sexta-feira, 14 de novembro de 2025

PL Antifacção: mudanças de Derrite são desmedidas e falta debate técnico, diz OAB

 


Texto não avança na Câmara e entidade avalia que discussão está 'contaminada'

 

  

 

Derrite recua após críticas por limitar atuação da Polícia ...

 

 

A Comissão de Segurança Pública da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil) classificou o aumento de penas proposto pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP) no relatório do PL Antifacção — hoje chamado de Marco Legal do Combate ao Crime Organizado — como desmedido e desproporcional. Segundo a comissão, a proposta tem como potenciais efeitos a sobrecarga do sistema penitenciário e o risco de fortalecer as facções.

“O PL poderá ser ainda mais aperfeiçoado. É necessário, contudo, um debate técnico e não contaminado pela retórica de guerra contra narcotraficantes“, acrescentou a nota. “Todos sabemos da importância e da urgência do debate, mas um tema dessa importância reclama maturação das discussões. Respostas de ocasião, sem reflexão, podem ser boas, eventualmente, para render votos, mas pouco eficazes no combate efetivo ao crime organizado“.

Os obstáculos ao PL Antifacção

Apresentado pelo governo Lula (PT) após a megaoperação policial contra o Comando Vermelho que deixou 121 mortos no Rio de Janeiro, o projeto é a principal bandeira federal para a segurança pública, área em que o petista patina na avaliação popular.

Com quatro versões apresentadas, o PL Antifacção está travado desde que Derrite, secretário licenciado da Segurança Pública no governo Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), foi designado para relatá-lo. Sem diálogo prévio com entidades da área, o parlamentar mexeu drasticamente no texto original, propondo a inclusão de condutas dos faccionados na Lei Antiterrorismo, a necessidade de aval dos estados para a Polícia Federal atuar no combate ao crime organizado e endurecendo ainda mais o aumento de penas proposto inicialmente.

O relatório de Derrite foi criticado pelo Ministério da Justiça, policiais federais, juristas e autoridades reconhecidas no enfrentamento das facções, como o promotor Lincoln Gakiya. Sem consenso, o PL foi retirado da pauta pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Líder do PT na Casa, o deputado Lindbergh Farias (RJ) disse esperar que a votação ocorra na próxima semana.

Walmart anuncia saída de CEO no fim de janeiro; no pré-mercado, ação cai quase 3%

 

O Walmart anunciou que seu CEO e presidente, Douglas McMillon, deixará os cargos no fim de janeiro. McMillon será substituído por John Furner, atualmente CEO do Walmart U.S., segundo comunicado divulgado pelo grupo varejista americano nesta sexta-feira, 14.

Às 10h20 (de Brasília), a ação do Walmart caía 2,7% no pré-mercado de Nova York, em dia de aversão a risco em Wall Street.


Tragédia de Mariana: decisão em Londres abre caminho para indenização bilionária; entenda

 

A decisão do Tribunal Superior de Londres, que considerou que a empresa BHP é responsável pelo rompimento de uma barragem de Fundão em Mariana, em 2015, pode levar ao pagamento de bilhões em indenizações.

Um segundo julgamento para determinar os danos que a BHP deverá pagar está previsto para começar só em outubro de 2026 e a empresa já disse que vai recorrer, mas a decisão da justiça inglesa representa uma vitória para as vítimas da tragédia ambiental insatisfeitas com as reparações acordadas nos tribunais brasileiros.

A indenização pode chegar aos 36 bilhões de libras (cerca de R$ 270 bilhões) pedidos pelas 620 mil pessoas, 1,5 mil empresas e 46 municípios que inicialmente assinaram a ação. 

A juíza Finola O’Farrell disse em um resumo de sua decisão que a BHP não deveria ter continuado a aumentar a altura da barragem antes de seu colapso, o que foi “uma causa direta e imediata do colapso da barragem, dando origem à responsabilidade baseada em culpa por parte da BHP”.

