Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
Em setembro, a gestora Vinci Partners comprou 70% da rede Cura (Gab13/Thinkstock)
São Paulo – A rede de medicina diagnóstica
Cura está próxima de anunciar a sua fusão com a concorrente Mérya.
Trata-se do primeiro negócio anunciado pela Cura após a aquisição de 70%
do grupo realizada pela gestora de fundos de private equity Vinci Partners. A nova empresa vai nascer com um faturamento combinado de 250 milhões de reais.
Enquanto a Cura possui três unidades em São Paulo, a Mérya
tem maior participação na região Sul. A rede paulistana fechou 2018 com
uma receita líquida de 113 milhões de reais, enquanto a paranaense
encerrou com faturamento de 127 milhões de reais. Procuradas, as
empresas não quiseram comentar.
O mês de setembro, época da compra da fatia da rede Cura, marcou a
estreia da Vinci Partners no setor de saúde. O valor estimado para a
transação, na época, foi de 300 milhões reais e a gestora já demonstrava
interesse em crescer pelo país por meio de aquisições.
A Vinci tem histórico de investimentos em grandes companhias como a
lanchonete Burger King, a rede de locadoras Unidas e a instituição de
ensino Uniasselvi.
A nova rede nasce entre as dez maiores do setor. Os líderes, no
entanto, estão bem à frente da companhia. No ano passado, DASA e Fleury
faturaram, respectivamente, 3,4 bilhões de reais e 2,8 bilhões.
A retomada do crescimento do Brasil passa obrigatoriamente
pela aprovação da reforma da Previdência, que está em discussão no
Congresso. “É absolutamente crítico resolver o equilíbrio das contas
públicas. E isso passa pela reforma da Previdência. Não é uma questão de
ideologia, mas de matemática”, diz Alessandro Zema, presidente do banco
de investimentos Morgan Stanley no Brasil.
A seguir, os principais
trechos da entrevista.
Como o sr. avalia os 100 dias do governo de Jair Bolsonaro? Antes de responder essa pergunta queria fazer uma contextualização.
Acredito que as menores tensões comerciais e atuação dos bancos centrais
têm trazido uma melhora ao ambiente internacional. E isso favorece
mercados emergentes. Dito isso, o Brasil tem potencial para capturar boa
parte dos investimentos destinados a mercados emergentes.
Como os investidores estrangeiros estão olhando o Brasil neste momento? É absolutamente crítico resolver equilíbrio das contas públicas. E
isso passa pela reforma da Previdência. Não é uma questão de ideologia,
mas de matemática. O déficit gerado pela Previdência é insustentável:
corresponde por 8,5% do PIB do Brasil.
Há ambiente político para que a reforma seja aprovada? Há 25 anos que se discute a reforma da Previdência. Foram 5
presidentes. Acredito que o Congresso e a sociedade estão preparados
para entender que não dá mais para se empurrar com a barriga. A
Previdência é a primeira parte do reequilíbrio das contas públicas.
Depois, a gente consegue aumentar o nível de confiança da economia,
fazendo com que as empresas invistam mais, gerando renda e emprego.
O sr. ainda está confiante na aprovação da reforma mais ambiciosa, mesmo com os recentes conflitos em Brasília? Enquanto não houver a reforma, o Brasil está condenado a um
crescimento pífio de PIB. Torço pela aprovação da reforma de R$ 1
trilhão. Uma reforma abaixo disso só resolve o problema do governo
Bolsonaro. Não podemos empurrar para as gerações futuras o desequilíbrio
fiscal que temos hoje.
O que significa um crescimento pífio? Crescimento de 0,6% na média dos últimos 10 anos. Nos últimos dez
anos, tivemos soluções paliativas que nunca endereçaram à questão
fiscal.
Se aprovada a Previdência, quais serão as outras prioridades do governo? O Brasil, para desenvolver todo o seu potencial, precisa de uma
série de reformas. A Previdência é a primeira delas. Em seguida vem a
reforma tributária, independência do Banco Central, mudança tamanho do
Estado.
Havia uma expectativa dos investidores de que a recuperação do Brasil fosse mais rápida… Essa incerteza política tem gerado desapontamento. Com o resultado
das eleições, os investidores locais, por estarem mais próximos da
situação, conseguiram se reposicionar melhor. Dito isso, os investidores
globais, que não são focados em América Latina e países emergentes, só
devem injetar mais recursos aqui quando a reforma de fato acontecer. Mas
já há movimentos concretos de investimentos no País.
