quarta-feira, 27 de abril de 2022

Novas regras e procedimentos para obtenção da nacionalidade portuguesa

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Por  e 

 

Recentemente, foi publicado no Diário da República o Decreto-Lei nº 26/2022, de 18 de março, que procede à quarta alteração ao Regulamento da Nacionalidade Portuguesa. As novas regras e procedimentos entraram em vigor no dia 15 de abril.

 A regulamentação prevista para ter acontecido num prazo de 90 dias, desde a publicação da nona alteração da Lei da Nacionalidade Portuguesa, em 10 de novembro de 2020, foi finalmente aprovada e agora devidamente atualizada possibilitará a efetiva aplicação das últimas mudanças introduzidas à Lei da Nacionalidade, bem como uma maior compatibilização com o disposto em outros diplomas do ordenamento jurídico português, tal como o regime do maior acompanhado.

No diploma regulamentaram-se matérias como a clarificação dos requisitos para a atribuição da nacionalidade originária aos netos de portugueses, a ratificação da aplicação dos efeitos retroativos para os nascidos em território português, filhos de estrangeiros residentes há no mínimo um ano em Portugal e que nasceram após a Lei da Nacionalidade de 1981, e também à aquisição da nacionalidade por adoção.

Para além disso, houve alguns aditamentos nas modalidades de aquisição da nacionalidade por efeito da naturalização. Neste âmbito, destaque para a previsão expressa no texto legal dos requisitos gerais para conceder a nacionalidade portuguesa por naturalização à crianças e jovens menores acolhidos em instituições, à naturalização de estrangeiros nascidos em Portugal, aos estrangeiros ascendentes de cidadãos portugueses originários e de estrangeiros que não conservaram a nacionalidade portuguesa por residirem em Portugal há menos de cinco anos em 25 de abril de 1974 e dos seus filhos nascidos em território português, demandas essas que careciam há tempos de regulamentação.

Boas inovações também no que diz respeito à possibilidade de tramitação eletrônica dos processos de nacionalidade, a apensação de processos, a dispensa de traduções de documentos escritos em espanhol, inglês e francês, e outros importantes acréscimos no regime de oposição à aquisição, nulidade e consolidação da nacionalidade portuguesa.

Por último, mas não menos importante, as tão comentadas modificações nas condições para concessão da nacionalidade portuguesa aos descendentes de judeus sefarditas que também foram regulamentadas pelo governo e que acabaram por tornar o acesso a esta modalidade mais restrita, dada às polêmicas exigências de comprovações adicionais de ligação à comunidade portuguesa.

Vejamos então, as principais novidades introduzidas e como o novo regulamento afeta na prática alguns dos principais pedidos de nacionalidade portuguesa.

 

Atribuição da nacionalidade para netos de portugueses

 
Ocorrida em novembro de 2020 na Lei da Nacionalidade Portuguesa, a modificação beneficiou principalmente os netos de cidadãos portugueses originários. Isto porque antes da mencionada alteração era indispensável, dentre outros requisitos, a comprovação de laços de efetiva ligação à comunidade portuguesa para a concessão da nacionalidade, laços esses de caráter subjetivo e circunstanciais, que envolviam desde deslocamentos regulares a Portugal por parte do requerente, até mesmo em alguns casos ter residência legal ou propriedades em Portugal.

Atualmente, a demonstração desses vínculos se dá por meio de critérios objetivos, em que a existência de laços de efetiva ligação à comunidade nacional é aferida pelo conhecimento suficiente da língua portuguesa, sendo essa presumida nos casos de requerentes oriundos de países de língua oficial portuguesa, além da não condenação a pena de prisão igual ou superior a três anos, com trânsito em julgado da sentença, por crime punível segundo a lei portuguesa, e da não existência de perigo ou ameaça para a segurança ou a defesa nacional, pelo envolvimento em atividades relacionadas com a prática de terrorismo, nos termos da respectiva lei. Assim, para aqueles que são nacionais de países de língua oficial portuguesa, como é o caso dos brasileiros, presume-se existir essa ligação.

Então o que mudou com o novo regulamento?


Qual a sua importância?

