sábado, 25 de maio de 2024

‘Fatia local’ da Shein no País tem força com lojistas e avanço gradual na produção

 

 Shein png | PNGWing

 

 Estadão Conteúdoi

 

Shein já tem 55% de sua receita vinda de lojistas virtuais brasileiros que passaram a vender por sua plataforma. A promessa da empresa é chegar a até 85% das vendas vindas dessa mesma fonte até 2026. Isso, porém, não significa que a companhia esteja produzindo em larga escala no País. A varejista afirma ter hoje mais de 300 fábricas que produzem sua marca própria no Brasil, mas os pedidos começam pequenos, com 100 ou 200 peças e podem, ou não, escalar de maneira rápida. A própria empresa admite que há desafios para implementar esse modelo de negócios no País.

Em seu shopping virtual de lojistas brasileiros, que a empresa chama de marketplace, a Shein já tem cerca de 20 mil vendedores e está à procura de mais. Um exemplo disso se deu na BFShow, feira organizada pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), visitada pela reportagem em São Paulo, nesta semana. Fabricantes do setor relataram ao Broadcast que representantes da plataforma chinesa os visitaram para “falar sobre vendas no site deles”.

Os expositores contaram ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) que haviam sido abordados para passarem a vender seus produtos virtualmente pela plataforma. Um deles, que já é vendedor do site de compras, disse que a relação é vantajosa. “Eu não largo, não, porque vende mesmo”, disse uma lojista que preferiu não se identificar.

Ela conta que produz cerca de 500 pares por dia para esse canal de vendas, já que é preciso ter estoque para atender rapidamente aos pedidos. “Temos de enviar no mesmo dia e se atrasarmos tem multa”, contou. Ela disse que a multa é de R$ 3 por par no caso de atrasos nas postagens. Ela vende por outras plataformas de marketplace, inclusive as nacionais, mas afirma que apenas a Shopee chega perto da demanda trazida pela Shein.

Questionada sobre as regras reportadas pela vendedora, a Shein afirma que pede que o vendedor tenha, no mínimo, 100 peças de cada produto que ele for vender na plataforma para que possa garantir estoque. “A quantidade que cada vendedor opta por produzir e deixar em estoque disponível fica a critério deles de acordo com o volume de vendas!”, diz a companhia.

Quanto à multa de atraso, a Shein diz que “avalia o desempenho de cada vendedor olhando para a semana anterior para fazer o cálculo da penalidade. Se o vendedor tiver mais de 10% de volume de entregas em atraso durante uma semana, na semana seguinte, existe a penalidade de R$ 3 por produto em atraso”, afirma a companhia, que cobra uma taxa de 16% sobre as vendas dos lojistas

Mais lento

Do outro lado, a promessa de fábricas da Shein não avança na mesma velocidade. Apesar de afirmar já ter mais de 300 delas produzindo para sua marca própria, o líder da companhia do País, Felipe Feistler, conta que entre elas há as que recebem pedidos apenas de 100 a 200 peças. “Isso vai variar de fábrica a fábrica, com certeza. Elas recebem um pedido, aumenta, elas mandam um produto, a gente testa. É um mundo de teste de oferta mesmo”, afirma, sem informar o volume total de produção nacional.

No modelo de produção da Shein, são feitos pedidos pequenos e, caso haja sucesso na demanda, os pedidos escalam rapidamente. “A Shein testa a produção com pedidos pequenos, poucas peças: 100, 200. Se existe demanda, a gente escala. O que isso nos permite? Ter preços melhores, qualidade melhor, mais variedade, atendendo ao consumidor mais exigente hoje. Diminui muito o desperdício, com uma produção menor. Porque, se produzirmos 100 produtos e não houver demanda, paramos ali. É diferente do tradicional que você produz 5 mil peças e, se não tem demanda, o que você faz? Você dá desconto”, diz.