O pior desastre ambiental do Brasil desencadeou uma onda de lama tóxica que matou 19 pessoas, deixou milhares de desabrigados, inundou florestas e poluiu toda a extensão do rio Doce. A barragem era de propriedade e operada pela joint venture Samarco, formada pela BHP e pela Vale.

O processo foi ingressado na Justiça inglesa em 2018  pelo escritório Pogust Goodhead, que representa famílias, empresas, comunidades indígenas e quilombolas, municípios e autarquias.

O processo chegou a ser negado inicialmente. Em julho de 2022, a corte britânica aceitou proceder com o caso. A defesa se baseou na legislação ambiental brasileira e em princípios como o de poluidor-pagador, sob o qual quem causou a poluição deve pagar pelo dano causado.

A Samarco é uma joint venture entre a BHP e a brasileira Vale em partes iguais. A BHP foi acionada na Inglaterra porque tinha capital aberto no país na época da tragédia. A companhia tentou incluir a Vale no processo, sem sucesso. As duas sócias fecharam, então, acordo estabelecendo que dividirão igualmente os valores em caso de responsabilização da BHP.

Passados 10 anos, vítimas ainda acumulam prejuízos

Parte dos envolvidos na ação inglesa sequer recebeu qualquer valor de indenização, já que a assinatura de um acordo com a Justiça brasileira exigiria abdicar de processos jurídicos paralelos.

No final de outubro, o Brasil assinou um acordo de compensação de R$ 170 bilhões (US$31 bilhões) com BHP, Vale e Samarco, com a BHP afirmando que já foram gastos quase US$12 bilhões em reparações, indenizações e pagamentos a autoridades públicas desde 2015.

Vítimas da tragédia ouvidas pela IstoÉ Dinheiro queixam-se de que o acordo assinado no Brasil não garante soluções para problemas enfrentados individualmente. “Eu tenho uma filha contaminada pelos metais da lama. Ela pode desenvolver câncer a qualquer momento. Tem laudos e mais laudos. Cadê a Justiça que não obriga essas mineradoras a pagar o tratamento?”, questiona Simone Silva.

Muitas das vítimas consideraram os valores oferecidos pelos acordos firmados no Brasil insatisfatórios. A aposentada Vera Lúcia Aleixo, por exemplo, afirma que recebeu cerca de R$ 300 mil. Porém acredita que os danos sofridos, como a perda de um salão de beleza próprio onde trabalhava, da casa em que residia e da saúde própria e de sua família, exigiriam pelo menos R$ 800 mil.

“Eu fiquei com a roupa do corpo. Eu não podia esperar, discutir, decidir o que que ia fazer. Eu tive que pegar aquilo que eles me ofereceram”, afirma a aposentada.

Valeriana Gomes de Souza, mostrou três laudos feitos pela consultoria ambiental Synergia que, juntos, apontam um dano de mais de R$ 1 milhão. “Na época do rompimento da barragem, eu perdi muita criação: galinha, porco, cabrito, carneiro, caixas d’água”, diz.

O escritório internacional Pogust Goodhead, que representa as vítimas, chamou a decisão de histórica. “Esta é a primeira decisão no caso a declarar formalmente a responsabilidade de uma das corporações envolvidas e constitui um avanço notável para a justiça ambiental global”, afirmou.

BHP diz que irá recorrer

Nas próximas etapas do julgamento, a corte inglesa avaliará os danos alegados pelos autores e os valores de indenização.

A BHP contestou a responsabilidade e afirmou que o processo em Londres duplica ações judiciais e programas de reparação e compensação no Brasil.

Após a decisão desta sexta-feira, a BHP disse que os acordos no Brasil devem reduzir o tamanho da ação em Londres em cerca de metade.

“Mais de 610 mil pessoas já foram indenizadas no Brasil, incluindo aproximadamente 240 mil demandantes da ação coletiva no Reino Unido que forneceram quitações para reivindicações relacionadas. A decisão da Alta Corte inglesa confirma a validade dessas quitações, o que deve reduzir o tamanho e o valor das reivindicações na ação coletiva no Reino Unido”, disse a BHP em nota.