 
Muito embora a Conservatória dos Registros Centrais já estivesse admitindo, desde a entrada em vigor da nona alteração à Lei da Nacionalidade, os novos critérios para atribuição da nacionalidade a netos de nacional português, agora, com a regulamentação na sua redação atual, deixa de ser obrigatório que a declaração esteja instruída com documentos que atestem a residência legal do requerente ou sua deslocação regular a Portugal, títulos de propriedades no país ou, ainda, certificados de ligação a uma comunidade histórica portuguesa no estrangeiro, entre outros, que antes serviam para comprovar vínculos.

Do ponto de vista legal, o novo regulamento, portanto, revoga as alíneas c) do nº 1 e e) do nº 3, e ainda os números 5, 6, 7, 8 e 9, todos do artigo 10-A, simplificando o procedimento nos requerimentos para a nacionalidade aos netos de portugueses.

 

Descendentes de judeus sefarditas

 
Alegria para alguns, para outros nem tanto. No que tange a naturalização de descendentes de judeus sefarditas, o novo regulamento estabelece como sendo um requisito essencial a apresentação de fatos e documentos que demonstrem uma ligação efetiva e duradoura com Portugal para aquisição da nacionalidade.

A "descendência direta ou relação familiar" de um judeu sefardita terá de ser provada por "documento autenticado, emitido por comunidade judaica com tradição a que o interessado pertença" para atestar, "de modo fundamentado" que o requerente usa "expressões em português em ritos judaicos ou, como língua falada por si no seio dessa comunidade, do ladino", língua falada pelas comunidades sefarditas da península ibérica.

Para este efeito, deverá o requerimento da nacionalidade ser instruído também com uma uma Certidão ou outro documento comprovativo:

1) Da titularidade, transmitida mortis causa, de direitos reais sobre imóveis sitos em Portugal, de outros direitos pessoais de gozo ou de participações sociais em sociedades comerciais ou cooperativas sediadas em Portugal; ou

2) De deslocações regulares ao longo da vida do requerente a Portugal.

Depreende-se do texto legal que os direitos mencionados no ponto 1) devem ter sido adquiridos pelo requerente a título mortis causa, ou seja, por herança. Em outras palavras, significa dizer que a compra de um bem, por exemplo, não será capaz de satisfazer este requisito.

Já em relação ao ponto 2), trata-se data máxima vênia de um verdadeiro retrocesso na lei, já que traz de volta um conceito jurídico genérico e indeterminado e, como tal, sujeito a interpretação e discricionariedade por parte das Conservatórias.

Dada a subjetividade, muitas dúvidas surgem em relação ao referido dispositivo da norma acrescentado pela alteração, sobretudo quanto à própria constitucionalidade de tais requisitos. Sobre o tema, vale a leitura do esclarecedor artigo do ilustre colega Alex Guedes dos Anjos, o qual retrata bem o tratamento desigual que a mesma Lei confere para a mesma finalidade, qual seja a comprovação de efetiva ligação à comunidade nacional.

Certamente, essas novas exigências restringirão substancialmente o acesso à este tipo de aquisição atendendo, de certa forma, a um clamor popular para resolver uma questão política, nascida e criada com a notícia da concessão da nacionalidade portuguesa a Roman Abramovich e, por outro lado, criando controvérsias ao próprio objetivo da norma de permitir o exercício do direito ao retorno dos descendentes judeus sefarditas.

Ressalta-se que o Decreto-Lei determina que as novas regras para concessão da nacionalidade aos descendentes de judeus sefarditas, somente entrará em vigor no primeiro dia do sexto mês seguinte ao da sua publicação. Portanto, no que respeita à nacionalidade por origem sefardita, tais regras passarão a valer a partir de 1 de Setembro de 2022.

 

Tramitação eletrônica mais abrangente

 
Consoante descrito no próprio preâmbulo do decreto lei, aproveita-se ainda esta alteração para adaptar o Regulamento da Nacionalidade Portuguesa de forma a possibilitar uma tramitação integralmente eletrônica dos procedimentos da nacionalidade, o que considera-se um avanço.

No que tange à tramitação eletrônica dos procedimentos de nacionalidade, refere o texto:

"No que respeita, em particular, à tramitação eletrónica dos procedimentos de nacionalidade, prevê-se que advogados e solicitadores pratiquem os atos em causa obrigatoriamente por via eletrónica e sejam notificados por essa mesma via, sendo facultativo para os requerentes não representados por estes profissionais o recurso à via eletrónica. Também as comunicações entre a Conservatória dos Registos Centrais e outros serviços ou entidades passam a efetuar-se, sempre que possível, por via eletrónica. Ao mesmo tempo, permite-se a consulta dos procedimentos por via eletrónica, quer pelos respetivos requerentes quer pelos advogados e solicitadores que os representem."

