quinta-feira, 16 de maio de 2024

Corteva inaugura sua maior estação de pesquisa integrada do mundo no Brasil

 Careers | Corteva


A empresa de sementes e agroquímicos Corteva, dos Estados Unidos, inaugurou, na quarta-feira, 15, de um novo laboratório multidisciplinar em Mogi Mirim (SP). Com o investimento de R$ 23 milhões, a empresa consolida a unidade como o maior Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Integrado de Campo para Proteção de Cultivos e Biotecnologia da empresa no mundo, disse em entrevista o líder de pesquisa e desenvolvimento para proteção de cultivos e proteínas para a América Latina, Rodrigo Neves.

As instalações são preparadas para a condução de pesquisas nas áreas de biotecnologia (sementes), proteção de cultivos e biológicos.

“A gente fala em integração porque a hora em que saímos do laboratório estamos pisando no barro”, justificou Neves. A estação tem 74 hectares de área agricultável, o que permite que a companhia aplique em campo o que está sendo feito de pesquisa. A unidade pode atender até 46 culturas, com foco em cultivos primários para o Brasil, como soja, café e cana-de-açúcar. “Se tivermos que fazer alguma coisa específica, como para o tomate na região de Goiás, por exemplo, nós também conseguimos plantar tomate aqui em Mogi Mirim e tratar das dores do tomateiro brasileiro”, exemplificou.

O laboratório poderá, ainda, realizar experimentos para outras regiões em que a Corteva está no mundo além da América Latina, como Ásia, Europa e Estados Unidos.

Segundo Neves, o novo laboratório aumenta em até quatro vezes a capacidade operacional laboratorial de Mogi Morim. “Traduzindo em miúdos, significa que estamos conseguindo entender mais rapidamente as novas potenciais moléculas que estamos recebendo aqui de uma maneira integrada, que não só o biológico, a proteína ou o agroquímico, mas tudo isso em conjunto.”

Conforme o executivo, a unidade também é a principal porta de entrada para qualquer agroquímico que será desenvolvido no País pela Corteva.

O Brasil é o segundo maior mercado da companhia, atrás apenas dos Estados Unidos. No País, tem 28 unidades e investiu US$ 150 milhões em expansão e modernização das suas unidades de produção e pesquisa brasileiras nos últimos cinco anos.

Além de Mogi Mirim, alguns dos principais aportes foram para a unidade de produção de biológicos de Cosmópolis (SP) e R$ 250 milhões para a planta de formulação em proteção de cultivos de Franco Rocha (SP).

A nova unidade já está em operação e com um pedaço da estrutura de fitopatologia em atividade, mas ainda dependente de autorizações do governo para o registro de novas moléculas. A expectativa de Neves é de que essa autorização aconteça “nos próximos meses”.

quarta-feira, 15 de maio de 2024

Rede MrBeast Burger, do maior youtuber do mundo, desembarca no Brasil só para delivery

 


MrBeast Burger, rede de youtuber americano, chega ao Brasil disponível para delivery em São Paulo e Curitiba

MrBeast Burger, rede de youtuber americano, chega ao Brasil disponível para delivery em São Paulo e Curitiba (Crédito: Divulgação)

A rede de hamburguerias MrBeast Burger, do famoso youtuber, foi lançada no Brasil nesta quarta-feira, 15, sob o comando da startup colombiana Foodology, que opera marcas de restaurante apenas para o delivery.

Com 258 milhões de inscritos no seu canal do Youtube, Jimmy Donaldson, conhecido como MrBeast, é o maior criador de conteúdo da plataforma de vídeos e o youtuber bem-sucedido do mundo, de acordo com a lista Forbes Top Creators 2023.

Ele criou a rede de hambúrgueres em 2020 na Carolina do Norte, nos Estados Unidos, junto com amigos. Hoje, a rede está presente também em países da Europa, Oriente Médio, Sudeste Asiático e na América Latina.

