sexta-feira, 17 de outubro de 2025

BRAZIL JOURNAL: as big techs estão nos emburrecendo, diz Nobel de Economia

 

Paul Romer, que ganhou o Nobel de Economia de 2018 por seu trabalho sobre a importância da inovação e do investimento em capital humano para o desenvolvimento, já foi um dos economistas mais celebrados no Vale do Silício.

Nos últimos anos, no entanto, Romer se tornou um grande crítico das Big Techs.

“Fui um grande defensor das empresas de tecnologia, da revolução da internet e da inovação do setor privado, mas fiquei extremamente decepcionado com o que eles entregaram,” Romer disse ao Brazil Journal.

Em um longa conversa na segunda-feira, um dia antes de sua apresentação no evento Global Voices, da Confederação Nacional do Comércio, Romer comentou as razões que o levaram a se distanciar do pensamento liberal puro-sangue da Universidade de Chicago – sua alma mater – e por que hoje defende um Governo forte e capaz de dizer não para as grandes corporações.

Leia a reportagem completa no Brazil Journal.



Ministério da Saúde cria comitê para debater judicialização no SUS

 Ficheiro:Logo SUS.svg – Wikipédia, a enciclopédia livre

O Ministério da Saúde criou o Comitê Permanente de Racionalização da Judicialização (CPRJ) para debater a racionalização da judicialização na saúde pública. A informação foi publicada por meio de uma portaria no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (17).

De acordo com a publicação, o comitê tem função deliberativa e busca otimizar o uso dos recursos do Sistema Único de Saúde (SUS), no cumprimento de decisões judiciais, promovendo maior eficiência e desjudicialização das demandas de saúde.

Entre as principais competências do comitê, está a elaboração de planos anuais de trabalho, acompanhar o cumprimento de ações judiciais e promover estudos e debates sobre a racionalização da judicialização. Além disso, o grupo terá a incumbência de articular políticas públicas com outras instâncias governamentais e institucionais para reduzir a dependência de decisões judiciais na gestão de saúde pública.

O CPRJ será composto por representantes de diversas secretarias e departamentos do Ministério da Saúde, e contará com uma presidência e uma secretaria executiva. As reuniões ocorrerão mensalmente ou em caráter extraordinário, podendo ser presenciais ou por videoconferência. A participação é considerada de relevância pública, sem remuneração, e as decisões do comitê poderão ser formalizadas por resoluções publicadas no DOU.

Cepea/Abiove: PIB da soja em 2025 deve crescer 11% com safra recorde e biodiesel

 

São Paulo, 17 – O Produto Interno Bruto (PIB) da cadeia da soja e do biodiesel deve crescer 11,29% este ano, segundo estudo divulgado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). O levantamento aponta que a produção recorde de 170,3 milhões de toneladas de soja na safra 2024/25 e o aumento do processamento industrial sustentam a expansão. Com esse desempenho, o setor deve representar 21,1% do PIB do agronegócio e 6,1% do PIB nacional em 2025.

“Dentro da porteira, estima-se forte crescimento de 23,39% no PIB, o que se deve ao avanço da produção, que alcançou o recorde de 170,3 milhões de toneladas”, informou o Cepea/Abiove em nota. O resultado decorre de aumentos de área e produtividade, impulsionados por tecnologia e clima favorável. Na agroindústria, a previsão é de alta de 4,02%, refletindo o ritmo intenso de esmagamento de soja, estimado como recorde. “A demanda por óleo de soja, sobretudo para a produção de biodiesel, segue em expansão”, diz o estudo.

O relatório lembra que, desde 1º de agosto, a mistura obrigatória do biodiesel ao óleo diesel passou para 15% (B15), o que deve ampliar ainda mais o processamento no País. Esse efeito, contudo, ainda não foi computado nas estimativas atuais, baseadas em dados até o segundo trimestre.

