quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Empresas do Sul investirão mais em P&D do que a média nacional


Conclusão é de uma pesquisa feita pela Deloitte

 

Da Redação

 

redacao@amanha.com.br
Empresas do Sul investirão mais em P&D do que a média nacional


O levantamento "Agenda 2019", realizado pela consultoria Deloitte após o 2º turno das eleições, com 826 organizações de todo o Brasil – que faturam, juntas, o equivalente a 43% do PIB nacional – e 12% delas da região Sul, apontou alguns destaques nas prioridades indicadas pelo empresariado local em relação ao próximo governo e aos seus próprios negócios, quando as respostas locais são comparadas às da amostra nacional. 

Enquanto 58% das empresas cujas sedes estão baseadas no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul pretendem investir em Pesquisa e Desenvolvimento em 2019, na amostra nacional, o item aparece indicado por 49% das organizações. Já no quesito prioridades governamentais para melhorar a gestão pública, o fator mais indicado pelos empresários paranaenses, catarinenses e gaúchos é o ajuste fiscal, com 70% de apontamentos, enquanto, na média nacional, a prioridade é o combate à corrupção, com 62%.

 http://www.amanha.com.br/posts/view/6702



Fiergs prevê “uma janela de oportunidades” em 2019


Estudo da entidade estima tempos de recuperação para a indústria

 

Por Dirceu Chirivino

 

dirceu@amanha.com.br
Estudo divulgado pela Fiergs estima tempos de recuperação para a indústria, que ainda carece de consolidação


Enredado pelo crescimento muito devagar do PIB, o Brasil continua convalescente após a crise mais intensa de sua história. Depois de avançar 1% no ano passado, o índice deve chegar a 1,3% em 2018. Essas são algumas das conclusões do Balanço 2018 e Perspectivas 2019, documento compilado pela Unidade de Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) e apresentado nesta terça-feira (4), em Porto Alegre (veja as projeções para a economia brasileira na tabela ao final desta reportagem). Tanto a indústria brasileira quanto a gaúcha deixaram para trás a mais profunda recessão já registrada, mas ainda há um longo caminho para recuperar o que foi perdido nos últimos anos. No período entre 2014 e 2016, a produção no Brasil caiu 16,7% e no Estado recuou 18,5%. Assim, os crescimentos do biênio 2017-2018 somados não chegam a um terço do tombo acumulado. Com isso, a produção industrial brasileira encerrará o ano 12,5% abaixo dos níveis de 2013, enquanto a gaúcha deve fechar 14,2% abaixo. São, portanto, tempos de recuperação para o setor, que ainda carece de consolidação, segundo o estudo apresentado pela federação. “A indústria vive no realismo. Nós vivemos no mundo  real. Nós não temos fantasias. E se tem o seguinte: no final do mês sempre no dia que vence o imposto, o governo do Estado quer receber. E se eu não pagar, ele me cobra com multas e juros. Já o que eu tenho a receber do Estado e ele atrasar, ele não me paga esses juros. Então, são duas realidades completamente diferentes. Este é o mundo real que vivemos”, desabafou Gilberto Petry, presidente da Fiergs. Porém, o industrial se mostrou otimista com o futuro. “Em meados de 2014, senti os primeiros sinais de que íamos entrar num compasso meio ruim. No ano seguinte eu aconselhava que os empresários deveriam segurar o caixa. Enfrentamos essa situação até agora. Hoje se apresenta uma situação em que eu saí do realismo pessimista para o realismo otimista. O mundo real nos mostra que se abre uma janela de oportunidades “, projetou. Respondendo a uma pergunta relembrando a declaração de Paulo Guedes, em 30 de outubro, afirmando que “salvaria a indústria brasileira, apesar dos industriais brasileiros”, Petry entendeu que a fala do futuro ministro da economia de Jair Bolsonaro foi um momento de impulsividade, porém rebateu a crítica. “Nós também poderíamos dizer que a indústria se salvará, apesar  dos bancos”, afirmou. 



