quinta-feira, 4 de abril de 2024

Intenção de investimento sobe de 43% para 57% das empresas da indústria paulista, diz Fiesp

 

Federação das Indústrias do Estado de São Paulo

Pesquisa feita pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) revela uma melhora na intenção da indústria paulista em realizar investimentos. Conforme o levantamento, 57% das empresas industriais pretendem realizar investimentos em 2024, mais do que os 43% que planejavam investir um ano atrás.

Quanto maior o porte, maior a proporção de empresas que pretendem investir: 78% das grandes empresas da indústria do Estado pretendem investir neste ano, enquanto nas médias e pequenas os porcentuais são, respectivamente, de 60% e 43%.

Segundo mostra o levantamento, a intenção, na média, é direcionar a investimentos 5,1% do faturamento, o que, se confirmado, significará um retorno da indústria ao padrão de investimento observado nos últimos dez anos. Na grande indústria, o plano é investir 8,7% do faturamento.

Foram consultadas, entre os dias 31 de janeiro e 8 de março, 403 empresas (pequenas, médias e grandes) da indústria de transformação do Estado. O investimento em máquinas, equipamentos e instalações é o principal destino dos investimentos planejados – 3,5% do faturamento -, sendo o maior responsável pela melhora na disposição da indústria em investir.

O dado vem na esteira de estímulos do governo federal à atualização do parque produtivo, como a depreciação acelerada dos investimentos em bens de capital, o programa federal de incentivos a montadoras e os financiamentos de R$ 300 bilhões previstos na nova política industrial.

Um terço (34,4%) das empresas que pretendem investir neste ano tem como principal objetivo aumentar a produtividade, o que leva a um diagnóstico de que é preciso trocar máquinas e equipamentos obsoletos. A cada cinco empresas, praticamente uma (19,4%) tem plano de expandir a capacidade de produção.

A avaliação da Fiesp é de que existe um ambiente mais favorável ao investimento, com melhora nos índices de confiança do empresário industrial. Contudo, a carga tributária elevada ainda é apontada pelas empresas como o principal obstáculo aos investimentos.

Para as pequenas empresas, a dificuldade de acesso a linhas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é considerado tão limitante quanto a carga tributária para a realização de investimentos.

Governo aguarda informações da Petrobras para definir dividendos, diz Haddad

 


 

 

 Fernando Haddad – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Fernando Haddad, ministro da Fazenda (Crédito:Pedro Ladeira/Folhapress)

 

O governo espera informações da Petrobras para definir qual posição defenderá no Conselho de Administração da estatal sobre a distribuição de dividendos extraordinários, disse nesta quarta-feira (3) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele reuniu-se no fim desta tarde com os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para discutir a questão.

No mês passado, a Petrobras decidiu não distribuir os dividendos extraordinários de R$ 43,9 bilhões aos acionistas. O dinheiro ficou parado numa conta de reserva que pode ser usada para cobrir futuros investimentos.

Os dividendos são a parcela do lucro que uma empresa passa aos acionistas. Em março, a companhia distribuiu apenas o mínimo de R$ 14,2 bilhões previstos na Lei das Sociedades Anônimas, após divulgar que obteve lucro de R$ 124,6 bilhões em 2023.

Segundo Haddad, o governo aguarda uma avaliação da companhia para saber se a Petrobras pode bancar o plano de investimentos dos próximos anos com os recursos disponíveis em caixa ou se precisará usar parte ou totalmente os dividendos retidos na conta remunerada. O ministro disse que a diretoria da Petrobras “testará” as informações disponíveis.

“Essa reunião foi um desdobramento das outras três reuniões que nós já tivemos”, disse Haddad. “A decisão sobre o dividendo é um desdobramento da execução do plano de investimento. Toda a questão que está para ser debatida pela diretoria e, depois, pelo conselho é se vai ou não faltar recurso para execução do plano de investimentos.”

Na reunião, informou o ministro, o governo definiu um cronograma para que as informações da Petrobras cheguem o quanto antes para que o governo possa tomar uma posição embasada no Conselho de Administração da estatal. Haddad não detalhou o cronograma.