Quais movimentos? Os leilões de concessões de aeroportos e da Ferrovia Norte-Sul foram
bem sucedidos. O programa de privatização do governo também deve atrair
muitos investidores. Sem contar que as empresas estão acessando mais o
mercado de capitais. Quando há boas histórias, há interesse de
investidores. Neste ano, já foram sete operações de mercado de capitais:
seis transações de “follow on” (emissões de ações) e um IPO (abertura
de capital, na sigla em inglês), movimentando US$ 2,7 bilhões. Os
investidores estrangeiros participaram ativamente.
Como será este ano? Dependendo da velocidade das privatizações e aprovação da
Previdência, podemos chegar US$20 bilhões em ofertas, com emissões de
ações e IPOs.
Sobre as privatizações, o que sr. acha imprescindível e quais são as ‘vacas sagradas’? O programa de leilões de infraestrutura prevê levantar R$ 130
bilhões de ativos. Se tomar uma perspectiva mais holística, o governo
enviou uma proposta mais ambiciosa de reforma da Previdência, enviou
projeto de lei de independência do Banco Central, vem discutindo a
reforma tributária. Já fez bastante coisa. A Petrobrás tem feito
desinvestimentos. É normal que haja resistências. Está claro, pelo que
ouço, que Petrobrás, Banco do Brasil e Caixa são as vacas sagradas.
O mercado reagiu mal à interferência do presidente no reajuste do diesel… A questão do diesel causou surpresa, mas governo respondeu rápido
sobre a Petrobrás ter independência e a questão dos caminhoneiros. O
período que Petrobrás foi usada como política macroeconomia, a gente
quer esquecer. Os resultados foram desastrosos para empresa e para a
economia.
Quais são os planos do Morgan Stanley para o Brasil? O banco tem, nos últimos 22 anos, atuação forte em renda variável,
renda fixa e banco de investimento. São os três grandes carros-chefes no
Brasil. Mas queremos crescer outros negócios. Começamos a atuar aqui
desde o ano passado na área de “asset management” (gestão de ativos).
Somos o segundo maior gestor global de fortunas e queremos aumentar a
participação de clientes brasileiros em nossa operação fora do País.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Não acontecia algo parecido desde 2016. É a primeira vez, de lá para
cá, que a economia brasileira pode cravar um desempenho tão
decepcionante. As estimativas do PIB mostram uma possibilidade concreta
de recuo nesse primeiro trimestre em relação a igual período do ano
passado. Objetivamente, uma retração entre 0,1% e 0,2% no período passou
a figurar nas projeções de instituições financeiras como Bradesco,
Itaú/Unibanco e Banco Fator. Pode parecer pequena, mas ela representa
extraordinário retrocesso na curva de recuperação que acontecia desde o
período recessivo da deposta Dilma.
A amparar os dados estão sinais como o da queda no consumo de
energia, no nível de confiança da população e no uso da capacidade
instalada do parque fabril. Em outras palavras, na computação desses
indicadores, estamos indo bem mal, muito aquém do esperado, com chances
de um resultado ainda mais magro no ano que o 1,1% registrado em 2018,
quando as eleições paralisaram a votação de projetos do governo Temer e
comprometeram a retomada. O que deu errado? Certamente os delírios de
gestão, a falta de um plano claro e os equívocos de decisão do
presidente – como, a mais recente, de segurar o reajuste do preço do
diesel – colaboraram para o cenário negativo. Não há dúvida: a
inabilidade política é a maior inimiga de uma economia em crescimento
consistente.
Oportunidades são perdidas e os ânimos dos empreendedores,
externos e internos, azedam. O presidente Bolsonaro adicionou um grau de
incertezas inesperado ainda nos primeiros 100 dias de mandato. Em
frases e atos ele acabou por levantar diversos questionamentos sobre a
sua competência para o desafio da estabilidade. A descrença é retratada
na Bolsa de Valores. Desde o início do ano, o investidor vem trocando
papéis de empresas de consumo interno pelos daquelas voltadas para a
exportação. O câmbio de títulos tem motivos óbvios: eles acreditam que
as chances de lucro estão, cada vez mais, fora daqui. Uma perspectiva
bem diferente daquela preconizada por analistas logo após a posse do
novo governo. À época, havia grande aposta na aceleração do consumo. O
aumento nas taxas de desemprego mês a mês minou a hipótese.