O desempenho da economia brasileira nesse ano será muito inferior ao que a Fiergs aguardava no final do ano passado (+2,7%). Diversos fatores tornaram o cenário repleto de incertezas, impactando profundamente a atividade nesse ano. O cenário internacional, que nos últimos anos colaborou com as economias emergentes na forma de uma ampla liquidez e apetite por ativos de maior risco, passou por um ajuste profundo em resposta à política monetária mais restritiva dos Estados Unidos. A economia brasileira, que havia se beneficiado do quadro anterior – um dos elementos fundamentais para que o país atingisse a taxa Selic mais baixa da história –, acabou sendo afetada pelos influxos de capitais, volatilidade cambial e desaceleração da economia argentina. Entretanto, mais uma vez o colchão de segurança composto pelos US$ 380 bilhões de reservas internacionais evitou que a economia brasileira sofresse tanto quanto a Turquia e a Argentina, e apaziguou o risco de um contágio. “A expectativa de crescimento da economia mundial tem sido puxada para baixo. Quem mais nos compra no mundo está crescendo menos. A crise da Argentina é mais importante para o Rio Grande do Sul do que para o Brasil”, avaliou André Francisco Nunes de Nunes, economista-chefe do Sistema Fiergs. “Temos muito poucos acordos comerciais comparando-nos com México, Peru e outros países. Precisamos mudar a nossa diplomacia comercial. Temos de fazer acordos comerciais onde sejamos a protagonistas”, sugeriu Petry.

A federação estima que o Rio Grande do Sul deve crescer 1,1% este ano, resultado abaixo do projetado ao final ao final do ano passado (1,4%), ainda que a indústria tenha tido um avanço maior. Além disso, a economia local registrou uma queda mais acentuada da produção do setor primário em relação ao resto do país. Como o desempenho dos setores foi heterogêneo, segmentos com crescimento acentuado puxaram o resultado agregado. Para a Fiergs, o grau de incerteza para 2019 é elevado por dois fatores: o aprofundamento da crise fiscal e a não-adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Na visão da entidade, a evolução negativa das finanças públicas se manteve extremamente preocupante e será a principal fonte de risco no mercado doméstico para 2019. O avanço das despesas obrigatórias e o elevado patamar da dívida pública colocam em dúvida a estabilidade econômica do país no médio prazo. Os atrasos nos pagamentos de servidores e fornecedores, que marcaram os últimos exercícios, tendem a continuar no ano que vem. Está cada vez mais difícil enxergar um horizonte positivo para as finanças gaúchas, de acordo com o relatório apresentado pela federação. “Em conversa com o governador eleito, Eduardo Leite,  disse-lhe que, desconsiderando a dívida fiscal, o Rio Grande do Sul se equivaleria a uma empresa que trabalha com déficit operacional. A situação do Estado não é fácil. É preciso cortar muitos custos”, contou Petry. 

Apesar de um resultado muito abaixo do esperado em 2018, os elementos que sustentaram a projeção mais otimista ainda estão presentes. Além do menor endividamento de empresas e famílias, a Fiergs destaca o crescimento da população em idade ativa, o elevado grau de ociosidade das plantas fabris, a diminuição do preço dos ativos reais e a obsolescência tecnológica nas empresas, o que traz a necessidade de investimentos de manutenção e atualização. Esse processo natural de esgotamento do ciclo recessivo se soma à baixa inflação e a queda nas taxas de juros para criar o ambiente para a recuperação cíclica da economia. Portanto, o cenário base contempla uma aceleração na taxa de crescimento brasileira para 2,8% em 2019, em decorrência da diminuição da incerteza e do avanço na agenda de reformas. O Rio Grande do Sul tende a apresentar uma aceleração menos intensa, com crescimento de 2,4%, por conta da continuidade do delicado quadro das finanças públicas. No cenário superior, a federação estima uma aceleração mais forte no crescimento, com rápida realização das reformas, melhora do quadro fiscal e cenário externo favorável para os investimentos. No caso da economia regional, além do cenário nacional mais positivo, o avanço da atividade e a adesão ao RRF atenuam os efeitos da crise nas finanças públicas.



Cenários para o Brasil em 2019
Indicador
Inferior
Base
Superior
PIB
1,6%
2,8%
3,6%
Inflação
3,2%
4,1%
5,3%
Prod. Industrial
2,0%
3,2%
4,2%
Desemprego
12,6%
12,0%
11,4%
Selic
6,25%
6,50%
8,00%
Dólar
R$ 4,20
R$ 3,75
R$ 3,20

Juiz condena franqueadora a restituir investimento por omissão de informações


Resultado de imagem para fotos de franquia



A anulação ou rescisão do contrato de franquia, com fundamento na  Lei 8.955/94, exige a demonstração do nexo entre a conduta omissiva do franqueador e o prejuízo alegado pela franqueada.

Com esse entendimento, o juiz Alexandre Bucci, da 10ª Vara Cível de São Paulo, deu parcial procedência a um pedido de rompimento de contrato de franquia.

A ação declaratória de resolução contratual com pedido de indenização por perdas e danos foi ajuizada por uma franqueada de Araraquara contra franqueadora do ramo de lavanderias. De acordo com a autora, representada pelo Novaes, Plantulli e Manzoli Sociedade de Advogados, a promessa de retorno de investimento financeiro e empresarial em 36 meses não correspondeu à realidade, incluindo os volumes de peças processadas na loja, o número de clientes atendidos e os custos operacionais. A parte pede a restituição do valor investido e a rescisão do contrato com indenização.

