sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Brasil registra recorde nas exportações de carne bovina em outubro

 

As exportações brasileiras de carne bovina atingiram mais de 357 mil toneladas em outubro de 2025, o maior volume mensal desde o início da série histórica em 1997, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC/Secex) compilados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC).

O resultado representa alta de 1,5% em relação a setembro (352.035 t), que até então havia sido o recorde, e de 18,7% sobre outubro de 2024 (301.069 t).

A receita do mês totalizou US$ 1,90 bilhão, aumento de 39,1% em relação ao mesmo período do ano passado (US$ 1,37 bi). De janeiro a outubro, o Brasil exportou 2,79 milhões de toneladas, com valor acumulado de US$ 14,31 bilhões, o que representa crescimento de 16,6% em volume e 35,9% em valor frente ao mesmo período de 2024 (2,40 milhões t; US$ 10,53 bi). O desempenho mantém o país próximo do recorde de 2024 (2,89 milhões t; US$ 12,8 bi) e confirma a liderança brasileira nas exportações mundiais de carne bovina. Ao todo, os embarques chegaram a 162 países em 2025.

Segundo o presidente da ABIEC, Roberto Perosa, o desempenho de outubro confirma a força do setor, o avanço na abertura e ampliação de novos mercados em parceria com os Ministérios da Agricultura e das Relações Exteriores e com a ApexBrasil, além do equilíbrio entre o mercado interno e as exportações.

“O Brasil segue ampliando sua presença internacional com qualidade e regularidade de fornecimento, resultado do trabalho conjunto entre a indústria e o governo na abertura de novos mercados. Mas é importante lembrar que apenas cerca de 30% da carne produzida no país é exportada, enquanto a maior parte, em torno de 70%, abastece o mercado interno. Isso mostra a robustez do consumo doméstico e o equilíbrio entre atender à demanda brasileira e consolidar nossa posição entre os principais fornecedores do mundo.”

Caso mantenha o ritmo atual, o Brasil deve ultrapassar essa marca histórica ainda em novembro, consolidando 2025 como o melhor ano da série desde o início dos registros em 1997.

Composição dos embarques

A carne in natura respondeu por 89,7% do volume total (320.559 t) e 93,5% da receita (US$ 1,77 bi), seguida por miúdos (22,1 mil t; US$ 71,4 mi) e produtos industrializados (7,3 mil t; US$ 47,9 mi). Também foram exportadas gorduras (4,2 mil t; US$ 8,4 mi), tripas (2,8 mil t; US$ 5,1 mi) e carnes salgadas (0,2 mil t; US$ 0,7 mi). O preço médio da carne in natura foi de US$ 5.539 por tonelada.

Principais destinos

A China manteve a liderança em outubro, com 190.829 toneladas (US$ 1,046 bilhão), o equivalente a 53% do volume e 55% da receita total do mês. Em seguida vieram União Europeia (17.099 t; US$ 140,4 mi), Estados Unidos (12.935 t; US$ 83,1 mi), Chile (12.776 t; US$ 72,3 mi), Filipinas (12.437 t; US$ 56,3 mi), México (10.172 t; US$ 56,2 mi), Egito (12.142 t; US$ 53,9 mi), Rússia (11.816 t; US$ 48,6 mi), Arábia Saudita (6.564 t; US$ 34,7 mi) e Hong Kong (7.811 t; US$ 29,7 mi).

No acumulado de janeiro a outubro, a China segue como principal destino, com 1,34 milhão de toneladas (US$ 7,10 bilhões), o que representa 48,1% do volume e 49,7% do valor total exportado. Em segundo lugar estão os Estados Unidos, com 231,9 mil toneladas (US$ 1,38 bilhão), seguidos por México (104,3 mil t; US$ 569,4 mi), Chile (104,4 mil t; US$ 569,8 mi) e União Europeia (101,4 mil t; US$ 824,0 mi).

Os mercados que mais ampliaram suas compras em 2025 foram México (+213%), União Europeia (+109%), China (+75,5%), Rússia (+50,4%) e Estados Unidos (+45%), demonstrando a diversificação e o fortalecimento das exportações brasileiras.