A Vale estimou uma provisão adicional de aproximadamente US$ 500 milhões (cerca de R$ 2,6 bilhões) em suas demonstrações financeiras de 2025 para obrigações decorrentes do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG). A nova provisão ocorre após a Alta Corte da Inglaterra considerar o grupo BHP também responsável, sob a legislação brasileira, pela tragédia ambiental.

“Vale e BHP permanecem confiantes de que o acordo definitivo, assinado em outubro de 2024 no Brasil, oferece os mecanismos mais rápidos e eficazes para compensar os impactados”, disse a Vale.

Em 30 de setembro de 2025, a Vale já havia reconhecido uma provisão de US$ 2,40 bilhões para obrigações sob o acordo definitivo.

Com reportagem de Matheus Almeida

Após escândalo em Cannes, Consul anuncia reposicionamento: ‘A marca dos começos e recomeços’

 

A Consul, fabricante de eletrodomésticos da multinacional Whirpool, anunciou na quinta-feira, 13, um reposicionamento da marca, que comemora 75 anos em 2025. Fundada no Brasil, o novo momento da marca explora justamente o ‘brasileirismo’, tanto de sua história como em elementos da cultura e dos hábitos do país que serão a base da nova campanha.

Para isso, convocou três personalidades midiáticas que devem representar os pilares a serem explorados. O economista e ex-BBB Gil do Vigor será a referência para a mensagem de eficiência energética dos produtos, que impacta na conta de luz dos consumidores brasileiros, especialmente para o público-alvo da marca Consul. Isabelle Nogueira, também ex-BBB e ícone da Festa de Parintins, um dos principais movimentos culturais da Amazônia, reforçará o perfil brasileiro. E o chef Rodrigo Oliveira, do tradicional restaurante Mocotó, na capital paulista, será o pilar da gastronomia.

Pesquisa encomendada pela Consul à Consumoteca apontou que 84% dos brasileiros veem a diversidade cultural como o principal traço da identidade nacional, e que 68% valorizam marcas que simplificam o dia a dia. A campanha então vai explorar o mote “Casa começa com Consul, Consul Casa com Brasil”.

“A casa é o centro da vida dos brasileiros. E a Consul tem como propósito levar aos nossos consumidores produtos que sejam democráticos – com preço justo – e facilitem o dia a dia. Cada detalhe dos produtos criados é pensado para atender as necessidades reais dos brasileiros”, diz Bertha Fernandes, head de Marcas e Comunicação da Whirlpool Brasil.

Fernandes destaca inovações como o ‘ciclo rede‘ nas máquinas de lavar da marca, após identificarem essa necessidade do consumidor brasileiro, principalmente da região Nordeste do país, onde a rede é um item comum nas casas e na rotina da população. A região também é um dos principais mercados para a marca.

Entre outras particularidades brasileiras, a executiva aponta para a cervejeira, eletrodoméstico criado no Brasil que teve como inspiração o hábito nacional não só do churrasco como do consumo de cerveja gelada. Outro ponto bastante local que a marca também vai explorar é o inox. Não exatamente seu perfil técnico ou inovador, mas o aspiracional que ele carrega para uma parcela dos consumidores, que enxergam uma geladeira ou um fogão de inox como uma ‘ascensão’ e até mesmo como item decorativo.

“Sabemos que a casa das pessoas nunca é só uma casa. Ela é o recorte mais íntimo do seu mundo. Nós reconhecemos isso. É o refrigerador da cor inox que chega depois de muito esforço, a cervejeira que virou sonho realizado, o forno de embutir que ajuda a celebrar. Estamos presentes nas pequenas e grandes conquistas, do churrasco de domingo ao primeiro apartamento, diz Bertha Fernandes.