A MrBeast Burger funciona apenas por delivery, seja em site próprio ou por plataformas de entrega, e opera por meio de cozinhas já existentes. Esse modo de operação “permite que os donos de restaurantes adicionem uma nova fonte de receita sem impactar a operação”, diz a rede. Na prática, restaurantes, lanchonetes ou empresas de delivery podem fazer parcerias para produzir os hambúrgueres da marca.

No Brasil, os hambúrgueres serão vendidos por meio de aplicativos como iFood e Rappi e produzidos nas cozinhas operadas pela Foodology. Neste primeiro dia de operação, o hambúrguer mais barato no aplicativo custava R$ 24,90.

A empresa trabalha com o modelo de cloud kitchen. Também conhecido como dark kitchen, cozinha comercial ou cozinha fantasma, ele funciona da seguinte maneira: cozinhas comensais são usadas para preparar alimentos para diferentes restaurantes que operam apenas por entrega, sem espaço físico para receber os clientes.

Segundo a Foodology, a expectativa é vender mais de 60 mil hambúrgueres em seu primeiro mês. Os lanches serão preparados nas 14 cozinhas presentes no país, sendo 13 em São Paulo e uma em Curitiba. A startup já havia lançado a marca americana no Peru em agosto do ano passado.

Página do MrBeast Burger Brasil no Instagram
Página do MrBeast Burger Brasil no Instagram (Crédito:Reptodução)

Lula cria Secretaria para apoio à reconstrução do RS sob coordenação de Pimenta

 

Este é Paulo Pimenta - 14/05/2023 - Paulo Pimenta ...

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta quarta-feira, 14, uma Medida Provisória (MP) que cria a Secretaria para apoio à reconstrução do Rio Grande do Sul diante das enchentes que acometem o Estado, que terá como coordenador o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta. Tal Secretaria terá status de ministério.

Com a nova função, Pimenta terá que se afastar da chefia da Secom. Conforme mostrou o Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o jornalista Laércio Portela deve ser o ministro interino da pasta.

A previsão inicial é que Pimenta fique no cargo de quatro a seis meses, mas o período pode se estender. Enquanto isso, porém, Pimenta ficará na ponte aérea entre Brasília e Porto Alegre e deve manter a estrutura de seu gabinete no Palácio do Planalto.

O anúncio foi feito nesta quarta-feira, durante evento do governo federal de anúncio de medidas de assistência da gestão relacionadas ao Rio Grande do Sul. O evento ocorre em São Leopoldo, onde Lula cumpre agenda nesta quarta. No evento, Lula assinou a MP do “Vale Reconstrução” de R$ 5.100.

Ao assinar o termo de posse como secretário da reconstrução do Estado, Pimenta afirmou que o governo tem trabalhado “em sintonia” com o governo do Rio Grande do Sul. Segundo ele, Lula o pediu para colaborar com o governo estadual e prefeituras.

Na cerimônia, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que Pimenta ficará no Estado para ajudar a coordenar os trabalhos. “Não será executor das obras, porque cada ministério fará a sua obra, mas ele terá a função nobre de articular com a sociedade, empresários e prefeitos para fazer as coisas acontecerem aqui”, disse. O ministro da Casa Civil classificou Pimenta como um “homem apaixonado por seu Estado”.

Pimenta é gaúcho e tem sua trajetória política no Rio Grande do Sul. Seu nome é tido como potencial candidato aos cargos majoritários no Estado em 2026. É o ministro do Planalto que mais acompanha as ações em solo gaúcho.

Diante do destaque que o ministro tem tido em relação às ações do governo federal no Estado, o governo do Rio Grande do Sul, sob a gestão de Eduardo Leite (PSDB), recebeu com preocupação seu nome. Na avaliação da gestão estadual, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria apostando na figura política de Pimenta para capitalizar o nome do ministro a algum cargo majoritário no Estado em 2026.

A indicação do ministro da Secom pelo governo federal escancara a divergência entre as gestões Lula e Leite, que está presente desde o início do terceiro mandato do petista.

