas de projeto de lei. Falei para o Rangel [Luis Eduardo Rangel, secretário de Defesa Agropecuária]. Projeto de lei? Agora? Ano eleitoral? É difícil. Não vejo ser possível aprovar. Rangel vai mandar agora para o gabinete do ministro. Vai saber quanto tempo vai ficar por lá. A verticalização, muito mais fácil, levou seis meses. Depois vai para a Casa Civil. Depois, para o Congresso.

Valor: No setor, não havia grandes dúvidas de que existia propina a fiscais. Mas não se sabia como isso se dava. Como mudar o sistema?
Camargo Neto: Que existia, existia. Mas tem níveis. Estamos no Brasil. Havia um regulamento de inspeção sanitária de 1947, que era para um setor desse “tamanhozinho”. E de repente nos tornamos os maiores do mundo e não mudamos nada. Temos que modernizar a inspeção. Por exemplo, numa época o fiscal ganhava hora extra, daí tiraram a hora extra. Começaram a ganhar [por fora]. Entre esses 210 que ganhavam do Wesley [Batista], deve ter uma boa parte que ganhava hora extra. É até sacanagem chamar de propina. Mas não dá para explicar ao europeu. É o jeitinho brasileiro.

Valor: As investigações da Operação Trapaça, que envolvem BRF e laboratórios, não são mais graves?
Camargo Neto: Aí não é hora extra. A Carne Fraca e a Trapaça são distintas. Vamos ficar na Carne Fraca… O que aconteceu? Os fiscais ficaram com medo. Pararam de receber hora extra e pararam de trabalhar. E travou o sistema de inspeção. Existia um jeitinho brasileiro de operar aquilo. A Carne Fraca acabou com o jeitinho brasileiro.

Valor: O que se alega é que, em algumas unidades, principalmente de aves, o ritmo de abates diminuiu bastante de modo que o custo de produção subiu em 30%.
Camargo Neto: Paciência. Se os caras faziam coisa errada, tem que subir custo mesmo. Tem que ter norma. Tem que seguir regra.

Valor: Mas de algum modo era preciso uma adaptação, já que a lei é antiga…
Camargo Neto: Sim. A verticalização foi um passo. Outra linha de ação é o autocontrole. A ideia é aumentar a responsabilidade da empresa. O autocontrole é muito importante. Não tem sentido ter o fiscal agropecuário. Para a exportação, algumas coisas vão continuar sendo feitas com fiscais. Mas não tudo.

Valor: Mas como discutir autocontrole se o problema apontado pela Operação Trapaça é que a BRF teria burlado seus controles?
Camargo Neto: Para entrar no autocontrole, é preciso assumir compromissos. Então, se a fiscalização pegar que a empresa não está trabalhando, quem se comprometeu é responsável.

Valor: Mas por que o europeu aceitaria o autocontrole se a maior exportadora de frango do país teve esse problema?
Camargo Neto: Eu não encaro a acabou com ele” União Europeia, o serviço sanitário, como [alguém que] veio aqui para ferrar. Não vi isso. Na Carne Fraca, que é um escândalo mundial, todo produtor da Europa ficou contra o Brasil. Queriam que fechasse o Brasil. O comissário europeu pega o avião, passa uma semana no Brasil [no ano passado] para poder voltar lá e falar para não fechar. Ele fez um relatório e mandou uma carta ao ministro [da Agricultura do Brasil] informando o que esperava.

Valor: Aí começa o problema?
Camargo Neto: O Brasil provavelmente não cumpriu nada. É histórico. O Brasil não costuma responder questionário. Não vi o que aconteceu aqui, mas garanto que tem um ano de não cumprimento de promessa. E a gente sabe que a verticalização demorou. Teria que ter saído a verticalização imediatamente e depois entrar com autocontrole.

Valor: E a questão dos recursos? Também se diz que falta dinheiro.
Camargo Neto: No Brasil, falta recurso para tudo. Principalmente para educação. Se você quiser fazer hoje do mesmo jeitinho que você fazia há 70 anos, não tem dinheiro que chegue. É preciso fazer as mesmas coisas de maneira mais eficiente, mais criativa, mais moderna, se enquadrando no orçamento. Acho que é um pouco por aí. Essa modernização implica em aumentar a eficiência, a responsabilidade em assumir compromisso.

