segunda-feira, 31 de março de 2025

Empresas pretendem contratar mais executivos, mas esbarram na escassez de profissionais

 


Mais da metade das companhias brasileiras vê a falta de profissionais como o maior desafio para este ano 
 
 
A maior parte das empresas também vê a retenção como um desafio para a expansão dos seus times

 

Pesquisa que reúne as principais tendências, desafios, modificações e redesenhos do mercado executivo brasileiro, a Leadership Outlook 2025, do Evermonte Institute, traz um dado bastante revelador. De acordo com o estudo, 84% das companhias brasileiras planejam ampliar a contratação de executivos neste ano. A maioria (54%), no entanto, também aponta a escassez de profissionais como uma grande barreira a ser superada. Além de não encontrar executivos no mercado, a maior parte (52%) das empresas ouvidas pelo estudo também vê a retenção como um desafio para a expansão dos seus times. "O que podemos observar a partir dos resultados da pesquisa é um desalinhamento entre o crescimento projetado pelas companhias e a capacidade de execução", explica o diretor associado do Evermonte Institute, Paulo Walendorff.

Na prática, a lacuna entre a escassez de profissionais e a expansão das posições executivas mostra que existem mais oportunidades do que pessoas capacitadas para assumi-las – o que toca em outro ponto nevrálgico no contexto do mercado executivo: o desenvolvimento de talentos. Para 17% das empresas, esta é a maior lacuna das companhias brasileiras atrás da eficiência operacional. "Os dados mostram que, diante da crescente escassez de profissionais, é urgente reavaliar e aprimorar as práticas voltadas à atração, fidelização e desenvolvimento dos colaboradores, investindo continuamente na formação de novas lideranças", ressalta Walendorff.

Leadership Outlook 2025

 
O estudo do Evermonte Institute ouviu 320 profissionais em cargos de gerência sênior, diretoria, C-Level e conselho em todo o Brasil, sendo 28,4% da área de Finanças; 19,7% de Recursos Humanos; 17,8% de Operações; 16,2% de Vendas e Marketing; e 11,9% de Tecnologia. Foram analisadas três grades de companhias com base no faturamento anual: até R$ 500 milhões (38,6% das respondentes); de R$ 500 milhões a R$ 2 bi (32,4%) e acima de R$ 2 bi (29%). A maior parte das empresas ouvidas é de capital fechado (70,6%) e está nas regiões Sul (43,9%) e Sudeste (38,9%).

 

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Haddad: melhor resposta à crise do multilateralismo é ousar ainda mais no multilateralismo

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira, 31, que a melhor resposta à atual crise do multilateralismo é ousar ainda mais no multilateralismo, ao mencionar duas contribuições que estão sendo desenvolvidas no Ministério para a agenda internacional do clima: o Tropical Forest Forever Facility (TFFF) e um marco regulatório robusto para o financiamento sustentável.

“Ambos projetos estão unidos pelo mesmo princípio: a melhor resposta à crise do multilateralismo é ousarmos ainda mais no multilateralismo”, disse ele, durante a conferência organizada pela universidade Science Po sobre “governar na era climática”, em Paris.

Haddad afirmou que, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Ministério da Fazenda está empenhado em responder a apelos por uma COP30 bem-sucedida, que resgate a centralidade do multilateralismo.

“Na esteira do Plano de Transformação Ecológica e da presidência brasileira do G20, vamos trabalhar para posicionar o Brasil como líder pelo exemplo e pela cooperação em prol de um multilateralismo reforçado. Com essa ambição, pretendemos contribuir para o Roadmap Baku-Belém em torno do objetivo de canalizar pelo menos US$ 1,3 trilhão para o financiamento climático dos países em desenvolvimento até 2035”, reiterou.

Haddad reforçou que, desde o início do governo, o objetivo da pasta tem sido enraizar a agenda do clima na administração do Estado. Segundo ele, até pouco tempo atrás, os ministérios da área econômica estavam alheios a esse debate.

Ele destacou que, já no primeiro ano, o Ministério da Fazenda lançou o Plano de Transformação Ecológica (PTE), projeto que, segundo ele, fortaleceu as credenciais brasileiras para participar de “maneira audaz” nos debates globais e defender uma nova Governança na Era do Clima chamada de “re-globalização sustentável” no G20.

O ministro citou ainda que, apesar do cenário adverso no Congresso, com uma minoria governista, a pasta conseguiu implementar políticas e ferramentas estruturantes, como a lei do Mercado de Carbono e da Taxonomia Sustentável. Foram introduzidos ainda novos mecanismos financeiros, além de ter sido lançada uma plataforma de investimentos para mobilizar recursos estrangeiros, disse.

 

O acordo selado entre Mercosul e União Europeia oferece pouca vantagem ao bloco sul-americano e seu valor é mais político, disse nesta segunda-feira o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Em evento do Instituto de Estudos Políticos de Paris, Haddad afirmou que o acordo selado entre os dois blocos — mas que ainda depende de ratificação dos países membros — pode ser uma alternativa a um mundo polarizado.

Ele ainda argumentou que os europeus deveriam considerar o acordo politicamente, não apenas economicamente.