A autora ressalta que investiu 230% a mais em propaganda do que o sugerido pela empresa que detém o negócio de franquias e, mesmo assim, não teve o resultado prometido. Se avaliado os dados reais, relatou, seriam necessários 11 anos de operação para o retorno. Destacou também o fato de ter alcançado, com uma boa gestão da operação, ocupado a posição 193 no ranking das 433 unidades da rede. Alega que a empresa requerida sabia dos fatos e agiu com ofensa à boa-fé ao omitir intencionalmente informações relevantes na Circular de Oferta da Franquia (COF).

Ao julgar parcialmente procedente o pedido, o juiz confirmou que "a Circular de Oferta de Franquia, na espécie se mostrou falha no âmbito da qualidade das informações repassadas à franqueada, situação que trouxe inegáveis impactos na tomada de decisão pelo negócio que se mostrou economicamente inviável no decorrer do tempo, não por culpa da autora, válido registrar". De acordo com a decisão, empresa ré ignorou um fracasso anterior obtido por outro franqueado na mesma região.

O magistrado ressaltou parte da conclusão pericial que indica que as informações da franqueadora para pautar a decisão da franqueada foram dadas de forma clara e correta, porém, "com qualidade e amplitude insuficientes para que pudessem subsidiar a correta tomada de decisão e as expectativas corretas de retornos", disse o juiz ao reafirmar a importância do COF para que o interessado saiba os riscos do empreendimento.

Para o juiz, se a empresa dona da rede de lavanderias tivesse informado à franqueada autora da ação dos motivos do insucesso e do fechamento da loja anterior "poderia viabilizar que deles fossem extraídas o que se denominava de 'lições aprendidas' para não fomentar os mesmos erros do passado".

Outra falha de informações apontada por Alexandre Bucci dizia respeito à capacidade de penetração junto aos consumidores da macrorregião. "Parece evidente que uma postura mais cautelosa e colaborativa, por parte da franqueadora, bem poderia ter norteado melhor a decisão sobre o formato e tamanho da loja, o que se refletiria na decisão de investimento, bem como impactaria nas expectativas de vendas e retorno do capital investido, podendo-se até mesmo deliberar pela não aceitação do negócio", disse o magistrado.

Pela violação do princípio da boa-fé objetiva, o juiz declarou rescindido o contrato de franquia e condenou a empresa ré a restituir à autora R$ 1.238.561,00, valor relacionado aos gastos e aos custos com a aquisição e operacionalização da franquia frustrada. A requerida também deverá arcar com "outros possíveis prejuízos ainda não materializados numericamente, porém, evidentemente decorrentes da rescisão contratual" e ao pagamento de 80% das custas e despesas processuais.


Clique aqui para ler a decisão.
Processo 1052037-85.2017.8.26.0100

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Procuram-se gerentes para atuar num dos setores mais promissores do país

Médias salariais para gerentes sênior chegam a 32 mil reais e remuneração pode atingir a casa dos 60 mil reais para diretores

 





São Paulo – “De repente surgiu o agronegócio na minha carreira. Um headhunter me liga e pergunta se eu conhecia a Agropalma”. Neste momento, em 2016, que a gerente executiva de RH, Marcella Novaes pensou pela primeira vez na vida em trabalhar para uma empresa do agronegócio.

Naquela ocasião, ela estava atuando na área de mineração e no seu currículo trazia passagens na indústria de tecnologia e varejo. “Ir para a mineração já foi uma disruptura, ir para o agronegócio foi outra”, conta a executiva.

A diferença é que a mineração havia sido um passo sonhado, planejado e fruto de um interesse pessoal, enquanto a migração da executiva para o agronegócio foi uma consequência do poder de atração de um setor que responde sozinho por mais de 20% do PIB. Vale lembrar que a empresa eleita em 2018 a melhor para trabalhar no Brasil pelo GUIA VOCÊ S/A, a São Martinho, é do agronegócio.

“A remuneração e o projeto na Agropalma me atraíram”, diz Marcella. Como gerente de RH da Agropalma, a  missão principal oferecida à executiva foi a de redefinir a cultura da companhia produtora de óleo de palma. Pertencente ao conglomerado Alfa – dono do Banco Alfa, da C&C, Hotel Transamérica, La Basque, entre outras –  a empresa buscava uma identidade corporativa única e marcante.