Apesar de estar sendo exigido um trabalho conjunto entre ambos diante da tragédia no Rio Grande do Sul, a avaliação do entorno dos dois é que isso não deve representar uma aproximação entre os políticos. Com a indicação de Pimenta, então, tal alinhamento se tornou ainda mais improvável.

Quem é a empresa francesa que quer investir US$ 3 bilhões em hidrogênio verde no Ceará

 


Complexo do Pecém tem seis pré-contratos assinados para produção do vetor energético 

 

Escrito por Redação 

foto de planta de energia solar da empresa Voltalia do Brasil
Legenda: Líder do setor energético, Voltalia do Brasil aposta na produção de hidrogênio verde no Complexo do Pecém
Foto: Divulgação 
 

O Ceará teve o sexto pré-contrato para a produção de hidrogênio verde assinado na última terça-feira (9). O acordo firmado prevê a instalação de um empreendimento da empresa francesa Voltalia no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP). 

O investimento previsto é de US$ 3 bilhões de dólares - aproximadamente R$ 15 bilhões. Na fase de implantação do empreendimento, devem ser gerados 5 mil empregos. Com a assinatura do pré-contrato, a Voltalia garantiu área no Setor 2 Zona de Processamento de Exportação (ZPE) Ceará.

A Voltalia do Brasil, subsidiária do grupo francês, está presente no País desde 2006, dedicada à produção de energia por fontes renováveis. São mais de 1500 MW em operação em parques eólicos e solares, instalados principalmente na região Nordeste.

Em 2023, a empresa aumentou sua operação em 795 MW, sendo que mais da metade do volume adicional está em geração no Brasil. Um dos projetos que entrou em operação no ano passado é a usina solar SSM3-6, no Rio Grande do Norte, com 260 MW de capacidade.

Também há um complexo eólico instalado no interior da Bahia, nas cidades de Canudos, Jeremoabo e Euclides da Cunha. Recentemente, a Voltalia começou a atuar no mercado de operação e manutenção de parques energéticos sustentáveis.  

Fundada em Paris em 2006, a Voltalia está presente em 20 países, espalhados em três continentes, com mais de 1.850 funcionários. A companhia atua focada na geração de energia a partir das fontes eólica, solar, hídrica e de biomassa. A empresa teve crescimento do resultado líquido em 29,6 milhões de euros no ano passado. 

HIDROGÊNIO VERDE 

Acompanhando os concorrentes, a Voltalia aposta na produção de hidrogênio verde para diversificar o portfólio energético. Além do pré-contrato com o Pecém, a companhia planejar instalada uma planta para produzir o hidrogênio de baixo carbono no porto de Suape, em Pernambuco. 

O diretor da empresa para a América Latina, Robert Klein, destacou a importância do equipamento portuário cearense neste momento de transformação da produção energética. “Acreditamos firmemente que o Porto de Pecém pode ser um vetor para o sucesso deste novo mercado, podendo proporcionar uma infraestrutura e logística favoráveis para o desenvolvimento dessa indústria promissora”, afirmou. 

O Complexo do Pecém é um dos principais polos avaliados para a instalação de plantas de hidrogênio verde no Brasil.

Além da Voltalia, cinco empresas assinaram pré-contratos para produção e exportação do vetor no equipamento: AES, Casa dos Ventos, Cactus Energia, Fortescue e outra empresa que não teve o nome divulgado.

O primeiro pré-contrato foi assinado com a Fortescue, líder da indústria de minério de ferro, com investimento de R$ 9,7 bilhões. Já a Casa dos Ventos formalizou proposta de construir uma planta de 60 hectares, com capacidade de evitar a emissão de até 430 mil toneladas de CO2 por mês. 

No caso da Cactus, o projeto deve ter investimento na ordem de R$ 10 bilhões, com capacidade para fabricar 190 quilotons de hidrogênio renovável. A AES também prevê investimento no mesmo valor, a fim instalar planta de 80 hectares. 

Há ainda 36 Memorandos de Entendimento (MoU) assinados com empresas que buscam produzir e também exportar hidrogênio verde no Complexo do Pecém.