Para Feistler, a Shein veio para o Brasil modificar a forma que a produção é feita. “Isso causa realmente uma discussão. Os produtores, no caso do 1P (venda de estoque próprio), vão ter que adaptar a produção. Alguns vão se adaptar. Eles vão receber uma nova ordem de 200, 500. E a gente aprende a trabalhar juntos”, afirma.

Taxação

A nacionalização da produção da chinesa importa, pois foi com base nessas promessas que o governo organizou a isenção do Imposto de Importação de US$ 50 para sites como o da Shein que se comprometessem com o programa Remessa Conforme. No programa, é recolhido o ICMS, com alíquota de 17%.

Em abril de 2023, em meio a críticas do governo ao se negócio, a Shein anunciou uma parceria com 2 mil fabricantes locais para fortalecer a indústria brasileira. Com isso, a empresa garantiu que iria ajudar a criar 100 mil postos de trabalho no Brasil em três anos. Também seriam investidos R$ 750 milhões para fornecer tecnologia e treinamento aos produtores têxteis no País.

Em julho do mesmo ano, foi anunciada uma parceria com a Companhia de Tecidos Norte de Minas (Coteminas) – agora com pedido de recuperação judicial – que pertence ao atual presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva – o executivo pediu afastamento do cargo para lidar com o processo.
O documento previa que 2 mil dos clientes confeccionistas da empresa passassem a ser fornecedores da companhia asiática para atender os mercados doméstico e da América Latina.

Agora, a chinesa diz que tem cumprido sua promessa de 85% de receita vinda de produtos locais via vendedores digitais, enquanto faz um processo de treinamento com fabricantes locais para sua marca. Mesmo com toda essa movimentação, o avanço de nacionalização ainda tem sido feito via vendedores brasileiros na plataforma, enquanto as promessas de produção estão em fase de treinamento.

“É novo. E tudo que é novo toma um tempo. A gente tem que treinar, tem que mudar a forma de produção. Até a forma que são organizados os times dentro dessas fábricas. Então isso, sim, demanda um esforço nosso de treinamento, mas que a gente vê com naturalidade. Não se muda uma indústria inteira, uma cadeia inteira industrial de uma hora para outra. Toma tempo e estamos fazendo, sim, esse processo de treinamento e ensinando a cadeia nacional a produzir da forma mais adequada para esse consumidor cada vez mais exigente”, afirma Feistler.

Petrobras: entenda a difícil tarefa de Magda Chambriard como escudeira de Lula

 


Com perfil técnico e um rico currículo no setor de petróleo, a executiva assume o comando da maior empresa brasileira com o desafio de tentar equilibrar os interesses do governo e dos acionistas. Vai conseguir?

 

 

Chambriard compartilha com o governo a prioridade para o papel social e econômico da Petrobras para o Brasil (Crédito:Antonio Scorza/AFP)


Olhar para a Petrobras é se deparar com um eterno déjà vu. Nos últimos 70 anos, a petroleira produziu, com imensa capacidade, resultados que tiveram o efeito de desgastar presidentes ou exaltar governos — algumas vezes, ambos os cenários em uma mesma gestão. Nos anos 1990, quando virou uma sociedade mista, passou a criar tensões com o mercado e animosidades com a sociedade civil. Nos últimos oito anos, oito presidentes. Alguns instituíram uma política de mercado, potencializando os lucros. Outros subsidiaram o combustível e trancaram investimentos. Agora, durante a terceira gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, há uma espécie de retorno ao passado — para o bem ou para o mal, dependendo do ponto de vista de quem analisa.

A entrada de Magda Chambriard no comando da empresa sinaliza o interesse do governo em usar a petroleira como parte do projeto econômico nacional, e não, nas palavras de Lula, “reduzir a Petrobras a uma empresa de prateleira, para impressionar o mundo e dar aos acionistas lucros exorbitantes”.

Se, por um lado, o plano do petista é acelerar investimentos e usar a companhia como catalisador econômico e de transformação sustentável, por outro, os desafios envolvendo distribuição de dividendos e defasagem no preço dos combustíveis se apresentam na mesma proporção das oportunidades.

