
O
Senado Federal premiou nesta quinta-feira, 27, 19 mulheres por suas
contribuições à defesa dos direitos da mulher e representatividade
feminina em diversas áreas de atuação. Elas receberam o Diploma Bertha
Lutz por indicação de parlamentares, a maioria integrantes da bancada
feminina.
Entre as homenageadas na sessão solene estão as atrizes
Fernanda Montenegro e Fernanda Torres. Recentemente, mãe e filha
protagonizaram o filme Ainda Estou Aqui, ganhador do Oscar de Melhor Filme Internacional, no papel de Eunice Paiva.
Fazem
parte da lista de indicadas para o recebimento da premiação anual
representantes da política, da ciência, do Judiciário, da cultura, do
ativismo social e do empreendedorismo. Antonieta de Barros, a primeira
mulher negra a ser eleita deputada no Brasil, será homenageada in
memoriam.
A escritora e integrante da Academia Mineira de Letras,
Conceição Evaristo, esteve pessoalmente no evento para receber a
condecoração das mãos da senadora Teresa Leitão (PT-PE). Em publicação
da quarta-feira, 26, ela se disse “grata” pela indicação. “Ofereço esse
prêmio a todas as mulheres que ao meu lado me ajudam a construir esse
caminho”, escreveu.
Também integram a lista a filantropa e
presidente do Instituto Ayrton Senna, Viviane Senna, e a primeira
gestora do sistema de cotas para negros da Universidade de Brasília
(UnB), Jaqueline Gomes de Jesus.
A líder da bancada feminina,
senadora Leila Barros (PDT-DF) presidiu a sessão solene que distribuiu
as homenagens. Em discurso, ela exaltou as trajetórias das indicadas e
disse que a ocasião reforça o compromisso da Casa com a equidade de
gênero.
“Um
quarto de século já transcorrido desde a primeira edição deste prêmio e
ainda precisamos estar aqui reivindicando direitos: direito pela
equiparação de oportunidades, direito pela divisão do trabalho
doméstico, direito pela efetiva inclusão social e, pasmem, direito até
mesmo à integridade física”, declarou.
O nome do diploma é uma
homenagem à bióloga, advogada e diplomata paulista Bertha Maria Julia
Lutz, considerada uma das figuras mais significativas do feminismo e da
educação no Brasil no século 20.
Ela
integrou a delegação brasileira na conferência que fundou a Organização
das Nações Unidas (ONU) em 1945 e liderou uma coalizão de diplomatas
latino-americanas que conseguiu incluir a igualdade de gênero no
documento fundador da organização.
Confira a lista com todas as homenageadas de 2025:
– Ani Heinrich Sanders: Produtora rural do estado do Piauí, indicada pela senadora Jussara Lima (PSD-PI);
–
Antonieta de Barros (in memoriam): Primeira mulher negra a ser eleita
deputada no Brasil, pelo estado de Santa Catarina. Foi indicada pela
senadora Ivete da Silveira (MDB-SC);
– Bruna dos Santos Costa
Rodrigues: Juíza no Tribunal de Justiça do estado do Ceará, indicada
pela senadora Augusta Brito (PT-CE);
– Conceição Evaristo: Escritora e membro da Academia Mineira de Letras, indicada pela senadora Teresa Leitão (PT-PE);
–
Cristiane Rodrigues Britto: Advogada e ex-ministra da Mulher, da
Família e dos Direitos Humanos. Foi indicada pela senadora Damares Alves
(Republicanos-DF);
– Elaine Borges Monteiro Cassiano: Reitora do
Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), indicada pela senadora
Soraya Thronicke (Podemos-MS);
– Elisa de Carvalho: Pediatra,
professora universitária e membro da Academia de Medicina de Brasília,
indicada pela senadora Dra. Eudócia (PL-AL);
– Fernanda Montenegro: Atriz, indicada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre;
– Fernanda Torres: Atriz e escritora, indicada pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA);
– Janete Ana Ribeiro Vaz: Empreendedora e cofundadora do Grupo Sabin, indicada pela senadora Leila Barros (PDT-DF);
–
Jaqueline Gomes de Jesus: Escritora, professora e primeira gestora do
sistema de cotas para negros da Universidade de Brasília (UnB). Foi
indicada pela senadora Zenaide Maia (PSD-RN);
– Joana Marisa de
Barros: Médica mastologista e imaginologista mamária no estado da
Paraíba, indicada pela senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB);
– Lúcia Willadino Braga: Neurocientista e presidente da Rede Sarah, indicada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre;
–
Maria Terezinha Nunes: Coordenadora da Rede Equidade e ex-coordenadora
do Programa Pró-equidade de Gênero e Raça do Senado. Foi indicada pela
Bancada Feminina;
– Marisa Serrano: Ex-senadora, indicada pela senadora Tereza Cristina (PP-MS);
–
Patrícia de Amorim Rêgo: Procuradora de Justiça do Ministério Público
do Estado do Acre, indicada pelo senador Sérgio Petecão (PSD-AC);
–
Tunísia Viana de Carvalho: Mãe de Haia (caso de subtração internacional
de criança) e ativista dos direitos maternos e infantojuvenis, indicada
pela senadora Mara Gabrilli (PSD-SP);
– Virgínia Mendes: Filantropa e primeira-dama de Mato Grosso, indicada pela senadora Margareth Buzetti (PSD-MT);
– Viviane Senna: Filantropa e presidente do Instituto Ayrton Senna, indicada pela senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO).