segunda-feira, 7 de abril de 2025

Guerra comercial estimula queda global nas bolsas

 


A notícia de uma provável pausa nas tarifas por três meses fez com que os mercados virarem para o positivo brevemente 
 
 
Ibovespa voltou a se recuperar no final da manhã

 

 

O crescente risco de recessão global em meio à guerra tarifária imposta pelos Estados Unidos fizeram com que as bolsas ao redor do mundo apresentassem queda. Na abertura, o índice Dow Jones caia 3,1%, aos 37.879,6 pontos, enquanto o S&P 500 totalizava uma queda de 3,3%. A Nasdaq desvalorizava 3,8%, aos 14.978,03 pontos. Todos os três índices chegaram ao chamado "bear market", ou seja, caíram mais de 20% dos picos recentes.

Na Europa e na Ásia não foi diferente. O alemão Dax abriu em queda de 9%, enquanto o FTSE de Londres estava cerca de 5% mais baixo. O índice de referência Nikkei 225 do Japão fechou 7,9% mais baixo, enquanto o Topix terminou o dia em queda de 7,7%. Na China, o Shanghai Composite Index fechou 7,3% mais baixo. De acordo com analistas, os mercados asiáticos estão passando pelo pior período de dois dias para as ações de Wall Street em cinco anos.

No Brasil, às 10h30, Ibovespa tombava 1,8%, aos 124.878 pontos. No mesmo horário, o futuro do S&P caía 2,6% no pré-mercado e o Stoxx 600 recuava 4,3%. Já as ações da PN da Petrobras tinham queda de 1,4%, enquanto as ON da Vale cediam 1,6%. A notícia de uma provável pausa nas tarifas por três meses fez com que os mercados virarem para o positivo brevemente. O Ibovespa, por exemplo, cedeu 0,02% por volta de meio-dia, aos 127.236 pontos, mas minutos depois voltou a ter uma forte queda de 1,4%. No mesmo horário, o dólar comercial subia 0,6%, para R$ 5,8704.

 

 https://amanha.com.br/categoria/mercado-de-capitais/guerra-comercial-estimula-queda-global-nas-bolsas


Banco privado, risco público: negócios ousados do Master põem sistema bancário em alerta



    Por Fernando Mendonça, especial para a Gazeta do Povo

   Banco privado, risco público: negócios nebulosos do Master põem sistema bancário em alerta

 O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, tem se reunido com banqueiros para discutir a situação do Master. (Foto: André Borges/EFE)



O Banco Master está no centro das atenções do mercado financeiro e do Banco Central. No fim de março, o Banco de Brasília (BRB) anunciou a aquisição de 58% da instituição por R$ 2 bilhões, desencadeando uma série de críticas, principalmente de grandes bancos privados, que chegaram a qualificar a transação como "indigesta" por diversos motivos.

A começar pelo fato de um banco público de médio porte – no qual o governo do Distrito Federal detém 96% das ações ordinárias – adquirir um banco privado, também de médio porte, conhecido por captar recursos há anos por meio de títulos considerados de alto risco.

O temor se justifica pela hipótese de que, se a compra do Banco Master trouxer prejuízos, o impacto pode recair sobre os cofres públicos. Ou seja, indiretamente sobre os contribuintes, o que resultaria em um efeito contrário ao princípio de que riscos do setor privado devem ser arcados por seus próprios acionistas.


Incomodou também que, mesmo adquirindo 58% do capital total do Banco Master, o BRB não terá o controle acionário. Pelo desenho do negócio, o atual controlador do Master, Daniel Vorcaro, manterá a maioria das ações com poder de voto. Essa configuração motiva dúvidas sobre a governança e a real influência que o BRB terá nas decisões estratégicas do Master.

Embora já tenha sido anunciada, a compra do Master pelo BRB ainda depende de aprovação do Banco Central e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Mas as incertezas da operação vão além das questões financeiras e regulatórias. A aquisição do Banco Master pelo BRB também gera preocupações políticas, uma vez que o BRB pertence ao governo de Brasília. A negociação pode estar beneficiando apenas interesses de grupos específicos, em vez do banco e da população do Distrito Federal.