Valor: Então não é arranjar um modelo que crie tarifa de abate? 
Camargo Neto: A proposta deles [do Ministério da Agricultura] é um
modelo que cria tarifa. Mas o problema vai ser a gestão do dinheiro.
 
Valor: O risco é o dinheiro parar na conta do Tesouro Nacional…
Camargo Neto: O Ministério da Agricultura está trabalhando nesse novo projeto de lei. Está criando uma maneira de ter uma conta própria para não perder o dinheiro. A Secretaria de Defesa Agropecuária seria mais forte e mais independente do ministério. É o modelo da Receita Federal. Eu acho que tem que ser por aí mesmo.

Valor: Voltando à BRF, o que fazer para solucionar o problema?
Camargo Neto: Acho que ter prendido o Pedro Faria [ex-CEO da empresa] foi uma arbitrariedade. O cara nem mais presidente era. Você prende ou porque vai fugir ou porque pode destruir prova. Agora, prendeu para prestar depoimento. Europeu não consegue entender. E isso pegou. Quando eles viram o presidente preso, resolveram punir a firma inteira… Pensaram: se a cabeça está ruim, a firma inteira está.

Valor: E o que fazer agora?
Camargo Neto: Na minha opinião, eles tinham que contratar um escritório de advocacia, com especialização em compliance, de preferência europeu. Chamar os caras e falar para fazer um pente fino, ver todos os procedimentos. [E dizer:] Se tinha erros, desculpe, agora não tem mais.
Valor: Mas a empresa informou em nota que mudou procedimentos depois da Operação Carne Fraca.
Camargo Neto: É muito pouco. Acho que não reviu. Tem que mudar, tem que chegar e pelo menos escolher um bode expiatório. Vai trabalhar em outro lugar porque você fez besteira aqui. Quem tinha um relacionamento promíscuo com fiscal, sai. Tem que demitir o cara que mandou corromper. Não é inventar a roda. É copiar o que os caras fazem lá fora. Ninguém enxergou. A única que enxergou foi a JBS.

Valor: E qual vai ser o jeito de recolocar a BRF no mercado?
Camargo Neto: A BRF não pode ficar esperando. Ela tem que contratar alguém. Ela tem que contratar o Almanza europeu, uma empresa que faça isso na Europa. Com a credibilidade do Almanza para vir fazer um estudo, sugerir alterações e daí ir lá [na União Europeia explicar]. É o óbvio.

Valor: Mas no Brasil não há uma cultura de pedido de desculpas.
Camargo Neto: O cara erra e quer falar que não fez nada. Diz: Errei e consertei

 (Assessoria de Comunicação, 4/5/18)

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Hasbro planeja comprar Power Rangers e outras franquias da Saban


Um acordo entre a Hasbro e a Saban Entertainment, a proprietária da franquia Power Rangers, pode ser anunciado ainda nesta terça-feira, segundo as fontes

 


(Reuters) – A fabricante de brinquedos Hasbro concordou em adquirir franquias de entretenimento infantil e merchandising, incluindo os personagens do programa de televisão de super-heróis Power Rangers, da Saban Entertainment por cerca de 520 milhões de dólares em dinheiro e ações, disseram fontes com conhecimento do assunto nesta terça-feira.

O acordo ocorre no momento em que a Hasbro, maior fabricante de brinquedos do mundo e dona de franquias como “My Little Pony”, “Monopoly” e “Transformers”, procura recuperar seus prejuízos na esteira da falência da loja de brinquedos norte-americana Toys R Us.

Além de fabricar brinquedos e bonecos de personagens, a Hasbro lucra com tais franquias graças à produção de filmes e séries de TV, o que lhe permite diversificar sua renda para além das vendas no varejo.

Um acordo entre a Hasbro e a Saban Entertainment, a proprietária da franquia Power Rangers, pode ser anunciado ainda nesta terça-feira, segundo as fontes. O acordo ainda inclui franquias como Luna Petunia e Popples, acrescentaram elas.

As fontes pediram para não ser identificadas antes de um anúncio oficial. A Hasbro e a Saban não responderam de imediato a pedidos de comentário.

Lançada como uma série de super-heróis batizada de “Mighty Morphin Power Rangers” em 1993, a franquia foi criada por Haim Saban, proprietário da Saban Entertainment.

A série deu origem a uma linha de bonecos e outros produtos, além de três filmes, entre eles “Power Rangers – O Filme”, de 2017, que rendeu 142 milhões de dólares nas bilheterias de cinema de todo o mundo.