Galípolo recebe presidente do BRB após anúncio de compra do Master

 


O BRB comunicou aprovação da aquisição de 49% das ações ordinárias, 100% das ações preferenciais e 58% do capital do Banco Master

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo - Metrópoles


 
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, receberá o presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, no fim da tarde desta segunda-feira (31/3). A reunião ocorre após o anúncio de que o Conselho de Administração do BRB aprovou a compra do Banco Master, por R$ 2 bilhões.

Na última sexta-feira (28/3), o BRB comunicou ao mercado a aprovação da aquisição de 49% das ações ordinárias (com direito a voto nas assembleias), 100% das ações preferenciais e 58% do capital total do Master.

A operação mexeu com o mercado financeiro, mas ainda depende do aval do Banco Central e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para ser concretizada.

BRAZIL JOURNAL: Goldman vê EUA mais perto da recessão e rebaixa estimativa para S&P 500

 

A Goldman Sachs refez as contas dos efeitos do ‘Trumponomics’ e agora vê chances mais concretas de os EUA entrarem em recessão.

A atualização do cenário ocorreu às vésperas do que o Presidente Donald Trump está chamando de ‘Dia da Libertação,’ em 2 de abril, quando a Casa Branca deve anunciar a imposição de tarifas recíprocas sobre as importações de todos os parceiros comerciais dos americanos.

O time macro do banco revisou de 20% para 35% o risco de o país ter uma recessão nos próximos 12 meses.

“Pela segunda vez em menos de um mês, estamos elevando nossas estimativas em relação às tarifas, e continuamos a acreditar que o risco das tarifas de 2 de abril são maiores do que o estimado por muitos participantes do mercado,” diz a Goldman no relatório.

Leia a matéria completa no Brazil Journal.

Presidente do BRB diz que precatórios estão fora do escopo de compra do Master

 

O anúncio pelo Banco de Brasília (BRB) na sexta-feira, 28, de aquisição de 49% das ações ordinárias (com direito a voto) e 100% das ações preferenciais (sem direito a voto) do Banco Master, em uma transação avaliada em aproximadamente R$ 2 bilhões, causou furor no mercado financeiro ao longo do fim de semana. Executivos de bancos privados passaram a trocar mensagens entre si, analisando a compra do banco público, que ainda precisa ser aprovada pelo Banco Central (BC) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Em entrevista à coluna Guilherme Amado, o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, respondeu aos principais pontos que, nessas mensagens, eram levantados para jogar dúvida sobre a transação. Há sinergia entre as operações do Master e do BRB? E os ativos complexos do Master, como os precatórios? Foram observados todas as exigências do BC?

Apesar da parceria, as duas instituições continuarão operando de forma independente, mas sob uma única marca: BRB. Daniel Vorcaro, controlador do Master, permanecerá na posição, que passará a se chamar BRB Banco de Investimentos, mantendo 51% das ações com direito a voto. O BRB, por sua vez, terá direito de veto em decisões específicas.

O Banco Master passará ainda por uma reestruturação societária, na qual algumas participações atualmente sob sua titularidade serão separadas da operação. A transação inclui apenas o banco múltiplo, a fintech Will Bank e a securitizadora Maximainvest.

Abaixo, os principais trechos da conversa com o presidente do BRB.

Algumas análises de mercado sugeriram que bancos privados teriam optado por não avançar na operação com o Master por conta de ativos considerados mais complexos, como a carteira de precatórios. Como o BRB avalia esse cenário?
No ano passado a gente começou a comprar umas carteiras de cartão de crédito consignado do Master. E a gente foi se aproximando do banco, entendendo a forma de operar e vendo que eles operavam em segmentos que são importantes para a gente e que a gente nunca tinha conseguido ter uma posição competitiva sólida, como mercado de capitais, como câmbio, como atacado, como cartão de crédito consignado. Em outubro do ano passado, a gente começou a ter uma conversa sobre a possibilidade de fazer uma sociedade. Em janeiro deste ano, o Banco Master mandou um ofício formalizando essa proposta para que a gente avaliasse a possibilidade ou de uma parceria estratégica ou de uma parceria societária. Contratamos alguns assessores, PWC e Lefosse, para nos auxiliarem nessa análise. A gente se debruçou sobre todos os ativos e passivos do Master e fizemos um planejamento estratégico e um plano de negócios para o que seria esse conglomerado que depende de aprovação regulatória. Nesse sentido, a gente encontrou uma série de ativos que não fazem parte desse novo escopo de atuação.

Quais ativos?
Notadamente os precatórios, os direitos creditórios relativos a processos judiciais e os fundos de investimento em ações de empresas que não fazem parte do conglomerado. Essa foi a razão de a gente ter definido o perímetro da transação excluindo esses ativos que representam aproximadamente R$ 23 bilhões. As pessoas estão questionando esses ativos que você chamou de complexos e que nem fazem parte do escopo da transação.

Houve comentários de executivos de instituições privadas sobre o fato de a operação ter sido liderada por um banco público. Qual a sua visão sobre esse tipo de crítica?
Nesses últimos anos, o BRB mudou o posicionamento do mercado. A gente passou a crescer, a entrar em novos segmentos. A gente se tornou líder aqui no DF em crédito imobiliário, em crédito rural. O nosso cartão de crédito, o Dux, passou a ser reconhecido como um dos melhores do mercado. O BRB adotou uma posição mais competitiva. E nesse sentido a gente começou a fazer transações de M&A, inclusive olhar ativos para compra. O Master é o terceiro banco que a gente analisa desde 2021 nesse sentido. Isso mostra que não deveria haver distinção entre a capacidade de competir de um banco público e de um banco privado. Por ser público, a gente tem algumas restrições, precisa observar alguns procedimentos adicionais e todos eles foram observados nessa transação. Muitas vezes a preocupação que surge é se uma entidade pública está trazendo algum ativo indesejado para o negócio. E não é o caso. Fizemos uma revisão dos ativos e passivos, uma due-diligence e selecionamos os ativos que fazem parte desse novo posicionamento estratégico, desse novo conglomerado que estamos procurando construir.

