O Harbour quer investir nos litígios brasileiros
Investidores que se sentiram lesados pelo administrador de
seus fundos de investimento, ao notar que o saldo em conta aos poucos
vinha sendo dilapidado. São casos como esse que têm sido financiados
pelo fundo inglês Harbour, especialista em investir em casos sob
litígio. O fundo, com cerca de US$ 1 bilhão em ativos sob gestão,
aterrissa no Brasil com o foco em conflitos que se desenrolam em câmaras
de arbitragem.
“Aportamos recursos nos custos advocatícios e correlatos, e em caso
de vitória na disputa ficamos com uma parte do valor”, diz Ellora
MacPherson, diretora de investimentos do Harbour. Segundo a executiva,
se a parte apoiada pelo fundo perder a disputa na Justiça, o Harbour
assume o prejuízo.
Com cerca de 11 anos de atuação, o Harbour investiu
até o momento em cerca de 100 casos. Desse total, 47 já foram
encerrados, com uma taxa de 70%.
O setor de infraestrutura será um dos focos de atuação no país,
diante da crescente demanda por arbitragem para resolver entreveros. “Na
câmara de arbitragem os processos são muito mais céleres do que no
judiciário comum”, diz Renata Duarte de Santana, da CS Consulting,
representante do Harbour no país. A consultoria brasileira ficará
responsável por fazer uma primeira análise sobre os casos em potencial
que poderão receber recursos do fundo, verificando as chances de sucesso
em cada um deles.
O mercado é amplo. Segundo a Câmara Internacional de Comércio (ICC,
na sigla em inglês), o Brasil é o quinto país em número de partes
envolvidas em processos de arbitragem. À sua frente, apenas Estados
Unidos, Ilhas Virgens dos Estados Unidos, Belize e França. O Harbour tem
operações em 14 países, tanto mercados grandes quanto paraísos fiscais.
“Em muitos casos empresas multinacionais tem trustes com operações
financeiras sediadas em países assim”, explica Ellora.
https://www.istoedinheiro.com.br/o-fundo-que-compra-brigas/
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