Contudo, segundo a Conservatória dos Registos Centrais, não há uma previsão de quando ocorrerá a implementação da plataforma informática para tramitação eletrônica dos processos, expectando que possa ocorrer de forma gradual ainda este ano.

 

Apensamento de processos e outras melhorias

 
Outra importante e muito aguardada novidade no Regulamento, foi a inclusão da possibilidade de processos de requerentes da mesma família passarem a tramitar em simultâneo, possibilitando inclusive o aproveitamento de documentos comuns, atos e diligências já praticados.

Com efeito, tal previsão encontra-se no artigo 40-A do novo Regulamento, o qual determina que "quando sejam apresentados no mesmo dia declarações ou requerimentos que deem início a processos para fins de nacionalidade por declarantes ou requerentes ligados entre si pelo casamento ou união de facto, pela adoção ou por parentesco até ao terceiro grau, em linha reta ou colateral, os respetivos processos podem ser apensados, a requerimento de qualquer um dos declarantes ou requerentes, de forma a permitir o aproveitamento de atos, diligências e documentos comuns".

Vale destacar ainda a inclusão dos artigos 30-A, B e C, que melhor legislam acerca das nulidades e consolidação da nacionalidade portuguesa que passam também a ser averbados ao respectivo assento de nascimento. Segundo essas regras, a nacionalidade que não esteja consolidada e tenha sido obtida com fundamento em documentos falsos ou certificativos de fatos inverídicos ou inexistentes, ou ainda falsas declarações, podem ser anuladas.

Conclusão

 
Conclui-se que a harmonização deste conjunto de novas regras e procedimentos em grande medida acabam por facilitar a execução da Lei da Nacionalidade, bem como traz maior transparência na tramitação dos processos e, por fim, parafraseando o ilustre dr. Paulo Porto, é inegável que as alterações trazidas ao Regulamento da Nacionalidade agregam incontornáveis ganhos com a desburocratização dos processos, trazendo mais celeridade e segurança jurídica, com exceção aos descendentes de judeus sefarditas que terão até setembro para valer-se dos requisitos anteriores.

 

 https://www.conjur.com.br/2022-abr-26/opiniao-novas-regras-obtencao-nacionalidade-portuguesa


 

Fabricante de brinquedos Mattel pode ser vendida para fundos


Fabricante de brinquedos Mattel pode ser vendida para fundos

Logotipo da Mattel na entrada da fábrica da empresa em Montoi, México


Por Greg Roumeliotis

 

 (Reuters) – A fabricante de brinquedos Mattel está explorando uma venda e tem tido conversas com empresas de aquisição, incluindo Apollo Global Management e L Catterton, disse uma fonte familiarizada com o assunto à Reuters na terça-feira.

As negociações sobre uma possível venda acontecem alguns meses após o presidente-executivo da empresa, Ynon Kreiz, dizer que a Mattel havia concluído seu plano de recuperação e estava em “modo de crescimento”.

Em fevereiro, a Mattel previu lucro anual acima das estimativas dos analistas, citando a forte demanda por suas bonecas Barbie e outros brinquedos que a ajudariam a enfrentar interrupções na cadeia de suprimentos.

L Catterton se recusou a comentar. A Mattel e a Apollo Global Management não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.

Em janeiro, a Mattel ganhou os direitos de produzir bonecas baseadas na realeza da Disney, como Elsa e Jasmine, recuperando uma licença altamente lucrativa da rival Hasbro.

O Wall Street Journal informou sobre a potencial venda da fabricante de brinquedos na terça-feira.

(Reportagem de Greg Roumeliotis e Sabahatjahan Contractor)

 

 https://www.istoedinheiro.com.br/fabricante-de-brinquedos-mattel/

 

terça-feira, 26 de abril de 2022

Startups de chips que usam luz no lugar de fios atraem investidores


Startups de chips que usam luz no lugar de fios atraem investidores

Startups de chips que usam luz no lugar de fios atraem investidores


Por Jane Lanhee Lee

 

 (Reuters) – Computadores que usam luz em vez de corrente elétrica para processamento estão ganhando força e startups que solucionaram o desafio de engenharia de usar fótons em chips estão recebendo grandes investimentos.