Juntos, os dez principais destinos responderam por cerca de 84% do total exportado, com destaque para a China (48% do volume), Estados Unidos (8%), México e Chile (cerca de 4% cada), o que demonstra a ampla diversificação geográfica das vendas brasileiras.

Apesar do tarifaço, Estados Unidos mantêm desempenho positivo

Mesmo com retração nos embarques aos Estados Unidos nos últimos três meses, em razão das tarifas adicionais impostas em agosto, quando foram exportadas 9,3 mil toneladas, seguidas de 9,9 mil toneladas em setembro e 12,9 mil toneladas em outubro, o país segue como um destino fundamental para a carne bovina brasileira.

Apesar da medida, o Brasil mantém as exportações aos norte-americanos, sustentado pela competitividade e regularidade do produto. No acumulado de janeiro a outubro, as vendas somaram 232 mil toneladas, aumento de 45% em volume e 38% em valor em relação ao mesmo período de 2024 (160 mil t; US$ 1,0 bilhão), superando o total exportado em todo o ano passado (229 mil t; US$ 1,35 bilhão).

 

COP30: governador quer transformar Belém em ‘Vale do Silício’ da Amazônia

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O governador do Pará, Helder Barbalho, disse nesta quinta-feira, 6, ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-30) deve deixar como legado o posicionamento da cidade-sede, Belém, como a “capital da Amazônia”. Segundo ele, a ideia é seguir o modelo do Vale do Silício, nos Estados Unidos, aplicado à bioeconomia.

“Nós teremos como legado o posicionamento de Belém como capital da Amazônia. Como ponto central que permitirá girar em torno da cidade a agenda da sustentabilidade. Nós queremos transformar Belém no vale de biotecnologia da Amazônia”, afirmou.

Helder diz querer transformar a capital paraense no núcleo de transformação econômica a partir da biodiversidade e do investimento em tecnologia e inovação. Uma das entregas do governo para a COP30 foi um parque de bioeconomia.

O Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia foi reconhecido como o maior polo de bioeconomia da América Latina e o único parque tecnológico do mundo voltado à bioeconomia florestal, que integra ciência, inovação e saberes tradicionais, de acordo com o governo estadual.

A expectativa é de que o equipamento possa contribuir para a transformação produtiva dos recursos da floresta. O governo quer unir conhecimento científico, inovação tecnológica e sabedoria das comunidades tradicionais para converter a biodiversidade amazônica em oportunidades sustentáveis.

Economia e desafios

O governador Helder Barbalho disse que o PIB do Pará deve crescer cerca de 3% em 2025, sendo que um terço desse resultado virá direto da COP-30.

“Demoraria certamente muito tempo para que tudo isso pudesse ficar pronto, e em dois anos se transformou em realidade. Isso permite que a cidade possa ter o turismo como uma nova vocação econômica e com fortalecimento da geração de emprego. Os resultados estão postos: crescimento de PIB do Estado, maior nível de admissão de carteira assinada da história, maior crescimento de operações empresariais e novos negócios abertos também no comparativo com o ano passado, um crescimento de mais de 200%”, disse.

Ao falar das entregas, o governador se refere aos equipamentos urbanos já disponíveis para a população. São pelo menos três parques, o novo Museu das Amazônias, um novo polo gastronômico e um porto com capacidade de receber navios de cruzeiro que sempre preferiram Manaus a Belém por causa da infraestrutura.

“Nunca prometemos Belém sem problemas”

Mesmo com os avanços proporcionados pela visibilidade e pelos investimentos da COP-30, Belém segue com suas dificuldades históricas em infraestrutura de mobilidade e sanitária, com impacto ambiental direto. A cidade viveu uma crise de altos preços para hospedagem. Em agosto, 29 países assinaram uma carta pedindo a mudança da sede da COP-30.