Outro aspecto apontado pelos especialistas é a forma rápida e sem grande detalhamento sobre os critérios usados para justificar a compra, o que dá origem a desconfianças sobre possíveis interesses políticos ou falta de uma análise de risco mais rigorosa.


Entre elas está a troca no comando do comitê de auditoria do BRB três dias antes de o conselho de administração do banco estatal aprovar a operação com o Master e o negócio ser divulgado ao mercado. A substituição às vésperas de tudo acontecer foi interpretada pelos agentes financeiros como mais política do que técnica.

Chama atenção, ainda, o comprometimento de quase metade dos recursos do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para cobrir uma eventual quebra do Master.

O Master atrai investidores a suas aplicações – que oferecem remuneração muito superior à média do mercado – com o argumento de que são cobertas pelo fundo. Criado em meados dos anos 1990, quando bancos privados foram à lona após o Plano Real, o FGC serve para ressarcir poupadores em caso de falência de instituições financeiras.
Galípolo, do BC, discute caso do Master com banqueiros

Não demorou para que os temores chegassem ao alto escalão do Banco Central. A semana seguinte à do anúncio começou com uma reunião do presidente do BC, Gabriel Galípolo, com o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, e o CEO do Master, Daniel Vorcaro, para “tomar pé” da situação.

A semana foi esticada até o último sábado (5), quando Galípolo chamou para conversar os dirigentes dos maiores bancos privados do Brasil (Itaú-Unibanco, Bradesco, Santander e BTG Pactual). O presidente do BC busca interessados na parte dos ativos – de alto risco e baixa liquidez – do Master que foi apartada da venda ao BRB. Esperam-se novas rodadas de encontros nesta semana para discutir sobre o assunto.

“A primeira característica que sempre chamou a atenção do mercado é que, mesmo sendo bastante jovem, o Master apresentou um crescimento muito rápido”, diz o professor de Finanças Rafael Schiozer, da FGV Eaesp (Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas), especializado em estudos sobre estabilidade, gestão de riscos e crises financeiras.

De acordo com o professor, o mercado há tempos acompanha de perto os movimentos do Banco Master, cujas operações estiveram sempre sob alerta e eram consideradas insustentáveis no longo prazo. “Quando surge a notícia de que um banco público está absorvendo outro privado de tamanho similar, fica evidente que houve a necessidade de uma solução de mercado”, afirma Schiozer.




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China chama tarifas dos EUA de ‘abuso’ e ‘bullying econômico’

 

Ameaças e pressão não são as maneiras corretas de lidar com a China, disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês nesta segunda-feira, 07, depois de descrever as “tarifas recíprocas” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como “bullying”.

As tarifas são “unilateralismo e protecionismo típicos, e bullying econômico”, disse o porta-voz Lin Jian em uma coletiva de imprensa regular. Ele afirmou que as tarifas dos EUA em nome da reciprocidade servem apenas a seus próprios interesses em detrimento de outros países.

Na semana passada, Trump introduziu uma tarifa adicional de 34% sobre os produtos chineses, como parte das taxas impostas à maioria dos parceiros comerciais dos EUA, elevando o total de tarifas sobre a China este ano para 54%. A China retaliou com uma série de contramedidas.

Agentes alfandegários dos EUA estão cobrando a tarifa unilateral de 10% de Trump sobre todas as importações de muitos países desde sábado.

“O abuso de tarifas pelos Estados Unidos equivale a privar os países, especialmente os do Sul Global, de seu direito ao desenvolvimento”, disse Lin, citando uma diferença cada vez maior entre ricos e pobres em cada país, e que os países menos desenvolvidos sofrem um impacto maior.

Todos os países deveriam sustentar consultas, a construção e o compartilhamento conjuntos e o “multilateralismo genuíno”, disse ele.

A China apresentará as tarifas recíprocas dos EUA como uma “nova preocupação comercial” em reunião da Organização Mundial do Comércio em 9 de abril, de acordo com um documento da OMC, um movimento visto por fontes comerciais como um passo em direção à formação de uma coalizão mais ampla para se opor a elas. A China já apresentou uma reclamação formal ao órgão de fiscalização com sede em Genebra.

Lin também pediu aos países que se oponham conjuntamente a todas as formas de unilateralismo e protecionismo, e que protejam o sistema internacional e o sistema de comércio multilateral de acordo com os valores das Nações Unidas e da OMC, respectivamente.