A Ayar Labs, startup que desenvolve essa tecnologia chamada fotônica de silício, disse nesta terça-feira que levantou 130 milhões de dólares de investidores, incluindo a gigante de chips Nvidia.

Embora o chip de silício com base em transitores tenha crescido exponencialmente o poder de computação nas últimas décadas, os transistores atingiram a largura de vários átomos e reduzi-los ainda mais é um desafio. Não só é difícil fazer algo tão minúsculo, mas à medida que ficam menores, os sinais podem vazar entre eles.

Assim, a lei de Moore, que dizia que a cada dois anos a densidade dos transistores em um chip dobraria e reduziria os custos, está desacelerando, levando a indústria a buscar novas soluções para lidar com as necessidades cada vez mais complexas de computação de inteligência artificial.

De acordo com a empresa de dados PitchBook, no ano passado as startups de fotônica de silício captaram mais de 750 milhões de dólares, dobrando o montante em relação a 2020. Em 2016, foram cerca de 18 milhões de dólares

“A inteligência artificial está crescendo muito e assumindo grande parte do data center”, disse o presidente-executivo da Ayar Labs, Charles Wuischpard, à Reuters. “O desafio da movimentação de dados e o consumo de energia nessa movimentação de dados é uma grande, grande questão”.

O desafio é que muitos grandes algoritmos de ‘machine learning’ (aprendizado de máquina) podem usar centenas ou milhares de chips para processamento e há um gargalo na velocidade de transmissão de dados entre chips ou servidores usando os métodos elétricos atuais.

A luz tem sido usada por décadas para transmitir dados através de cabos de fibra ótica, incluindo cabos submarinos, mas trazê-lo para o nível do chip foi difícil, pois os dispositivos usados ​​para criar luz ou controlá-la não são fáceis de encolher.

Além de conectar chips de transistor, startups que usam fotônica de silício para construir computadores quânticos, supercomputadores e chips para veículos autônomos também estão levantando grandes cifras.

A PsiQuantum, por exemplo, arrecadou cerca de 665 milhões de dólares até agora, embora a promessa de computadores quânticos mudando o mundo ainda esteja a anos de distância.

E não são apenas as startups que impulsionam essa tecnologia. Os fabricantes de semicondutores também estão se preparando para usar a tecnologia de fabricação de chips de silício para fotônica.

O chefe de computação e infraestrutura com fio da GlobalFoundries, Amir Faintuch, disse que a colaboração com PsiQuantum, Ayar e a Lightmatter, que monta processadores usando a luz para acelerar o trabalho da inteligência artificial no data center, ajudou a montar uma plataforma de fabricação de fotônica de silício para outros usarem, lançada em março.

(Por Jane Lanhee Lee)

 

Presidente do Twitter diz a funcionários que futuro é incerto após compra da empresa por Musk


Crédito: REUTERS/Nathan Frandino

Sede do Twitter em San Francisco (Crédito: REUTERS/Nathan Frandino)


Por Sheila Dang e Katie Paul

 

SÃO PAULO (Reuters) – O presidente-executivo do Twitter, Parag Agrawal, afirmou aos funcionários nesta segunda-feira que o futuro da empresa é incerto depois do acordo de venda da companhia para o bilionário Elon Musk.

Falando durante uma conferência acompanhada pela Reuters, Agrawal afirmou que “assim que o acordo for concluído não sabemos que direção a plataforma tomará”.

Musk vai participar de uma reunião para tirar dúvidas dos funcionários do Twitter em uma data mais adiante, afirmou a companhia.

