quinta-feira, 11 de julho de 2019

Lactalis concretiza acordo com Lala e conclui compra da Itambé


Com a aquisição da brasileira, a receita global do grupo francês sobe para R$ 8 bilhões 

 

Lactalis concretiza acordo com Lala e conclui compra da Itambé

Demorou, mas finalmente saiu do papel o acordo entre o grupo francês Lactalis e a mexicana Lala para acabar com todas as brigas jurídicas e permitir à primeira concluir a compra da brasileira Itambé. Na quarta-feira 10, a Lactalis anunciou que a aquisição só foi possível a partir de uma negociação global entre os grupos, resolvendo, por fim, a transferência de 100% do controle da empresa mineira para a multinacional da França.

Com a compra, a Lactalis, dona de marcas como Parmalat, Batavo e agora Itambé, se torna líder do mercado brasileiro de produtos lácteos e conquista um faturamento combinado de R$ 8 bilhões por ano. A união também garante ao grupo o título de líder em captação de leite no Brasil. Com processamento de 2,3 bilhões de litros de leite por ano – o equivalente a 9,4% da produção formal do País –, o grupo ultrapassa a suíça Nestlé, que captou 1,6 bilhão de litros no ano passado e liderava o ranking formado pela Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Leite Brasil).

O CEO da Lactalis para América Latina, Patrick Sauvageot, falou à DINHEIRO, mas não revelou os termos da negociação. Sabe-se, porém , que a Lala encerrou a parceria que tinha com a Parmalat no México.

A preocupação de Sauvageot, contudo, é com o sucesso do grupo. Segundo ele, o setor a inda tem muito espaço para crescer no País. “O consumo per capita de produtos lácteos ainda é muito pequeno no Brasil”, diz. “Os brasileiros consomem cerca de 4 quilos de queijo por ano, por exemplo, enquanto que na Europa esse índice é de 30 quilos por pessoa”, diz. O executivo destaca que os primeiros investimentos serão em tecnologia, melhoria nas fábricas e alinhamento de processos. Juntas, a Itambé e a Lactalis investem R$ 160 milhões por ano.

Impasse


Em agosto de 2017, a mexicana Lala comprou a brasileira Vigor por US$ 2,6 bilhões. A aquisição, no entanto, incluiu a fatia de 50% que a empresa detinha na Itambé – os outros 50% pertenciam à Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais (CCPR). Na época, A Lala também lançou uma oferta para ter 100% do controle da companhia, mas uma cláusula no acordo permitia a uma das sócias igualar o valor da oferta. Não demorou muito para a CCPR exercer esse direito.
O problema começou porque a Cooperativa vendeu a sua parte para a Lactalis no dia seguinte. A Lala e a Vigor alegam que a CCPR descumpriu o acordo de acionistas ao negociar, nos bastidores, a transação com o grupo francês. A Lactalis havia participado da concorrência pela Vigor e perdido o negócio para a Lala. No processo, a empresa teria assumido o compromisso de não fazer nenhuma proposta pelos ativos da Vigor no prazo de dois anos, o que incluía a Itambé. O vai e vem resultou em uma série de liminares na Justiça, que agora chegaram ao fim com a transferência total da Itambé para a Lactalis.

*Colaborou: Moacir Drska

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Revista Forbes: para Wall Street, ‘o Brasil está de volta’ aos negócios


Revista Forbes: para Wall Street, ‘o Brasil está de volta’ aos negócios
Ilustrada pela imagem do Cristo Redentor, uma análise publicada no site da revista Forbes declara que, para Wall Street, o Brasil “está de volta” aos negócios. O fator mais destacado para explicar a afirmação é, evidentemente, o avanço da tramitação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados.

Na avaliação de Kenneth Rapoza, o rali recente do Ibovespa, “que está batendo todos os mercados emergentes”, é “todo graças a um antes impopular projeto de lei de reforma das aposentadorias, pelo qual dezenas de milhares foram às ruas no fim do mês passado em apoio ao esforço do novo presidente (Jair Bolsonaro) para mudar o claudicante sistema público de pensões do Brasil”.

