terça-feira, 11 de novembro de 2025

China: PBoC promete postura moderadamente frouxa e mais apoio a consumo e inovação tecnológica

 Na China, PBoC toma medidas para garantir liquidez ao ...

O Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) afirmou que manterá uma política monetária “moderadamente frouxa” e liquidez ampla, em meio a um ambiente externo que segue “instável e incerto” e a uma economia doméstica que segue enfrentando “muitos riscos e desafios”. As declarações estão no Relatório de Implementação da Política Monetária do Terceiro Trimestre, divulgado nesta terça-feira.

Segundo o documento, o banco central reconhece que a base da recuperação econômica “precisa ser consolidada” e promete intensificar o apoio a setores estratégicos. O PBoC disse que vai “aumentar os esforços para apoiar o consumo e a inovação tecnológica”, com o uso de instrumentos de crédito direcionado, como linhas de redesconto e empréstimos voltados à transformação industrial.

O relatório enfatiza que a autoridade monetária buscará “fortalecer a transmissão da política monetária” e “aperfeiçoar o sistema de regulação de taxas de juros”, de modo a reduzir o custo de captação dos bancos e “promover a queda do custo de financiamento social”.

O PBoC também destacou que continuará a “manter a taxa de câmbio do yuan basicamente estável em um nível razoável e equilibrado”, preservando a flexibilidade cambial e prevenindo oscilações excessivas.

De acordo com o banco, a política monetária seguirá equilibrando “o curto e o longo prazo, o crescimento e a prevenção de riscos”, com o objetivo de “estabilizar o crescimento, o emprego e as expectativas”. O PBoC afirmou ainda que dará atenção especial à dinâmica dos preços, ao afirmar que “promover a recuperação razoável dos preços será um fator importante na condução da política monetária”.

O relatório reforça que a China “mantém fundamentos sólidos, vantagens estruturais e forte resiliência”, e que o foco continuará em criar um ambiente financeiro adequado para sustentar a recuperação e “garantir que não ocorram riscos financeiros sistêmicos”.

COP no Brasil tem 47 mil inscritos, segundo maior número na história

 

A Convenção-Quadro da ONU sobre a Mudança do Clima (Unfccc) divulgou na segunda-feira, 10, dia de abertura da Conferência das Nações Unidas Sobre Mudança Climática (COP30), que a conferência teve 47.459 inscritos, de 194 países. Destes, 13.499 são funcionários do evento, da ONU, seguranças e voluntários.

Dados das Nações Unidas sobre a participação em COPs anteriores mostram que a participação mais alta registrada até agora foi na COP-28, realizada em 2023 em Dubai (Emirados Árabes). Na ocasião, o quórum foi de 70 mil, entre delegações dos países, observadores (ONGs, jovens, entidades empresariais, sindicais, agrícolas, ambientalistas e científicas), imprensa e representantes da ONU.

O número de participantes da COP no Brasil é o segundo maior nos 30 anos das conferências. Os números por categoria de participante na COP-30 ainda não foram divulgados. Durante os preparativos, os preços altos de hospedagem em Belém fizeram com que países demorassem a confirmar sua participação na conferência. Alguns reduziram o tamanho de delegações, levantando preocupações sobre um possível esvaziamento que prejudicaria a legitimidade da conferência.

 

São Martinho tem lucro líquido de R$ 176,41 milhões no 2tri25/26, queda de 5,9% ante 2tri24/25

 SMTO3 - São Martinho - Resultados, Dividendos, Cotação e ...

A São Martinho reportou lucro líquido de R$ 176,41 milhões no segundo trimestre da safra 2025/26 (encerrado em setembro de 2025), queda de 5,9% ante igual período da safra anterior, quando o resultado foi de R$ 187,45 milhões. A receita líquida da companhia também recuou, ficando em R$ 1,739 bilhão, baixa de 11,3% na comparação com o segundo trimestre de 2025.

Segundo a São Martinho,o desempenho trimestral foi afetado principalmente pelas condições climáticas adversas e pela menor rentabilidade do açúcar. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 816,892 milhões, com queda de 13,4% na comparação anual, e uma margem de 47,0%, ligeiramente abaixo dos 48,1% do ano anterior.

