segunda-feira, 29 de setembro de 2025

China acusa EUA de ampliar sanções e ameaçar cadeias globais com novas regras de exportação

 

A China criticou duramente uma nova regra de controle de exportações publicada pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos ao afirmar que a medida “impacta de forma severa a ordem do comércio internacional e mina a segurança e a estabilidade das cadeias globais de produção e fornecimento”. Em comunicado, o Ministério do Comércio chinês disse que as regras norte-americanas, que estendem sanções a subsidiárias de empresas que fazem parte da “lista de entidades” com participação superior a 50%, representam “mais um exemplo típico da generalização, pelos EUA, do conceito de segurança nacional e do uso abusivo dos controles de exportação”.

Segundo Pequim, a decisão de Washington prejudica os direitos e interesses legítimos das empresas afetadas e tem “natureza extremamente nociva”.

O governo chinês declarou-se contra a medida e instou os EUA a “corrigirem imediatamente essa prática equivocada e a cessarem a repressão injustificada contra empresas chinesas”, prometendo ainda tomar as medidas necessárias para “defender com firmeza” seus interesses.

Em outro comunicado, o Ministério do Comércio também reagiu à decisão do Japão de atualizar sua “lista de usuários finais” de exportação, incluindo diversas empresas chinesas.

A pasta afirmou que Tóquio agiu de forma a “prejudicar os interesses das companhias dos dois países”, e pediu a suspensão imediata da prática. Pequim, porém, saudou a exclusão de duas empresas chinesas da lista, medida que “está de acordo com os interesses comuns de ambas as partes”, e disse estar disposta a ampliar a remoção de outras companhias.

Sob Trump, EUA cedem participação no mercado de carne bovina da China para a Austrália; Brasil também aumenta

 


China carne bovina
Enquanto EUA reduzem exportações, Austrália e Brasil vendem mais carne bovina à China (Reuters/Jorge Adorno)

 

A carne bovina da Austrália substituiu a oferta dos Estados Unidos na China desde que o presidente Donald Trump retornou à Casa Branca, direcionando centenas de milhões de dólares, que em anos anteriores iam para a indústria pecuária dos EUA, para os cofres australianos.

Os embarques dos EUA para a China, avaliados em cerca de US$ 120 milhões por mês, despencaram depois que Pequim, em março, permitiu que licenças expirassem em centenas de frigoríficos americanos e quando Trump deu início a uma guerra tarifária de retaliação.

Outras exportações agrícolas dos EUA para a China, o maior importador de alimentos do mundo, também foram prejudicadas desde que Trump voltou ao poder. Apenas em soja, os agricultores americanos perderam embarques no valor de bilhões de dólares durante a atual temporada de colheita.

As exportações de carne bovina dos EUA, em geral, vinham caindo nos últimos anos, à medida que a seca reduziu o rebanho nacional, diminuindo a produção e elevando os preços a níveis recordes. Mas a queda no comércio com a China foi muito mais repentina e extrema.

O valor da carne bovina dos EUA enviada à China caiu para apenas US$ 8,1 milhões em julho e US$ 9,5 milhões em agosto, segundo dados comerciais chineses, comparado a US$ 118 milhões e US$ 125 milhões nos mesmos meses do ano anterior.

A Austrália absorveu essa demanda. Suas exportações de carne bovina para a China saltaram de uma média de US$ 140 milhões por mês nos dois anos até março para US$ 221 milhões em julho e US$ 226 milhões em agosto.

No total, entre os meses de abril e agosto, as exportações americanas de carne bovina para a China renderam US$ 388 milhões a menos do que se o comércio tivesse mantido o nível médio dos dois anos anteriores. As exportações australianas, no mesmo período, renderam US$ 313 milhões a mais.

O Brasil, maior fornecedor de carne bovina da China, também aumentou suas exportações nos últimos meses, mas a Austrália foi quem mais se beneficiou, já que sua carne bovina alimentada com grãos é a que mais se assemelha aos produtos dos EUA.

“É bom para a Austrália”, disse Matt Dalgleish, analista de carne e gado da consultoria australiana Episode 3. “Isso está sustentando preços muito fortes para o gado.”