Para entender como a Petrobras entrou nessa sinuca de bico é preciso olhar pelo retrovisor. Especificamente para 1997, quando a empresa, até então totalmente pública e nacional, passou a ter capital misto, colocando nessa equação os interesses de acionistas que cobram sustentabilidade financeira de longo prazo e dividendos parrudos.

Tal queda de braço permeou a primeira gestão de Lula, mas com a descoberta do pré-sal, em 2007, a perspectiva de ganhos ainda maiores fez o mercado aceitar a mão de Lula nas decisões estratégicas da companhia. Mas não demorou para o pré-sal decepcionar os ansiosos, e a economia enfraquecer.

no governo Dilma, os escândalos de corrupção envolvendo a petroleira e a redução artificial dos preços dos combustíveis também ficaram insustentáveis, custando cerca de R$ 100 bilhões para o capital da empresa e resultando na explosão da inflação quando os valores foram reajustados.

Em 2013, a estatal assumiria o vexatório posto de empresa mais endividada do mundo, segundo relatório do Bank of America (BofA). Assim, criou-se a sensação de que era o poder público o grande vilão da Petrobras.

Governo quer gerar empregos com o plano de construir 14 navios para uso e exploração de petróleo. Mas apostas anteriores na indústria naval geraram rombos bilionários (Crédito:R.Stuckert)

Em 2016, após o afastamento de Dilma Rousseff, a entrada de Michel Temer em seu lugar colocou a estatal em uma nova era.
Sob comando de Pedro Parente, a petroleira adotou a paridade no preço dos combustíveis com os valores praticados no exterior, política conhecida como PPI, culminando no período de menor ingerência do governo da história.
Em 2019, quando Jair Bolsonaro assume o Palácio do Planalto, há uma narrativa de manutenção das diretrizes de Parente, mas essa impressão dura pouco. Bolsonaro trocou o presidente da petroleira quatro vezes, com alguns ficando poucos meses no cargo. O motivo era o custo do capital político com a alta do petróleo.
Como acabar com o PPI era um sinal errado para os anseios liberais defendidos por Bolsonaro, então a solução foi criar subsídios. Tanto diretos (com a redução de impostos) como indiretos (auxílio a caminhoneiros).

Analistas políticos atribuem a queda de Bolsonaro à impopularidade gerada pela gasolina próxima a R$ 10 em estados como Acre e Pernambuco e ao preço do diesel mais caro do que a gasolina, o que ocorreu pela primeira vez na história — e segue até hoje.

Presidente tomou a decisão de tirar Jean Paul Prates com o argumento de ser necessário melhorar a interlocução entre a estatal, os entes públicos e o mercado financeiro (Crédito:Divulgação )

COMO FICA AGORA?

Entre prós e contras dos modelos adotados nos últimos anos, o que vale agora é o tom de Magda. Quem antecipou essa nova cara foi o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, um dos que pressionaram pela queda do antigo presidente, Jean Paul Prates.

Segundo ele, a petroleira irá retomar a nacionalização dos processos, mas isso sem “ferir ou prejudicar o andamento do mercado financeiro”. Esta não será uma tarefa fácil.

Um dos pontos defendidos pelo governo foi a revisão da distribuição de dividendos com a nova Política de Remuneração aos Acionistas. Com ela, foi reduzido de 60% para 45% o percentual mínimo de participação da distribuição de dividendos no fluxo de caixa livre trimestral da empresa. Deu certo? Não exatamente, e aí Magda terá que agir.

Essa iniciativa apontava na direção de redução do patamar de dividendos pagos, entretanto, ao não atacar a flexibilidade dessa política, possibilitou a distribuição de mais de R$ 105 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio sob comando de Prates, o equivalente a 68,5% do lucro líquido gerado no período. Também entra nessa conta a forma como Magda explicará ao mercado como a empresa perdeu, entre maio do ano passado (quando caiu o PPI) até março deste ano, R$ 9,4 bilhões de receita bruta, segundo dados da associação de refinarias privadas Refina Brasil.