Segundo o Cepea/Abiove, o PIB dos agrosserviços deve avançar quase 9%, e o de insumos, 2,72%. Os preços da cadeia permaneceram estáveis no segundo trimestre de 2025 frente ao mesmo período do ano passado, após altas em 2024 e desvalorização de produtos agroindustriais neste ano. Com isso, o PIB gerado por tonelada de soja produzida e processada “poderá representar 4,45 vezes o PIB gerado pela soja produzida e exportada diretamente”, destacam as entidades na nota.

No mercado de trabalho, o número de pessoas ocupadas na cadeia da soja e do biodiesel cresceu 4,2% no segundo trimestre de 2025 ante igual período de 2024, totalizando 2,327 milhões de trabalhadores. A cadeia representa 10% da força de trabalho do agronegócio e 2,27% da ocupação total do País. “O aumento de produção física e de processamento de soja gera demanda por agrosserviços”, observam os pesquisadores. O segmento de insumos teve alta de 4,51% no número de empregados, enquanto a agroindústria avançou 0,74% e os agrosserviços, quase 10%.

As exportações da cadeia somaram 49,68 milhões de toneladas no segundo trimestre, alta de 1,5% na comparação anual. A receita, contudo, caiu 8,3%, para US$ 19,47 bilhões, em razão da queda de 9,56% nos preços da soja em grão e de 15,7% nos do farelo, compensada parcialmente pela alta de 9,56% no óleo. “A pressão sobre os preços veio da safra mundial recorde 2024/25”, explicou o Cepea/Abiove.

A China segue como principal destino da soja em grão, enquanto União Europeia e Sudeste Asiático lideram as compras de farelo. No óleo, a Índia mantém a liderança, com mais de 70% das exportações brasileiras do derivado.

Aérea do Canadá passará a cobrar para passageiro reclinar o assento

 

A companhia aérea canadense WestJet passará a cobrar para que os passageiros possam reclinar seus assentos em voos de aviões remodelados, contemplando um total de 43 aviões da sua frota.

Os passageiros que optarem por passagens mais baratas terão de viajar com o assento a 90º durante todo o trajeto. Ou seja, não é um pagamento para reclinar o assento no voo, mas a passagem previamente comprada irá definir se será possível reclinar ou não o assento.

O anúncio feio pela WestJet nesta semana firma que os assentos da classe econômica tradicional das aeronaves Boeing 737-8 MAX e 737-800 não poderão mais ser reclinados.

A expectativa é que essa política passe a vigorar ainda neste mês de outubro. A operação será remodelada gradualmente até o início de 2026, segundo a empresa.

A empresa justificou a mudança como parte de uma remodelagem, um novo design que visa aumentar a sensação de espaço pessoal. Segundo dados internos da WestJet, metade dos passageiros preferem a nova configuração do que a antiga.

Quem quiser ter a opção de um assento reclinável deverá pagar por cabines Premium e poltronas Extended Comfort – opções que ainda estão dentro da classe econômica mas custam um pouco mais caro.

A empresa afirma que as novas poltronas premium possuem apoio de cabeça ajustáveis em quatro direções, encostos reclináveis e almofadas ergonômicas.

A WestJet ainda declarou que a decisão deve reduzir o custo por assento da empresa – permitindo acrescentar uma fileira a mais no layout do avião.

A companhia opera no Canadá, Estados Unidos e outros destinos internacionais.

Trump diz que tarifa de 100% sobre a China ‘não é sustentável’ e que irá se reunir com Xi

 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira, 17, que sua proposta de tarifa de 100% sobre os produtos da China não seria sustentável, mas culpou a China pelo mais recente impasse nas negociações comerciais, que começaram quando Pequim aumentou o controle sobre suas exportações de terras raras.

Questionado se uma tarifa tão alta seria sustentável e o que isso poderia causar à economia, Trump respondeu: “Não é sustentável, mas o número é esse.”

“Eles me forçaram a fazer isso”, disse ele em uma entrevista à Fox Business Network transmitida nesta sexta-feira.

Trump revelou taxas adicionais de 100% sobre as exportações da China para os EUA há uma semana, juntamente com novos controles de exportação sobre “todo e qualquer software crítico” até 1º de novembro, nove dias antes do vencimento do alívio tarifário existente.