A campanha terá três filmes: “Chá Revelação”, “Boca Preferida” e “Ciclo Mãe”, que foram desenvolvidos pela agência GUT e vão explorar o humor e o otimismo dos brasileiros, e ainda o desejo do consumidor do país em construir uma casa que seja visualmente agradável. O filme “Chá Revelação”, por exemplo, explora a ‘conquista’ da geladeira de inox, que é ‘revelada’ para os convidados de uma festa em casa para apresentar o ‘novo integrante’ do lar.

Consul
Trecho do filme “Chá Revelação”, parte da nova campanha da Consul (Crédito:Divulgação/Whirpool)

Gustavo Ambar, diretor-geral da Whirpool no Brasil, conta que a último reposicionamento da marca Consul foi em 2015, enquanto da Brastemp, também sob o guarda-chuva da Whirpool, foi há dois anos. Agora, diz Ambar, a ideia é explorar “o grande valor da marca, que são as décadas de Brasil”. “Somos pioneiros em produtos no país. Agora é dar um passo a mais na brasilidade”.

A nova campanha da marca vem acompanhado ainda do lançamento de um novo refrigerador, o CM40, que além de mirar na popularização do inox, pretende ser o modelo de entrada para categoria frost free (que não precisa do processo manual de descongelamento periódico).

“O modelo foi desenvolvido pensando nas pessoas que estão saindo do refrigerador não frost free para o primeiro frost free. Então ele vai ser um frost free super acessível. É sobre isso, dar acesso ao primeiro frost free”, diz Bertha, que explica ainda que a categoria frost free ainda tem penetração baixa em muitas regiões do país.

A Consul é posicionada pela companhia como uma marca “de massa”, enquanto a Brastemp, também da Whirpool, seria um “massa premium”. Vale lembrar que uma das campanhas mais icônicas da publicidade brasileira envolve a marca, pois transformou uma frase da propaganda, que é de 1991, em bordão que é utilizado até hoje: “não é uma Brastemp”, aplicada para indicar que algo não tem muita qualidade.

Prêmio devolvido

Em julho deste ano, a marca esteve envolvida em uma grande polêmica publicitária, que levou ao rompimento com a agência e até à devolução do prêmio conquistado no prestigiado e tradicional Festival de Cannes.

Questionada hoje se há uma relação do reposicionamento agora com o episódio, Bertha Fernandes diz que não, e que esse novo momento “inaugura um novo capítulo da história da marca”. Gustavo Ambar, reforça que o caso de Cannes é “página virada” para a empresa. “Foi uma situação pontual, que a gente já tomou as medidas todas cabíveis, que eram necessárias. Já veio a público até as devidas responsabilizações e pra gente é uma página totalmente superada”, disse o executivo.

A então agência, a DM9, teria manipulado imagens de uma campanha inscrita no festival publicitário usando inteligência artificial (IA). O caso gerou o debate sobre os limites do uso de IA no mercado criativo.

A peça publicitária chamada “Economia Eficiente de Energia” feita para a Consul incentivava consumidores a trocarem eletrodomésticos velhos por novos, usando a economia que teriam na conta de luz para bancar o novo produto, mais econômico. O trabalho recebeu o prêmio Cannes Lions 2025.

Contudo, o vídeo produzido pela agência continha manipulação de imagens com o uso de IA que simulava resultados de campanha, e simulou até mesmo uma reportagem da CNN Brasil sobre o setor energético, que, manipulada, dava a entender que divulgava a iniciativa da Consul, com alteração de narração da jornalista e apresentadora Gloria Vanique no vídeo feito pela DM9.

Com a descoberta, nove dias depois da premiação, o Cannes Lions pediu a cassação do prêmio.

Fontes do mercado informaram à IstoÉ Dinheiro na época que o valor da conta Consul na DM9 podia chegar a casa dos R$ 120 milhões anuais. A agência tampouco confirmou esse valor ou deu detalhes sobre as cifras do contrato.

10 anos da tragédia de Mariana: Justiça inglesa decide que BHP é responsável por desastre; entenda

 

A BHP pode ser responsabilizada pelo rompimento de uma barragem de Fundão em Mariana, em 2015, decidiu o Tribunal Superior de Londres nesta sexta-feira, 14, o que abre caminho para bilhões de dólares em indenizações.