A receita de açúcar recuou 6,5% no trimestre, para R$ 923,4 milhões, pressionada por menores volumes (-5,4%) e preços (-1,2%). Já a receita do etanol caiu 22,6%, para R$ 554,9 milhões, com queda tanto no preço (-1,1%) quanto no volume comercializado (-21,7%).

Por outro lado, alguns segmentos apresentaram crescimento robusto. A receita de energia elétrica subiu 37,9%, para R$ 116,8 milhões, impulsionada pelo início da operação plena da UTE Fase II na unidade São Martinho. As vendas de levedura cresceram 77,8%, e as de DDGS, 16,1%. A operação de milho se destacou, com um salto de 52,7% na receita líquida no acumulado do semestre, alcançando R$ 424,9 milhões. O Ebitda do segmento mais que dobrou no período, chegando a R$ 146,2 milhões.

A dívida líquida da companhia encerrou o período em R$ 5,40 bilhões, um aumento de 9,7% em relação ao fim da safra 2024/25, refletindo novas captações e desembolsos para projetos de investimento. O índice de alavancagem (Dívida Líquida/Ebitda) ficou em 1,57 vez.

Semestre

No acumulado do primeiro semestre da safra, a São Martinho processou 17,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, redução de 1,8% ante igual período de 2024/25. A produtividade agrícola caiu 7,4%, afetada pelo clima mais seco observado entre janeiro e maio de 2025. O ATR (Açúcar Total Recuperável) médio também recuou 3,0%.

Em resposta às condições de mercado, a São Martinho adotou um mix de produção mais alcooleiro, destinando 49% do ATR para a produção de açúcar e 51% para etanol, ante 46% e 54%, respectivamente, na safra passada.

COP30/Frente da Educação: apenas 1 em cada 10 alunos sabe o que é COP30, diz pesquisa

 

Enquanto milhares de representantes de 194 países negociam saídas para as mudanças climáticas no evento das Nações Unidas (ONU) na capital paraense, apenas um em cada dez estudantes brasileiros até o ensino médio sabem o que é a COP30. Os resultados são de uma pesquisa da Frente Parlamentar Mista da Educação (FPME), em parceria com o Equidade.Info. Na rede privada o número de alunos que conhece a COP30 quadruplica.

O levantamento ouviu 3.127 alunos, 372 professores e 210 gestores de 198 escolas públicas e privadas em todas as regiões do País entre agosto e setembro deste ano. Segundo o estudo, embora sete em cada dez estudantes afirmem já ter ouvido falar em mudanças climáticas, apenas um terço consegue explicar o que o termo significa, enquanto outro um terço admite não saber nada sobre o tema.

Ainda assim, os alunos dizem que viveram muitos dias de calor extremo. Mais de 70% disseram ter passado por isso no último ano, mas 64% consideram que a escola os prepara pouco ou nada para lidar com essas situações. Entre os professores, a percepção é mais forte: 69% acreditam que as escolas não preparam adequadamente os estudantes para enfrentar os efeitos do aquecimento global.

O Norte, região que hospeda a COP30, é de onde vêm os estudantes mais bem informados sobre o tema, com 27% deles sabendo o que é o evento. No caso dos professores, esse número salta para 77%. O Nordeste apresenta os menores índices de conhecimento entre os alunos (4%) e docentes (52%).

Lucro do BTG salta 41,5% no 3º trimestre com receitas recordes

 

O BTG Pactual, maior banco de investimentos da América Latina, reportou nesta terça-feira, 11, resultado acima das previsões de analistas para o terceiro trimestre do ano, marcado por lucro e receitas recordes, além de melhora em rentabilidade.

O lucro líquido ajustado saltou 41,5% em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 4,5 bilhões, com as receitas totais crescendo 36,8% no período, para R$ 8,8 bilhões. Estimativas compiladas pela LSEG apontavam lucro de R$ 4,02 bilhões e receita de R$ 8,08 bilhões para o trimestre.