Segundo o presidente da ZPE, Hélio Winston Leitão, a implementação dos projetos depende agora da obtenção de licenças. A produção e distribuição do vetor energético no Brasil está passando pelo processo de regulamentação, que deve ocorrer pelo Programa Nacional de Hidrogênio (PNH2), desenvolvido pelo Governo Federal.


https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/negocios/quem-e-a-empresa-francesa-que-quer-investir-us-3-bilhoes-em-hidrogenio-verde-no-ceara-1.3499037

CCJ da Câmara convida Paulo Pimenta para explicar inquérito de fake news sobre enchentes no RS

 Deputado Federal Paulo Pimenta - Portal da Câmara dos Deputados

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira, 14, um convite para que o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta (PT) explique o pedido de abertura do inquérito pela Polícia Federal (PF) sobre disseminação de informações falsas sobre as enchentes no Rio Grande do Sul.

Inicialmente, o pedido era para uma convocação, mas foi transformado em um convite. A data sugerida para a presença de Pimenta no colegiado é 28 de maio, mas o ministro pode se recusar a comparecer à audiência, caso queira.

O requerimento foi protocolado pelo deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP) sob alegação de que a investigação proposta por Pimenta e acatada pelo ministro de Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, tem como alvo apenas opositores do atual governo.

Na lista de pessoas a serem investigadas estão aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como o deputado Eduardo Bolsonaro (PL), um dos filhos dele, e o coach e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB).

No documento, o parlamentar justifica que o objetivo é que Pimenta “preste esclarecimentos acerca da abertura de um inquérito para perseguir opositores que denunciaram falhas e abusos do governo federal na tragédia causada pelas chuvas no Rio Grande do Sul, entre outros”.

Também estavam em votação requerimentos para a convocação de Lewandowski, mas foram retirados da pauta. A partir de um acordo com a base aliada do governo, o ministro da Justiça vai se encontrar com os deputados nesta quarta-feira, 15, para explicar a investigação.

Casa dos Ventos quer investir R$ 55 bilhões em data center no Pecém e atrair big techs

 


Companhia cearense planeja construção de equipamento para trazer empresas como Apple, Amazon, Google, Meta e Microsoft

Escrito por Paloma Vargas e Luciano Rodrigues 

Mário Araripe
Legenda: Mário Araripe, presidente da Casa dos Ventos
Foto: Ismael Soares

 

A Casa dos Ventos, empresa cearense do ramo de energias renováveis, deve investir na construção de um data center na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp). O investimento total no equipamento deve ser de R$ 55 bilhões

A afirmação foi feita nesta quinta-feira (9) por Mário Araripe, sócio-fundador da Casa dos Ventos, durante a entrega da Medalha do Mérito Industrial, do qual o empresário é um dos agraciados com a comenda. O evento é realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) em celebração ao Dia da Indústria.

Em entrevista exclusiva ao Diário do Nordeste, Mário Araripe explica que o projeto do data center será no Pecém justamente por causa da ZPE. O empresário vislumbra a atração de uma das grandes multinacionais do setor de big techs, tais como Apple, Amazon, Google, Meta e Microsoft, para processarem os dados das empresas no equipamento a ser construído no Cipp.

O data center vai ser no Pecém porque tem uma ZPE. Minha ideia é viabilizar a vinda da Microsoft, ou do Google, ou da Amazon. A gente faz o armazém grande, que vai ser de 12 campos de futebol. Aí elas vêm e enchem de computador. O investimento maior é do Google, ou da Amazon, ou do Facebook, ou da Apple. Mas o que a gente faz é a base. Quero fazer isso porque quero gerar demanda por energia. O Ceará tem muita capacidade de gerar energia, somos o maior desenvolvedor do mundo. A gente tem 35 GW de capacidade de geração. 

Mário Araripe
Sócio-fundador da Casa dos Ventos

Ainda de acordo com o empresário cearense, a aposta pelo data center no Pecém está na esteira da descarbonização, e o Ceará reúne condições geográficas e climáticas próximas da perfeição para atrair investimentos vultuosos no setor.