Nordeste

Esse foi o terceiro compromisso de Haddad no Palácio do Planalto, em Brasília,  nesta quarta-feira. Mais cedo, ele se reuniu com o vice-presidente Geraldo Alckmin para discutir ajuda a micro e pequenas empresas exportadoras e participou do encontro com governadores do Nordeste, que pediram auxílio para quitarem dívidas com bancos públicos.

Em relação ao Nordeste, Haddad disse que o Ministério da Fazenda analisará internamente o pedido sobre as dívidas estaduais e vai levar o tema para conhecimento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não participou do encontro no Planalto. O ministro destacou que a dívida dos estados nordestinos é “muito pequena” em relação aos débitos dos estados do Sul e do Sudeste.

“Os governadores apresentaram um pleito natural, alguns até antigos, que foram recolocados à luz dessa abertura do presidente Lula de discutir o pacto federativo”, relatou Haddad. “Coloquei os constrangimentos por parte da União, o esforço que nós estamos fazendo aqui pelas contas nacionais. Já há uma compreensão muito grande por parte dos governadores de que não adianta você descobrir um para cobrir o outro. Criar um problema para a União ou criar um problema para os Estados é tudo que nós não precisamos”, acrescentou.

Ele acrescentou que parte dos Estados tem uma dívida com bancos públicos, e que as instituições financeiras precisarão ser consultadas. “Há um pedido de alongamento em alguns casos, mas tem que conversar com os bancos, que têm governança interna.”

Pequenos municípios

Em relação à desoneração da folha de pagamento de pequenos municípios, Haddad disse que o debate só deve ser retomado na próxima semana. “Essa semana está um pouco morna ainda, mas, na semana que vem, voltamos à mesa”, afirmou.

Nesta terça-feira, o ministro da Fazenda pediu um pacto entre os Poderes. Ele fez a declaração após o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, não prorrogar o trecho da medida provisória editada em dezembro do ano passado que reduz de 20% para 8% a contribuição de pequenas prefeituras para a Previdência Social.

A decisão de Pacheco deverá ter impacto de R$ 10 bilhões sobre as contas federais e dificultar o cumprimento da meta de zerar o déficit primário neste ano. O governo tinha enviado um projeto à Câmara dos Deputados para limitar a ajuda aos pequenos municípios, mas o texto nem começou a tramitar com a proximidade do prazo para os parlamentares mudarem de partido antes das eleições municipais de outubro.

quarta-feira, 3 de abril de 2024

Mercado Pago recupera quatro vezes mais crédito no 1º tri graças a estímulo do Desenrola

O Mercado Pago, banco digital do Mercado Livre, teve um índice de recuperação de créditos quatro vezes maior no primeiro trimestre deste ano que no mesmo período do ano passado. Embora não detalhe os índices, a fintech afirma que as renegociações do Desenrola, programa criado pelo governo federal, impulsionaram a recuperação de empréstimos inadimplentes.

A empresa participa do programa desde a primeira fase, que envolveu apenas dívidas bancárias e clientes com renda mensal acima de dois salários mínimos. Segundo a administradora do programa, o Mercado Pago foi a instituição que teve o melhor desempenho na recuperação econômica dos funcionários.

“Participamos dessa agenda desde o início por acreditarmos no potencial do programa de restabelecer a capacidade econômica de milhares de brasileiros”, diz em nota a diretora de Políticas Públicas do Mercado Pago, Fernanda Laranja. Ela afirma ainda que na segunda fase, a chamada faixa 1, o banco digital oferece descontos de até 95% nas dívidas, com pagamento em até 60 parcelas e juros a partir de 1,99% ao mês.

O Mercado Pago não revela quantos clientes já renegociaram dívidas através do Desenrola. Na semana passada, o programa havia atingido 14 milhões de pessoas, com a negociação de cerca de R$ 50 bilhões em dívidas. O programa teve a vigência estendida até o dia 31 de maio, após uma nova extensão de prazo.

O Desenrola acabaria no dia 31 de março, mas o governo federal decidiu estender a vigência para ampliar o público atendido. Após a permissão de acesso à plataforma através de aplicativos de banco e dos birôs de crédito, o que deu novo fôlego à procura por renegociações e fez o governo ampliar o período de vigência. O Mercado Pago afirma, na nota, ver a extensão do programa de forma positiva.

