quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

China planeja emissão recorde de US$411 bilhões em títulos públicos em 2025

 


Presidente da China, Xi Jinping, durante cúpula do G20, no Rio de Janeiro

Presidente da China, Xi Jinping, durante cúpula do G20, no Rio de Janeiro

 

O plano da China para a emissão de dívida soberana em 2025 seria um aumento acentuado em relação ao 1 trilhão de iuanes deste ano e ocorre no momento em que Pequim se movimenta para amenizar o golpe de um aumento esperado nas tarifas dos EUA sobre as importações chinesas quando Donald Trump assumir o cargo em janeiro.

Os recursos serão destinados a impulsionar o consumo por meio de programas de subsídios, atualizações de equipamentos por parte das empresas e investimentos de financiamento em setores avançados impulsionados pela inovação, entre outras iniciativas, disseram as fontes.

As fontes, que têm conhecimento das discussões, não quiseram ser identificadas devido à sensibilidade do assunto.

O Escritório de Informações do Conselho de Estado, que lida com as consultas da mídia em nome do governo, do Ministério das Finanças e da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC), não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters.

Os rendimentos dos títulos do tesouro chinês de 10 anos e 30 anos subiram 1 ponto-base (pb) e 2 pb, respectivamente, após a notícia.

A emissão especial de títulos planejada para o próximo ano seria a maior já registrada e ressalta a disposição de Pequim de se endividar ainda mais para combater as forças deflacionárias na segunda maior economia do mundo.

A emissão “excede as expectativas do mercado”, disse Tommy Xie, chefe de pesquisa macro asiática do OCBC Bank.

“Além disso, como o governo central é a única entidade com capacidade significativa para alavancagem adicional, qualquer emissão de títulos em nível central é percebida como um desenvolvimento positivo, provavelmente fornecendo suporte incremental para o crescimento.”

Títulos especiais não são inclusos no orçamento da China

Em geral, a China não inclui títulos especiais ultralongos nos planos orçamentários anuais, pois considera os instrumentos como uma medida extraordinária para levantar recursos para projetos específicos ou metas políticas, conforme necessário.

Como parte do plano do próximo ano, cerca de 1,3 trilhão de iuanes a serem levantados por meio de títulos especiais de longo prazo financiariam “dois grandes” e “dois novos” programas, disseram as fontes com conhecimento do assunto.

As “novas” iniciativas consistem em um programa de subsídios para bens duráveis, permitindo que os consumidores troquem seus carros ou eletrodomésticos antigos e comprem novos com desconto, e um programa separado que subsidia atualizações de equipamentos em larga escala para empresas.

Os programas “principais” se referem a projetos que implementam estratégias nacionais da China, como a construção de ferrovias, aeroportos e terras agrícolas, e criam capacidade de segurança em áreas importantes, de acordo com documentos oficiais.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Trump planeja retirar EUA da OMS em 1º dia de novo governo

 Ficheiro:Donald Trump official portrait.jpg – Wikipédia, a ...


“Tenho boa autoridade para dizer que ele planeja se retirar, provavelmente no primeiro dia ou muito cedo em sua administração”, disse Lawrence Gostin, professor de saúde global na Universidade de Georgetown, em Washington, e diretor do Centro Colaborativo da OMS sobre Direito à Saúde Nacional e Global.

O jornal britânico Financial Times foi o primeiro a divulgar os planos do republicano, citando dois especialistas familiares com as discussões. Entre eles, o ex-coordenador da equipe de resposta à covid-19 de Biden, Ashish Jha.

Trump quer repetir movimento de 2020

A equipe de transição de Trump não respondeu imediatamente a questionamentos da agência de notícias Reuters.

Em 2020, durante seu primeiro mandato 2020, Trump chegou a suspender o pagamento de contribuições dos EUA para a OMS e anunciar que pretendia retirar o país da organização, em meio a embates sobre o enfretamento da pandemia de covid-19.

Na ocasião, o país foi duramente criticado pela comunidade internacional, que viu danos na interrupção do financiamento para os esforços globais de combate à pandemia e para a qualidade da saúde pública nos EUA. No entanto, o processo de saída ainda não havia sido concluído quando Trump foi derrotado nas urnas e sucecido pelo democrota Joe Biden, que reverteu a decisão em seu primeiro dia de governo, em 20 de janeiro de 2021.