"As big techs controlarão a inteligência artificial, e decidiram que não vão mais consumir combustíveis fósseis, só energia renovável. Elas virão para cá, vão procurar a nossa energia do vento e do Sol. Talvez a gente consiga implementar aqui os maiores data centers do mundo, e tem a vantagem do entroncamento, da distância", vislumbra.

Hidrogênio verde para atrair novas empresas

O Ceará, mais especificamente o Hub Tecnológico de Fortaleza, na Praia do Futuro, se consolidou como um dos pontos mais conectados do mundo por cabos submarinos. No local, já existem diversos data centers, por onde passa mais de 90% de todos os dados processados no Brasil e na América do Sul, conforme dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

A relação com a construção de um data center na ZPE do Pecém é pelas plantas a serem instaladas de hidrogênio verde (H2V) no local. Há pelo menos seis pré-contratos assinados para produzir o elemento no local, dentre elas uma da própria Casa dos Ventos.

 Data Center Ceará

Legenda: Ceará já conta com diversos data centers, instalados geralmente nas proximidades da Praia do Futuro, em Fortaleza, maior ponto de conectividade por cabos submarinos das Américas
Foto: Tatiane Fortes/Governo do Ceará

"É como se fosse o celular e o orelhão. Quem apostou no orelhão, acho que não se deu muito bem. Não existe muita dúvida quanto a isso. A dúvida que existe é a velocidade com que isso ocorre. É uma coisa um pouquinho mais complexa, mas espero que no Brasil seja mais rápido que nos outros países, e o Nordeste tem os melhores ventos do mundo, isso é dado comprovado. Vai ser aqui, se não atrapalharem muito", aponta Mário Araripe.

Uma das analogias feitas pelo empresário cearense foi com o aplicativo de GPS Waze, bastante utilizado por motoristas em todo o mundo. Atualmente, o processamento da localização, segundo Araripe, é feito no Texas, no sul dos Estados Unidos. O objetivo é atrair as principais empresas de ramo de tecnologia para ancorarem essas informações no data center do Pecém.

"O que eu queria era processar o sinal deles. Talvez a gente consiga fazer isso, é um projeto extremamente agressivo, e eu imagino que isso possa ser feito no Porto do Pecém, vamos orientar os americanos quando eles quiserem se deslocar de carro", define.

Incorporação com petroleira e regulamentação do H2V

Embora seja cearense, um terço da Casa dos Ventos hoje está nas mãos da multinacional francesa de óleo & gás TotalEnergies, que mantém ativos no setor petrolífero. A participação da empresa europeia na companhia brasileira se deve, segundo o empresário, às mudanças que reduzirão consideravelmente o uso de combustíveis fósseis.

"Não existe dúvida nenhuma que o hidrogênio verde vai substituir o petróleo. A sexta maior petroleira do mundo comprou 34% da Casa dos Ventos pagando ágio que eu não podia recusar. As petroleiras sabem que elas não vão continuar no petróleo, então vêm para renováveis. A renovável precisa de estabilidade, de vento, sol e bateria. Quando é que ela vai tomar o espaço de uma vez do petróleo? Quando a bateria cair de preço", diz Araripe.

hidrogênio verde
Legenda: Implantação de tecnologias para viabilizar a produção de energias limpas e renováveis, como o H2V, estão entre os investimentos previstos
Foto: Divulgação/EDP

Apesar dos investimentos bilionários, o hidrogênio verde ainda não pode ser produzido comercialmente no Brasil. Isso porque a regulamentação para a geração do composto no País ainda tramita no Congresso Nacional, mas articulações estão em curso, incluindo movimentações do próprio Mário Araripe.