As novas medidas comerciais foram a reação de Trump à expansão dos controles de exportação de elementos de terras raras pela China. A China domina o mercado de tais elementos, que são essenciais para a fabricação de tecnologia.

Trump também confirmou que se reunirá com o presidente chinês, Xi Jinping, em duas semanas na Coreia do Sul – uma reunião que ele havia colocado em dúvida na semana passada – e expressou admiração pelo líder chinês.

“Acho que vamos nos dar bem com a China, mas temos que ter um acordo justo. Tem que ser justo”, disse Trump no programa “Mornings with Maria”, da FBN, que foi gravado na quinta-feira.

A missão da China na Organização Mundial do Comércio (OMC) afirmou nesta sexta-feira que os EUA vêm minando o sistema de comércio multilateral baseado em regras desde que o novo governo assumiu o cargo em 2025, citando o uso repetido de políticas discriminatórias, tarifas recíprocas e sanções unilaterais que violam os compromissos da OMC.

A delegação chinesa disse que um próximo relatório de seu Ministério do Comércio avaliará a conformidade dos EUA em 11 áreas e renovará os apelos para que Washington cumpra as regras da OMC e, ao mesmo tempo, colabore com outros países membros para apoiar a governança econômica global.

1,7 milhão de brasileiros já trabalham por meio de aplicativos e têm renda maior que a média

 

O trabalho por aplicativo tem ganhado cada vez mais relevância no Brasil. Dados do módulo temático sobre trabalho por meio de plataformas digitais da PNAD Contínua do IBGE, referentes ao terceiro trimestre do ano passado, revelam que 1,7 milhão de pessoas trabalham por meio de algum aplicativo.

O número de pessoas que têm em aplicativos seu principal trabalho representou um crescimento de 25,4% em comparação ao dado anterior da PNAD, de 2022. Naquela ocasião, 1,3 milhão de pessoas eram empregadas pelas plataformas digitais.

Em termos relativos também houve crescimento. Deixando de fora os funcionários públicos e militares, o atual número representa 1,9% de todas as 88,5 milhões de pessoas ocupadas no Brasil no terceiro trimestre de 2024. Dois anos antes, essa fatia era de 1,5%.

Aplicativo de transporte

De acordo com os dados da pesquisa do IBGE, 53,1% (878 mil pessoas) utilizavam, nesse trabalho, aplicativos de transporte particular de passageiros, como 99 e Uber; 29,3% (485 mil pessoas), aplicativos de entrega de comida, produtos como iFood, Rappi e Loggi; 17,8% (294 mil pessoas), aplicativos de prestação de serviços gerais ou profissionais; e 13,8% (228 mil pessoas), aplicativos de táxi (direcionados para taxistas).

“Considerando-se as pessoas que trabalhavam por meio de aplicativos de transporte de passageiros, seja ou não de táxi, observa-se que, no País, havia 964 mil pessoas exercendo tal atividade, no trabalho principal, o que corresponde a maior parte (58,3%) dos trabalhadores plataformizados” diz o relatório da pesquisa do IBGE.

 

IBGE

App gera renda maior, mas…

Se fosse possível personalizar o trabalhador de aplicativo em um único indivíduo ele seria um homem, de 25 a 39 anos, com nível médio completo ou superior incompleto e renda média mensal de R$ 2.996. Esse rendimento, aliás, 4,2% acima da média nacional do trabalhador brasileiro, deixando de fora, novamente, os funcionários públicos e militares.

Apesar dos trabalhadores por aplicativo registrarem um rendimento médio mais elevado em comparação ao dos demais ocupados no setor privado, ao analisar a hora trabalhada a situação é oposta. Os trabalhadores plataformizados (R$ 15,4/hora) registraram, em média, um rendimento-hora 8,3% inferior ao dos não plataformizados (R$ 16,8/hora).