Há também bons horizontes neste caminho.
Prates elevou os indicadores operacionais da companhia, em especial no segmento de exploração e produção (E&P) e no uso intensivo de complexo industrial.
Magda assume ainda uma Petrobras com uma cartilha estruturada para Transição Energética e Sustentabilidade, com a promoção da descarbonização da matriz nacional com projetos de baixo carbono. 

Potencial também é visto na recuperação das reservas da petroleira no longo prazo, pensando em novas fronteiras, como a Margem Equatorial, mas incluindo outros potenciais exploratórios onshore no Nordeste e nas bacias offshore de Pelotas e Margem Leste, o que também agrada acionistas e governo.

Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, ressaltou a importância da Petrobras para ampliar a infraestrutura de escoamento de gás natural. “Temos que estudar como aumentar a oferta de gás no Brasil e diminuir o preço. É inadmissível que tenhamos o gás saindo do gasoduto a mais de US$ 10 e chegando ao consumidor final a mais de US$ 14.”

APRENDIZADOS DO PASSADO

Para o ex-presidente da Petrobras Roberto Castello Branco, que pilotou a companhia entre 2019 e 2021, equilibrar os pratos e os interesses em uma empresa de capital misto como a Petrobras é algo próximo a enxugar gelo. “A impressão que eu tenho é que, ano a ano, fica mais evidente que o arranjo institucional que se acostumou chamar de economia mista é um erro. Um formato que precisa agradar forças antagônicas [ente público e privado] não tem como ser sustentável por muito tempo”, disse.

Defensor da privatização, ele mesmo diz ter sentido pressão durante sua passagem pela Petrobras. Segundo Castello Branco, o então presidente Jair Bolsonaro chegou a cobrar uma redução artificial dos preços. “Mas eu não aceitei. Havia uma tendência de alta que não quebraria com uma queda pontual. Fazer isso seria não cumprir o papel para o qual fui escolhido.”

Na esteira da impopularidade gerada pelo fator Petrobras, cresceu nos últimos anos a tese de que a privatização é a melhor saída. Mas algumas bravatas neoliberais, especialmente da dupla Jair Bolsonaro e Paulo Guedes, nunca se converteram em coragem para vender a maior empresa brasileira.

À DINHEIRO, o ex-presidente da estatal Pedro Parente, que comandou a companhia entre 2016 e 2018, afirmou que soluções para os entraves da empresa não se limitam ao simplismo da privatização. “Privatizar não é a única solução, visto que há empresas, como a estatal norueguesa [antiga Statoil, hoje chamada de Equinor], que atua como a Petrobras e tem uma gestão parecida com a que tive na Petrobras”, afirmou. “Na minha época, a condução da Petrobras foi tranquila porque havia um alinhamento claro entre os interesses da empresa e a expectativa do governo sobre ela.”

Nem todos os ex-presidentes da Petrobras entendem que a privatização é o melhor caminho. Um deles, que atuou durante as gestões do PT, afirmou em condição de anonimato à DINHEIRO ter conversado com o presidente Lula após a demissão de Prates, e que não havia insatisfação com a condução da petroleira, mas um ruído entre Prates e os ministros Alexandre Silveira e Rui Costa (Casa Civil). “Não foi uma mudança estrutural. Não haverá grandes viradas. Só uma troca de interlocutor.”

 

Parte do plano de novos negócios com a entrada de Magda será reforçar recursos para Pesquisa & Desenvolvimento (Crédito:Tomaz Silva/Agência Brasil)

INVESTIMENTOS

Se tem um assunto capaz de colocar em rota de colisão os interesses públicos e privados, são investimentos da Petrobras. A empresa tem dívida bruta de US$ 61,8 bilhões, dentro da faixa estabelecida pelo plano estratégico, e possui caixa para financiar projetos sem necessidade de financiamento.