"Estou tentando contribuir, vamos dizer assim, na regulamentação. Fiz um estudo de como 58 países estão tratando o hidrogênio e entreguei (para o Governo Federal). É muito difícil a análise absoluta. É muito mais fácil a análise relativa. Vamos ver o que os outros fizeram e a gente aprende com os outros", arremata o empresário. 


https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/negocios/casa-dos-ventos-quer-investir-r-55-bilhoes-em-data-center-no-pecem-e-atrair-big-techs-1.3510458

 


Ações da Petrobras desabam na Bolsa após demissão de Prates

 


Sede da Petrobras

Sede da Petrobras (Crédito: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

As ações da Petrobras desabam nesta quarta-feira, 15, bolsa brasileira após o anúncio de mudança de comando na maior estatal do país e preocupação do mercado com o risco de maior interferência política na gestão da petroleira.

Às 13h03, as preferenciais caíam 5,75%, a R$ 38,52, enquanto as ordinárias perdiam 6,73%, a R$ 40,04, capitaneando as perdas do Ibovespa, que cedia 0,46%, aos 127.920 pontos. Já o dólar à vista registrava queda de 0,03%, cotado a R$ 5,129. Veja cotações.

A engenheira Magda Chambriard foi indicada pelo Ministério de Minas e Energia (MME) para exercer o cargo de presidente da Petrobras, em substituição a Jean Paul Prates, demitido pelo presidente Lula.

A informação sobre a mudança na presidência da Petrobras de comando na maior estatal do País saiu por volta das 21h da terça-feira, 14, depois do fechamento do mercado financeiro nacional. No chamado after hours” da Bolsa de Nova York (Nyse), os papéis da Petrobras (ADR) fecharam em queda de 7,59%.

“Vai ser um dia muito pesado, o Ibovespa deve cair porque a Petrobras tem um peso enorme no índice, e a notícia trará incertezas também do ponto de vista do câmbio e de juros, já que a Petrobras é uma estatal extremamente importante para o Brasil”, disse Felipe Corleta, diretor de Investimentos da GTF Capital.

Para o economista Rodrigo Marcatti, CEO da Veedha Investimentos, o episódio vai “reverberar muito mal”. A leitura dos analistas é que cresce as chances de maior interferência política na gestão da Petrobras.

O anúncio da mudança no comando da Petrobras aconteceu um dia após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre da empresa, cujo lucro caiu 38% na comparação anual, para R$ 23,7 bilhões. Antes, no entanto, já havia no governo descontentamento com os rumos da companhia e com a própria gestão de Prates.

“O último ano foi um teste para a governança da Petrobras em diversos aspectos, demonstrando que, apesar das tentativas de interferência política, parte das diretrizes da empresa foi mantida, embora seja necessário reconhecer que em certos aspectos, como a defasagem nos preços dos combustíveis, houve falhas na implementação”, disse Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, destacando que ainda não há uma compreensão clara das mudanças que serão implementadas.

Próximos passos

A XP explicou que, segundo o estatuto da empresa, o novo CEO da Petrobras precisa primeiro ser eleito como membro do conselho de administração da empresa. O nome deve ser aprovado pelo Comitê de Pessoas do conselho, para cumprimento de várias regras de elegibilidade, antes de ser submetido a uma votação pelo colegiado.

“O caminho mais rápido para a nomeação é a renúncia de um dos membros do conselho atual, para que o novo nomeado possa ser designado como substituto no conselho e subsequentemente eleito CEO — o que acreditamos que acontecerá neste caso”, afirmaram os analistas.

A Petrobras informou que recebeu na terça-feira solicitação de Prates para que o conselho de administração da estatal se reunisse para apreciar o encerramento antecipado de seu mandato como CEO. A reunião, que pode aprovar sua saída, está marcada para esta quarta-feira.

Em mensagem a amigos obtida pela Reuters, Prates afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu seu cargo, acrescentando que deveria “nomear Magda”. Ele citou ainda que os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa, estavam satisfeitos com sua saída.

Prates sofreu críticas e pressões públicas para que a Petrobras investisse mais em gás natural e acelerasse investimentos de interesse do governo, como o setor de fertilizantes e indústria naval. A “fritura” se deveu ainda à cobrança por maior velocidade na execução dos projetos anunciados pela empresa, principalmente em relação à encomenda de navios aos estaleiros brasileiros.