Alguns especialistas apontam dúvidas sobre a existência de sinergias entre o Master e o BRB. Há, de fato, complementariedade nas operações? Em quais frentes isso se manifesta?
É super interessante isso, porque o BRB ao longo desses últimos anos se tornou um banco de varejo completo. A gente atua na pessoa física, a gente atua na pessoa jurídica, a gente atua em cartões, atua em seguridade, em investimentos, atua em governos. Mas a gente não conseguiu entrar em alguns mercados ou segmentos específicos como atacado, médias e grandes empresas, mercado de capitais, câmbio, o próprio cartão de crédito consignado que a gente vem tentando entrar no mercado há algum tempo. O Master possui esses produtos, atua nesses segmentos. Então existe uma complementariedade de negócios. O BRB se posiciona no mercado como um banco completo. Um banco que quer ser o primeiro banco de relacionamento dos seus clientes. E sem esse tipo de segmento é um tanto difícil da gente alcançar essa posição estratégica no mercado. Além disso, o Master tem na sua estrutura um banco digital. É uma fintech que nasceu com a cabeça de banco digital, que entende a atuação nesse mercado e que nos interessa bastante porque a gente tem praticamente quatro milhões de clientes que vieram desse mundo de banco digital. O Master tem determinadas tecnologias, sistemas e conhecimentos especializados e acesso a conhecimentos especializados que, por exemplo, como um banco público, a gente também enfrenta limitações.

O BRB está confiante na aprovação da operação pelos órgãos reguladores? A operação está alinhada com os critérios e exigências do Banco Central para esse tipo de transação?
Existe um procedimento estabelecido nas normas em relação a isso. E nós instruímos, elaboramos as documentações de maneira que a gente acredita que atende e evidencia a nossa visão do negócio. Então a gente acredita que o Banco Central e o Cade se debruçarão atentamente, farão uma análise criteriosa do negócio e que a gente entende que sim, tem viabilidade econômica e capacidade de contribuir para os clientes, para a sociedade e para o sistema financeiro nacional.

Quais os principais benefícios esperados para o BRB com essa movimentação?
Os principais benefícios são acesso a mercados e segmentos que a gente hoje não tem uma atuação forte, como é o caso de câmbio, de serviços de mercado de capitais, de atuação em médias e grandes empresas e, no caso, cartão de crédito consignado e bancos digitais. Além disso, o Master aporta acesso à tecnologia, aporta o banco digital e a capacidade de contratar recursos técnicos especializados que, muitas vezes, nós enfrentamos restrições como empresa pública.

Na política local de Brasília, a transação passou a ser objeto do jogo político. Como é que você vê esse movimento?
A nossa decisão é guiada pela lógica negocial, por aquilo que a gente entende que fortalece a posição competitiva do BRB e que o ajuda a cumprir seus objetivos como banco e como banco público. Então, a gente entende que isso não deveria ser politizado.

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Veja ranking das empresas da bolsa de valores brasileira com os maiores lucros e prejuízos em 2024

 

Com a temporada de balanços do quarto trimestre de 2024 (4T24) chegando ao fim, já é possível detalhar quais foram as empresas mais lucrativas da bolsa de valores e quais tiveram os maiores prejuízos no ano.

Conforme dados levantados pela consultoria Elos Ayta, o Itaú Unibanco foi a empresa mais lucrativa da bolsa de valores no ano de 2024. No ano em questão, o maior banco privado do país somou um lucro de R$ 40,23 bilhões.

Vale destacar que além de ser a empresa mais lucrativa da bolsa de valores em 2024, o Itaú, com esse número, também registrou o maior lucro já alcançado na história por uma instituição financeira listada na B3.

O ano foi positivo para o banco em termos operacionais, com uma expansão de 15,5% na carteira de crédito, que fechou 2024 totalizando R$ 1,359 trilhão. Além disso, destacam-se os aumentos de 21% nos empréstimos para grandes empresas e de 17,7% para micro, pequenas e médias empresas.

As receitas provenientes de serviços e seguros do banco registraram alta de 7,2%, atingindo R$ 54,8 bilhões – em um incremento impulsionado pelo maior faturamento na emissão de cartões, ganhos em operações de banco de investimento e aumento nas receitas com administração de recursos.

Logo em seguida no ranking de empresas com os maiores lucros da bolsa de valores aparecem Petrobras (R$ 36,6 bilhões) e Banco do Brasil (R$ 35,4 bilhões).

No ano de 2023, a Petrobras havia sido a empresa com o maior lucro da bolsa, registrando R$ 124,6 bilhões no acumulado do ano em questão.

Empresas com os maiores prejuízos da bolsa de valores

Na ponta contrária, a Braskem foi a empresa que deu o maior prejuízo da bolsa de valores em 2024, de R$ 11,3 bilhões.