Centenas de milhares de pessoas, dezenas de municípios e cerca de 2.000 empresas processaram a BHP pelo colapso da barragem de Fundão em Mariana, Minas Gerais, que era de propriedade e operada pela joint venture Samarco, formada pela BHP e pela Vale. O processo é a última esperança de pessoas prejudicadas pela tragédia que acumulam críticas contra as reparações acordadas nos tribunais brasileiros.

O valor a ser pago em indenizações ainda será decidido numa nova etapa do julgamento, previsto para começar em outubro de 2026.

A BHP disse que recorreria da decisão e continuaria a enfrentar o processo.

O pior desastre ambiental do Brasil desencadeou uma onda de lama tóxica que matou 19 pessoas, deixou milhares de desabrigados, inundou florestas e poluiu toda a extensão do rio Doce.

A juíza Finola O’Farrell disse em um resumo de sua decisão que a BHP não deveria ter continuado a aumentar a altura da barragem antes de seu colapso, o que foi “uma causa direta e imediata do colapso da barragem, dando origem à responsabilidade baseada em culpa por parte da BHP”.

O processo movido na Justiça inglesa desde 2018 representa 620 mil atingidos entre indivíduos, empresas, comunidades indígenas e quilombolas, municípios e autarquias.

Em nota, a advogada Caroline Narvaez Leite, sócia do escritório Pogust Goodhead, que representa as vítimas na Justiça britânica, afirma que a ação foi movida pois “milhares de pessoas deixaram de acreditar que as mineradoras responsáveis pela tragédia forneceriam uma reparação completa e justa no Brasil”.

Parte dos envolvidos na ação inglesa sequer recebeu qualquer valor de indenização, já que a assinatura de um acordo com a Justiça brasileira exigiria abdicar de processos jurídicos paralelos. Segundo a advogada, o acordo no Brasil criou programas de reparação com critérios de elegibilidade que deixaram de fora a maior parte dos atingidos, “o que foi reconhecido pela própria BHP em seu balanço a acionistas de dezembro de 2024, no qual a mineradora reporta que apenas 40% dos atingidos que fazem parte da ação inglesa estariam contemplados na repactuação”.

Indenizações bilionárias

Advogados dos autores da ação em Londres avaliaram anteriormente em até 36 bilhões de libras (US$48 bilhões) o valor da causa.

A BHP contestou a responsabilidade e afirmou que o processo em Londres duplica ações judiciais e programas de reparação e compensação no Brasil.

No final de outubro, o Brasil assinou um acordo de compensação de R$ 170 bilhões (US$31 bilhões) com BHP, Vale e Samarco, com a BHP afirmando que já foram gastos quase US$12 bilhões em reparações, indenizações e pagamentos a autoridades públicas desde 2015.

Após a decisão desta sexta-feira, a BHP disse que os acordos no Brasil devem reduzir o tamanho da ação em Londres em cerca de metade. O presidente da BHP Minerals Americas, Brandon Craig, afirmou em comunicado que 240 mil autores da ação em Londres “já receberam indenização no Brasil”.

A Vale estimou uma provisão adicional de aproximadamente US$ 500 milhões (cerca de R$ 2,6 bilhões) em suas demonstrações financeiras de 2025 para obrigações decorrentes do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG). A nova provisão ocorre após a Alta Corte da Inglaterra considerar o grupo BHP também responsável, sob a legislação brasileira, pela tragédia ambiental.

“Vale e BHP permanecem confiantes de que o acordo definitivo, assinado em outubro de 2024 no Brasil, oferece os mecanismos mais rápidos e eficazes para compensar os impactados”, disse a Vale.

Em 30 de setembro de 2025, a Vale já havia reconhecido uma provisão de US$ 2,40 bilhões para obrigações sob o acordo definitivo.

Com informações da Reuters e AFP

quinta-feira, 13 de novembro de 2025

COP30: União Europeia concretiza doação de € 20 milhões ao Fundo Amazônia

 Organização da COP 30 muda marca do evento para destacar o ...