A pesquisa do IBGE lembra que a se, de um lado, as plataformas digitais de trabalho têm oferecido oportunidades de geração de renda para muitos trabalhadores e permitido que empresas alcancem novos mercados e reduzam custos, por outro, elas também representam um importante desafio, especialmente no que se refere às condições de trabalho.

Entre os desafios que envolvem os trabalhadores estão o acesso a direitos trabalhistas e seguridade social, a capacidade de geração de uma renda adequada e a extensão das jornadas de trabalho.

Nesse sentido, entre os trabalhadores plataformizados, o percentual de contribuintes para previdência está muito aquém dos trabalhadores não plataformizados. Enquanto 61,9% dos trabalhadores regulares do setor privado contribuem para o instituto oficial de previdência, no caso dos trabalhadores por aplicativo, a fatia é de apenas 35,9%.

 

 https://istoedinheiro.com.br/ibge-2-milhoes-aplicativos-renda-maior

Tesouro IPCA+8% ao ano: oportunidade é rara e não deva durar muito; entenda

 

Em um ambiente de inflação fora da meta e preocupações sobre o ambiente fiscal, o mercado tem precificado remunerações historicamente altas para títulos como o Tesouro IPCA+. Nesse cenário, os títulos atrelados à inflação com vencimento em 2029 tiveram suas máximas históricas, pagando IPCA+8%. Ou seja a inflação mais um prêmio de 8% ao ano, uma oportunidade considerada rara pelo mercado.

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Além disso, os dados de rentabilidade mostrados no site do Tesouro Nacional mostram também outras opções com uma rentabilidade acima de IPCA+7%. Veja abaixo alguns exemplos de títulos:

Camilla Dolle, head de renda Fixa da XP, explica que são ‘raríssimos’ os casos em que os títulos ficaram acima de IPCA+7,5%, e acima de IPCA+8% é uma situação ainda menos usual.

“Não é sustentável a gente manter esse patamar por tanto tempo e a gente vem mantendo já há muito tempo. Esse patamar acima de 8% não deva durar muito”, analisa.

Nesse contexto, a especialista considera que o momento atual representa uma janela atrativa, uma nova oportunidade para entrar, caso o título se enquadre no perfil de risco do investidor e ele possua espaço no portfólio para títulos atrelados à inflação.

Almeida, da Suno, comenta que para essa janela de oportunidades se encerrar seriam necessários ‘três ingredientes principais’:

  • Sinalização fiscal confiável
  • Ancoragem das expectativas de inflação
  • Melhora do cenário externo

No primeiro ponto, talvez o mais relevante, seria de um governo mostrando um compromisso claro com o controle de gastos que convença o mercado, com um plano crível e com corte de gastos – algo que o especialista acredita que não vai ocorrer.

Sobre inflação, avalia que precisaria de uma ancoragem para o horizonte relevante da política monetária, que é o primeiro trimestre de 2027.

“Sobre a melhora do cenário externo, seria um ciclo de queda de juros nos Estados Unidos. Uma resolução dessa guerra comercial e o acordo entre Brasil e Estados Unidos se concretizando com uma leitura positiva para nosso país. Mas eu não enxergo uma resolução desses três fatores em um curto prazo. Então, é possível que essa janela de oportunidades ainda seguirá aberta, mas não necessariamente com taxas superiores a 8%”, explica.

Nesse contexto, a expectativa é de que os títulos do Tesouro sigam altamente atrativos, mas com taxas mais ‘comportadas’, entre IPCA+7% e IPCA+7,5% – ainda com uma rentabilidade historicamente alta.

O que explica a taxa de prêmio atual?

Os juros atuais decorrem de uma exigência de um prêmio de risco maior por parte do mercado por conta da percepção de risco mais acentuada, tanto vindo dos fatores geopolíticos do cenário externo – com conflitos – quanto domésticos, com as contas públicas gerando grandes incertezas.

“O mercado tem uma percepção de deterioração da saúde fiscal do Brasil. Há dúvidas crescentes sobre a capacidade do governo em cumprir as metas fiscais estipuladas no arcabouço e estabilizar a trajetória da dívida pública em relação ao PIB”, explica Guilherme Almeida, Head de Renda Fixa da Suno Research.