Confira as médias salariais oferecidas atualmente pelo setor de agronegócio para gerentes e diretores segundo a consultoria de recrutamento EXEC:

Tamanho da empresa Média salarial para gerente Média salarial para gerente sênior Média salarial para diretor
Médio porte 12 mil reais a 18 mil reais 18 mil reais a 22 mil reais 28 mil reais a 35 mil reais
Grande porte 18 mil reais a 25 mil reais 25 mil reais a 32 mil reais 35 mil reais a 60 mil reais

 

Atração em alta nos últimos três anos

 

Movimentos de carreira como o de Marcella crescem no Brasil.  Monitoramento feito pela EXEC com 2.750 profissionais em cargos de gerência sênior e diretoria detectou um aumento progressivo na movimentação de executivos oriundos de outras indústrias para posições de liderança nas empresas do agronegócio nos últimos três anos.

Entre setembro de 2015 e 2016 o percentual de profissionais que migraram de outras indústrias representou 12% das contratações para cargos de liderança no agronegócio.

No mesmo intervalo, entre setembro de 2016 e o mesmo mês de 2017, subiu para 18%. Entre setembro de 2017 e setembro de 2018 bateu a marca de 20%.

Colecionando recordes em exportações bilionárias –  e na participação no PIB brasileiro, o agronegócio destoa do restante da economia e precisa de novos perfis profissionais para manter seu protagonismo.

A crise econômica e a redução nos preços das commodities no mercado internacional estimularam a competitividade e a inovação, o que causou e ainda vem causando profunda renovação nas lideranças, segundo a sócia da EXEC, Camila Marion.

“O segmento do agronegócio apresentava um perfil sempre mais conservador em relação às pessoas, mas diante de tantas mudanças e transformações que estão ocorrendo no mercado global, precisou agilizar a renovação”, diz Camila.

Buscar pessoas com experiências internacionais e de outros mercados e setores tem sido estratégia recorrente. “Na Agropalma, desde que eu entrei temos atraído mais profissionais de multinacionais”, diz Marcella. Com carreira desenvolvida gigantes como Coca-Cola, Nokia e Dow, a executiva só vê ganhos em conectar esses novos líderes aos funcionários de carreira na Agropalma.

“Temos muitos profissionais que entraram como jovens aprendizes e estão até hoje e, aqui, eles têm reconhecimento por tempo de casa. É a nossa realidade. Mas precisava dar uma mexida. Esses contrapontos são interessantes e a diretoria entende isso. O pensamento retilíneo, que era mais comum, passou a não ser porque trouxemos pessoas com esse perfil diferente ”, conta.

As portas de entrada do agronegócio (para quem vem de outros setores)

  

A renovação na liderança, no entanto, se dá fora do ambiente técnico do agronegócio, que exige, obviamente, profissionais com formação e histórico no setor.  Os novos gerentes e diretores têm sido requisitados para atuar nas áreas, administrativas, financeira, de RH, segurança, meio ambiente.

No caso de Marcela, um recrutador a procurou, mas gerentes de nível sênior e diretores podem cadastrar o currículo no site da EXEC. O estudo da consultoria mostra que entre junho de 2015 e 2016, proporção de profissionais de outros setores nas posições de apoio nas empresas clientes do setor de agronegócio era de 45% de profissionais de outras áreas contra 55% de executivos com histórico de carreira no setor.

No mesmo intervalo, entre junho de 2016 e junho de 2017 a proporção ficou entre 58% e 42%. Já entre junho do ano passado e junho de 2018 os percentuais passaram a ser de 70% contra 30%.

A idade média dos líderes das áreas de apoio das empresas do agronegócio também diminuiu. Em setembro desse ano, 60% dos líderes têm entre 35 e 45 anos, 28% têm mais de 50 anos. Em 2015, essa proporção era de 42% para 52%.



 https://exame.abril.com.br/carreira/procuram-se-gerentes-para-um-dos-setores-mais-promissores-do-brasil/


Laboratório de Itaipu será vitrine de soluções para Cidades Inteligentes


Espaço, criado em parceria com a ABDI, poderá ser usado por prefeitos de todo o Brasil

 

Da Redação

 

redacao@amanha.com.br
Laboratório de Itaipu será vitrine de soluções para Cidades Inteligentes
Um laboratório que está em instalação no Parque Tecnológico Itaipu em parceria com a Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) vai servir como vitrine das tecnologias que podem ser implantadas para tornar as cidades inteligentes. Prefeitos de todo o país poderão visitar o espaço e ver de perto benefícios, por exemplo, da iluminação pública inteligente, com sensor de wi-fi e tiro, e do monitoramento por drones.  A inauguração do Laboratório Vivo de Cidades Inteligentes está marcada para o dia 12 de dezembro. A intenção é que a demonstração de tecnologias inovadoras possa auxiliar os gestores públicos na tomada de decisão em relação aos melhores investimentos que podem ser feitos em benefício do desenvolvimento dos municípios. As cidades inteligentes utilizam tecnologias para um aproveitamento mais eficiente dos recursos disponíveis, com o menor impacto ambiental possível, e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos.