O autor da análise lembra que a gestora BlackRock adotou recomendação “overweight”, ou seja, acima da média de mercado para o Brasil, mas pondera que os dados econômicos contemporâneos “não são inteiramente impressionantes”. “Bancos vêm revisando o crescimento econômico para baixo o ano todo. Investidores estão deixando de olhar para os fundamentos e apostando em um voo de cruzeiro daqui para a frente por causa da reforma previdenciária.”




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Mercado se acautela contra emendas que desidratam reforma

Senado começa a articular PEC para incluir Estados e municípios na nova Previdência

 

Da Redação, com Agência Brasil

 

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Mercado se acautela contra emendas que desidratam reforma


O Ibovespa, principal índice da B3 (foto), opera com leve queda na manhã desta quinta-feira (11). Agentes econômicos se dividem entre a cautela com a votação dos destaques, que podem desidratar a economia esperada de quase R$ 1 trilhão em dez anos, e o otimismo por conta do placar da aprovação na noite de quarta-feira (10). Por volta do meio-dia, o Ibovespa apresentava retração de 0,8%, aos 104.928 pontos. O dólar comercial apresentava estabilidade, sendo vendido a R$ 3,7587 na compra e a R$ 3,7593 a venda. A apreciação dos destaques ao longo do dia dará o norte aos investidores sobre o fim da votação ou não, em dois turnos, ainda nesta semana.

O Senado pode costurar um acordo para reincluir os estados e os municípios na reforma da Previdência. O movimento tem apoio do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ele se disse favorável a que governos estaduais e prefeituras façam parte da reforma, mas admitiu não haver clima para que os deputados aprovem a reinclusão dos governos locais neste momento. Pela hipótese cogitada por Maia, o Senado aprovaria a reforma da Previdência, mas as modificações seriam fatiadas. Os pontos aprovados pelas duas Casas seriam promulgados, mas a reinclusão dos estados e dos municípios voltaria à Câmara dos Deputados para ser discutida novamente.

“O que entendo é que é muito difícil que a Câmara aprove esse tema, infelizmente. Todo mundo sabe que sou a favor. Mas de repente, pode ter uma construção da inclusão, como já ouvi do presidente do Senado [Davi Alcolumbre], no Senado Federal”, declarou Maia. “Com isso, o Senado poderia trabalhar a nossa PEC mais os estados e devolver como PEC paralela [a questão] dos estados para a gente fazer o debate em outro ambiente. Num ambiente menos tensionado. Não sei se é possível, mas vamos trabalhar para que a gente não tenha atraso na análise da reforma”, acrescentou Maia. 

Os governadores dos sete Estados que compõe o Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) assinaram uma carta aberta no final de maio, em Gramado (RS), em que expressam apoio a reformas estruturais, em especial à da Previdência. Entre eles, há unanimidade relação à vinculação da Reforma da Previdência aos estados. A quarta reunião do Cosud foi marcada para sábado (13) em Vitória (ES).



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terça-feira, 2 de julho de 2019

Cade aprova sem restrições incorporação da Aliansce pela Sonae Sierra

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A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a combinação dos negócios das empresas de shoppings centers Aliansce e Sonae Sierra.

Em fato relevante, as companhias informam sobre a publicação da decisão nesta segunda-feira, 1, sobre a incorporação da Aliansce pela Sonae Sierra e do Merger Agreement (acordo de associação) celebrado em 6 de junho.

Após verificadas a satisfação (ou renúncia, conforme o caso) de outras condições suspensivas, os conselhos de administração de cada companhia vão se reunir para determinar a data em que a operação será consumada.

A aprovação pelos acionistas de ambas ocorreu na quinta-feira passada, em assembleia geral extraordinária.




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Acordo Mercosul/UE poderá elevar PIB em R$ 500 bilhões em dez anos

Novos investimentos poderão chegar a R$ 453 bilhões no período, prevê Ministério da Economia

 

Por Agência Brasil 

  

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O acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia poderá trazer ganhos de R$ 500 bilhões em dez anos para o PIB brasileiro. A estimativa foi divulgada pelo secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Lucas Ferraz. Segundo ele, o acordo também poderá gerar investimentos adicionais de R$ 453 bilhões no Brasil nos primeiros dez anos de vigência. A corrente de comércio – soma de exportações e importações – será ampliada em R$ 1 trilhão no mesmo período. O secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Marcos Troyjo (foto), afirmou que o acordo trouxe ganhos para os dois lados. “Temos a convicção de que o acordo não é um jogo de soma zero, onde um ganha e outro perde. São ganhos coletivos, até porque as economias são complementares”, declarou.