Para o evento da ONU, foram entregues o BRT Metropolitano, quatro novos viadutos, a pavimentação de mais de 160 vias em diversas regiões da cidade e intervenções de macrodrenagem e saneamento em 13 canais, 11 deles em áreas periféricas.

“Nós nunca imaginamos nem prometemos que a cidade não continuaria tendo problemas. O que nós sempre dissemos é que nós tínhamos que aproveitar a oportunidade para mobilizar recursos para dar um salto de qualidade na cidade. E isso é indiscutível. E isso está feito”, afirmou o governador.

Ele disse ainda que a nova concessão de saneamento promete universalizar o serviço de água e esgoto até 2033.

Petrobras pagará R$ 12,16 bi em dividendos em duas parcelas; veja datas

 

O Conselho de Administração da Petrobras aprovou o pagamento de dividendos, no valor de R$ 12,16 bilhões, equivalente a R$ 0,94320755 por ação ordinária e preferencial em circulação, como antecipação da remuneração aos acionistas relativa ao exercício de 2025, declarada com base no balanço de 30 de setembro de 2025.

Os diidendos serão pagos em duas parcelas nos meses de fevereiro e março de 2026, da seguinte forma: R$ 0,94320755 por ação ordinária e preferencial em circulação, sendo que a primeira parcela, no valor de R$ 0,47160378, será paga em 20 de fevereiro de 2026 e a segunda, no valor de R$ 0,47160377 em 20 de março de 2026.

O pagamento proposto está alinhado à Política de Remuneração aos Acionistas. Essa política prevê que, em caso de endividamento bruto igual ou inferior ao nível máximo de endividamento definido no plano de negócios em vigor (atualmente US$ 75 bilhões), e observadas as demais condições, a Petrobras deverá distribuir aos seus acionistas 45% do fluxo de caixa livre. Essa distribuição não compromete a sustentabilidade financeira da companhia.

No dia 22 de dezembro de 2025, receberão os detentores de ações de emissão da Petrobras negociadas na B3 e record date e, em 26 de dezembro de 2025, os detentores de ADRs negociados na New York Stock Exchange (NYSE). As ações da Petrobras serão negociadas ex-direitos na B3 a partir de 23 de dezembro de 2025.

Para os detentores de ações de emissão da Petrobras negociadas na B3, o pagamento da primeira parcela será realizado no dia 20 de fevereiro de 2026 e o da segunda parcela no dia 20 de março de 2026. Os detentores de ADRs receberão os pagamentos a partir de 27 de fevereiro de 2026 e a partir de 27 de março de 2026, respectivamente.

A definição da forma de distribuição – dividendos e/ou juros sobre capital próprio – ocorrerá até 11 de dezembro e será comunicada ao mercado.

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China encerra proibição de importação de frango do Brasil após 5 meses

 

A China suspendeu a proibição de importação de frango brasileiro relacionada ao surto de gripe aviária no Brasil, informou a administração geral de alfândega do país em um aviso divulgado nesta sexta-feira, 7.

A China decretou um embargo nacional sobre todas as importações de aves e produtos relacionados do Brasil devido a um surto de gripe aviária no final de maio.

A proibição foi revogada com efeito imediato “com base nos resultados da análise de risco”, informou a agência alfandegária chinesa no comunicado, divulgado na sexta-feira, mas datado de 31 de outubro.

O Brasil, maior exportador mundial avícola e maior fornecedor de carne de frango da China, confirmou um foco de gripe aviária em uma granja comercial no Rio Grande do Sul em meados de maio, o que provocou uma série de proibições comerciais.

A China é o principal destino do frango brasileiro, sendo responsável por 13% dos embarques da proteína brasileira. Em 2024, o Brasil exportou 561 mil toneladas de carne de frango à China, gerando US$ 1,288 bilhão em vendas externas, segundo dados do Agrostat – sistema de estatísticas de comércio exterior do agronegócio brasileiro.

O Brasil buscava retomar a exportação de frango para a China desde o fim de junho, após a conclusão do caso de gripe aviária e da recuperação do status de país livre de gripe aviária em plantel comercial com reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).