O desânimo tomou conta. Não é difícil encontrar quem agora acredite
em retornos pífios das medidas mais relevantes como a da reforma da
Previdência. Na verdade, a maioria já acredita que o projeto não
conseguirá angariar, como pretendido pela equipe do ministro Guedes, uma
economia da ordem de R$ 1 trilhão em 10 anos. Ela ficará na casa dos R$
600 milhões, na visão dos mais pessimistas, o que pode desencadear uma
onda de frustração perigosa. A clara desarticulação do Executivo vem lhe
impingindo derrotas sucessivas nos projetos votados no Parlamento e,
junto com a popularidade em queda, ele pode ficar rapidamente
inviabilizado se insistir nessa toada.
(Nota publicada na Edição 1117 da Revista Dinheiro)
Grupo construirá um complexo industrial de manipulação de trigo
Da Redação
redacao@amanha.com.br
O grupo empresarial J. Macêdo
vai instalar em Londrina um complexo industrial de manipulação de trigo,
com apoio do programa Paraná Competitivo, do Governo do Estado. Serão
cinco plantas, que gerarão 1,5 mil empregos diretos e quase 4 mil
indiretos. O investimento total será de R$ 500 milhões.
“Instalada
em Londrina desde 1975, a J. Macêdo já conhece a cidade e todas as
nossas potencialidades e isso demonstra que Londrina foi bem avaliada e
que está no caminho certo”, comemora Fernando Moraes, presidente da
Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil).
O
presidente do Sindicato da Indústria do Trigo no Estado no Paraná
(Sinditrigo), Daniel Kümmel, comemora o investimento da J. Macêdo e
avalia que isso vai consolidar a participação do Paraná no mercado
brasileiro. O Estado já responde por 28% da moagem das 12 milhões de
toneladas consumidas anualmente no Brasil; 60% do que é processado aqui
são vendidos a outros Estados brasileiros, o que deve ser ainda mais
incrementado pelo novo investimento. O grupo J. Macêdo fabrica, entre
outros produtos, a marca de farinhas Dona Benta.
Os procuradores da operação "lava jato" transformaram o acordo de leniência com a Rodonorte,
concessionária de rodovias, numa ação de marketing. Parte do acordo é
que a empresa dará desconto de 30% no pedágio das estradas do Paraná.
Outra parte exige que a empresa diga que o desconto está sendo dado por
causa dos bons préstimos da operação "lava jato" ao povo paranaense.
'
"O
valor do pedágio foi reduzido em 30% [ou percentua aplicado no momento]
porque recursos provenientes de corrupção foram recuperados pela
Operação Lava Jato e aplicados em benefício do usuário", terá que dizer o
texto. É o que manda o parágrafo 21 da Cláusula 6ª do acordo, conforme
mostra a imagem acima. O mesmo texto deverá ser fixado em placas, de 8metros quadrados, em todas as praças de pedágio.
Investimentos que misturam títulos de renda fixa com ações e
opções, os Certificados de Operações Estruturadas (COEs) caíram no
gosto do público. No ano passado, segundo a B3, foram emitidos R$ 11
bilhões nesses papéis. Segundo estimativas do mercado, cerca de R$ 3
bilhões em novas emissões chegaram ao mercado no primeiro trimestre. O
que contribuiu para esse crescimento foi o movimento das corretoras e
plataformas eletrônicas de distribuição de investimentos, que estão
tornando os COE mais acessíveis. Antes restritos a investidores com pelo
menos R$ 50 mil disponíveis, essas aplicações agora podem ser
adquiridas por até R$ 1.000. Vale a pena investir?
Para entender o que são esses investimentos é preciso voltar um pouco
no tempo. Como instrumento específico, os COE foram regulamentados em
2016. No entanto, aplicações parecidas surgiram no início da década
passada. Eram os chamados fundos de investimento com capital garantido.
Eles destinavam-se a investidores que queriam ganhar com ativos de
risco, como ações ou moedas, mas sem colocar seu capital em risco. Para
permitir isso, os COE montam estruturas um pouco mais complexas. A maior
parte do capital investido vai para papéis de renda fixa muito seguros,
como títulos do Tesouro. O rendimento do dinheiro neles aplicado é
garantido e bastante previsível, o que permite preservar o principal
investido. A parcela restante do capital é dedicada a ativos de alto
risco, cujo potencial de ganho compensa os eventuais prejuízos.