“O BTG Pactual continua nos surpreendendo e reportou mais um resultado excepcional”, afirmaram analistas do JPMorgan em relatório enviado a clientes.

O retorno ajustado anualizado sobre o patrimônio líquido médio alcançou 28,1%, de 27,1% no trimestre anterior e 23,5% um ano antes.

Na visão de analistas do Citi, mesmo diante de uma base de comparação elevada no início do ano, a sinalização de uma possível expansão do ROE em 2025 parece bastante factível.

“Com dois trimestres consecutivos registrando rentabilidade acima de 27%, os resultados do BTG elevam o patamar e demonstram que o perfil de lucratividade do banco continua a melhorar de maneira consistente e diversificada”, afirmou a equipe liderada por Gustavo Schroden em relatório a clientes.

Posição competitiva sólida

O balanço também mostrou forte expansão nas franquias de clientes ano a ano, com as áreas de Wealth Management & Personal Banking, Asset Management e Corporate Lending registrando receitas recordes de R$ 1,37 bilhão (+35,7%), R$ 747,5 milhões (+23,3% a/a) e R$ 2,15 bilhões (+25,8%), respectivamente.

No período, as áreas de fundos geridos e administração fiduciária registraram captações líquidas de R$ 33,5 bilhões, segundo o BTG, elevando os ativos sob gestão e administração (AuM/AuA) para R$ 1,15 trilhão, de R$ 1,09 trilhão no segundo trimestre e R$ 970 bilhões no mesmo período de 2024.

A divisão de Sales & Trading também alcançou um novo recorde, com R$ 1,94 bilhão (+16%), enquanto o risco de mercado (VaR) médio subiu para 0,30%, “refletindo a capacidade do banco de aproveitar oportunidades de mercado, dentro do apetite de risco e abaixo das médias históricas”.

A área de Investment Banking registrou receita de R$ 643 milhões, expansão de 69,2% ano a ano, o que o BTG relacionou a um volume recorde de operações em dívida corporativa (DCM) e à forte atuação em fusões e aquisições (M&A). Na base trimestral, porém, houve queda de 17,8%.

“O banco tem conseguido não apenas diversificar suas fontes de receita ao longo do tempo, mas também manter um ritmo consistente de crescimento, com alavancagem operacional e, de forma importante, alocando capital em novas oportunidades”, afirmaram analistas do Citi em relatório a clientes.

“Apesar de as condições de mercado não serem ideais, vemos o BTG ainda com boas perspectivas de crescimento e uma posição competitiva sólida. A capacidade do banco de gerar e acumular capital de forma orgânica deve continuar favorecendo suas perspectivas de expansão e sua abordagem oportunista.”

As despesas operacionais cresceram 30% ano a ano e 3% no trimestre, para R$ 3,37 bilhões, mas o índice de eficiência do banco melhorou para 34%, de 36% um ano antes e no segundo trimestre de 2025.

Crédito

A carteira de crédito total alcançou R$ 246,9 bilhões, representando crescimento de 3,8% no trimestre e de 17,4%. A carteira de pequenas e médias empresas atingiu R$29 bilhões, com expansão de 1,1% no trimestre e de 13% ano a ano.

“Apesar do crescimento mais moderado no crédito para PMEs, seguimos avançando na evolução da nossa plataforma de Business Banking, ampliando o portfólio de produtos e serviços — incluindo o lançamento do BTG Pay”, afirmou o banco no material de divulgação do balanço.

ADP: EUA perderam em média 11.250 empregos no setor privado nas 4 semanas encerradas em 25/10

 

O mercado de trabalho dos Estados Unidos mostrou sinais de fraqueza no fim de outubro, segundo dados da ADP divulgados nesta terça-feira, 11. A empresa informou que o setor privado perdeu, em média, 11.250 vagas nas quatro semanas encerradas em 25 de outubro. O levantamento aponta que o mercado “lutou para produzir empregos de forma consistente na segunda metade de outubro”.

O número faz parte de uma nova série semanal da ADP que busca capturar as variações de emprego no setor privado ao longo do mês.