O desafio, dizem especialistas, é ter bons projetos em carteira, realizados no custo e no prazo previstos. Para isso, a governança mais rígida é importante para evitar problemas como os envolvendo a Rnest e o Gaslub, além de refinarias como Abreu de Lima e Comperj, cujos custos finais ficaram muito acima do estimado inicialmente.

Segundo o ex-presidente da Petrobras que falou sob condição de anonimato, as obras embargadas por decisões judiciais foram retomadas porque concluiu-se que seria mais custoso desfazer do que terminar. “Esse são exemplos de obras decididas na emoção, com baixa governança e pouco filtro fiscal”, disse. Sobre as obras em questão, para a Rnest, a Petrobras aposta na ampliação do primeiro trem de refino, enquanto prepara o terreno para a licitação do segundo trem.

Já o polo Gaslub está com licitação em andamento para a implantação de unidades de produção de lubrificantes e óleo diesel de baixo teor de enxofre (S-10).

Para Fernando Coelho Filho, ex-ministro de Minas e Energia do governo Michel Temer, Magda precisará lidar com os fantasmas de gestões passadas para o mercado e provar a Lula que o processo de investimento precisa ser paulatino para não incorrer nos problemas anteriores. “Não é sobre o nome do presidente, é sobre entender as etapas”, disse.

Cláudio Frischtak, sócio-fundador da consultoria Inter.B, afirma que os investimentos da Petrobras em 2023 corresponderam a 0,6% do PIB do ano passado, quando o total de investimento de todas as empresas somadas foi de 16%.

OLHOS DA JUSTIÇA

Para tentar aumentar essa proporção, o governo aposta na exploração de petróleo na Foz do Amazonas. O desejo contraria, inclusive, a sinalização do Ibama, que entende que a empreitada não é viável. O órgão ambiental barrou a perfuração de poço no bloco 59 da bacia da margem equatorial pela primeira vez em maio de 2023. Desde então, em um vai-e-vem, a empresa reiterou o pedido para exploração e segue buscando o aval do Ibama, que não deu a palavra final sobre seu entendimento, mas fez novas exigências à estatal.

A briga virou uma bandeira de Silveira, ministro de Minas e Energia, que defende publicamente a exploração como parte do programa energético brasileiro.

(Rogério Melo/PR;World Economic Forum / Benedikt von Loebell)

Outro nó de regulamentação começou a se desfazer na quarta-feira (22), quando o Cade aprovou a renegociação dos Termos de Compromisso de Cessação (TCC) da estatal. A medida desobriga a estatal a prosseguir com a venda de refinarias e da participação na transportadora de gás TBG, que era uma demanda do governo.

A companhia havia pedido revisão dos compromissos assumidos em 2019, no governo Jair Bolsonaro, quando foi determinado que a estatal teria que realizar desinvestimentos para estimular mais concorrência nos mercados de gás e refino.

A venda de refinarias havia sido suspensa no ano passado, quando o Ministério de Minas e Energia determinou uma interrupção da alienação de ativos pela estatal diante das novas diretrizes de política energética pelo governo federal. De refinarias que se propôs anteriormente a vender, a Petrobras conseguiu se desfazer da Rlam, Reman e SIX, mas não teve sucesso em negociações para alienar Rnest, Repar, Regap, Refap e Lubnor.

O conselheiro do Cade Gustavo Augusto apontou na quarta-feira (22) que o setor de refino no Brasil atraiu novos agentes independentes desde 2019, e não apenas em função dos desinvestimentos.

A Petrobras se comprometeu a divulgar diretrizes comerciais para entrega de petróleo por via marítima e a oferta de “contratos frame” a qualquer refinaria independente, além de relatórios sobre sua nova estratégia comercial para a oferta de derivados, como gasolina e diesel, após o abandono do PPI.