Agora, a expectativa é que o republicano entre novamente nesta queda de braço e volte a desvincular o país da OMS em 20 de janeiro de 2025.

Críticas do republicano

O plano, que está alinhado com as críticas de longa data de Trump à agência de saúde da ONU, representaria uma mudança dramática na política de saúde global dos EUA e isolaria ainda mais Washington dos esforços internacionais para combater pandemias.

Trump critica a agência por não sancionar a China por sua suposta responsabilidade na disseminação do virus da covid-19. Ele repetidamente chamou a OMS de “marionete de Pequim” e prometeu redirecionar as contribuições dos EUA para iniciativas de saúde domésticas.

Agora, o republicano nomeou vários críticos da organização para cargos importantes na saúde pública, incluindo Robert F. Kennedy Jr., um cético das vacinas que deve assumir o cargo de secretário de Saúde e Serviços Humanos, que supervisiona todas as principais agências de saúde dos EUA, incluindo o Centros de Controle e Prevenção de Doenças.

O porta-voz da OMS se recusou a comentar diretamente a política americana. Em 10 de dezembro, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, defendeu que OMS precisava dar aos EUA tempo e espaço para a transição. Ele também expressou confiança de que os países poderiam finalizar um acordo sobre pandemias até maio de 2025.

Críticos alertam que uma retirada dos EUA poderia prejudicar a vigilância global de doenças e os sistemas de resposta a emergências.

“Os EUA perderiam influência e poder na saúde global, e a China preencheria o vácuo. Não consigo imaginar um mundo sem uma OMS robusta. Mas a retirada dos EUA enfraqueceria severamente a agência”, disse Gostin.

gq (Reuters, ots)

Indústria de criptomoedas dos EUA pressiona por decretos de Trump no primeiro dia no cargo

 

Moedas com logotipo do bitcoin

O setor de criptomoedas está pressionando a equipe do presidente eleito Donald Trump a dar início à sua prometida reforma da política de criptomoedas quando ele assumir o cargo no mês que vem, com decretos que ajudariam a popularizar os tokens, de acordo com autoridades do setor.

Trump planeja emitir uma série de decretos e diretivas sobre tudo, desde imigração até energia, em seu primeiro dia no cargo em 20 de janeiro, informou a Reuters este mês.

Durante a campanha, Trump cortejou o mundo cripto com promessas de ser um “presidente cripto”, e a indústria quer que ele cumpra essa promessa com decretos criando um estoque de bitcoins, garantindo que a indústria possa acessar serviços bancários e criando um conselho cripto, disseram as pessoas.

Eles estão pressionando para que esses decretos sejam promulgados dentro dos primeiros 100 dias de Trump no cargo e esperam que pelo menos um deles seja emitido em 20 de janeiro, disseram outras duas pessoas com conhecimento do assunto.

“Dado o teor da campanha, seria fundamental que os decretos realmente definissem quais seriam as prioridades reais no primeiro dia e fornecessem algum tipo de roteiro”, disse Rebecca Rettig, diretora jurídica e de políticas da empresa de criptomoedas Polygon Labs.

Postura anti-biden com ativos cripro

Preocupados com o crime e a volatilidade, os reguladores do presidente norte-americano, Joe Biden, reprimiram as empresas de criptomoedas, mas Trump prometeu reverter o curso. Sua equipe de política de criptomoedas já está tomando forma, com o anúncio neste mês do presidente da SEC, órgão que regula o mercado de capitais nos EUA, Paul Atkins, favorável às criptomoedas, e do czar das criptomoedas da Casa Branca, David Sacks.

“Houve um esforço no pântano burocrático de Washington para sufocar a inovação… mas o presidente Trump cumprirá sua promessa de encorajar a liderança norte-americana em criptomoedas”, disse o porta-voz da equipe de transição de Trump, Brian Hughes, em um comunicado.

O bitcoin, a maior criptomoeda do mundo, atingiu novos recordes acima de 107.000 dólares neste mês após Trump reiterar seu plano, revelado pela primeira vez em um discurso em julho, para uma reserva estratégica de bitcoin. Desde então, o bitcoin caiu abaixo de 100.000 dólares.

Reserva nacional de bitcoin

Analistas estão divididos sobre se Trump poderia usar poderes executivos para criar a reserva, potencialmente por meio do Departamento do Tesouro, ou se um ato do Congresso seria necessário.