Alexandre Caporal assume como novo diretor financeiro da Eletronuclear

 Alexandre Caporal - Elera Renováveis | LinkedIn


A Eletronuclear informou que Alexandre Caporal, com passagens pela Enel, Abengoa, Eneva, Neoenergia e Elera, assumiu o cargo de diretor financeiro da estatal. Entre os desafios do novo executivo estão a extensão da vida útil de Angra 1 e a conclusão das obras de Angra 3.

“Vejo minha chegada como uma grande oportunidade para contribuir na resolução do atual momento da empresa, que vive um estresse de caixa, e dar continuidade aos projetos prioritários e estruturais da companhia e do País”, afirmou o diretor em nota.

Caporal é graduado em administração pela Universidade Federal Fluminense (UFF), mestre em administração de empresas com ênfase em finanças pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (IAG/PUC-RJ), além de possuir MBA In Company pelo Instituto Universitario de Posgrado (IUP) de Madri, na Espanha. O executivo tem mais de duas décadas de experiência no setor, informou a Eletronuclear.

Brasil teve recorde de empresas exportadoras em 2023, mostra levantamento do MDIC

 logo mdic.jpg — Ministério do Desenvolvimento, Indústria ...


Brasília, 3 – O Brasil registrou recorde de empresas exportadoras no ano passado, valor que cresceu 2% em relação a 2022. O levantamento foi divulgado nesta quarta-feira, 3, pela Secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), que apontou 28.524 firmas vendendo para o exterior em 2023. Segundo a pasta, as regiões Norte e Centro-Oeste foram as que tiveram o maior aumento porcentual de novas empresas exportadoras.

No Norte, o crescimento foi de 8,8%. Na sequência, está o Centro-Oeste, com 8%, Sul, com 2,6%, e Sudeste, com 1,4%. Já no Nordeste o número de firmas exportadoras caiu 1,6%, dado puxado pelo recuo na quantidade de micro e grandes empresas participando do comércio exterior, com quedas de 3,9% e de 2,4%, respectivamente.

Por outro lado, disse o MDIC, a região registrou o maior crescimento porcentual em relação às companhias exportadoras de pequeno porte, com avanço de 7,5%.

“Já entre as empresas de grande porte, a maior alta porcentual se deu no Centro-Oeste (11%); enquanto as microempresas tiveram destaque no Norte – crescimento de 10%”, apontou o MDIC.

O ministério ainda considerou que, embora o novo estudo tenha apontado para crescimento dos índices, os números absolutos mostram que ainda é grande a concentração de firmas exportadoras nas regiões Sudeste e Sul, sendo 83,6% no caso das microempresas, 88,3% nas pequenas e 87,7% nas médias e grandes.

Nesta quarta, o vice-presidente da República e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniram, e um dos temas do encontro foi justamente a pauta exportadora.

De acordo com Haddad, eles discutiram um programa para incentivar o número de pequenos exportadores no Brasil. “Vamos verificar perfil de quem exporta e como podemos expandir rede de apoio”, disse o ministro mais cedo.

Em nota sobre o novo estudo da Secex, Alckmin afirmou que os dados reforçam a necessidade de programas voltados para diversificar o perfil das firmas que vendem ao exterior. “É nesse sentido que lançamos no ano passado a Política Nacional da Cultura Exportadora (PNCE). A ideia é justamente elevar a participação das MPEs no mercado internacional, com mais cidades de todas as regiões exportando”, afirmou.

Brasil volta a produzir insulina glargina com fábrica da Biomm

 


Unidade de Nova Lima é capaz de atender até 80% da demanda nacional e deixa o país próximo da autossuficiência

 

 

Estudos mostraram que um quarto dos diabéticos americanos precisa racionar a insulina de que precisam porque não conseguem pagar pelo suficiente, segundo a ativista Mindy Salango - AFP/Arquivos

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a Biomm, farmacêutica brasileira pioneira na produção de biomedicamentos, a produzir insulina Glargina em sua fábrica em Nova Lima (MG). O Glargilin, nome dado pela empresa ao produto, já estava registrado no Brasil, mas com fabricação exclusiva na China. Com a aprovação de um conjunto de alterações pós-registro, nesta terça-feira, dia 2, a Biomm poderá fazer a formulação e o envase do produto terminado no Brasil.