No início deste ano a Hasbro e a Saban firmaram um acordo para a fabricante de brinquedos projetar, produzir e comercializar uma ampla variedade de brinquedos e acessórios inspirados nos Power Rangers.

quinta-feira, 26 de abril de 2018

China aproveita crise para investir e ganhar força no Brasil


Entre 2012 e 2016, as empresas chinesas investiram no Brasil mais do que o dobro do investido pelas empresas dos EUA

 





A construção de um grande porto no Brasil é o tipo de projeto que dificilmente cairia nas mãos de uma empresa chinesa. Mas isso mudou depois que as maiores empresas construtoras brasileiras desmoronaram por investigações de corrupção da Lava Jato.

Depois de adquirir uma construtora brasileira no ano passado, a China Communications Construction, com sede em Pequim, iniciou em março as obras em um porto no Maranhão que exportará milhões de toneladas de produtos agrícolas por ano, principalmente soja para o mercado chinês.

O investimento de R$ 1,8 bilhão (US$ 520 milhões) está sendo financiado pelo Industrial & Commercial Bank of China, o maior banco do mundo em ativos, que se estabeleceu no Brasil em 2013.

O projeto faz parte de uma nova onda de investimentos realizados na maior economia da América Latina por empresas chinesas que começaram a apostar em logística, serviços, telecomunicações e até em instituições financeiras.

Vulnerável após uma recessão profunda e com o setor da construção em frangalhos, o Brasil está estendendo o tapete vermelho para essas empresas. Para a China, esta é uma oportunidade de garantir o acesso a recursos naturais e também de se fortalecer em uma região que tradicionalmente permaneceu sob a influência comercial dos EUA.

“O Brasil está tentando sair de uma enorme crise fiscal e nossa capacidade de investir está muito comprometida”, disse Luiz Augusto de Castro Neves, presidente do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), uma organização sem fins lucrativos com sede no Rio de Janeiro e quase 80 empresas afiliadas, brasileiras e chinesas.

“Se dependesse de nós, não nos recuperaríamos tão cedo. Nesse sentido, o investimento chinês pode ser fundamental para acelerar a recuperação econômica do Brasil.”


Um Cinturão, Uma Rota

 

Em 2017, o investimento chinês foi o maior em sete anos, US$ 24,7 bilhões, de acordo com o Ministério do Planejamento do Brasil. Entre 2012 e 2016, as empresas chinesas investiram no Brasil mais do que o dobro do investido pelas empresas dos EUA, em comparação feita com dados do Departamento de Comércio dos EUA.

O apetite pelo Brasil também aumentou porque o presidente Xi Jinping decidiu incluir o País em seu plano “Um Cinturão, Uma Rota” para investir US$ 1 trilhão em infraestrutura global.

Durante anos, as empresas chinesas investiram capital nos setores de recursos e energia do Brasil, mas áreas como serviços e construção civil, fortemente dominadas por nomes locais, eram praticamente inalcançáveis.

Isso mudou depois que as principais construtoras do país foram envolvidas na Operação Lava Jato. Até mesmo a líder Odebrecht, que na terça-feira informou que não honraria o pagamento de uma dívida que vencia na mesma semana, pode se tornar um alvo de aquisição para a China quando se livrar de seus problemas jurídicos, disse Castro Neves.

O que também mudou é a abordagem da China para investir no exterior. Antigamente, Pequim se concentrava principalmente nas commodities necessárias para apoiar o rápido crescimento de seu mercado doméstico, mas agora as empresas chinesas de serviços e tecnologia buscam cada vez mais se expandir nos mercados estrangeiros.

Um exemplo disso foi a compra, pela DiDi Chuxing, do serviço brasileiro de transporte 99 Táxis para competir com a Uber Technologies, com sede em São Francisco.
Evolução do investimento chinês no Brasil entre 2010 e 2017
 (Gráfico/Bloomberg)

Moro decide manter condução de processo do sítio de Atibaia





Redação Reuters



BRASÍLIA (Reuters) - O juiz federal Sérgio Moro decidiu nesta quinta-feira manter a condução do processo a que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é réu no caso referente à reforma do sítio de Atibaia (SP), após pedido feito na véspera pela defesa do petista ao magistrado que pretendia transferir para São Paulo essa ação e outra, que trata da suposta compra de um terreno para o Instituto Lula. 