O Laboratório Vivo do PTI vai envolver um conjunto amplo de atores, formado por empresas, centros de tecnologia e pesquisa, pessoas e seus dispositivos, a fim de disseminar os conceitos e as soluções das cidades inteligentes. O novo laboratório, que está sendo instalado no Edifício das Águas do PTI, vai funcionar como uma plataforma em que serão testadas e certificadas as soluções para as cidades inteligentes. No espaço também serão customizados sistemas para a gestão dos dispositivos usados nessas cidades. As tecnologias já existentes no PTI, como o sistema de compartilhamento de veículos elétricos, as bicicletas compartilhadas e sensores inteligentes ligados à Internet das Coisas (IoT) serão integradas no novo Laboratório, por meio da construção de uma Central de Comando e Controle Operacional (CCO).

O objetivo do PTI e da ABDI é, a partir do próximo ano, organizar caravanas de prefeitos para conhecer tecnologias e conferir a confiabilidade de sistemas como o de iluminação inteligente e o de compartilhamento de carros e de bicicletas no Laboratório. Por isso, as instituições já estão em contato com a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e com a Frente Nacional de Prefeitos (FNP). “Uma cidade mais conectada, com melhor utilização dos recursos e pensamento sistêmico, permite ao poder público prover mais e melhoradas soluções aos cidadãos”, afirma Jorge Augusto Callado, diretor superintendente do PTI. “As experiências da população com os serviços das cidades passam a ser mais ágeis e com soluções completas, diminuindo filas e burocracias e melhorando a gestão do município e seus equipamentos”, exemplifica o diretor. 



http://www.amanha.com.br/posts/view/6692

Mulheres de criminosos do colarinho branco devem contratar seus próprios advogados

Advogados bem sucedidos




As mulheres dos EUA casadas com homens investigados – ou denunciados – por crimes do colarinho branco vêm aprendendo uma lição providencial: a de que a primeira medida que devem tomar, quando a notícia da provável condenação cai como uma bomba em suas vidas, é contratar um advogado próprio. Antes que fiquem privadas de seus direitos.

Nos EUA e em alguns outros países do mundo, isso acontece com frequência, diz a escritora Lisa Lawler, que fundou o Projeto Mulheres do Colarinho Branco (The White-Collar Wives Project). Mulheres perdem casas com tudo o que têm dentro, carros, alianças de casamento e outros bens que teriam chance de conservar.

Em um caso recente, uma mulher se divorciou do marido após saber que ele fora denunciado por corrupção. No divórcio, como é de praxe, ela ficou com metade do fundo de aposentadoria do casal. Mas o dinheiro, que pertencia apenas a ela, foi confiscado. Provavelmente, ela não teve um advogado para defendê-la.

“Essas mulheres, ainda que inocentes, se veem em um pântano jurídico, econômico e psicológico, no qual não sabem como navegar. Elas enfrentam uma crise de identidade, porque não sabem mais nem mesmo quem são”, diz Lisa Lawler, que começou a escrever um blog para “mulheres do colarinho branco”, como ela mesma.

Ela também escreveu o e-book “Guia de sobrevivência das mulheres do colarinho branco: O que esperar quando seu marido é denunciado por um crime do colarinho branco” (The White-Collar Wives Survival Guide: What to Expect When Your Husband Is Prosecuted for a White-Collar Crime).

A advogada Guinevere Moore, sócia da banca Johnson Moore, de Chicago, e conselheira da ABA (American Bar Association), aconselha as “mulheres do colarinho branco” a contratar seus próprios advogados imediatamente após saberem que seus maridos estão em apuros com a justiça.

Ela afirma que há medidas críticas que precisam ser tomadas para proteger uma “mulher inocente”, incluindo responsabilidades tributárias (que é de sua área de especialização), segundo o Jornal da ABA.

“Não venda nada, não transfira bens em seu nome, em nome do marido ou em nome do casal para terceiros, sem antes falar com seu advogado”, ela recomenda. “Não dá para fazer operações escondidas, para enganar os investigadores, porque elas sempre deixam pistas fáceis de seguir. Faça as coisas legalmente, para proteger seus ativos tanto quanto possível e evitar a ruína financeira”.

Segundo a advogada, muitas mulheres pensam que contratar um advogado próprio as coloca contra seus maridos. “Mas isso não é verdade. Contratar um advogado coloca a mulher e o marido (além de filhos) em uma posição melhor, porque ela pode proteger ativos que o marido não pode”, ela afirma.