Casa Branca diz querer senso comum com democratas para evitar paralisação do governo

 Casa Branca: história, segurança, curiosidades - Brasil Escola

A secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que o governo buscará encontrar um senso comum com democratas para evitar a paralisação do governo federal, conhecida como “shutdown” nos EUA. “A proposta no Congresso manterá o governo funcionando até janeiro exatamente com o mesmo orçamento atual, apenas corrigido pela inflação”, disse, em entrevista à CNBC.

Leavitt defendeu que a proposta é razoável e sinalizou que o presidente dos EUA, Donald Trump, não deverá ceder à pressão democrata para alterar o orçamento, afirmando que a prioridade é conseguir um projeto orçamentário “limpo”.

 “O trunfo está nas mãos do presidente, porque a maior parte do país quer que o governo continue funcionando”, afirmou ela. “Esperamos que os democratas se juntem aos republicanos nessa luta”.

Gaza

A secretária também comentou expectativas para o encontro entre Trump e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, nesta segunda-feira. Leavitt expressou confiança de que um acordo de paz na Faixa de Gaza está “muito próximo” de ser alcançado, com aprovação também do Hamas, mas reconheceu que os termos não devem satisfazer completamente nenhuma parte. “Os dois lados terão que ceder algo, isso é necessário para encerrar a guerra”, afirmou.

Leavitt relatou que o acordo envolve um plano “incrivelmente detalhado” e que o governo norte-americano deverá entrar em contato com o Catar em breve para discutir as conclusões do encontro entre Trump e Netanyahu.

Galípolo afirma que BC jamais falou que Selic de 15% não é uma taxa alta

 Galípolo diz não ver ataque especulativo em alta do dólar ...

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta segunda-feira, 29, que a autoridade monetária jamais falou que uma Selic de 15% não se trata de uma taxa alta. “Eu acho que o Banco Central jamais falou algo diferente de que 15% não fosse uma taxa de juros alta. Quando você compara com outros países, ou quando você compara até com uma série histórica”, afirmou Galípolo, durante participação em evento do Itaú BBA, em São Paulo.

Apesar de reconhecer o nível restritivo dos juros, Galípolo frisou que o que importa é garantir que a inflação chegue na meta de 3%.

“É importante a gente lembrar sempre que a métrica que o BC recebe, o comando legal, não é uma sugestão, é um comando legal, para colocar a inflação em 3%. Não é para colocar a inflação na média dos outros países. É em, 3%”, detalhou ele.

Nesse contexto, o presidente do BC reforçou que o movimento de convergência para a meta acontece de forma lenta, por conta da resiliência da economia doméstica. Por isso, acrescentou Galípolo, ainda há muito esforço para ser feito pelo Banco Central e o cenário demanda vigilância e persistência.

Ibovespa bate novo recorde de pontuação intradia; dólar é negociado em queda

 

O Ibovespa avançava nesta segunda-feira, renovando topo histórico, com Eletrobras, Itaú e Vale entre os principais suportes, enquanto Braskem voltava a figurar como destaque negativo com preocupações sobre as alternativas para otimizar a sua estrutura de capital.

Por volta de 11h, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 0,82%, a 146.644,83 pontos, tendo marcado 147.558,22 pontos na máxima até o momento, novo recorde intradia. Em setembro, já acumula alta de 3,69%. O volume financeiro no pregão somava R$ 3,38 bilhões.

Na visão de analistas do BB Investimentos, a trajetória mais consistente de médio e longo prazos para o Ibovespa permanece de alta, amparada pelo momento de política monetária nos EUA, a partir do início do ciclo de corte de juros, conforme relatório enviado a clientes.

Eles também citaram que a reunião entre os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos, esperada para ocorrer nesta semana, deixa investidores em compasso de espera. “No gráfico semanal, vemos a formação de uma figura de indefinição para a semana, mas ainda dentro de um canal primário de alta”, acrescentaram.

Nesta segunda-feira, o movimento no pregão brasileiro era endossado pelo viés externo, com o índice acionário norte-americano S&P 500 em alta de 0,35% além de alívio nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA.

Destaques da bolsa

– MAGAZINE LUIZA ON avançava 3,13%, ampliando a valorização no mês, que já soma 41%. De acordo com relatório da Ágora Investimentos, contudo, o papel está entre as ações com maior taxa de aluguel, de 22,63% conforme dados de sexta-feira.