O protocolo acordado entre Brasil e China prevê que o Brasil pare de certificar as exportações para o mercado chinês em caso de gripe aviária em plantel comercial. O reconhecimento do status sanitário brasileiro e a retomada das exportações dependiam, contudo, da validação da autoridade sanitária chinesa, assim como ocorre com os demais países importadores dos produtos avícolas nacionais.

Segundo o Estadão/Broadcast Agro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu pessoalmente ao presidente da China, Xi Jinping, que o país voltasse a comprar frango brasileiro. O pedido foi feito por Lula durante telefonema a Xi em 11 de agosto, no qual o presidente brasileiro teria mencionado o assunto três vezes durante a ligação com o líder chinês. Na ocasião, Lula lembrou a Xi que o Brasil é o principal fornecedor de pés de frango à China – comércio de cerca de US$ 1 bilhão por ano.

Com informações do Estadão Conteúdo

PlatôBR: Lula espera aportes de mais sete países ao fundo florestal

 

Antonio temóteo do PlatôBRi


O entorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva espera anúncios de aportes de mais sete países ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês). A expectativa maior é pela adesão da Alemanha, que pode ser anunciada em reunião bilateral que Lula que terá nesta sexta-feira, 7, com o primeiro-ministro Friedrich Merz, em Belém.

O TFFF é uma iniciativa do governo brasileiro que prevê pagamentos a países que garantam a conservação das florestas. No total, mais de 70 nações em desenvolvimento com florestas tropicais em seu território poderão receber os recursos.

Auxiliares do presidente avaliam também que o compromisso de investimento da Noruega pode sensibilizar os demais países escandinavos – Dinamarca e Suécia. Segundo um auxiliar do petista, o movimento norueguês também tende a atrair aportes de outros países europeus. Um deles é o próprio Reino Unido.

Nas conversas entre os negociadores, os diplomatas britânicos informaram ao Itamaraty que esse aporte deve ocorrer depois de março, já que o Parlamento inglês está, neste momento, debatendo o orçamento do próximo ano, o que inviabiliza qualquer compromisso formal neste momento.

O mesmo argumento foi apresentado pelo governo do Canadá e os auxiliares de Lula esperam a adesão financeira dos canadenses ao fundo no próximo ano. Por fim, há expectativa da diplomacia brasileira por compromissos formais de investimentos de China e Emirados Árabes Unidos.

Brasil, Indonésia, Noruega e França já se comprometeram a aportar mais de US$ 5,5 bilhões no fundo. O governo brasileiro espera totalizar US$ 10 bilhões de investimentos no primeiro ano.

 

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quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Indústria adota práticas sustentáveis por custo, não por ideologia, aponta estudo

 

 

Guilherme Amado - do PlatôBRi


A bioeconomia já entrou de vez no radar da indústria brasileira, mas por razões mais pragmáticas do que ideológicas. Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada nesta quarta-feira, 5, mostra que 70% dos empresários consideram o tema essencial para o futuro do setor, e mais de 80% defendem o uso sustentável da biodiversidade como ativo estratégico.

Por trás do discurso verde, porém, o que tem movido as empresas é o custo. O levantamento revela que o principal estímulo à adoção de práticas sustentáveis é o preço competitivo das fontes renováveis, à frente de incentivos fiscais e metas ambientais.

A pesquisa, feita pelo Instituto Nexus com mil indústrias de todos os portes, também aponta que 48% das companhias já têm área formal de sustentabilidade, sete pontos a mais do que no ano passado. O avanço é mais expressivo entre as médias e grandes companhias.

Os maiores entraves deixaram de ser financeiros. Hoje, o setor cita falta de incentivos públicos, carência de mão de obra qualificada e incerteza regulatória como os principais obstáculos à expansão da bioeconomia. Há também preocupação com as barreiras jurídicas ao uso da biodiversidade em larga escala, da burocracia à dificuldade de harmonizar regras nacionais e tratados internacionais.

Leia mais na coluna Guilherme Amado no PlatôBR.