As discussões sobre o orçamento de 2026 aumentam a percepção de que há uma pressão muito grande por conta do aumento de gastos públicos sem uma contrapartida clara de corte de gastos ou até mesmo de receitas – o que funciona como um catalisador positivo para os títulos, dado que o mercado pressiona a curva e exige um prêmio de risco maior para os títulos de renda fixa atrelados à inflação.

Cuidados ao investir no Tesouro IPCA+

Especialistas frisam que apesar de serem investimentos considerados atrativos, é importante relembrar que são títulos desenhados para serem carregados até o vencimento – comprá-los e vendê-los no mercado podem gerar prejuízos.

Além disso, destacam o fato de, há anos, existir a marcação mercado destes investimentos – ajuste diário do valor desses papéis com base nos preços praticados no mercado, refletindo oscilações nas taxas de juros e na inflação, podendo fazer com que a cotação varie tanto ou mais do que investimentos em renda variável, a depender do contexto.

“Quem comprou a taxas mais baixas vê o título desvalorizando, o que também não deve ser necessariamente uma razão para resgatar esses títulos. Por isso que é tão importante entender o mecanismo dos títulos de renda fixa. Mas a nossa visão aqui não muda, continuamos vendo sim um ambiente positivo para títulos atrelados à inflação de até cerca de 5 a 6 anos de duration. Por conta destes juros reais mais altos pré-fixados, aumentamos aumentou recentemente a recomendação de alocação por conta dessa expectativa de redução de juros, principalmente a partir do ano que vem”, diz Dolle, da XP.

Rentabilidade das NTN-Bs
Rentabilidade das NTN-Bs (Crédito:Reprodução/Tesouro Nacional)

Almeida, da Suno, chama atenção para o fato de que muitos investidores são atraídos pela rentabilidade e acabam negligenciando outros fatores que são mais importantes do que a rentabilidade em si.

“Quando a gente fala em um título de renda fixa, existem ali os riscos inerentes a qualquer título, o risco de crédito, o risco de liquidez, o risco de mercado, enfim. Quando a gente fala de risco de crédito, aqui a gente está tratando de um título público, então o risco de crédito é mínimo, quase que inexistente. Afinal de contas, quem está emitindo o título é o Tesouro Nacional e no fim do dia ele pode simplesmente emitir dinheiro e emitir moeda e pagar aos seus credores”, explica.

“A gente sabe os efeitos negativos que isso gera na economia, vira inflação, mas essa é a percepção que o mercado tem. Então o risco de crédito é considerado ali o menor risco do mercado brasileiro, os títulos públicos, mas a gente tem alguns fatores principalmente associados ao risco de mercado e ao risco de liquidez”, acrescenta.

“Para quem que seria adequado essa exposição ao IPCA+? Para aquele investidor que não tenha uma dependência da liquidez, ou seja, o dinheiro aportado nesses títulos não pode ser o da reserva de emergência desse investidor”, afirma Almeida.

Ou seja, o especialista frisa que a compra só deve ser feita por investidores que pretendam carregar os títulos até seu vencimento.

“O investidor ideal é aquele que tem um objetivo claro para esse dinheiro e que pode deixar o recurso investido até a data de vencimento do título. Aqui a gente tá falando 2029, por exemplo, então deixar até 2029 ou 2040, caso seja o vencimento escolhido. Esse é o perfil de quem está poupando para objetivos de médio e longo prazo.”

Janeta de oportunidade rara

Um levantamento da Quantum Finance mostra que os títulos com vencimento em 2029 tiveram apenas 30% dos seus dias de negociação com rentabilidade igual ou acima de IPCA+7%.

Já os títulos Tesouro IPCA+ que vencem em 2035 possuem apenas 11,8% dos dias de negociação com rentabilidade igual ou acima de IPCA+7%. Para com vencimento em 2045, essa porcentagem cai ainda para 8% dos dias de negociação.