Procon multa Banco Pan em R$ 13,5 milhões por ligações indesejadas

 

Fundação Procon-SP aplicou uma multa no Banco Pan por conta de chamadas de telemarketing a pessoas que haviam incluído seus números no cadastro do programa ‘Não Me Ligue’ da instituição – iniciativa que permite que moradores do estado de São Paulo evitem receber ligações com propostas de produtos e serviços. O valor da multa foi de R$ 13.522.436,17.

A punição veio após a constatação de que o Banco Pan continuou entrando em contato com consumidores mesmo depois de encerrado o prazo de 30 dias previsto por lei para que as empresas deixem de ligar após o registro no cadastro.

A multa ao Banco Pan teve um cálculo que leva em consideração tanto a dimensão da falha quanto a estrutura financeira da instituição, conforme determina o Código de Defesa do Consumidor.

O Banco Pan ainda pode apresentar defesa e tentar reverter a decisão.

A IstoÉ Dinheiro entrou em contato com a instituição, que disse que não comentará detalhes sobre o caso.

“O Banco Pan esclarece que não comenta processos em andamento na justiça, reforça sua posição de respeito aos clientes e está à disposição em todos os seus canais de atendimento”, diz o banco, em nota.

Até 2021 o Procon-SP divulgava o ranking de empresas que mais desrespeitavam a regra e realizavam chamadas não autorizadas, o chamado ‘Ranking dos Perturbadores’.

Na última edição divulgada, justamente do ano de 2021, o Banco Pan aparecia na 4ª posição, com 2.522 ligações ou mensagens realizadas a pessoas que estavam cadastradas no Não Me Ligue.

Lideravam o ranking a Vivo (3.743), Dr. de Todos (3.077) e Claro (2.524).

Como funciona o Não Me Ligue

O programa reúne, em uma base única, os números de telefone de pessoas que querem ficar livres de ligações de telemarketing. Mais de 3,5 milhões de consumidores já aderiram ao serviço em São Paulo.

O registro pode ser feito pelo site do Procon-SP. Quem for alvo de chamadas depois desse prazo deve anotar todos os dados possíveis sobre o contato — como dia, horário e nome da empresa — e, se possível, guardar provas, para facilitar a apuração e eventual punição.

A regra também vale para empresas localizadas fora do estado que realizem chamadas para números registrados no sistema. Denúncias de descumprimento também podem ser feitas pelo portal da fundação.

Banco Pan foi multado pelo Procon há um ano

Ainda em abril de 2024, o Procon do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) multou a mesma instituição em cerca de R$ 1,8 milhão por irregularidades no Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC).

A condenação ocorreu em um processo administrativo instaurado pelo órgão após uma cliente ter relatado problemas para entrar em contato com o SAC do Banco Pan.



Trump ameaça China com tarifas adicionais de 50% e encerra negociações

 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira, 7, que adotará uma tarifa adicional de 50% sobre a China se Pequim não retirar suas tarifas retaliatórias sobre os EUA.

“Além disso, todas as negociações com a China referentes às reuniões solicitadas por eles conosco serão encerradas! As negociações com outros países, que também solicitaram reuniões, começarão a ocorrer imediatamente”, disse Trump em uma postagem no Truth Social.

“Bullying”

Mais cedo, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês disse que ameaças e pressão não são as maneiras corretas de lidar com a China, depois de descrever as “tarifas recíprocas” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como “bullying”.

As tarifas são “unilateralismo e protecionismo típicos, e bullying econômico”, disse o porta-voz Lin Jian em uma coletiva de imprensa regular. Ele afirmou que as tarifas dos EUA em nome da reciprocidade servem apenas a seus próprios interesses em detrimento de outros países.

Na semana passada, Trump introduziu uma tarifa adicional de 34% sobre os produtos chineses, como parte das taxas impostas à maioria dos parceiros comerciais dos EUA, elevando o total de tarifas sobre a China este ano para 54%. A China retaliou com uma série de contramedidas.

Agentes alfandegários dos EUA estão cobrando a tarifa unilateral de 10% de Trump sobre todas as importações de muitos países desde sábado.