Com tudo isso em jogo, a Petrobras põe sentido, quase um século depois, às palavras do Senador Hollanda de Cavalcanti na data de fundação do Banco do Brasil. “Uma corporação com grande influência política. Ou o governo há de transigir com ela, ou ela é que dará governadores ao País”. Agora, a bola está com Magda.

Mudança no comando da Petrobras foi incentivada por Alexandre Silveira (esq) e Rui Costa, ministros de Minas e Energia e Casa Civil, respectivamente. Plano é acelerar investimentos na petroleira ainda este ano (Crédito:Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)
 
 
 
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sexta-feira, 24 de maio de 2024

Raízen inaugura planta de E2G em Guariba com capacidade para produzir 82 milhões litros por ano

 Raízen


A Raízen está inaugurando nesta sexta-feira sua segunda planta de etanol de segunda geração (E2G) no Parque de Bioenergia Bonfim, em Guariba (SP), em evento que conta com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. A iniciativa demandou investimento de R$ 1,2 bilhão, e conta com capacidade de produção de 82 milhões de litros por ano, sendo que 80% desse volume está contratado.

Embora a inauguração da planta só tenha ocorrido nesta sexta-feira, a Raízen já havia recebido, em 15 de março, a autorização para início da produção de E2G em Guariba, outorgada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o que passou, então, a permitir a sua comercialização.

“A unidade Bonfim juntamente com a planta de E2G do Parque de Bioenergia da Costa Pinto solidificam a posição da Raízen como a maior produtora mundial de etanol e a operar duas plantas de E2G em escala industrial”, disse o CEO da Raízen, Ricardo Mussa.

Antes da abertura da planta em Guariba, a Raízen contava com outra unidade de E2G em operação, o Parque de Bioenergia da Costa Pinto, em Piracicaba (SP).

A inauguração desta sexta-feira, então, eleva oficialmente a capacidade produtiva da companhia para 112 milhões de litros anuais. Na temporada 2023/24, a companhia produziu 36 milhões de litros de E2G, alta de 19% ante o ano-safra anterior, segundo o seu mais recente resultado financeiro.

A unidade de Bonfim, agora também com capacidade para produzir E2G, terminou a safra 2023/24 com 4,9 milhões de toneladas de cana-de-açúcar moídas. Além disso, produziu 370 mil toneladas de açúcar e 237 milhões de litros.

A Raízen já anunciou a construção de nove plantas do etanol celulósico, todas com seus volumes comercializados, em euros, em contratos de longo prazo. Além das duas já em operação, há outras quatro em fase de construção, todas no Estado de São Paulo, em Valparaíso, Barra Bonita, Morro Agudo e Andradina.

Outras três estão na etapa de projetos, em Caarapó (MS), Tarumã (SP) e outra em local ainda a ser definido. Mais 11 plantas estão no plano da Raízen para totalizar 20 unidades de E2G, com capacidade de produzir 1,6 bilhão de litros por ano.

Além de Lula, a cerimônia conta com a presença de cinco ministros: Renan Filho (Transportes), Marcio França (Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte), Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e vice-presidente da República), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar).

 

*O repórter viaja a convite da Raízen

Embraer anuncia acordo importante para expandir seu uso do combustível sustentável de aviação (SAF)

 


Imagem: Embraer

 

A Embraer anuncia hoje, 23 de maio, que fez um acordo importante com a norte-americana Avfuel para expandir o uso do combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês).

Pelo acordo, as empresas ampliarão o abastecimento do Neste MY Sustainable Aviation Fuel, fornecido pela Avfuel, para uma carga por semana no Aeroporto Internacional de Melbourne Orlando (KMLB), onde ficam instalações de fabricação de jatos executivos da Embraer.

As empresas têm um acordo de abastecimento de SAF desde julho de 2021, com foco nas operações de voo da Embraer Aviação Executiva em Melbourne, na Flórida. A parceria original com a Avfuel entregou trimestralmente cerca de 30 mil litros de Neste MY Sustainable Aviation Fuel para a Sheltair MLB, FBO (operador de base fixa) que fornece serviços de armazenamento e abastecimento para a Embraer.