A União Europeia (UE) concretizará uma doação de € 20 milhões ao Fundo Amazônia durante ato na Blue Zone da COP30 na capital Paraense.

O evento será às 16h e contará com a presença da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da UE.

Também estarão presentes a chefe da Delegação da UE no Brasil, embaixadora Marian Schuegraf, e representantes do KfW, banco responsável pela operacionalização da doação. O montante representa cerca de R$ 124 milhões de reais.

Facebook e Google recorrem de decisão do STF que ampliou responsabilidade das redes

 

O Facebook e o Google recorreram da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que ampliou a responsabilidade das redes sociais por conteúdos ilícitos publicados pelos usuários. As empresas pedem que o Supremo corrija pontos omissos e contraditórios da decisão, entre eles a definição do início de incidência das novas regras.

No julgamento realizado em junho, o Tribunal decidiu que o artigo 19 do Marco Civil da Internet, que isenta plataformas de redes sociais de responder por danos causados pelas postagens, é parcialmente inconstitucional. A decisão estabelece que o artigo 19 só permanece válido nos casos de crimes contra a honra (injúria, calúnia e difamação).

Em todos os outros crimes, aplica-se o artigo 21, que prevê a retirada do conteúdo logo após a notificação do usuário. Esse artigo, que prevê exceções ao artigo 19, já é válido em casos de violação a direitos autorais e imagens de nudez não autorizada.

As duas empresas pedem que o Supremo esclareça a partir de quando a decisão começa a valer, já que o acórdão se limita a dizer que os efeitos se aplicam ao futuro. “Isso deixa em aberto questões fundamentais sobre sua aplicabilidade a situações pretéritas já discutidas em processos em curso”, alega o Facebook.

O Google aponta erro material no uso da expressão “chatbot” nas teses aprovadas pela Corte. Para a empresa, a decisão erra ao usar a palavra como sinônimo de “redes artificiais de distribuição”. O “chatbot”, na verdade, é um programa que simula uma conversa humana. Uma das teses aprovadas em junho pelos ministros estabelece que há “presunção de responsabilidade” das redes sociais por conteúdos ilícitos em duas hipóteses: anúncios e impulsionamentos pagos ou “rede artificial de distribuição (chatbot ou robôs)”.

Para a gigante da tecnologia, a decisão também tem pontos obscuros em relação aos requisitos que as notificações extrajudiciais devem atender para obrigar a plataforma a remover conteúdos apontados como ilegais. A empresa diz que a definição é “essencial para que se evite uma indústria de notificações e a sobrecarga do próprio Judiciário”.

O Facebook pede que o Supremo estabeleça um prazo de transição para a implementação de certas obrigações, como o “dever de cuidado”. O conceito visa prevenir a circulação de crimes especialmente graves, como terrorismo, instigação ao suicídio e crimes sexuais. “O julgado impõe deveres de elevada complexidade técnica, jurídica e operacional sem qualquer disciplina temporal para sua implementação, o que cria cenário de insegurança jurídica e inviabiliza, na prática, o atendimento imediato das exigências”, argumenta a big tech.

O acórdão do julgamento que amplia a responsabilidade das big techs por conteúdos publicados por terceiros foi publicado pelo Supremo na semana passada. A partir da publicação, abre-se prazo para a interposição de embargos de declaração, que servem para questionar

O acórdão do STF sobre o tema é considerado pelo governo Lula como parte do leque de opções para regulamentar o setor. No Palácio do Planalto há avaliação de que o projeto de lei (PL) dos Serviços Digitais (elaborado pelo Ministério da Justiça) – a principal aposta do Executivo para regular as atividades das big techs, uma espécie de sucessor do antigo PL das Fake News – pode acabar não sendo enviado ao Congresso. Um dos motivos é que o acórdão do STF, na visão do governo, preenche algumas lacunas da legislação que o PL dos Serviços Digitais visava fechar.