Na leitura mensal divulgada na semana passada, a ADP havia estimado criação líquida de 42 mil empregos no setor privado em outubro, resultado ligeiramente acima da previsão de 38 mil de analistas consultados pela FactSet.

Os números da ADP, baseados em folhas de pagamento privadas, costumam antecipar a tendência do relatório oficial de emprego dos EUA (payroll), que reúne informações dos setores público e privado.

No entanto, a divulgação do payroll segue suspensa por tempo indeterminado devido ao shutdown do governo federal, informou anteriormente o Departamento do Trabalho.

A paralisação, em seu 42º dia, já comprometeu a publicação de vários indicadores econômicos e dificulta a leitura mais precisa do ritmo da economia norte-americana.

*Com informações da Dow Jones Newswires

segunda-feira, 10 de novembro de 2025

Grupo de Institutos, Fundações e Empresas divulga dados inéditos da filantropia climática

 

O Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE) chega à Conferência das Partes (COP30), em Belém, com uma missão clara: mostrar como a filantropia brasileira vem se consolidando como força essencial na adaptação climática. Durante o evento, a organização lança dados inéditos sobre a atuação do Investimento Social Privado (ISP) na agenda climática e reforça o papel do setor na transição para uma economia mais justa e sustentável. Só em 2022, as organizações associadas ao GIFE mobilizaram recursos da ordem de R$ 5 bilhões direcionados a ações filantrópicas de impacto social.

“Este é um momento histórico que demanda a mobilização de toda a sociedade”, afirma o secretário-geral do GIFE, Cassio França. “A filantropia climática avança no Brasil, construindo pontes entre agendas ambientais, sociais e econômicas e reafirmando seu papel estratégico neste processo emergencial de adaptação climática, regeneração ambiental, transição para uma economia justa e redução das desigualdades”, completa.

O chamado “Roadmap Baku-Belém” – plano político e técnico que estabeleceu compromissos entre a COP29, no Azerbaijão, e a COP30, no Brasil – prevê a necessidade de US$ 1,3 trilhão em investimentos públicos e privados para apoiar as nações em desenvolvimento na implementação de suas metas climáticas até 2035.

Entretanto, o relatório Funding Trends 2024, da ClimateWorks Foundation, aponta que apenas 2% de todo o investimento filantrópico global é destinado à ação climática – um volume ainda insuficiente diante da crise crescente. No Brasil, contudo, 6% das organizações filantrópicas já investem diretamente na agenda climática, três vezes mais que a média mundial, segundo aponta o GIFE.

“O País dá um bom exemplo de incorporação do clima no universo filantrópico, cujo potencial de crescimento é expressivo”, observa França. “Estamos alinhados com o governo brasileiro: clima tem de estar relacionado a todos os demais temas sociais, culturais e econômicos”, complementa.

Durante a COP30, o GIFE coordena e participa de uma série de painéis e lançamentos. No dia 15 de novembro, promove o painel “O Papel e o Lugar da Filantropia no Financiamento Climático no Brasil”, com lançamento dos dados de clima do novo Censo GIFE 2024-2025. No dia 17 de novembro, participa da ação “Dia da Filantropia: parcerias inovadoras por um futuro sustentável”. No dia 18 de novembro, estará no debate “Filantropia em Ação: Acelerando Implementação e Impacto no Clima”, promovido pela WINGS, parceira do GIFE. E no dia 19 de novembro, lança os dados do Relatório de Monitoramento do Compromisso Brasileiro da Filantropia sobre Mudanças Climáticas, durante o painel “Filantropia Brasileira na Ação Climática”.

Capitaneado pelo GIFE, o Compromisso Brasileiro da Filantropia sobre Mudanças Climáticas é o primeiro documento desse porte em um país do Sul Global. “Além de estimular a ação climática no campo filantrópico, também estamos monitorando os avanços das fundações e dos institutos associados ao GIFE”, destaca França.

Ao assinarem o Compromisso, as organizações assumem o desafio de repensar suas práticas – da gestão interna às decisões de investimento, passando pelas estratégias de financiamento, comunicação e incidência.