“O abuso de tarifas pelos Estados Unidos equivale a privar os países, especialmente os do Sul Global, de seu direito ao desenvolvimento”, disse Lin, citando uma diferença cada vez maior entre ricos e pobres em cada país, e que os países menos desenvolvidos sofrem um impacto maior.

Todos os países deveriam sustentar consultas, a construção e o compartilhamento conjuntos e o “multilateralismo genuíno”, disse ele.

A China apresentará as tarifas recíprocas dos EUA como uma “nova preocupação comercial” em reunião da Organização Mundial do Comércio em 9 de abril, de acordo com um documento da OMC, um movimento visto por fontes comerciais como um passo em direção à formação de uma coalizão mais ampla para se opor a elas. A China já apresentou uma reclamação formal ao órgão de fiscalização com sede em Genebra.

Lin também pediu aos países que se oponham conjuntamente a todas as formas de unilateralismo e protecionismo, e que protejam o sistema internacional e o sistema de comércio multilateral de acordo com os valores das Nações Unidas e da OMC, respectivamente.

sexta-feira, 4 de abril de 2025

Trump prorroga em 75 dias prazo para venda do TikTok

 

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira, 4, que estará assinando uma ordem executiva para manter o TikTok em funcionamento por mais 75 dias. Segundo ele, o governo americano já fez um “tremendo” progresso em relação as negociações, mas o acordo exige mais trabalho para garantir que “todas as aprovações necessárias sejam assinadas”.

O prazo para a empresa vender seus ativos a um proprietário não chinês nos EUA venceria amanhã, 5 de abril.

“Esperamos continuar trabalhando de boa fé com a China, que, pelo que sei, não está muito satisfeita com nossas tarifas recíprocas (necessárias para um comércio justo e equilibrado entre a China e os EUA!). Isso prova que as tarifas são a ferramenta econômica mais poderosa e muito importante para nossa segurança nacional!”, acrescentou ele em post no Truth Social.

O republicano disse estar ansioso para trabalhar com a TikTok e a China para fechar o acordo.

Petróleo cai 7% e atinge mínima de mais de 3 anos com tarifas retaliatórias da China

 

Os preços do petróleo fecharam em queda de 7% nesta sexta-feira, atingindo o menor valor em mais de três anos, com a China aumentando as tarifas sobre os produtos dos Estados Unidos, o que intensificou uma guerra comercial global que deixou os investidores preocupados com uma recessão.

A China anunciou que imporá tarifas adicionais de 34% sobre todos os produtos dos EUA a partir de 10 de abril. Países de todo o mundo prepararam uma retaliação depois que Trump elevou as barreiras tarifárias ao seu nível mais alto em mais de um século.

As commodities, incluindo gás natural, soja e ouro, também despencaram, enquanto os mercados acionários globais caíram. O banco de investimentos JPMorgan disse que agora vê 60% de chance de uma recessão econômica global até o final do ano, em comparação com 40% anteriormente.

Os contratos futuros do Brent caíram US$4,56, ou 6,5%, a US$65,58 por barril, enquanto os contratos futuros do petróleo West Texas Intermediate (WTI) dos EUA caíram US$4,96, ou 7,4%, a US$61,99.

Petróleo Brent chegou a valor mais baixo em quatro anos

Na mínima da sessão, o Brent caiu para US$64,03 e o WTI atingiu US$60,45, o valor mais baixo em quatro anos. O Brent registrou suas maiores perdas semanais em termos percentuais em um ano e meio, enquanto o WTI registrou a maior queda em dois anos.

“Para mim, esse é provavelmente um valor próximo do justo para o petróleo até que tenhamos algum tipo de indicação de quanto a demanda foi realmente reduzida”, disse Scott Shelton, especialista em energia da United ICAP.

“Minha opinião é que provavelmente acabaremos na casa dos US$50 no curto prazo para o WTI, de forma muito violenta”, disse Shelton, alertando que a demanda sofreria com as atuais circunstâncias do mercado.

As novas tarifas de Trump são ‘maiores do que o esperado’ e as consequências econômicas, incluindo inflação mais alta e crescimento mais lento, provavelmente também serão, disse o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, nesta sexta-feira, em comentários que apontaram para o conjunto de decisões potencialmente difíceis que o banco central dos EUA tem pela frente.