Um grupo do setor, o Bitcoin Policy Institute, chegou a redigir um texto de uma possível decreto que Trump poderia usar para estabelecer tal estoque. Esse rascunho designaria o bitcoin como um ativo de reserva estratégica e exigiria que a Secretaria do Tesouro gastasse 21  bilhões de dólares ao longo de um ano para acumular um estoque nacional de bitcoin, de acordo com o texto visto pela Reuters.

Zack Shapiro, chefe de políticas do Bitcoin Policy Institute, disse que os Estados Unidos deveriam se antecipar aos rivais geopolíticos na monetização do bitcoin, “em vez de ver o preço subir sem que os Estados Unidos tenham reservas”. Ele se recusou a dizer se o grupo havia compartilhado texto com a equipe de Trump.

Trump também disse que criará um conselho da indústria de cripto e sua equipe está discutindo como estruturá-lo. Administrações anteriores criaram conselhos especializados por meio de decretos, observaram os executivos.

De forma mais ampla, Trump também poderia tentar abordar as reclamações sobre criptomoedas de que as regulamentações existentes não são adequadas para o setor com uma decreto articulando os princípios fundamentais para a regulamentação de criptomoedas, semelhante a uma ordem emitida por Trump em 2017, orientando os reguladores a revisar as regras bancárias.

PDT vai ao STF contra definição da Selic e pede que Corte suspenda última decisão do Copom

 

Supremo Tribunal Federal (STF) - Portal CNJ

O Partido Democrático Trabalhista (PDT) acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para que a Corte determine ao Banco Central um “aprimoramento” do processo de decisão sobre a taxa básica de juros. Para a sigla, a definição da Selic deve dimensionar e observar o impacto dos juros sobre o orçamento fiscal e sobre a trajetória da dívida pública, além de “necessariamente” levar em consideração os efeitos sobre o crescimento econômico, o mercado de trabalho, a erradicação da pobreza e a redução de desigualdades sociais.

Na ação, apresentada nesta segunda-feira, 23, o PDT pede ainda que o STF determine uma revisão dos parâmetros utilizados na mensuração de expectativas do mercado, com a abertura do Boletim Focus a outros atores institucionais “não relacionados ao mercado financeiro”. Liminarmente, o partido presidido pelo deputado André Figueiredo (PDT-CE) também solicita que a Corte suspenda os efeitos do último comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), quando o colegiado elevou a Selic a 12,25% ao ano.

“A narrativa de realizar um corte epistemológico e valorativo, para conceber as decisões do Copom apenas como uma decisão técnica, destituída de roupagem política, não encontra agasalho seguro na empiria, muito menos em seus efeitos e na captura do orçamento público brasileiro”, diz o partido, que alega ainda que não pretende que o STF se substitua à autoridade monetária, mas que submeta o BC “aos preceitos da Constituição econômica”.

Para o partido, a ata da última decisão sobre a Selic não revela qualquer ponderação do Copom sobre os impactos da taxa no mercado de trabalho ou na qualidade de vida dos cidadãos. “A decisão consubstanciada na última Ata pode inflar a dívida bruta brasileira em quase R$ 100 bilhões, o que equivale a um nível relevante da economia prevista no pacote de gastos recentemente anunciado pelo governo federal”, afirmou.

Ainda na avaliação do PDT, há uma omissão inconstitucional do Banco Central ao não definir uma metodologia de cálculo da “Meta da Selic” que leve em consideração núcleos de inflação efetivamente suscetíveis à política monetária, bem como os impactos das decisões sobre o mercado de trabalho e as contas públicas. “Isso ocorre porque preços de bens não comercializáveis, preços sujeitos a monopólios ou administrados pelo Estado, não estão diretamente sujeitos aos influxos da taxa de juros”, disse.

Minério de ferro sobe com expectativa de reabastecimento de siderúrgicas na China

 


Minério de ferro no porto de Kembla

 

Os contratos futuros do minério de ferro subiram nesta segunda-feira, auxiliados pelas expectativas de reabastecimento por parte das siderúrgicas na China, principal consumidor, embora os altos estoques portuários e as preocupações com a demanda para o próximo ano tenham limitado os ganhos.