 

Do Mainstream ao Craft Novas Categorias Avançam no Mercado Cervejeiro

 

 Do Mainstream ao Craft

 

 

 

 

 

 

 

 Do Mainstream ao Craft

 

Texto: Júlia Pestana  

  A expectativa da Euromonitor é que o faturamento das cervejas consideradas premium cresça mais de 53,9% até 2025, alcançando R$ 80,2 bilhões. Em entrevista exclusiva ao Jornal Giro News, Ricardo Sabatine, diretor de off trade do Grupo Heineken, relembra que, há 15 anos, não existia, evidentemente, a categoria premium. "O mercado está evoluindo de maneira rápida e o brasileiro está buscando conhecer as cervejas, procurando melhor qualidade e tentando ter uma conexão com a marca." Mesmo com esta mudança no consumo, a categoria mainstream continua representando 50% do mercado de cervejas, enquanto a premium ocupa 30%. Segundo Sabatine, o mercado também apresenta uma grande variedade de cervejas especiais, mas não entrega conhecimento ao consumidor. 



Heineken Impulsiona Categorias


  De olho essa "premiunização" do setor, o Grupo Heineken vem adotando estratégias para impulsionar as marcas Heineken, Eisenbahn e Sol que, no período da pandemia, registraram um crescimento de duplo dígito no segmento. Já com as marcas mainstream Amstel, Devassa e Tiger, a companhia também obteve crescimento duplo dígito no período pandêmico. Além dessas categorias, o Grupo Heineken faz presença no segmento craft, de cervejas conhecidas como especiais ou artesanais. "A categoria representa apenas 3% do consumo total de cerveja no Brasil e ainda está em desenvolvimento, mas acreditamos que é possível crescer muito mais", vislumbra o executivo. 



Craft Club


  A fim de levar mais informações sobre o vasto universo das cervejas especiais, a companhia lançará um projeto denominado Craft Club. "Em parceria com grandes e médios varejistas do país, criaremos a customização do espaço de exposição das cervejas. Assim, poderemos comunicar sobre os rótulos, estilos e até quais modelos harmonizam melhor com os tipos de pratos", explica o diretor. A comunicação irá depender do perfil do supermercado, podendo ser desde um totem interativo até uma placa fixa. Diante do caráter embrionário e da alta customização, Sabatine projeta que, no médio a longo prazo, a iniciativa estará operando nos estabelecimentos.  


https://www.gironews.com/informacoes-de-fornecedores/do-mainstream-ao-craft-68019/

segunda-feira, 25 de abril de 2022

Criador da Elemídia funda 'banco' para influenciadores digitais

 

 

 Manu Carvalho e Ricardo Franco Marques, idealizadores do Influencers Bank: mercado de influência movimenta 73 bilhões de reais (Divulgação/Divulgação)

 

Manu Carvalho e Ricardo Franco Marques, idealizadores do Influencers Bank: mercado de influência movimenta 73 bilhões de reais (Divulgação/Divulgação)
 
 
 

Um dos fundadores da Elemídia, empresa precursora da mídia out-of-home no Brasil, em 2003, o publicitário Ricardo Franco Marques está lançando o Influencers Bank, a primeira instituição financeira dedicada a influenciadores digitais no Brasil.

A missão do Influencers Bank é a de tentar organizar a vida financeira de celebridades online, muitas delas sem tempo para olhar os rendimentos em meio a uma postagem ou outra.

O carro-chefe do banco digital promete ser a antecipação de recebíveis, a solução para um problema e tanto no setor.

Um conteúdo publicitário feito por um influenciador — o popular "publi" —, normalmente é pago seguindo os mesmos tratos comerciais dos anunciantes com as agências de publicidade convencionais: em parcelas de 30, 60, 90 ou até 150 dias depois da postagem.

 

"Uma empresa costuma ter estrutura financeira para esperar tanto tempo", diz Marques. "Um influenciador raramente tem."

Além de adiantar recursos, o Influencers Bank tem como chamariz linhas de crédito para aquisição de aparelhos eletrônicos — um celular de ponta é uma ferramenta de trabalho poderosa na mão de um influenciador —, além de um financiamento dedicado aos gastos com impulsionamento de postagens nas redes sociais.

O modelo de negócio do Influencers Bank surgiu após quase uma década de experiência de Marques com a mídia digital.

Em 2014, cinco anos depois da venda de 50% da Elemídia ao fundo americano Tiger Global, Marques fundou a Spark, uma plataforma de gestão da carreira de influenciadores, em sociedade com um grupo de investidores famoso por si só — na lista estão Marcus Buaiz (empresário dono de mais de 150.000 seguidores só no Instagram) e o ex-jogador de futebol Ronaldo Fenômeno.

