Para Alexandre Blauth, VP do Gartner, falta mão de obra para que mais empresas possam aplicar TI em seus negócios
O tradicional Tá na Mesa,
evento promovido todas as quartas-feiras pela Federação de Entidades
Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul) discuteiu as alternativas
para aproveitar a transformação digital e investir em uma nova cultura
tecnológica nos negócios. Os convidados Alexandre Blauth (foto),
vice-presidente executive partner do Gartner, e Fabio Azevedo, head da
Divisão de Aplicação de Negócios da Microsoft, alertaram sobre os riscos
ao não aderir a essa revolução e mostraram algumas tendências do setor,
como Inteligência Artificial, Internet das Coisas (IoT) e Plataformas
Conversacionais.
“Participei de um evento onde quase 100
CEOs estavam presentes. Perguntei quantos já tinham especialização em
Inteligência Artificial. Só três ou quatro levantaram a mão. Por essa
razão, acho que falta de tecnologia não existe. Na verdade, há
necessidade de gente para aplicar a TI nas empresas”, destacou Blauth.
Para o especialista, as universidades têm buscado se aproximar, mas a
velocidade da transformação tecnológica está sendo tão rápida que a
academia não consegue acompanhar. “A formação de pessoas pra tecnologia
sempre está devendo, ao longo das décadas. Sempre a necessidade é maior
do que a demanda. Conheço inúmeras companhias que possuem 10, 20, 30
vagas em aberto e não conseguem preencher”, criticou. Diante dessa
realidade, o que falta é especialização e qualificação. “A partir de
agora, as empresas querem um profissional sem receio de errar, que
busque aprender e que insista em encontrar alternativas para as
dificuldades”, aconselhou.
Blauth, porém, é otimista em
relação ao futuro do emprego na área de TI. Segundo ele, o próprio
Gartner prevê que até 2022 cerca de 1,8 milhão de empregos no mundo
serão extintos por causa da aplicação de Inteligência Artificial que
abominará tarefas repetitivas usualmente realizadas por trabalhadores.
No entanto, aproximadamente 2,2 milhões de postos surgirão, tendo em
vista as novas qualificações para desenvolver essa tecnologia. “Haverá
uma substituição de mão de obra repetitiva por cérebro de obras”,
comparou. “Existem pesquisas do Gartner que constatam que não vamos mais
digitar. Nós vamos falar com os aplicativos. Será mais uma nova
transformação. Pelo telefone, nos comunicaremos com robôs ou
computadores”, projetou.
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