O contrato de maio na bolsa de Dalian encerrou as negociações diurnas com alta de 0,84%, a 780 iuanes (106,87 dólares) a tonelada métrica, depois de atingir seu nível mais baixo desde 19 de novembro, a 762,5 iuanes a tonelada, no início da sessão.

As expectativas de compra pelas siderúrgicas chinesas antes do feriado que se aproxima deram algum suporte à principal matéria-prima para a fabricação de aço, disseram os analistas.

“Embora a produção de metais quentes tenha mostrado sinais de abrandamento, a lucratividade entre as siderúrgicas se estabilizou… as usinas siderúrgicas continuam a reconstruir estoques de minério de ferro”, disseram os analistas da Maike Futures em uma nota.

“Esperamos que as usinas ainda precisem reabastecer cerca de 10 milhões de toneladas de minério de ferro antes do feriado do Ano Novo Chinês (CNY).”

As siderúrgicas chinesas geralmente acumulam estoques antes do CNY, que começa em 28 de janeiro, para atender às necessidades de produção durante e após o feriado.

Os estoques de minério de ferro nos portos estavam em 147,8 milhões de toneladas em 20 de dezembro, 30% a mais do que há um ano, segundo dados da consultoria Steelhome.

Honda e Nissan anunciam início de negociações para fusão

 


As montadoras japonesas Honda e Nissan concordaram com o início de negociações para uma fusão - AFP/Arquivos

 

As montadoras japonesas Honda e Nissan concordaram nesta segunda-feira (23) com o início de negociações para uma fusão, em uma tentativa de recuperar o espaço perdido para a Tesla e os fabricantes chineses no mercado de veículos elétricos.

A operação criaria a terceira maior fabricante de automóveis do mundo e permitiria uma expansão do segmento de carros elétricos e veículos autônomos.

Os dois grupos, ao lado da Mitsubishi Motors, da qual a Nissan é a principal acionista, anunciaram que tentarão estabelecer uma “holding única” nas negociações.

As empresas, que mencionaram as “mudanças drásticas no ambiente que cerca os dois grupos e na indústria automobilística”, anunciaram que planejam a cotação da ‘holding’ na Bolsa de Tóquio até agosto de 2026.

Honda e Nissan informaram que pretendem concluir o acordo de fusão em junho do próximo ano, mas o pacto provavelmente não implicará uma união entre iguais.

A Honda terá a prerrogativa de nomear o CEO do novo conglomerado, cujo conselho de administração será integrado majoritariamente por executivos desta empresa, segundo a declaração conjunta.

Honda e Nissan, número dois e três no mercado japonês de automóveis, enfrentam um cenário difícil com a demanda dos consumidores, condições exacerbadas pela concorrência acirrada.

O contexto é mais evidente para as marcas estrangeiras na China, onde montadoras locais de carros elétricos como a BYD estão em ascensão à medida que cresce a demanda por veículos menos poluentes.

No ano passado, a China superou o Japão como o maior exportador de carros, graças ao apoio estatal à indústria de veículos elétricos.

CCR Mobilidade espera resultados melhores apesar do peso dos juros e câmbio, diz executivo

 


Marcio Hannas, CEO da CCR Mobilidade (Crédito: Reprodução/Linkedin)

A CCR Mobilidade espera alcançar melhores resultados em 2025 após fortes investimentos em frota em São Paulo, mas a forte desvalorização do real e a alta de juros devem impor novas pressões à companhia, afirmou o presidente da divisão de trens de passageiros e metrô do maior grupo de concessões de transporte do país, Marcio Hannas.

A companhia recebeu este mês o último trem novo de uma encomenda de 36 composições para as linhas 8 e 9 da região metropolitana de São Paulo, que somou investimento de 2,6 bilhões de reais. Com isso, a empresa pode concentrar a atenção na reforma do sistema elétrico, um trabalho que deve se estender até 2026.

“Dos 4 bilhões de reais de investimentos previstos no projeto (das linhas 8 e 9), 2,6 bilhões foram para trens”, disse Hannas. “Para o ano que vem, o capex será menor…Além disso, os trens novos têm custo menor, são mais eficientes em termos de consumo de energia”, disse o executivo, evitando fazer projeções específicas.

Falhas ao longo de 2023

A CCR assumiu as linhas 8 e 9 da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) em abril de 2021 e no ano passado o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, chegou a ameaçar romper contrato com a companhia por uma série de problemas na operação.