 https://s3.reutersmedia.net/resources/r/?m=02&d=20180426&t=2&i=1255705283&r=LYNXMPEE3P1SP-OBRTP&w=1200

Juiz federal Sérgio Moro durante fórum em São Paulo 24/10/2017 REUTERS/Paulo Whitaker
 
 
Os advogados do ex-presidente alegam que os casos não têm ligação direta com o desvio de recursos da Petrobras, motivo que atrai a competência de Moro, responsável pela operação Lava Jato em Curitiba (PR). Houve também pedido de nulidade dos dois processos, por terem sido, na visão da defesa, julgados por juiz que não seria competente do ponto de vista legal.

A defesa de Lula usou como base a decisão tomada na terça-feira pela 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou a retirada de trechos da delações de executivos da Odebrecht dos processos referentes ao sítio e ao terreno para o instituto.

Em sua decisão, Moro afirmou que o voto do ministro Dias Toffoli, que deu a primeira manifestação na 2ª Turma a favor da retirada da colaboração da Odebrecht das mãos de Moro, não fazia qualquer menção ao processo do sítio nem tampouco “alguma determinação expressa de declínio de competência desta ação penal”.

O juiz citou que Toffoli foi enfático ao afirmar em seu voto que a decisão tinha caráter provisório e se baseava apenas nos elementos trazidos no recurso julgado pelo Supremo. Moro disse que houve “precipitação” das partes porque ainda não ocorreu a publicação do acórdão da decisão - resumo do julgamento - da 2ª Turma, “sendo necessária a medida para avaliar a extensão do julgado do colegiado”.

“Oportuno lembrar que a presente investigação penal iniciou-se muito antes da disponibilização a este Juízo dos termos de depoimentos dos executivos da Odebrecht em acordos de colaboração, que ela tem por base outras provas além dos referidos depoimentos, apenas posteriormente incorporados, e envolve também outros fatos, como as reformas no mesmo sítio supostamente custeadas pelo Grupo OAS e por José Carlos Costa Marques Bumlai”, destacou Moro, no despacho.

O juiz disse ainda que o pedido de declínio de competência não deve ser apresentado no corpo do processo, mas sim como outro questionamento - a chamada exceção de incompetência. A defesa de Lula, citou ele, já apresentou esse pedido, que ainda está pendente de julgamento.

Moro ainda não tomou uma decisão sobre o eventual envio do processo do Instituto Lula para a Justiça Federal paulista.

Em nota, o advogado Cristiano Zanin Martins, que representa Lula, afirmou que a decisão mostra que o juiz de primeiro grau pretende “abrir um incidente processual para decidir se o Supremo agiu corretamente, o que é incompatível com a hierarquia judiciária”.


Reportagem de Ricardo Brito

terça-feira, 24 de abril de 2018

Cinco razões pelas quais os juros são tão altos no Brasil


 




Por João Luiz Mauad, publicado pelo Instituto Liberal


Em sua coluna desta semana na Folha de São Paulo, o senhor Benjamin Steinbruch – dono da CSN, vice-presidente da FIESP e chorão oficial do empresariado tupiniquim – direciona suas lamúrias contra os juros praticados pelo mercado brasileiro.

Acertadamente, ele diz que, apesar da queda da taxa Selic, hoje no patamar de 6,5%, os juros reais continuam muito altos no país, principalmente na área de varejo. No entanto, Steinbruch, pelo menos aparentemente, mostra não ter ideia do porquê de os juros serem tão altos em Pindorama. Prova disso é que aplaude iniciativas como a do BNDES (sempre ele!), que está oferecendo taxa fixa de juros para empréstimos de capital de giro, “uma iniciativa limitada, mas na direção certa”, segundo ele. Mostra-se otimista também com a promessa dos bancos de promover uma “autorregulamentação para tentar cortar os juros do cheque especial”.

A verdade é que Steinbruch gasta um artigo inteiro, no maior jornal do país, para reclamar de algo cuja causa ele parece ignorar, achando infantilmente que mais intervenções diretas do governo ou promessas vagas dos banqueiros teriam o condão de resolver o problema. Em nenhum momento ele aponta o dedo para as reais causas. Vamos a elas, então.