Para entrar em vigor, o acordo precisa ser ratificado por todos os países do Mercosul e da União Europeia. Em alguns países, como a Bélgica, o acordo também precisará ser votado por parlamentos regionais. Ferraz informou que o Mercosul negocia a possibilidade de que o acordo entre em vigor em cada país do bloco assim que cada parlamento aprovar o documento. Apesar da demora de os parlamentos confirmarem o acordo, Troyjo destacou que os efeitos na economia brasileira podem começar a ser sentidos antes. “A economia é composta tanto por fundamentos [condições atuais] como pela formação de expectativas [avaliações sobre o futuro]. As empresas que fizerem planejamento de longo prazo terão de colocar na tela de radar que o Brasil agora tem acordo com a maior economia no valor agregado que é a da União Europeia”, sugeriu. 

“O acordo traz benefícios intangíveis. Muda a percepção do mundo em relação ao Mercosul como bloco, como ator no comércio internacional. Sem contar que o acordo traz uma nova dinâmica para acordos ora em negociação, com o Canadá, a Coreia do Sul e os países da Europa fora da União Europeia. O acordo põe o Mercosul na Champions League do comércio internacional”, completou Ferraz. Segundo ele, outro ganho para o Mercosul está relacionado à velocidade de desgravação (redução a zero das tarifas). Enquanto a União Europeia terá até dez anos para zerar as tarifas sobre quase todos os produtos do Mercosul, o Mercosul terá até 15 anos para fazer o mesmo com os produtos do bloco europeu.

Pelos termos do acordo, a União Europeia terá zerado as tarifas de importação de 92% dos produtos vindos do Mercosul até dez anos depois da entrada em vigor das novas regras. No mesmo intervalo, os sul-americanos terão zerado as tarifas de 72% das mercadorias vindas da Europa. Cada categoria de produto terá um cronograma e uma regra específica. No setor industrial, a União Europeia comprometeu-se a acabar com as tarifas de importação para 100% dos manufaturados em até dez anos. O Mercosul, por sua vez, terá dez anos para zerar as tarifas de 72% dos produtos industrializados e mais cinco anos para atingir o patamar de 90,8%, sem precisar zerar as tarifas para todos os produtos.

Na área agrícola, os europeus prometeram zerar as tarifas de 81,8% das mercadorias em dez anos, enquanto o Mercosul deverá eliminar as tarifas para 67,4% dos produtos. No setor automotivo, a tarifa de 35% cobrada sobre a importação de carros europeus será mantida até o sétimo ano do acordo, caindo pela metade (17,5%) nos três anos seguintes, até ser zerada em 15 anos. Dentro do período de carência de sete anos, o Mercosul poderá importar uma cota de 50 mil veículos (32 mil para o Brasil) com tarifa de 17,5%. O que exceder isso pagará 35%.

No setor de autopeças, as tarifas, que atualmente variam de 14% a 18%, serão reduzidas gradualmente a zero em dez anos. Segundo Ferraz, o acordo também trará ganhos para a indústria brasileira, que passará a integrar-se às cadeias globais de valor ao importar componentes de outros países, fabricar um produto final ou outro componente e reexportá-lo. “Flexibilizando as regras de origem, a gente pode importar partes da China, da União Europeia. Cada produto tem regras definidas. Isso não é concessão, mas uma decisão clara de governo de que o Brasil deve integrar-se às cadeias globais de valor. Os produtos [produzidos no país] têm mais conteúdos importados, para que eles possam ser reexportados de forma mais competitiva”, explicou. O secretário comparou a indústria automotiva brasileira, que exporta 15% da produção, à mexicana, que exporta 60%.

O secretário de Negociações Internacionais do Ministério da Economia, Alexandre Lobo, disse que, no caso das cotas para produtos agrícolas, houve ganhos de volumes acompanhados de redução de tarifas. O acordo prevê uma cota adicional de 180 mil toneladas de frango do Mercosul na União Europeia, sobre as atuais exportações do Brasil de 200 mil toneladas por ano. Para a carne bovina, o Mercosul conseguiu 99 mil toneladas adicionais para entrar na União Europeia, volume que se somará às 136,6 mil toneladas exportadas anualmente pelo Brasil ao bloco econômico. No caso do açúcar, o Mercosul conseguiu 180 mil toneladas adicionais para a União Europeia. Atualmente, informou Lobo, dentro do Mercosul, apenas a Região Nordeste exporta açúcar para os europeus, vendendo 22 mil toneladas por ano. O acordo prevê cotas adicionais de 450 mil toneladas de etanol industrial com tarifa zero e 200 mil toneladas de etanol de uso geral com um terço da tarifa que a União Europeia aplica atualmente.