O ano foi de desafios para empresa, que enfrentou uma redução nos spreads petroquímicos e uma menor demanda por resinas no mercado brasileiro – afetando então seus números operacionais e pressionando as margens da companhia.

Variação cambial também afetou a Braskem, segundo a gestão. No último trimestre do ano – que teve prejuízo líquido de R$ 5,9 bilhões – foi anotado um impacto de R$ 4,7 bilhões de variação cambial negativa no resultado financeiro consolidado.

Em 2024, com seus R$ 11,3 bilhões de prejuízo líquido, foi registrada uma influência pela variação cambial negativa de R$ 11,5 bilhões.

Por fim, os balanços contábeis da empresa também foram afetados pelas provisões relacionadas a eventos geológicos em Alagoas, já que a empresa realizou novas provisões de R$ 1,3 bilhão referentes ao afundamento de solo em bairros de Maceió, Alagoas, relacionado às atividades de mineração de sal-gema da empresa.

Logo em seguida no ranking de maiores prejuízos da bolsa de valores em 2024 aparecem Cosan (R$ 9,4 bilhões) e Azul (R$ 9,1 bilhões).

BRB enxerga oportunidade e projeta salto nacional com aquisição do Banco Master

 

A aquisição de 58% do capital total do Banco Master é uma das mais significativas operações financeiras recentes no Brasil. Avaliado em R$ 2 bilhões, o negócio inclui 49% das ações ordinárias — com direito a voto — e 100% das ações preferenciais. A operação acende novamente discussão sobre a concentração do setor e como mais bancos fortalecidos podem contribuir para o avanço dos serviços financeiros.

Com essa aquisição, o BRB aumenta substancialmente sua atuação no mercado financeiro, passando a contar com 15 milhões de clientes, ativos totais na ordem de R$ 112 bilhões, carteira de crédito de R$ 72 bilhões e mais de R$ 100 bilhões em captações. Atualmente na 23ª posição no ranking nacional de ativos totais, o banco estatal do Distrito Federal deve avançar para a 17ª colocação, consolidando-se como uma força relevante no setor bancário brasileiro.

A marca BRB será mantida como bandeira única da operação e haverá uma integração estratégica na governança, com Daniel Vorcaro, fundador e presidente do Banco Master, assumindo uma cadeira no conselho de administração.

Com o movimento, o BRB passa ingressar em novos segmentos estratégicos já bem explorados pelo Master, incluindo crédito consignado, câmbio, mercado de capitais, serviços corporativos e banco digital, bem como sua atuação tradicional em varejo, crédito imobiliário, crédito rural e seguros.

Em entrevista ao Estadão, Paulo Henrique Costa, presidente do BRB, afirmou que a operação foi cuidadosamente planejada desde meados de 2024, quando o banco iniciou a aquisição de carteiras específicas do Master. “Vimos uma complementaridade bastante grande. O Master é forte naquilo que o BRB não conseguia crescer”, disse o executivo.

Ativos como carteiras de precatórios, direitos creditórios e fundos de ações ficaram propositalmente de fora do acordo, o que reforça o foco da aquisição na complementaridade estratégica das duas instituições.

O governo do Distrito Federal, controlador do BRB, celebra o acordo e projeta que os dividendos distribuídos, atualmente em torno de R$ 200 milhões anuais, possam chegar a R$ 1 bilhão com o sucesso da incorporação.

A operação ainda aguarda aprovação do Banco Central e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Americanas tem prejuízo líquido de R$ 586 mi no 4º trimestre de 2024

 

A Americanas registrou prejuízo de R$ 586 milhões no quarto trimestre do ano passado, contra um lucro de R$ 2,56 bilhões apurados no mesmo período de 2023. Esse resultado negativo reflete ainda os custos da empresa com o processo de recuperação judicial, explica a CFO da Americana, Camille Faria.

No ano, a varejista lucrou R$ 8,231 milhões e reverteu o prejuízo de R$ 2,272 bilhões amargados no ano anterior. Esse lucro é turbinado justamente pelo reconhecimento como receita financeira dos cortes na dívida bilionária da empresa com bancos, efeito concentrado no balanço do terceiro trimestre.

A executiva ressalta que a Americanas vem registrando evolução em seus indicadores operacionais. A geração de caixa medida pelo Ebitda ainda fechou negativa em R$ 232 milhões, o que ainda assim representa melhora frente ao apurado no mesmo período de 2023, quando totalizou R$ 1,3 bilhão negativo. Em todo 2024, o Ebitda somou R$ 1,66 bilhão, contra um Ebitda negativo de R$ 2,73 bilhões em 2023.

Já o Ebitda ajustado já considerando o pagamento de aluguéis fechou em negativos R$ 58 milhões, contra o registrado no último trimestre de 2023, quando fechou no vermelho em R$ 1,441 bilhão.

No período de referência, a companhia teve receita líquida de R$ 4,369 bilhões, 4,5% abaixo dos R$ R$ 4,573 bilhões dos últimos três meses de 2023. No ano, a receita totalizou R$ 14,349 bilhões, contra os R$ 14,759 apurados no ano anterior, queda de 2,8%.