O Projeto Mulheres do Colarinho Branco, segundo Lisa Lawler, vem se focando mais nos efeitos colaterais, muitas vezes negligenciado, da condenação de maridos corruptos. “Essas mulheres são tratadas como bens móveis, sem qualquer legitimidade jurídica para defender e reter a parte de propriedades não contaminadas pela acusação de corrupção contra seus maridos”.

Ela acredita que há outros tipos de crime que resultam na prisão do marido e deixam a mulher inocente em um “pântano jurídico e econômico”. Também nesses casos, ela deve contratar um advogado. E, em qualquer dos casos, deve buscar ajuda de um grupo de apoio para conseguir enfrentar melhor estigmas sociais, especialmente os que afetam as crianças nas escolas.

O estudo “Pais atrás das grades: o que acontece com seus filhos?” revelou que, nos EUA, mais de 5 milhões de crianças têm pais que foram para a cadeia ou prisão. E que, provavelmente, elas experimentam outros eventos traumáticos em algum ponto da vida, mais problemas emocionais e mais problemas na escola.

 é correspondente da revista Consultor Jurídico nos Estados Unidos.


 https://www.conjur.com.br/2018-dez-03/esposas-colarinho-branco-advogado-eua

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Um inovador que mantém a tradição


A melhoria do desempenho e dos resultados e a nova maneira de pensar a relação com o cliente garantiram o prêmio ao diretor-presidente do Bradesco

 

Um inovador que mantém a tradição
“Minha função ganhou mais propósitos. Melhorar o desempenho do banco é minha obrigação, mas nós, brasileiros que lideramos grandes empresas, também temos de ser mais ativos para melhorar o País” - Octavio de Lazari Júnior: novo foco é vender produtos para os 28 milhões de clientes que não possuem contas-correntes



A gravata que Octavio De Lazari Júnior, o diretor-presidente do Bradesco, veste na foto ao lado, é uma deferência aos leitores da DINHEIRO. Há alguns meses, toda a alta cúpula do banco foi dispensada de vestir o acessório — uma liberalidade impensável para o fundador Amador Aguiar. “Agora só usamos gravatas quando temos reuniões com alguma autoridade”, diz Lazari.

Usar gravata pode ser um assunto secundário. No entanto, é apenas uma das muitas mudanças que vêm ocorrendo na Cidade de Deus, sede do Bradesco, em Osasco, região metropolitana de São Paulo. Há pouco menos de um ano na presidência, Lazari vem derrubando alguns dogmas, sobretudo na forma de encantar os clientes. E os resultados são claros. Nos três primeiros trimestres de 2018, a última linha do balanço exibiu um lucro líquido recorrente de R$ 15,7 bilhões, alta de 11,1% em relação ao mesmo período de 2017. O Bradesco emprestou mais: nesses nove meses, foram concedidos R$ 523 bilhões em empréstimos, ante R$ 487 bilhões entre janeiro e setembro do ano passado. Também emprestou melhor: nesse período, a provisão para devedores duvidosos – a fatia dos empréstimos que são considerados praticamente perdidos – caiu 29%, de R$ 15,2 bilhões em 2017 para R$ 10,8 bilhões neste ano. Com tudo isso, a rentabilidade patrimonial anualizada no terceiro trimestre foi de 19%, um ponto percentual acima da média dos trimestres anteriores. “E eu já avisei que, a partir de agora, 19% ao ano é o piso, é o mínimo aceitável”, diz Lazari. Esses resultados garantiram ao executivo de 55 anos de idade e quase 40 de banco o prêmio de EMPREENDEDOR DO ANO de 2018.

