terça-feira, 26 de abril de 2022

Startups de chips que usam luz no lugar de fios atraem investidores


Startups de chips que usam luz no lugar de fios atraem investidores

Startups de chips que usam luz no lugar de fios atraem investidores


Por Jane Lanhee Lee

 

 (Reuters) – Computadores que usam luz em vez de corrente elétrica para processamento estão ganhando força e startups que solucionaram o desafio de engenharia de usar fótons em chips estão recebendo grandes investimentos.

A Ayar Labs, startup que desenvolve essa tecnologia chamada fotônica de silício, disse nesta terça-feira que levantou 130 milhões de dólares de investidores, incluindo a gigante de chips Nvidia.

Embora o chip de silício com base em transitores tenha crescido exponencialmente o poder de computação nas últimas décadas, os transistores atingiram a largura de vários átomos e reduzi-los ainda mais é um desafio. Não só é difícil fazer algo tão minúsculo, mas à medida que ficam menores, os sinais podem vazar entre eles.

Assim, a lei de Moore, que dizia que a cada dois anos a densidade dos transistores em um chip dobraria e reduziria os custos, está desacelerando, levando a indústria a buscar novas soluções para lidar com as necessidades cada vez mais complexas de computação de inteligência artificial.

De acordo com a empresa de dados PitchBook, no ano passado as startups de fotônica de silício captaram mais de 750 milhões de dólares, dobrando o montante em relação a 2020. Em 2016, foram cerca de 18 milhões de dólares

“A inteligência artificial está crescendo muito e assumindo grande parte do data center”, disse o presidente-executivo da Ayar Labs, Charles Wuischpard, à Reuters. “O desafio da movimentação de dados e o consumo de energia nessa movimentação de dados é uma grande, grande questão”.

O desafio é que muitos grandes algoritmos de ‘machine learning’ (aprendizado de máquina) podem usar centenas ou milhares de chips para processamento e há um gargalo na velocidade de transmissão de dados entre chips ou servidores usando os métodos elétricos atuais.

A luz tem sido usada por décadas para transmitir dados através de cabos de fibra ótica, incluindo cabos submarinos, mas trazê-lo para o nível do chip foi difícil, pois os dispositivos usados ​​para criar luz ou controlá-la não são fáceis de encolher.

Além de conectar chips de transistor, startups que usam fotônica de silício para construir computadores quânticos, supercomputadores e chips para veículos autônomos também estão levantando grandes cifras.

A PsiQuantum, por exemplo, arrecadou cerca de 665 milhões de dólares até agora, embora a promessa de computadores quânticos mudando o mundo ainda esteja a anos de distância.

E não são apenas as startups que impulsionam essa tecnologia. Os fabricantes de semicondutores também estão se preparando para usar a tecnologia de fabricação de chips de silício para fotônica.

O chefe de computação e infraestrutura com fio da GlobalFoundries, Amir Faintuch, disse que a colaboração com PsiQuantum, Ayar e a Lightmatter, que monta processadores usando a luz para acelerar o trabalho da inteligência artificial no data center, ajudou a montar uma plataforma de fabricação de fotônica de silício para outros usarem, lançada em março.

(Por Jane Lanhee Lee)

 

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