“O que a gente tem de colocar para todo mundo é melhora trimestre após trimestre em bases comparáveis. Ou seja, o quarto trimestre de 2024 tem que ser melhor que o quarto de 2023. O primeiro trimestre de 2025 tem que ser melhor que o primeiro de 2024. E assim por diante. Essa construção da transformação é que vai permitir voltarmos a gerar lucro nessa companhia”, disse ao Broadcast o presidente da Americanas, Leonardo Coelho.

“A hora em que chegarmos no terceiro trimestre de 2025 e compararmos com o terceiro de 2024, aí sim a gente vai ter uma companhia que já é praticamente comparável. Porque, aí, a gente terá tirado os principais efeitos de recuperação judicial e já dissipou os principais efeitos da fraude”, continuou.

Ação do BRB dispara e dobra de valor após anúncio de aquisição do Banco Master

 

As ações do Banco de Brasília (BRB) disparavam quase 100% nesta segunda-feira, 31, depois que a instituição anunciou na sexta-feira, após o fechamento do pregão, a compra do Banco Master.

Por volta das 11h25 (horário de Brasília), as ações do BRB praticamente dobravam de valor, para R$14,98 cada, após terem iniciado a sessão valendo R$ 7,53.

A aquisição foi aprovada na sexta-feira pelo conselho de administração do BRB, conforme informado pelo banco em fato relevante, mas a operação ainda está sujeita a aprovações precedentes, incluindo do Banco Central e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

O preço de aquisição será equivalente a 75% do patrimônio líquido consolidado do Banco Master, ajustado por eventuais “baixas de ativos ou reconhecimentos de apontamentos no balanço do Banco Master”, disse o BRB, sem fornecer mais detalhes.

A ação da empresa especializada em gestão de resíduos Ambipar, investida da Trustee DTVM, do Banco Master, subia 4,08% no mesmo pregão, para R$ 125.

sexta-feira, 28 de março de 2025

ADM assina memorando com Mitsubishi para colaboração futura na cadeia agrícola

 Archer Daniels Midland – Wikipédia, a enciclopédia livre

São Paulo, 28 – A trading de grãos Archer Daniels Midland (ADM), dos Estados Unidos, anunciou na quinta-feira, 27, que assinou um memorando de acordo não vinculativo com a Mitsubishi Corporation (MC), do Japão. Em nota, as companhias afirmaram que a aliança estratégica tem por objetivo explorar áreas potenciais de colaboração futura ao longo da cadeia de valor agrícola.

No comunicado, as empresas destacam a necessidade de uma abordagem “abrangente e intersetorial” para enfrentar os desafios globais, que irão “desde uma cadeia de suprimentos de biocombustíveis robusta até um sistema alimentar global mais resiliente”. “A ADM oferece as capacidades de uma das maiores empresas de alimentos e agricultura do mundo, enquanto a MC oferece uma plataforma de negócios intersetoriais que abrange vários setores, incluindo alimentos e energia.”

Tarcísio, sobre Sabesp: dividendo vai ter papel fundamental no amortecimento de tarifa

 

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta sexta-feira, 28, que o dividendo da Sabesp vai ser importante para o amortecimento da tarifa. Durante o “Painel São Paulo e Ambiente de Investimentos” na abertura do evento Arko Conference 2025 promovido pela Galápagos Capital, o governador citou a questão das privatizações e concessões, e disse que o caso da Sabesp é o que pode deixar o maior legado, no caso, da universalização do saneamento básico.

Ele falou de um fundo criado para a universalização. “Lá colocamos 30% do valor de venda e a gente coloca também 100% dividendo do Estado. Primeiro é a linha incentivo com o privado, que o privado quer, o meu parceiro privado quer dividendo, o Estado também quer. E esse dividendo vai ter um fator, vai ter uma importância fundamental que é de amortecimento de tarifa”, afirmou Tarcísio.

O chefe do Executivo paulista disse também que foi lançado um programa de parceria de investimentos para estruturação de projetos de infraestrutura de longo prazo. “E a nossa ideia era contratar alguma coisa em torno de R$ 200 bilhões de investimento quando a gente começou. Hoje tem leilão das linhas 11, 12, e 13 da CPTM [Companhia Paulista de Trens Metropolitanos].”

Segundo ele, são mais R$ 14,7 bilhões de aportes contratados na CPTM. “Vamos bater R$ 354 bilhões contratados”, afirmou.

Perse: Haddad avisa que programa de ajuda a setor de eventos acaba neste mês

 

Apesar de pressões do Congresso, a ajuda ao setor de eventos acabará neste mês, e as empresas deverão voltar a recolher tributos em abril, disse nesta quinta-feira (27) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O ministro negou qualquer discussão para prorrogar o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), criado durante a pandemia de covid-19.

No início do ano passado, o Congresso aprovou a extensão do Perse até o limite de R$ 15 bilhões para as desonerações. Há duas semanas, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, afirmou, em audiência na Comissão Mista de Orçamento do Congresso, que os recursos acabam neste mês.

“Todos concordam que o Perse acaba com R$ 15 bilhões. Ocorre que as informações prestadas pelas empresas vão até janeiro, e as projeções indicam que esses valores, até março, vão chegar a R$ 16 bilhões. Então, o que nós convencionamos? As empresas passam a recolher a partir de abril”, declarou Haddad.

“Se deixássemos o programa seguir, ele ia atingir R$ 18 bilhões, R$ 19 bilhões [até o fim do ano]. Então, ele tem que parar”, acrescentou.