Hannas afirmou que, além dos problemas nas cadeias de fornecimento gerados no período pós-pandemia, que provocam atrasos nas entregas de novos trens e itens para manutenção de composições, a companhia teve falha de avaliação da condição desses ativos. “Vieram em nível mais degradado do que esperávamos”, afirmou.

Mas com a chegada dos novos trens, a companhia conseguiu elevar o nível da operação, que atualmente apresenta um patamar de desempenho de entre 85% e 88%, afirmou o executivo, ante abaixo de 50% no início da concessão.

Com os novos trens, a CCR Mobilidade vai concluir em fevereiro a devolução à CPTM da última das 34 composições que foram trocadas pelos novos equipamentos, disse Hannas, citando que a frota da empresa nas linhas será de 57 trens ao final do processo.

Apenas no terceiro trimestre deste ano, por exemplo, a CCR apurou um impacto em custo de construção de 220 milhões de reais gerado pelas linhas 8 e 9 diante da implantação dos novos trens, segundo o balanço da companhia, divulgado no final de outubro.

Investimentos em energia

Ante a previsão de investimento de 4 bilhões nas duas linhas, após a entrega da última composição o restante dos recursos será aplicado “principalmente na parte de energia” até 2026, disse o executivo. Hannas citou como exemplo reformas de subestações e rede aérea que alimenta os trens com eletricidade.

“É um trabalho complexo, precisa desligar a energia para mexer e aí não podemos operar…Temos uma janela muito curta de apenas duas horas de manutenção” durante as madrugadas disse o executivo ao explicar o prazo.

Mas ao ser questionado sobre o impacto da desvalorização da moeda, Hannas afirmou sem detalhar que, como boa parte dos insumos metroferroviários é importada, “há, sim, um impacto de custo na manutenção porque as peças de reposição são importadas”.

Apesar disso, ele acrescentou que não espera “um impacto severo” nos negócios. Além do próprio câmbio, a alta da Selic deve atingir a última linha do balanço da empresa em função dos financiamentos contratados pela empresa, disse o executivo.

Nos nove primeiros meses de 2024, a CCR Mobilidade apurou um resultado operacional medido pelo Ebitda ajustado de 1,56 bilhão de reais, um crescimento de quase 10% sobre um ano antes. A margem, porém, ficou perto da estabilidade, passando de 51,9% para 52,1%.

Futuro da empresa

Para 2025, um dos principais alvos de interesse da CCR Mobilidade, a maior operadora privada de trens de passageiros da América Latina e sétima maior do mundo, é o leilão das linhas 11, 12 e 13 de trens metropolitanos de São Paulo, disse Hannas.

O projeto, que teve edital publicado pelo governo de São Paulo neste mês, envolve mais de 100 quilômetros de vias existentes e 14 bilhões de reais em investimentos. A entrega das propostas está prevista para 25 de março e o leilão para o dia 28 do mesmo mês.

“A decisão (de participar do leilão) ainda não foi tomada… Estamos estudando”, disse Hannas, citando ainda que no radar da companhia em trens metropolitanos de São Paulo está a eventual concessão das linhas 10 e 14, esta última que precisará ser construída.

A empresa também monitora eventual concessão da linha 3 do metrô do Rio de Janeiro ligando Niterói a São Gonçalo, disse o presidente da CCR Mobilidade.

“Tem tanta oportunidade nessa área no Brasil que não faz sentido esforço para irmos buscar fora do país”, disse Hannas ao ser questionado sobre eventuais focos da empresa no exterior. “No curto prazo, não temos intenção de ir para fora do Brasil.”

Como grupo, a CCR – que tem como principais acionistas os grupos Soares Penido, Mover, Itaúsa e Votorantim – tem operações fora do Brasil em sua divisão de aeroportos, com terminais em Curaçao, Costa Rica e Equador.

Segundo o executivo, a CCR Mobilidade tem observado o avanço de uma série de tecnologias para possível implantação em suas operações no futuro, incluindo trens a hidrogênio, sistemas de sinalização sem fio, bilhetagem por reconhecimento facial, robôs para limpeza de vias férreas e estações e mesmo transporte em composições que se movem por dutos a vácuo (hiperloop).

“Tem economia de energia porque o trem está em levitação dentro do tubo e recupera a energia na frenagem…não tem trilhos…são benefícios de custos que são relevantes”, afirmou se referindo ao hiperloop.