Com o acordo de abastecimento semanal vigente desde abril deste ano, a nova parceria deverá resultar em mais de 900 mil litros de SAF entregues à Embraer em 2024, um aumento significativo em comparação aos anos anteriores. Cada entrega proporcionará uma diminuição de 19 toneladas métricas em emissões de carbono, resultando em uma redução de 570 toneladas métricas nas emissões anuais.

“A parceria da Embraer com a Avfuel e a Sheltair é um marco fundamental em nossa jornada em direção a operações neutras em carbono”, diz Michael Amalfitano, Presidente e CEO da Embraer Aviação Executiva. “Nosso investimento contínuo em SAF demonstra nossa dedicação em reduzir as emissões hoje e em aproximar a indústria da meta de emissões líquidas de carbono zero até 2050.”

O investimento da Embraer em SAF apoiará principalmente voos de demonstração, entregas de aeronaves e voos de produção em Melbourne.

Além de seu investimento no combustível sustentável de aviação, a empresa continua a melhorar a eficiência de seu atual portfólio de aeronaves, a explorar tecnologias alternativas de propulsão com emissões baixas ou zero, e a oferecer compensação de carbono gratuita a novos clientes do Embraer Executive Care, por meio de sua parceria com a 4AIR.

Estes esforços apoiam os compromissos de sustentabilidade da empresa, que incluem alcançar operações neutras em carbono até 2040 e aviação com saldo líquido zero de emissões de carbono até 2050, alinhado com o compromisso Fly Net Zero da indústria.

Informações da Embraer

Ministro diz que Voa Brasil não foi lançado devido à crise no RS e que programa deve ser finalizado em junho

 


Aeroporto de Congonhas, em São Paulo

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, explicou nesta semana que o lançamento do programa de passagens aéreas acessíveis Voa Brasil precisou ser adiado em razão das enchentes no Rio Grande do Sul, mas que o projeto deve ser finalizado em breve.

Ele está pronto. Estamos construindo com a Casa Civil alguns detalhes. Estávamos para apresentar agora, neste período, mas, por conta da situação no Rio Grande do Sul, todo o nosso esforço, da equipe ministerial, neste momento emergencial, está em atender o estado. Esperamos que, no mês de junho, retomemos essa discussão e possamos finalizar esse programa”, disse em entrevista a emissoras de rádio durante o programa Bom Dia, Ministro, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Anunciado desde o ano passado pelo governo federal, o programa Voa Brasil estava previsto para ser lançado em janeiro deste ano. Na ocasião, o governo divulgou que os primeiros segmentos beneficiados seriam os aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que ganham até dois salários mínimos e bolsistas do Programa Universidade para Todos (Prouni), cerca de 22 milhões de brasileiros.

Golpes

Ainda durante o programa, Costa Filho reforçou que o Voa Brasil está em fase de ajuste final e alertou que a pasta não está fazendo cadastro nem solicitando pagamentos. “Esse programa ainda não foi lançado”, afirmou, acrescentando que “qualquer possibilidade de venda de passagens ou anúncio do Voa Brasil é fake news e não condiz com a realidade”.

Informações da Agência Brasil


A experiência a bordo de um porta-aviões nuclear dos EUA no Rio de Janeiro

 



A maior projeção de força da defesa americana esteve no Rio de Janeiro, e mostramos em detalhes como as aeronaves militares se fazem presentes no USS George Washington.

O porta-aviões da classe Nimitz é hoje a segunda maior embarcação do mundo, ficando atrás apenas do seu sucessor, o USS Gerald Ford CVN-78, que é o primeiro da sua classe e é um pouco maior que o CVN-73.

O George Washington é o navio principal do grupo de ataque de porta-aviões 10 (CSG-10), que tem como símbolo o número romano 10 (X) junto da bandeira de listras brancas e vermelhas, com uma cobra por cima.