Haddad reiterou que, a partir de abril, as empresas beneficiadas pelo Perse terão de pagar alíquota cheia dos tributos federais desonerados pelo programa: Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).

Auditoria

Segundo o ministro, o governo assumiu o compromisso apenas de dar transparência aos números e auditar os gastos tributários (quanto deixou de arrecadar) com o Perse. A auditoria será feita com base da Declaração de Incentivos, Renúncias, Benefícios e Imunidades de Natureza Tributária (Dirbi), criada no ano passado para que as próprias empresas declarem os benefícios fiscais à Receita Federal.

Como as empresas têm 60 dias para preencherem a Dirbi, os benefícios tributários de março só deverão ser conhecidos no fim de maio. Haddad afirmou que o governo poderá reabrir o Perse apenas se a auditoria confirmar que as renúncias fiscais ficaram abaixo de R$ 15 bilhões, mas o ministro disse que isso dificilmente acontecerá porque as próprias projeções da Receita indicam que o valor final pode ficar em R$ 16 bilhões.

O ministro foi enfático ao negar qualquer possibilidade de prorrogação do programa.

“Ninguém mais está discutindo e nem pretende rediscutir o acordo que foi firmado na residência oficial do então presidente da Câmara, que era o Arthur Lira. Ninguém está propondo rediscussão, reabertura do Perse, nada disso. O que foi pactuado foi a auditoria dos números depois das informações prestadas pelas empresas. Não há outra coisa a não ser essa auditagem”, afirmou.

Criado em maio de 2021 para ajudar empresas que dependem da circulação de público afetadas pela pandemia de covid-19, o Perse beneficia os seguintes setores:

  • Hotelaria
  • Restaurantes e similares
  • Bares e similares
  • Bufês
  • Aluguel de equipamentos recreativos, esportivos, de palcos
  • Cinemas
  • Teatro, musicais e espetáculos de dança

Com a expectativa do fim do Perse, a Frente de Comércio e Serviços (FCS) pediu a manutenção do programa com um redutor de 80% até o fim deste ano e de 50% até o fim de 2026, quando originalmente estava prevista a extinção do programa pela lei que o criou. A entidade mobiliza parlamentares para tentar a prorrogação da ajuda.

quinta-feira, 27 de março de 2025

Senado homenageia 19 mulheres por contribuições à defesa de direitos e representatividade

 Ficheiro:Senado Federal do Brasil Fotos produzidas pelo ...

O Senado Federal premiou nesta quinta-feira, 27, 19 mulheres por suas contribuições à defesa dos direitos da mulher e representatividade feminina em diversas áreas de atuação. Elas receberam o Diploma Bertha Lutz por indicação de parlamentares, a maioria integrantes da bancada feminina.

Entre as homenageadas na sessão solene estão as atrizes Fernanda Montenegro e Fernanda Torres. Recentemente, mãe e filha protagonizaram o filme Ainda Estou Aqui, ganhador do Oscar de Melhor Filme Internacional, no papel de Eunice Paiva.

Fazem parte da lista de indicadas para o recebimento da premiação anual representantes da política, da ciência, do Judiciário, da cultura, do ativismo social e do empreendedorismo. Antonieta de Barros, a primeira mulher negra a ser eleita deputada no Brasil, será homenageada in memoriam.

A escritora e integrante da Academia Mineira de Letras, Conceição Evaristo, esteve pessoalmente no evento para receber a condecoração das mãos da senadora Teresa Leitão (PT-PE). Em publicação da quarta-feira, 26, ela se disse “grata” pela indicação. “Ofereço esse prêmio a todas as mulheres que ao meu lado me ajudam a construir esse caminho”, escreveu.

Também integram a lista a filantropa e presidente do Instituto Ayrton Senna, Viviane Senna, e a primeira gestora do sistema de cotas para negros da Universidade de Brasília (UnB), Jaqueline Gomes de Jesus.

A líder da bancada feminina, senadora Leila Barros (PDT-DF) presidiu a sessão solene que distribuiu as homenagens. Em discurso, ela exaltou as trajetórias das indicadas e disse que a ocasião reforça o compromisso da Casa com a equidade de gênero.

“Um quarto de século já transcorrido desde a primeira edição deste prêmio e ainda precisamos estar aqui reivindicando direitos: direito pela equiparação de oportunidades, direito pela divisão do trabalho doméstico, direito pela efetiva inclusão social e, pasmem, direito até mesmo à integridade física”, declarou.

O nome do diploma é uma homenagem à bióloga, advogada e diplomata paulista Bertha Maria Julia Lutz, considerada uma das figuras mais significativas do feminismo e da educação no Brasil no século 20.

Ela integrou a delegação brasileira na conferência que fundou a Organização das Nações Unidas (ONU) em 1945 e liderou uma coalizão de diplomatas latino-americanas que conseguiu incluir a igualdade de gênero no documento fundador da organização.