Em paralelo, Marques investiu ainda em outros negócios de tecnologia para mídias como a GDB Mídia, a operação brasileira da plataforma de vídeos Vevo, além das empresas de marketing de influência Mynd e Humanz Brasil.

"O mercado cresceu e evoluiu muito, mas certas questões se mantiveram sem solução financeira", diz ele.

Para ser o CEO do Influencers Bank, Marques trouxe Martius Haberfeld, até então head de canais digitais de pessoa física no banco Safra.

A empresária Manu Carvalho também embarcou nessa jornada como cofundadora do novo banco. Jornalista, influenciadora e empresária, acumula mais de 12 anos de carreira e conta com uma vasta experiência em marketing de influência.

Uma das pioneiras desse segmento, tem mais de 5 milhões de impactos por mês. “Manu Carvalho traz uma visão macro do que realmente dá match”, diz Marques.

Fundos FIDC já sinalizaram interesse em se juntar ao modelo de negócios do Influencers Bank, como o Kviv Ventures, gerido pelo Raphael Klein, da família fundadora da varejista Via. 

“Eles querem estar plugados ao modelo via API, principalmente para atuar no nicho das transações financeiras entre agências de publicidade e de empresas de diversos setores ligados ao marketing de influência e produção de conteúdo”, diz.

O Influencers Bank contará com duas fases de lançamento. A primeira será o registro oficial da nova instituição financeira no Banco Central por meio da parceria feita com o uma fintech que recentemente recebeu um grande investimento.

De acordo com Marques, o foco inicial do banco serão os créditos de antecipação dos recebíveis antes mesmo do lançamento no dia 12 de Setembro, inicialmente para grandes influenciadores.

“Todos os acionistas e investidores estão entusiasmados com o modelo do Influencers Bank. Isso sem contar na expectativa em relação à segunda fase do projeto, que será ainda mais disruptiva”, comenta o fundador, referindo-se ao avanço para o mundo dos ativos digitais.

Nessa etapa serão lançadas as NFTs Cripto Currencies e Exchange, por meio do Influencers Coin e Creators Coin.

Nas contas de Marques, são mais de 1 milhão de influenciadores no Brasil. Juntos, esse exército movimenta 73 bilhões de reais.

Durante os próximos meses, de acordo com Marques, o banco estará operando o MVP e em breve apresentará a captação via M&A.

 

 https://exame.com/pme/criador-da-elemidia-funda-banco-para-influenciadores-digitais/



Fleury aposta em aquisições para fortalecer negócio. Vale investir? Empresa investe no setor aquecido de M&A enquanto investe no atendimento domiciliar

Fleury aposta em aquisições para fortalecer negócio. Vale investir?

Empresa investe no setor aquecido de M&A enquanto investe no atendimento domiciliar

Jeane Tsuisui, CEO do Fleury: "Estamos fortalecendo nosso posicionamento em medicina diagnóstica e indo além" (Exame/Leandro Fonseca)
Jeane Tsuisui, CEO do Fleury: "Estamos fortalecendo nosso posicionamento em medicina diagnóstica e indo além" (Exame/Leandro Fonseca)
Por Estadão ConteúdoPublicado em 23/04/2022 14:26 | Última atualização em 23/04/2022 14:26Tempo de Leitura: 4 min de leitura

Com aquisições em áreas vizinhas ao seu negócio, o grupo Fleury (FLRY3)conseguiu no ano passado fortalecer sua atividade principal: o de medicina diagnóstica. O crescimento orgânico em exames ganhou musculatura a partir de segmentos, que, a princípio, parecem distantes, como o negócio de oftalmologia e ortopedia, por exemplo. Segundo a presidente do grupo, Jeane Tsuisui, a estratégia tem garantido à empresa a construção de um ecossistema de saúde. A ideia, após as primeiras compras, é seguir consolidando o mercado de diagnósticos, diz a executiva.

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Para colocar os pés nesses novos nichos, a companhia comprou no ano passado a Vita, focada em consultas e cirurgias ortopédicas. Também concluiu as aquisições da Clínica de Olhos Dr. Moacir Cunha e do Centro de Infusões Pacaembu, ingressando em segmentos onde ainda não atuava.