– CSN ON subia 2,88%, em destaque no setor de mineração e siderurgia, com a controlada CSN MINERAÇÃO ON em alta de 2,64%. VALE ON avançava 0,32%, mesmo com a queda dos futuros do minério de ferro na China.

– BRASKEM PNA caía 3,7%, ainda pressionada pelo anúncio de que contratou assessores para avaliar opções para sua estrutura de capital. Analistas do BTG Pactual veem um risco de diluição para acionistas da petroquímica “firmemente” presente.

– ITAÚ UNIBANCO PN subia 1,34%, batendo máxima histórica intradia de R$39,36, tendo no radar dados de crédito no país divulgados pelo Banco Central. BRADESCO PN avançava 1,3%, BANCO DO BRASIL ON ganhava 1,18% e SANTANDER BRASIL UNIT subia 1,03%.

– ELETROBRAS ON avançava 2,62% e ELETROBRAS PNB subia 2,61%, trabalhando em níveis históricos e também fornecendo apoio para o avanço do Ibovespa.

– PETROBRAS PN recuava 0,99%, acompanhando a fraqueza dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent mostrava queda de 2,84%.

– AMBIPAR ON, que não está no Ibovespa, subia 3,28%, em mais um dia de trégua após fortes perdas na semana passada, em meio a preocupações sobre a companhia após decisão favorável da Justiça do Rio de Janeiro na semana passada sobre pedido de medida cautelar contra credores.

Dólar em queda

Já o dólar operava em baixa nesta manhã de segunda-feira no Brasil, alinhado ao recuo da moeda norte-americana ante outras divisas no exterior, em meio a preocupações sobre uma possível paralisação do governo dos Estados Unidos caso uma lei orçamentária não seja aprovada até terça-feira.

No Brasil, investidores estiveram atentos a declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante evento do Itaú em São Paulo, e aguardam agora a participação do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.

Às 10h54, o dólar à vista tinha baixa de 0,46%, aos R$ 5,3142 na venda.

Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha baixa de 0,69%, a R$ 5,3180.

Na sexta-feira, o dólar à vista fechou em baixa de 0,49%, aos R$5,3386.

No exterior, o dólar cedia ante boa parte das demais divisas, com o mercado à espera da divulgação de indicadores econômicos no restante da semana e atentos às negociações no Congresso dos EUA, onde parlamentares negociam a aprovação de uma lei para evitar a paralisação de parte do governo.

Às 10h57, o índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas – caía 0,29%, a 97,859.

No Brasil, após iniciar a sessão próximo da estabilidade, o dólar se alinhou ao exterior e passou a recuar ante o real, com investidores atentos ainda à Conferência Itaú Macro Vision, em São Paulo.

No evento, Haddad afirmou que o governo não está fazendo ajuste fiscal vendendo patrimônio, acrescentando que continuará a perseguir as metas fiscais estabelecidas, tanto para 2025 quanto para 2026.

“A meta da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias)… está sendo perseguida com todo o esforço”, afirmou Haddad sobre o objetivo de 2025. “Para 2026 vai ser igual”, acrescentou.

Galípolo, que falou mais cedo em evento do BC sobre a pesquisa Firmus, fala no evento do Itaú ainda nesta manhã.

 

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Banco Central prevê crescimento de 1,5% para o PIB em 2026

 


Projeção revisada para este ano é 2% 
 

Diante dos indicadores apresentados, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, avalia que a política monetária conduzida pela instituição está no caminho "que deve ser feito"

 

O Banco Central (BC) divulgou, nesta quinta-feira (25), a projeção de crescimento de 1,5% para o PIB em 2026. A instituição também revisou a projeção para 2025, passando de um crescimento de 2,1% para 2% ao final deste ano. Os dados fazem parte do Relatório de Política Monetária referente ao terceiro trimestre de 2025. O relatório apresenta as diretrizes das políticas adotadas pelo Comitê de Política Monetária (Copom) e avalia a evolução recente e as perspectivas da economia, especialmente as projeções de inflação.