Para manter os lucros em ascensão, Lazari está promovendo alterações profundas na maneira de tratar a freguesia. “Antes o banco era um couraçado e os clientes navegavam ao redor dele. Agora, colocamos o cliente no centro e pensamos o tempo todo como podemos atender melhor às necessidades dele.” Como essas inovações dependem bastante de tecnologia, as portas de abriram para quem pode desenvolver soluções. Por meio da InovaBra, misto de aceleradora e incubadora, já são 160 as fintechs e startups que auxiliam no desenvolvimento de produtos e serviços, especialmente para os celulares. No início do segundo trimestre, o Bradesco começou a distribuir seguros pelos celulares. E os resultados surpreenderam. “Esperávamos vender 250 mil apólices, mas vendemos 500 mil”, diz Lazari. “Ninguém imagina que alguém vai contratar um seguro odontológico às três horas da manhã do sábado, mas acontece.” Assim como nos seguros, os empréstimos concedidos por meio de celulares também vem crescendo aceleradamente.
Segundo o presidente, na média são concedidos 80 mil financiamentos para pessoas físicas nos fins de semana, 40 mil por dia. Às sextas-feiras, são fechados de 28 mil a 30 mil negócios desse tipo. A lógica é simples. Pedir dinheiro emprestado não é uma situação agradável. Se o cliente puder fazer isso sem ter de conversar com um gerente, fica mais fácil. “E aos fins de semana as pessoas têm mais tempo e tranquilidade para calcular se o total é adequado, se o prazo é o melhor e se as parcelas cabem no bolso.” O banco inovou também na maneira de conceder empréstimos imobiliários. Em vez do arranjo habitual, em que um gerente analisava a papelada de cada mutuário em potencial, agora os processos passam por uma estrutura semelhante à das linhas de montagem. Com isso, o prazo habitual de 60 dias para aprovação de um pedido caiu à metade, e o banco concedeu R$ 7,2 bilhões nesses financiamentos nos três primeiros trimestres.
A maior alteração foi criar novas formas de a clientela se relacionar com o Bradesco. Desde sua fundação, a meta era conquistar correntistas. Deu certo: hoje, são 27 milhões de contas-correntes ativas. Porém, de sua experiência na seguradora, Lazari percebeu um potencial não-explorado muito grande. Os computadores da Bradesco Seguros têm 50 milhões de pessoas em sua base de dados. Desses, 28 milhões não têm contas-correntes, mas possuem apólices de seguro, planos de previdência ou de capitalização. “A conta-corrente deixou de ser a única chave para o cliente entrar no banco”, diz o executivo. “Podemos nos relacionar com eles de várias maneiras, sem que eles sejam obrigados a abrir uma conta.” Por isso, no início do terceiro trimestre foi criada uma diretoria estatutária focada apenas em não-correntistas. E os prognósticos são animadores. “Quantas empresas começam com uma base de 28 milhões de clientes para trabalhar?”, pergunta o executivo.

O mercado concorda com o otimismo. No ano, até o dia 28 de novembro, as ações do banco subiram 26,6%, dez pontos percentuais acima do Índice Bovespa e um ponto percentual mais que o índice setorial do mercado financeiro. Segundo Tatiana Brandt, analista da Eleven Financial, o banco tem sido muito bem-sucedido em ampliar a concessão de empréstimos e, ao mesmo tempo, manter baixos tanto os custos quanto as provisões para devedores duvidosos. “A qualidade das novas safras de crédito é superior à das anteriores, algo fundamental para a sustentação dos resultados futuros”, escreveu ela em um relatório do início de novembro. Ela recomenda a compra dos papéis, com um preço-alvo de R$ 42,00, representando uma alta potencial de 9,3%.
Quinto presidente do banco em 75 anos, Lazari cumpriu a trajetória habitual. Começou a trabalhar no Bradesco, seu único empregador, aos 15 anos como contínuo, em boa parte por pressão familiar. O palmeirense Lazari treinava nas categorias de base da Sociedade Esportiva Palmeiras, mas seu pai preferia vê-lo seguir uma carreira menos incerta. Assim como Luiz Carlos Trabuco Cappi, seu antecessor no cargo, passou por vários postos até ascender ao comando da seguradora, divisão estratégica para garantir os resultados em anos difíceis. O bom trabalho o capacitou para a presidência entre os sete vice-presidentes executivos. Mesmo admitindo que a nova função ampliou uma jornada de trabalho já extensa, Lazari se diz animado. “Minha função ganhou mais propósitos. Melhorar o desempenho do banco é minha obrigação, mas nós, brasileiros que lideramos grandes empresas, também temos de ser mais ativos para melhorar o País.”



“A transição do tijolo para o click está acelerada”

O diretor-presidente do Bradesco entende que novas tecnologias, capazes de melhorar produtos e serviços, são hoje cruciais para a boa performance de um banco. Sua resposta é o Inovabra, que abriga 160 startups. “As fintechs não são concorrentes, são parceiras”, afirma Lazari
Quando o sr. assumiu a presidência, em março, o sr. disse que sua função era preservar o que precisava ser preservado e adaptar o que precisava ser adaptado. Como isso está funcionando na prática?
A transição do tijolo para o click está acelerada. Não é por acaso. É uma consequência dos passos e das mudanças que implantamos para isso pudesse acontecer. Um bom exemplo é a Inovabra, que é um ecossistema criado para promover a inovação dentro do Bradesco. Há muita coisa lá. Temos 160 startups desenvolvendo novas tecnologias para melhorar depressa os produtos e serviços que precisamos entregar para nossos clientes.
O que mudou?
Nossa maneira de construir produtos e serviços. Antes era desenvolvido pela área de TI, agora que faz são as pessoas que vão vender os produtos e serviços do banco. Passamos a olhar o Bradesco sob a ótica do cliente, o que propiciou uma mudança muito grande na qualidade. Há vários exemplos. O cliente pode customizar os APPs como quiser. Também criamos um portal para microempreendedores individuais, os MEIs. Hoje, o empreendedor entra no portal que desenvolvemos e pode contratar um contador ou baixar um programa de controle de estoque, ou fazer um custo de educação financeira no Sebrae. Com nossos parceiros, desenvolvemos isso em apenas 90 dias. Também reduzimos o prazo de concessão de empréstimos imobiliários. Antes a aprovação demorava de 60 a 70 dias, hoje sai em 30 dias. Colocamos especialistas em uma esteira para analisar a documentação, e a contratação ficou mais ágil. Já concedemos R$ 7,2 bilhões em novos empréstimos neste ano.