Confira a lista com todas as homenageadas de 2025:

– Ani Heinrich Sanders: Produtora rural do estado do Piauí, indicada pela senadora Jussara Lima (PSD-PI);

– Antonieta de Barros (in memoriam): Primeira mulher negra a ser eleita deputada no Brasil, pelo estado de Santa Catarina. Foi indicada pela senadora Ivete da Silveira (MDB-SC);

– Bruna dos Santos Costa Rodrigues: Juíza no Tribunal de Justiça do estado do Ceará, indicada pela senadora Augusta Brito (PT-CE);

– Conceição Evaristo: Escritora e membro da Academia Mineira de Letras, indicada pela senadora Teresa Leitão (PT-PE);

– Cristiane Rodrigues Britto: Advogada e ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Foi indicada pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF);

– Elaine Borges Monteiro Cassiano: Reitora do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), indicada pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS);

– Elisa de Carvalho: Pediatra, professora universitária e membro da Academia de Medicina de Brasília, indicada pela senadora Dra. Eudócia (PL-AL);

– Fernanda Montenegro: Atriz, indicada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre;

– Fernanda Torres: Atriz e escritora, indicada pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA);

– Janete Ana Ribeiro Vaz: Empreendedora e cofundadora do Grupo Sabin, indicada pela senadora Leila Barros (PDT-DF);

– Jaqueline Gomes de Jesus: Escritora, professora e primeira gestora do sistema de cotas para negros da Universidade de Brasília (UnB). Foi indicada pela senadora Zenaide Maia (PSD-RN);

– Joana Marisa de Barros: Médica mastologista e imaginologista mamária no estado da Paraíba, indicada pela senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB);

– Lúcia Willadino Braga: Neurocientista e presidente da Rede Sarah, indicada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre;

– Maria Terezinha Nunes: Coordenadora da Rede Equidade e ex-coordenadora do Programa Pró-equidade de Gênero e Raça do Senado. Foi indicada pela Bancada Feminina;

– Marisa Serrano: Ex-senadora, indicada pela senadora Tereza Cristina (PP-MS);

– Patrícia de Amorim Rêgo: Procuradora de Justiça do Ministério Público do Estado do Acre, indicada pelo senador Sérgio Petecão (PSD-AC);

– Tunísia Viana de Carvalho: Mãe de Haia (caso de subtração internacional de criança) e ativista dos direitos maternos e infantojuvenis, indicada pela senadora Mara Gabrilli (PSD-SP);

– Virgínia Mendes: Filantropa e primeira-dama de Mato Grosso, indicada pela senadora Margareth Buzetti (PSD-MT);

– Viviane Senna: Filantropa e presidente do Instituto Ayrton Senna, indicada pela senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO).

‘Rei do ovo’ fecha acordo para comprar empresa dos EUA por US$ 1,1 bilhão

 

A Global Eggs, controlada pelo empresário brasileiro Ricardo Faria, conhecido como ‘Rei do ovo‘ fechou um acordo para comprar a produtora de ovos norte-americana Hillandale Farms por US$1,1 bilhão, disse Faria à Reuters nesta quinta-feira.

A Global Eggs está sediada em Luxemburgo e também opera a Granja Faria no Brasil.

Faria disse que o acordo não está relacionado à escassez de oferta nos Estados Unidos devido à gripe aviária, que elevou os preços dos ovos e fez com que os EUA aumentassem as importações do Brasil.

Faria disse estar confiante de que o consumo de ovos continuará aumentando globalmente.

“A gente está olhando o mundo, principalmente o Ocidente”, disse ele.

O empresário disse que houve uma mudança nos padrões de consumo de ovos nos últimos 15 anos.

Anteriormente, os ovos eram procurados principalmente entre famílias de baixa renda, mas se tornaram um alimento básico em todas as classes sociais e econômicas, afirmou.

Rei do Ovo deixou IPO para depois após aquisições

Faria fundou sua empresa no ano passado e fez sua primeira aquisição no exterior, o Grupo Hevo, da Espanha, em novembro.

Ele disse que Hillandale, Hevo e Granja Faria tiveram receita combinada de mais de US$2 bilhões em 2024.

Como parte da aquisição da Hillandale, o braço de private equity do banco de investimento brasileiro BTG Pactual investirá US$300 milhões na empresa do ‘Rei do Ovo’ em troca de uma participação de 11% no grupo, acrescentou Faria.

Antes de anunciar a compra da Hillandale, a Global Eggs tinha planos para uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) em Nova York, mas, por enquanto, a empresa vai se concentrar na integração de sua mais recente aquisição e no fortalecimento de suas marcas, disse Faria.

Anvisa fará consulta pública para atualizar regulamentação da cannabis

 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fará uma consulta pública com o objetivo de revisar a regulamentação que trata de produtos derivados da cannabis, planta popularmente conhecida como maconha.

A consulta foi aprovada na quinta-feira (26) pela diretoria colegiada da agência. A expectativa é que ela seja publicada nos próximos dias, com um link online por meio do qual será possível, aos interessados, apresentarem suas contribuições.

+STJ nega mais prazo para regulamentar cannabis para fins medicinais

A minuta de resolução ficará aberta por 60 dias e, durante este período, qualquer interessado poderá fazer contribuições à proposta de atualização da regulamentação feita pela Anvisa”, informou em nota a agência.

Entre as atualizações em planejamento estão algumas relacionadas a questões como atendimento às boas práticas de fabricação, vias de administração, publicidade de produtos, validade da autorização sanitária, prescrição, dispensação, importação de insumos para produção nacional, rotulagem, entre outros.

Segundo o relator, Rômison Rodrigues Mota, a regularização é o único caminho possível para a “comprovação da qualidade mínima” necessária aos produtos de cannabis.