Por exemplo, se os juros forem de 10% ao ano, o gestor de um COE vai
aplicar 91% do dinheiro do investidor em um título de baixo risco com
essa rentabilidade. Os 9% restantes vão para aplicações de risco. Mesmo
que a estratégia falhe e os 9% sejam perdidos, o rendimento do dinheiro
restante vai preservar o capital principal. “Esse tipo de aplicação
atrai mais interesse em tempos de volatilidade nos mercados”, diz
Marcelo Missioneiro, chefe da mesa de operações estruturadas da Nova
Futura Investimentos. “Notamos um forte aumento da demanda,
especialmente com a manutenção da taxa Selic no patamar atual.” Com a
Selic mais baixa, o investidor tem menos desvantagens em se expor a um
eventual período de rentabilidade zero se puder, em contrapartida,
surfar na volatilidade dos ativos de risco. Na ponta do lápis, o custo
de oportunidade é de 6,5% ao ano. “É um bom percentual, mas é muito
menos do que os 14% de dois anos atrás”, diz Rafael Giovani, diretor de
distribuição da corretora Necton.
Os COE que oferecem exposição a empresas internacionais vêm se
tornando populares. A plataforma Easynvest, por exemplo, está oferecendo
um COE que investe nas ações da Amazon, Microsoft, Anglo American e
CVS. Com duração de dois anos, o investimento inicial é de R$ 1.000. “A
possibilidade de investir em ações de fora com valores pequenos atrai
muitos investidores”, diz Fabio Macedo, diretor comercial da empresa.
Segundo Macedo, o maior desafio é educar os investidores para eles
entenderem as características desse produto. “O volume no Brasil é
pequeno, mas em mercados mais maduros, como Estados Unidos e Europa, o
volume de COE é gigantesco.” O maior atrativo para o investidor é a
possibilidade de diversificação, apostando, por exemplo, na oscilação
dos preços de commodities como ouro ou petróleo, e na variação das taxas
de câmbio.
EM FATIAS Em geral, os certificados são emitidos por
bancos, que montam operações estruturadas de grande porte e cobram uma
taxa de administração pelo serviço. Os bancos têm sido reticentes em
divulgar esses percentuais, mas em geral as taxas oscilam ao redor de 2%
do total. Percentuais superiores tornam os produtos menos competitivos.
Uma vez estruturado, o certificado é dividido em fatias menores, que
são distribuídas pelos portais e corretoras. A contraparte do risco é o
banco. “O COE tem características parecidas com as aplicações de renda
fixa”, diz Giovani, da Necton. “Se o banco tiver problemas de solvência,
o investidor do COE será afetado.”
Investidores que se sentiram lesados pelo administrador de
seus fundos de investimento, ao notar que o saldo em conta aos poucos
vinha sendo dilapidado. São casos como esse que têm sido financiados
pelo fundo inglês Harbour, especialista em investir em casos sob
litígio. O fundo, com cerca de US$ 1 bilhão em ativos sob gestão,
aterrissa no Brasil com o foco em conflitos que se desenrolam em câmaras
de arbitragem.
“Aportamos recursos nos custos advocatícios e correlatos, e em caso
de vitória na disputa ficamos com uma parte do valor”, diz Ellora
MacPherson, diretora de investimentos do Harbour. Segundo a executiva,
se a parte apoiada pelo fundo perder a disputa na Justiça, o Harbour
assume o prejuízo.
Com cerca de 11 anos de atuação, o Harbour investiu
até o momento em cerca de 100 casos. Desse total, 47 já foram
encerrados, com uma taxa de 70%.
O setor de infraestrutura será um dos focos de atuação no país,
diante da crescente demanda por arbitragem para resolver entreveros. “Na
câmara de arbitragem os processos são muito mais céleres do que no
judiciário comum”, diz Renata Duarte de Santana, da CS Consulting,
representante do Harbour no país. A consultoria brasileira ficará
responsável por fazer uma primeira análise sobre os casos em potencial
que poderão receber recursos do fundo, verificando as chances de sucesso
em cada um deles.
O mercado é amplo. Segundo a Câmara Internacional de Comércio (ICC,
na sigla em inglês), o Brasil é o quinto país em número de partes
envolvidas em processos de arbitragem. À sua frente, apenas Estados
Unidos, Ilhas Virgens dos Estados Unidos, Belize e França. O Harbour tem
operações em 14 países, tanto mercados grandes quanto paraísos fiscais.
“Em muitos casos empresas multinacionais tem trustes com operações
financeiras sediadas em países assim”, explica Ellora.