Este símbolo é uma referência direta à primeira bandeira da US Navy, a First Navy Jack, que tem a cobra com os dizeres “Não Pise em Mim”, fazendo parte da história americana como símbolo libertário e de defesa, também prezando pela união dos estados.

A propulsão do CVN-73 é feita por dois reatores nucleares que movimentam quatro eixos, gerando até 280 mil cavalos de potência por eixo. O porta-aviões tem comprimento de 332 metros e atinge velocidades de até 30 nós (55 km/h).

Na nossa chegada ao USS George Washington, existia uma fila com milhares de marinheiros (sailors) que esperavam seu horário para visitar o Rio de Janeiro. A maioria do pessoal é formada por praças, em torno de 3.000 pessoas, sendo a maioria com menos de 25 anos.

No deck inferior (hangar bay), estavam um F/A-18F Super Hornet do esquadrão Jolly Rogers (VFA-103), um dos mais conhecidos da Marinha dos EUA e com a distintiva caveira com ossos cruzados na cauda. No outro lado estava um F-35C Lightning II do esquadrão Argonauts (VFA-147), marcando a primeira visita de um avião de 5ª geração no Brasil.

Subindo ao deck principal, o convés de voo, várias outras aeronaves estavam presentes, incluindo o EA-18G Growler, que é a versão do F/A-18F voltada para guerra eletrônica, equipada com uma gama de sensores que embaralham a comunicação e dados do inimigo.

O maior avião da ala aérea também estava presente, que é o Grumman E-2C Hawkeye, conhecido pelo seu distinto radar na parte superior da fuselagem, é a primeira aeronave a decolar em qualquer missão aérea empregada por um porta-aviões, “limpando o caminho” para os outros aviões de combate.

Junto dele estavam vários helicópteros Sikorsky Seahawk, a versão naval do conhecido UH-60 Blackhawk. Vale notar que existiam as duas versões a bordo, o Romeo e o Sierra, sendo respectivamente a versão de ataque anti-submarino e a de utilização geral.

Elas são facilmente diferenciadas externamente pela posição do trem de pouso: no MH-60R ele é maior e mais reto, ficando mais próximo do centro da fuselagem, já no MH-60S ele fica mais atrás e é uma rodinha menor, do mesmo modelo do UH-60.

Esta diferença se dá pelo fato do MH-60R ser também utilizado em navios menores, que tem um convés de voo e hangar bem pequenos, como é o caso dos destróieres Arleigh Burke, a espinha dorsal da US Navy. Com o trem de pouso mais perto da área central, ele consegue fazer manobras de curva mais apertadas, facilitando a operação em navios menores.

Durante a Operação Southern Seas 2024, todas estas aeronaves foram empregadas em missões de treinamento junto da Marinha do Brasil, que por sua vez utilizou os caças A-4 Skyhawk e os helicópteros Airbus H225M Caracal (UH-15 – Super Cougar) e o Leonardo AW159 (AH-11B – Wild Lynx).

O AEROIN esteve à bordo do USS George Washington a convite da Embaixada dos EUA no Brasil e da US Navy.

A General do Exército Americano visita a fábrica da Embraer no Brasil

 


Divulgação – US Southern Command
A Chefe das Forças Americanas no Comando Sul esteve hoje na fábrica da Embraer em São José dos Campos, no interior paulista.

A General do Exército dos Estados Unidos da América, Laura Richardson, visitou a linha de montagem dos aviões comerciais E-Jets da Embraer em São José dos Campos, onde discutiu futuras parcerias no setor aeroespacial e defesa.

O Comando Sul dos EUA abrange toda a América Latina e Caribe, e é responsável pelas forças armadas presentes na região, que são em torno de 1.200 homens e mulheres do Exército, Marinha, Força Aérea, Fuzileiros e Guarda Costeira, assim como a cooperação com países da região, que vão desde exercício conjuntos até intercâmbio de pessoal e venda de equipamento militar.

 https://aeroin.net/general-do-exercito-americano-visita-a-fabrica-da-embraer-no-brasil/