O BC afirma que mantém a expectativa de continuidade da moderada atividade econômica ao longo do segundo semestre de 2025 e que essa tendência deve se estender para 2026. Por conta de fatores como os efeitos, ainda incertos, do aumento das tarifas de importação pelos Estados Unidos, mas também de prognósticos mais favoráveis para a agropecuária e para a indústria extrativa, o BC revisou a projeção de crescimento de 2,1% do PIB apresentada no último relatório, de junho, para 2% em 2025. Já para 2026, a expectativa é de manutenção da política monetária em campo restritivo e baixo nível de ociosidade dos fatores de produção, de desaceleração da economia global e ausência do impulso agropecuário observado em 2025. Por conta desses fatores, o crescimento deverá ser inferior ao deste ano, chegando a 1,5%.

O BC ressalta que a inflação no Brasil segue acima da meta e que esse cenário deverá se manter, conforme a pesquisa Focus, tanto em 2025 quanto em 2026, quando deverá chegar, respectivamente, a 4,8% e 4,3%. A projeção divulgada no Relatório de Política Monetária é que apenas no primeiro trimestre de 2027, ela se aproxime do centro da meta, chegando a 3,4%. A meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CNM) é 3%, com intervalo de tolerância de menos 1,5 ponto percentual e mais 1,5 ponto percentual, isto é, de 1,5% a 4,5%.

 

Atuação do Banco Central

 
Diante dos indicadores apresentados, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, avalia que a política monetária conduzida pela instituição está no caminho "que deve ser feito", como afirmou em coletiva de imprensa após a divulgação do relatório. "A gente vem renovando a mínima sobre desemprego, de maneira sucessiva. O mercado trabalho vem mostrando bastante resiliência, com desemprego na mínima histórica e renda na máxima histórica", diz o presidente.

"Para a gente, o pior cenário que existe para o trabalhador, aquele com a maior queda de renda do trabalho, é quando a gente tem uma inflação elevada. Então, é importante que essa boa performance que se viu nos últimos anos da atividade econômica e do mercado de trabalho seja preservada, preservando a renda do trabalhador. Como é que você preserva a renda do trabalhador? Colocando a inflação na meta, permitindo que ele tenha uma inflação baixa, uma inflação não seja um tema na vida das pessoas", acrescentou. Com o argumento, Galípolo defendeu a decisão do Copom de manter a taxa básica de juros da economia (Selic) em 15%. A taxa é considerada alta pelo governo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, espera que o cenário seja melhor em 2026 e que possa haver uma queda na taxa.

Com ABR

Cerca de 20% dos cargos administrativos do grupo aéreo Lufthansa estariam ameaçados

 

O Lufthansa, maior grupo aéreo da Europa, prevê reduzir em até 20% seus cargos administrativos para cortar custos frente à concorrência, informaram à AFP, nesta sexta-feira (26), fontes que falaram sob a condição do anonimato.

Estas supressões de cargos poderiam afetar cerca de 3 mil das 15 mil pessoas que trabalham na gestão do grupo aéreo, segundo reportagens publicadas nesta sexta-feira, confirmadas à AFP.

O grupo, que emprega 103 mil pessoas nas empresas Lufthansa Airlines, Austrian, Swiss, Eurowing, Brussels Airlines, e ao qual, em 2025, integrou-se a empresa italiana ITA airways, realizará, na segunda-feira (29), seu dia do investidor em Munique, onde suas metas financeiras serão reveladas.

Contactada pela AFP, Lufthansa não quis comentar as possíveis supressões de empregos, reportadas anteriormente pela agência Reuters.

O chefe do grupo, Carsten Spohr, justificou, nesta sexta-feira, em uma reunião com o pessoal, a redução do efetivo administrativo devido à desvantagem de custo do grupo Lufthansa em relação aos seus principais concorrentes, reportou o jornal alemão Handelsblatt.

O grupo aéreo registrou uma queda em seus benefícios, em 2024, um ano marcado por greves e pela normalização dos preços do transporte aéreo após os aumentos pós-pandemia.

O grupo Lufthansa prometeu continuar, em 2025, seu plano de recuperação para voltar a registrar lucros.

“O Lufthansa deseja centralizar mais sua gestão, o que significa que as empresas do grupo perderão autonomia e se tornarão simples plataformas de produção”, destacou Gerald Wissel, especialista da empresa Airborne Consulting, à AFP.

Se as supressões dos empregos lhe parecem “justificadas”, apontou Wissel, será, no entanto, “difícil demitir tantos funcionários de uma maneira” que pareça socialmente aceitável.