O banco está usando os conceitos de marketplace?
A indústria financeira e especialmente o Bradesco enfrentam um grande desafio. Temos quatro gerações de clientes, dos baby boomers até os millenials. Como distribuir centenas de produtos para uma base tão diversificada? Optamos por colocar tudo no celular e o cliente contrata quando tiver tempo. A seguradora vendeu 500 mil itens por celular, o dobro do que havíamos previsto. Temos clientes que compram planos de seguro odontológico às 3 horas da manhã de um sábado. Não era algo que estávamos esperando, mas aconteceu. Atualmente, um terço dos empréstimos é concedido via celular. Já concedemos mais empréstimos nos fins de semana do que nos dias úteis. São 28 mil concessões em uma sexta-feira, e 40 mil no sábado e outros 40 mil no domingo.

Por que isso acontece?
O fim de semana é a hora que a pessoa tem tranquilidade para consultar o sistema, estudar a proposta, avaliar se o prazo ou o valor são os mais adequados. E isso evita que o cliente tenha aquele constrangimento de ter de pedir o crédito. O cliente se sente empoderado, protagonista do que quer fazer com a própria vida.

A parceria com as fintechs é para evitar que elas se tornem concorrentes?
As fintechs não são os concorrentes que tememos. Elas são muito mais parceiras que podem nos ajudar a encontrar soluções mais rápidas do que concorrentes. A minha preocupação é com as big techs, com Amazon, Google, Facebook. Essas é que são concorrentes pesadas. Seu poder de distribuição é grande. E a partir do momento que tudo é eletrônico, elas podem vir disputar nosso mercado. 

Essas empresas oferecem muito risco ao negócio?
Oferecem um risco de médio a alto. Elas têm tamanho e tecnologia e têm acesso a bases muito amplas de clientes. Temos de nos adaptar, mudar o modelo de negócios para poder concorrer. Mas eu sempre lembro as pessoas que banco, crédito e dinheiro dependem de confiança. Se nós tivermos a sabedoria de entender as necessidades de cliente e atendê-las com conveniência, vamos continuar no mercado. Por exemplo, criamos uma área exclusiva para não-correntistas no banco. Assim, quem não tem conta-corrente poderá ser atendido.

Para vender o que?
Esse é o desafio. Temos 27 milhões de correntistas. A conta corrente é a chave para a entrada no banco, mas ela é só um dos produtos do banco. A partir de agora, não mais. Na seguradora há 50 milhões de segurados, mas apenas 22 milhões são correntistas do Bradesco. Temos 28 milhões de pessoas que já tem relação, seja por meio de um seguro, de um plano de capitalização. Eu preciso estar perto deles. Claro que vou continuar querendo abrir contas, mas esses clientes poderão entrar no banco pelo CPF, pelo CNPJ. Eles terão um marketplace para se relacionar com o banco, sejam ou não correntistas.

Qual seu prognóstico para 2019?
Estamos otimistas. As pessoas que vêm sendo indicadas para a equipe econômica têm opiniões acertadas e ponderadas. A pauta é extensa. Temos de fazer uma reforma da previdência, uma reorganização tributária para gerar empregos. Mas eu converso com analistas internacionais, e todos querem investir no Brasil. O País é estratégico para a economia mundial.

O sr. está prestes a completar seu primeiro ano na presidência do banco. O que mudou na sua vida?
Estou trabalhando mais, mas estou tão feliz quanto antes. A maior mudança é perceber o quanto o nosso país é importante não só para os brasileiros, mas também para a economia mundial. Os propósitos da minha jornada aumentaram. Melhorar o desempenho do banco é minha obrigação, fui escolhido para isso. Mas eu acredito que nós, brasileiros que lideram grandes empresas, temos de ser mais protagonistas. Temos de ser mais presentes, mais ativos no contato com os governos, para poder melhorar o País. Para que esse crescimento que se espera não seja mais um voo de galinha.




https://www.istoedinheiro.com.br/um-inovador-que-mantem-a-tradicao/