A insulina Glargina é uma variedade do produto que tem entre as principais características a duração maior que a humana. Produzida usando a técnica de DNA recombinante, pode ser aplicada sem horário determinado, apenas uma vez por dia.

O início da produção na fábrica da Biomm marca a retomada da produção de insulinas no Brasil, depois de anos, e deixa o país próximo da autossuficiência. Segundo a empresa, quando estiver operando a plena capacidade, a unidade produzirá 40 milhões de frascos e seringas do biomedicamento por ano, o suficiente para dar conta de 80% da demanda nacional. Neste ano, a empresa calcula que já será capaz de produzir 10 milhões.

A retomada da produção faz parte de um conjunto de iniciativas do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS), que tem o objetivo de retomar a produção de insumos estratégicos para o setor farmacêutico, garantindo a independência nacional no tratamento de uma das doenças que mais cresce no mundo.

Só no Brasil, há cerca de 16 milhões de adultos diabéticos, de acordo com o Atlas do Diabetes. E, até 2045, a perspectiva é de que o número irá aumentar para 23 milhões, acompanhando a tendência global de alta. Mas, mesmo com a demanda crescente, ainda são poucos os fabricantes de insulina no mundo.

O investimento total para a produção de insulina na fábrica de Nova Lima é de R$ 800 milhões. Para dar início à operação, a Biomm aumentou o capital em R$ 271 milhões, recentemente. Parte do dinheiro veio de uma captação estruturada e ancorada pelo Banco Master, de R$ 150 milhões. O restante veio dos fundadores – Walfrido Mares Guia, Marcos Mares Guia, André Emrich e Italo Betane, donos de 24% do capital – e de outros investidores que já faziam parte da sociedade.

Lucas Kallas, controlador da Cedro Participações, por exemplo, investiu mais cerca de R$ 80 milhões para manter em 8% a participação que já tinha na empresa. A empresa tem ainda como sócios relevantes a gestora de private equity TMG, dona de 8% do negócio, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), com 6%, e a XP, com 3%.

“Acreditamos na empresa, no setor, na medicina de ponta e no nosso modelo de geração de valor para sociedade. Esse novo passo abre caminho para a ampliação do acesso da população a tratamentos mais eficazes e acessíveis”, afirmou o empresário.

“A empresa terá uma posição estratégica no mercado farmacêutico brasileiro, se tornando um laboratório ícone, em nível mundial, para itens de alta complexidade”, afirma Daniel Vorcaro, controlador do Banco Master.

 

 https://istoedinheiro.com.br/brasil-volta-a-produzir-insulina-glargina-com-fabrica-da-biomm/

Cade adia novamente julgamento do caso ‘PAC Favelas’ e previsão é votar no dia 17

 

Logo-CADE-julho-2017 - TeleSíntese

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) adiou novamente a retomada do julgamento do caso conhecido como “PAC Favelas”. O processo estava na pauta da sessão desta quarta-feira, 3, mas o presidente do órgão, Alexandre Cordeiro, anunciou o adiamento por uma sessão. Com isso, ele afirmou que a ação voltará à análise no próximo dia 17.

O processo era relatado por Sérgio Ravagnani, que apresentou seu voto em agosto do ano passado, quando ainda compunha o tribunal do Cade. Seu mandato se encerrou em outubro, sem que o julgamento fosse finalizado, em razão do pedido de vista de Cordeiro.

O então conselheiro relator votou para condenar a Coesa (ex-OAS) pela prática de condutas anticompetitivas em obras públicas de serviços de engenharia e construção para urbanização do Complexo do Alemão, do Complexo de Manguinhos e da Comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro.

Ravagnani seguiu a recomendação da Superintendência-Geral (SG) do Cade, que já havia sugerido a condenação da construtora. Na pena, o relator propôs uma multa de R$ 207,3 milhões a Coesa.

“No presente caso, restou provada a constituição de cartel no mercado de obras públicas de serviços de engenharia e construção para urbanização do Complexo do Alemão, do Complexo de Manguinhos e da Comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro (PAC Favelas)”, apontou nota técnica da SG. “Dessa forma, sugere-se a condenação da Representada Construtora.”