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Neoenergia: IPO demonstra confiança de investidores na empresa e no Brasil

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A oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Neoenergia demonstra a confiança do mercado de capitais na gestão da companhia e o interesse dos investidores nacionais e estrangeiros na empresa e no Brasil, disse nesta segunda-feira, 1, o diretor-presidente da Neoenergia, Mario José Ruiz-Tagle Larrain, durante cerimônia realizada na B3.

Em seu discurso, ele reiterou o compromisso do grupo de ser investidor de longo prazo no País e reiterou o foco em tornar a companhia mais eficiente, sustentável e focada na qualidade dos serviços para os 14 milhões de clientes. O executivo destacou que o grupo controlador, a Iberdrola, tem “elevado o compromisso de investir na companhia e no País…. e seguiremos executando a estratégia de sermos uma empresa focada na transição energética, por meio da descarbonização da economia”.



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sexta-feira, 28 de junho de 2019

Acordo UE-Mercosul: um texto polêmico de futuro incerto


Acordo UE-Mercosul: um texto polêmico de futuro incerto
Cronologia dos 20 anos de negociações entre a UE e o Mercosul para fechar um acordo comercial. - AFP


Criticado por agricultores e ambientalistas, o amplo acordo comercial firmado na sexta-feira (28) entre a União Europeia e o Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) deve ser validado por seus Estados-membros, o que se anuncia como uma tarefa complicada.


Vitória diplomática –


Anunciado na sexta-feira após 20 anos de duras negociações, as últimas em Bruxelas, o acordo foi considerado uma vitória “histórica” pela Comissão Europeia, que negociou em nome dos Estados-membros.

“É um gesto político muito forte” em favor do “multilateralismo diante da atitude os Estados Unidos”, defendeu Olivier Dabène, presidente do Opalc (sigla em francês para Observatório Político da América Latina e Caribe).

Este amplo acordo será acrescido, se validado pelos Estados-membros, a duas importantes iniciativas similares da UE com Canadá e Japão. Esse movimento é visto como uma resposta ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que desestabiliza o comércio mundial com sua política protecionista.
A conclusão de um pacto comercial com o Mercosul estava longe de ser alcançada, apesar do recente otimismo na América do Sul.

Mas os negociadores aproveitaram “um alinhamento de planetas que não era visto há 20 anos”, disse Olivier Dabène.


– Agricultores descontentes –


O texto do acordo ainda não foi divulgado, mas os poucos detalhes conhecidos, incluindo cotas agrícolas oferecidas aos sul-americanos, deixaram insatisfeitos os agricultores europeus, que multiplicaram reações na maior parte da Europa.

“Totalmente desequilibrado” para o maior sindicato alemão, “uma enganação” para o seu equivalente francês, o acordo é considerado “vergonhoso” pelos agricultores irlandeses.
A Copa Cogeca, o maior sindicato agrícola da UE, criticou “uma política comercial de dois pesos e duas medidas”, porque considera que o acordo ampliará a “distância entre o que é exigido dos agricultores europeus” em termos de regras e normas “e o que é tolerado pelos produtores do Mercosul” que exportarão para a UE.

Ao longo do fim de semana, os produtores europeus receberam o apoio de eurodeputados de todas as tendências do espectro político. Isso sugere uma longa batalha sobre o texto no Parlamento Europeu, que terá de decidir a respeito do tema.


– Ecologistas revoltados –


“O livre-comércio está na origem de todos os problemas ecológicos”, denunciou no domingo à noite o ex-ministro francês da Transição Ecológica Nicolas Hulot, em entrevista ao jornal “Le Monde”.

“Acabamos não acreditando mais em ninguém. Dizem coisas e, nos bastidores, (…) assinam tratados que nos levam na direção contrária”, prosseguiu o ex-número três do governo francês.


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