Quem é consumidor ou varejista certamente já ouviu falar do Alibaba,
grupo chinês que revolucionou o comércio abrindo novas fronteiras para o
setor. A corporação aposta no uso constante de tecnologia e na melhor
experiência do usuário para aumentar as vendas. A tática continua dando
resultados: no último trimestre fiscal, a empresa divulgou um lucro
líquido 33% maior. A estratégia é também a base do New Retail, modelo de negócio inspirado na empresa chinesa. Muitas vezes confundido com omnichannel, que
explica a capacidade de integrar diferentes canais, esse conceito vai
além ao possibilitar novas formas de enxergar a própria estrutura da
empresa. Confira seis tópicos que explicam mais essa proposta:
Mobile Commerce
O comércio eletrônico efetuado por smartphones já
é uma realidade em todo o mundo. No Brasil, um a cada três pedidos já é
feito por dispositivos móveis, de acordo com dados da Associação
Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). Isso implica dizer que, seja
no online ou no offline, a empresa precisa ter
estratégias que envolvam substancialmente esse canal em toda a jornada
de compra – seja para conhecer o perfil e hábitos do cliente, mesmo
quando ele não está no estabelecimento, quanto para permitir que
compras, buscas e principalmente pagamentos sejam feitos através da sua
própria plataforma (APP), pilotada por consumidores ou até mesmo
vendedores dentro do estabelecimento físico.
Cross Border
O avanço da tecnologia diminuiu as fronteiras entre os países no mundo dos negócios, facilitando a prática do crossborder
(a capacidade de vender produtos para fora do país). Antes, esse plano
esbarrava na necessidade de intermediários, que encarecia a operação e
dificultava a rentabilidade. O avanço do Alibaba mostra que lojistas de
todo o mundo podem vender na China, sem a necessidade de ter estoque,
logística ou atendimento na região – o contrário também é válido,
expandindo o e-commerce chinês ao redor do planeta.
Pagamento Mobile e Fintechs
Este ponto é o grande diferencial para o sucesso do New Retail.
Na China o QRCode é tão predominante a ponto de cartões de crédito
serem vistos quase como “objetos não identificados”. WeChat e Alipay já
são responsáveis por 80% das transações do mercado chinês e movimentaram
US$ 15,4 trilhões em 2017 – 70 vezes mais do que os Estados Unidos. A
possibilidade de pagamentos feitos por dispositivos móveis, como os smartphones e smartwatches, vai
simplificar cada vez mais o processo de compra e revolucionar o setor.
No Brasil esse crescimento também está atrelado ao surgimento das fintechs,
que oferecem inúmeros serviços financeiros aos usuários. O tema está em
profunda discussão no país, a ponto do Banco Central criar um grupo de
trabalho para discutir a padronização de QR codes para facilitar a
transferência entre pessoas e empresas.
Uso de Dados
É impensável tomar alguma decisão
estratégica atualmente sem utilizar dados para embasar suas escolhas.
Não há mais espaço para o feeling e o achismo no varejo, seja
ele físico ou virtual, até porque hoje podemos considerar tudo como
“phygital”, uma nova expressão oriunda dos Estados Unidos que resume bem
a intersecção dos dois mundos. No online, por exemplo,
praticamente todos os passos do consumidor podem ser monitorados e
transformados em informações sobre seu comportamento. No varejo
tradicional, por meio de tecnologias já disponíveis, essa jornada também
pode continuar a ser monitorada para que o objetivo central seja
cumprido – entregar experiência com conveniência ao consumidor, seja por
qual canal ele escolher. E se estamos falando em reconhecer pessoas,
perfis, momentos de consumo, e etc, os indicadores estudados como
“médias” já não atendem à necessidade do varejista que vive o New Retail.
A personalização exige dados menos generalistas, que através de
Inteligência Artificial e Machine Learning, por exemplo, entreguem
insights únicos e específicos para cada situação na relação cliente x
varejo.
Ecossistema
Para que todo esse processo funcione
bem, é necessário criar um ecossistema para compor uma estrutura que
suporte todos os serviços necessários para uma estratégia consistente e
integrada. O online e o offline só conseguem
“conversar” se eles foram tratados como um único mundo também do ponto
de vista de parceiros – não há como dividir núcleos dentro das empresas,
ou seja, ter fornecedores diferentes para os mesmos fins. Gestão,
marketing, logística, pagamentos devem ser sustentados por soluções que
tenham facilidade de integração e apoiem o varejista com entregas
práticas, eficientes e escaláveis. Por outro lado, para que líderes
consigam ao menos avaliar com mais destreza os serviços disponíveis no
mercado, é necessário ter familiaridade mínima com termos como cloud computing, data lake, SAAS, micro serviços, API’s, entre outros que orbitam a agenda do Novo Varejo.
Digitalização da loja
Neste caso não se trata simplesmente de criar um e-commerce e colocar sua empresa para atuar no canal online.
A digitalização da loja consiste em desconstruir o modelo atual,
principalmente tornando o ambiente físico em um local sem atrito, fácil,
inteligente, conveniente e com experiência elevada. Além disso, o
estabelecimento assumiu diversas funções que vão muito além da venda
propriamente dita. Na loja é possível capturar dados, exercer
relacionamento, oferecer experimentação e ainda armazenar e distribuir
produtos para otimizar entregas com prazos reduzidos em regiões
estratégicas.
https://ecommercenews.com.br/artigos/dicas-artigos/tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-o-new-retail/
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