1. O Governo fica com boa parte da poupança disponível


A primeira – e talvez mais importante – causa está no aumento desmesurado dos gastos públicos, cujos crescentes déficits fiscais são financiados por emissões de títulos do Tesouro. Como tudo mais na economia, os recursos disponíveis para investimentos (poupança) são escassos. No Brasil, onde a taxa de poupança em relação ao PIB está abaixo da média mundial, eles são ainda mais escassos. O problema então se complica muito quando o governo (um tomador considerado de baixo risco pelo mercado, pois controla a emissão da moeda) absorve uma enorme parcela dos escassos recursos disponíveis, deixando para o resto do mercado tomador apenas a parte residual. Ora, o preço do dinheiro, como o de qualquer outro produto, é regido pela lei da oferta e da demanda. Se esta é muito maior que aquela, o preço (no caso, os juros) será mais alto.



2. A existência de créditos subsidiados


Outra razão de os juros serem muito altos para boa parte das empresas do setor privado está na existência dos famigerados juros subsidiados, praticados pelos bancos públicos (BNDES, Caixa e BB). Além de consumirem recursos públicos, aumentando o déficit fiscal (1), os recursos subsidiados são demandados com voracidade pelas empresas – e a concorrência geralmente é vencida por aquelas que dispõem de melhores cadastros e, principalmente, vínculos com políticos e burocratas. Assim, grandes empresas e conglomerados terão muito mais chance de obter empréstimos camaradas, por exemplo, junto ao BNDES do que as demais. Com os grandes tomadores fora do mercado regular, porque abastecidos pela camaradagem estatal, a taxa média de risco será mais alta – e o risco, como é sabido, está entre os principais fatores de encarecimento da taxa de juros.


3. Depósitos compulsórios elevados


Segundo o próprio Banco Central“Os recolhimentos compulsórios constituem-se em um instrumento à disposição do Banco Central para influenciar a quantidade de moeda na economia. Eles representam uma parcela dos depósitos captados pelos bancos que devem ser mantidos compulsoriamente “esterilizados” no Banco Central. A alíquota dos recolhimentos compulsórios é um dos determinantes do multiplicador monetário, ou seja, do quociente da oferta de moeda em relação à base monetária.” Historicamente, a alíquota do compulsório no Brasil costuma ser muito mais alta que nos países desenvolvidos. Atualmente, as taxas são de 25% para depósitos a vista, 20% para depósitos em poupança e 34% para os encaixes a prazo.  Novamente, a menor disponibilidade de recursos oferecidos aos tomadores fará subir o custo do dinheiro.


4. Crescente concentração do mercado bancário


Temos hoje apenas cinco bancos de varejo operando por aqui, sendo três deles privados e dois públicos.  Isso se dá pelo complexo emaranhado regulatório determinado pelo Banco Central para a operação de bancos comerciais no Brasil. Essa super regulamentação, combinada com taxas de compulsório elevadas, se por um lado garantem um sistema menos arriscado para correntistas e investidores, por outro reduzem sobremaneira a oferta de serviços e de dinheiro, prejudicando justamente aqueles que mais precisam de crédito.


5. Insegurança jurídica e dificuldade de recuperação de créditos


Finalmente, porém não menos importantes, estão a absurda insegurança jurídica e a enorme dificuldade de recuperação de dívidas no país.  Um judiciário lento e cada vez mais disposto a beneficiar a parte menos poderosa (hipossuficiente, no jargão jurídico) em processos judiciais, torna qualquer execução de dívida um processo longo e cercado de incertezas.  A conseqüência disso, novamente, reflete-se nas taxas praticadas pelos bancos.

As causas dos altos juros praticados em Pindorama evidentemente não se esgotam aqui, mas creio que as apontadas acima são um bom resumo das mais importantes.  Portanto, se o senhor Steinbruch está realmente interessado em ver baixarem as taxas de juros por aqui, deve começar pedindo menos intervenção do estado – não mais.  E, principalmente, deve se juntar aos liberais no sentido de tentar reduzir os gastos públicos, a fim de que o governo não precise financiar seus crescentes déficits tomando empréstimos e tirando recursos que, de outro modo, seriam direcionados ao mercado.  Fica a dica.


http://www.gazetadopovo.com.br/rodrigo-constantino/artigos/cinco-razoes-pelas-quais-os-juros-sao-tao-altos-no-brasil/?utm_medium=feed&utm_source=feedpress.me&utm_campaign=Feed%3A+rconstantino