"Estamos fortalecendo nosso posicionamento em medicina diagnóstica e indo além, criando outros serviços para o paciente se manter engajado em sua jornada de saúde", comenta a médica, que 

 

Jeane Tsuisui, CEO do Fleury: "Estamos fortalecendo nosso posicionamento em medicina diagnóstica e indo além" (Exame/Leandro Fonseca)
 
 
 

Com aquisições em áreas vizinhas ao seu negócio, o grupo Fleury (FLRY3)conseguiu no ano passado fortalecer sua atividade principal: o de medicina diagnóstica. O crescimento orgânico em exames ganhou musculatura a partir de segmentos, que, a princípio, parecem distantes, como o negócio de oftalmologia e ortopedia, por exemplo. Segundo a presidente do grupo, Jeane Tsuisui, a estratégia tem garantido à empresa a construção de um ecossistema de saúde. A ideia, após as primeiras compras, é seguir consolidando o mercado de diagnósticos, diz a executiva.

Para colocar os pés nesses novos nichos, a companhia comprou no ano passado a Vita, focada em consultas e cirurgias ortopédicas. Também concluiu as aquisições da Clínica de Olhos Dr. Moacir Cunha e do Centro de Infusões Pacaembu, ingressando em segmentos onde ainda não atuava.

"Estamos fortalecendo nosso posicionamento em medicina diagnóstica e indo além, criando outros serviços para o paciente se manter engajado em sua jornada de saúde", comenta a médica, que completou recentemente um ano à frente da empresa.

 No caso da clínica de ortopedia, o grupo passou a oferecer uma consulta integrada com o diagnóstico, para não haver "tantas idas e vindas", além da própria fisioterapia e da cirurgia, quando necessária. A executiva diz que isso não apenas promove uma melhor experiência como também reduz o desperdício do sistema.

Com essa estratégia, o resultado recente já mostrou que o caminho rende frutos. Com o impulso trazido por esses novos negócios, a empresa registrou no ano passado um crescimento orgânico de 24% da área de diagnóstico.

Setor aquecido

Em um momento em que o setor de saúde fervilha com movimentos de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês), Tsuitsui garante que o grupo manterá a disciplina de capital. "Temos uma equipe de M&A, que foi fortalecida. Estamos olhando negócios com disciplina para ter o retorno adequado", diz.

Recentemente, o Fleury chegou a entrar na disputa pela compra da Alliar, dona do laboratório CDB. Depois disso, anunciou a compra do Laboratório Marcelo Magalhães, de Pernambuco, por R$ 384,5 milhões, segunda maior aquisição da história do grupo. Fora isso mostrou que mantém apetite em crescer no seu negócio chave, o de medicina diagnóstica. Dessa forma, outras aquisições no setor-chave do Fleury seguem em estudo.

A executiva afirma que, apesar de todo o setor estar atento para aquisições na área hospitalar, essa não é a estratégia do grupo. Os hospitais, segundo ela, são considerados parceiros para a empresa. "Cerca de 90% da jornada de cuidado do cliente é ambulatorial. E ainda temos uma jornada de crescimento nesse segmento", diz.

Além das aquisições, outro modelo que tem ajudado a sustentar o crescimento do Grupo Fleury é o de atendimento domiciliar - que ajudou a expandir a penetração do grupo nas regiões e ampliar a participação de mercado, sem a necessidade de abrir novos laboratórios. Segundo a presidente, o cálculo é de que seriam necessárias 26 unidades de atendimento para suportar esse crescimento.

Tsuitsui destaca que o atendimento móvel não faz na casa do paciente apenas a coleta para exames de sangue, por exemplo, mas também já permite a realização de exames mais complexos, como polissonografia e ultrassonografias.

Vale investir?

No mercado, no entanto, os investidores olham com cautela para a estratégia da empresa. No ano, a ação acumula queda de cerca de 7%.

"À medida que o Fleury se afasta gradualmente de seu negócio principal, altamente lucrativo, ainda não está claro se conseguirá manter sua lucratividade historicamente forte", apontam os analistas Samuel Alves, Yan Cesquim e Pedro Lima, do BTG Pactual.

"A empresa está apresentando bons sinais de crescimento. As aquisições, os serviços internos e a diversificação fornecem os componentes necessários. No entanto, ainda é possível que o retorno progressivo dos pacientes possa explicar parcialmente a demanda após a pandemia", afirma em relatório o analista Maurício Cepeda, do Credit Suisse.