“No Brasil, os produtos contendo derivados de cannabis podem ser regularizados em duas categorias distintas: como medicamento, seguindo as normas de comprovação de eficácia e segurança de medicamentos, ou como produto de cannabis, que têm um processo simplificado. Existe hoje, no país, apenas um medicamento de cannabis aprovado e 36 produtos de cannabis regularizados”, diz a nota da Anvisa.

Os produtos derivados da cannabis são regulamentados pela Resolução da Diretoria Colegiada 327/2019 – regramento que define as regras para que esses produtos possam ser autorizados no país e vendidos no varejo farmacêutico.

Foi também aprovado a abertura de um processo regulatório para revisar a Resolução RDC 660/2022, que trata da importação excepcional de produtos de cannabis para uso pessoal.

Ações da Americanas despencam mais de 20% após divulgação de balanço

 

As ações das Americanas operam em baixa de 24% nesta quinta-feira, 27, repercutindo os resultados apresentados pela empresa na noite de quarta-feira, 26, referentes ao quarto trimestre de 2024.

A empresa atravessa um processo de recuperação judicial há pouco mais de dois anos, após ser revelado um rombo de R$ 20 bilhões na contabilidade da empresa, resultando em dívidas de R$ 40 bilhões.

De acordo com o balanço, a companhia teve prejuízo de líquido de R$ 586 milhões, revertendo lucro de R$ 2,56 bilhões apurado no mesmo período de 2023. A empresa não faz parte do Ibovespa.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da Americanas somou R$ 180 milhões no período de outubro a dezembro do ano passado, contra Ebitda negativo de R$ 1,18 bilhão apurado na mesma etapa em 2023.

O faturamento líquido da varejista caiu 4,5% no período em base anual, para R$ 4,3 bilhões.

A empresa encerrou 2024 com um endividamento bruto de R$ 1,8 bilhão, sendo R$ 1,7 bilhão em debêntures públicas e R$ 66 milhões em empréstimos e financiamentos de curto e longo prazos de empresas não recuperandas pertencentes ao grupo Americanas.

Considerando passivos remanescentes do plano de recuperação judicial da varejista, a Americanas informou que fechou o ano passado com um saldo de caixa líquido de cerca de R$ 450 milhões.

No lado operacional, o volume bruto de mercadorias (GMV) foi de R$ 6,5 bilhões no quarto trimestre de 2024, uma redução de 2,3% na comparação com o mesmo período do ano anterior, com impacto da queda de 47% no GMV do segmento digital.

As vendas no conceito mesmas lojas, um importante indicador do varejo, cresceram 15% nos últimos três meses do ano, apoiadas no período promocional da Black Friday e o Natal.

A Americanas disse que, ao longo de 2024, encerrou as operações de 92 unidades que não atendiam aos seus “critérios de viabilidade”, chegando a 1.587 lojas no total, e acrescentou que, em paralelo, iniciou a busca por novos pontos com “maior potencial”.

“Como parte desse movimento estratégico, inauguramos uma nova unidade na cidade de Eusébio, na região metropolitana de Fortaleza”, afirmou a companhia, que tem mirado a abertura de lojas principalmente na região Nordeste do país.

Brasil vai recorrer à OMC contra tarifas de Trump e aplicar reciprocidade, diz Lula

 

O Brasil irá recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas impostas pelos Estados Unidos aos produtores brasileiros, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista ao encerrar sua viagem ao Japão.

Lula foi questionado sobre as tarifas norte-americanas por jornalistas japoneses no momento em que o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou a imposição de uma taxa de 25% para todos os automóveis fabricados fora dos Estados Unidos, incluindo o Japão. Já o Brasil teve as exportações de aço e alumínio taxadas também em 25% desde o dia 12 de março, e a expectativa é que novas medidas possam vir.

“Nós temos duas decisões a tomar: uma é recorrer na Organização Mundial do Comércio (OMC), que nós vamos recorrer. E a outra é a gente sobretaxar os produtos americanos que nós importamos. É colocar em prática a lei da reciprocidade”, disse Lula na noite de quarta-feira — manhã de quinta em Tóquio — em entrevista. “Não dá pra gente ficar quieto, achando que só eles têm razão e que só eles podem taxar os outros produtos.”

A ideia de recorrer à OMC já havia sido admitida pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin, que lidera as negociações sobre o aço com os norte-americanos, mas não havia ainda uma decisão tomada. Essa é a primeira vez que Lula confirma a intenção de recorrer.

A apelação a OMC pode ter dois resultados, normalmente: o país alvo da ação revisar suas medidas, ou se as mantiver, a organização autorizar o país que entrou com a ação a retaliar, o que o Brasil já admite fazer.

A intenção, por enquanto, é tentar manter a negociação entre os dois países para tentar retomar a política de cotas de exportação usada até este ano, mas até agora não houve avanços, e a preocupação do governo brasileiro é que outras tarifas possam vir. Há o temor de que, no anúncio de novas tarifas previsto para o próximo dia 2, mais produtos entrem nessa lista, ou que todas as exportações brasileiras passem a ser taxadas, o que já foi aventado pela Casa Branca.

Na entrevista, Lula criticou as medidas norte-americanas, apontou que podem provocar inflação no mercado dos Estados Unidos e que prejudicam o comércio mundial.

“Eu acho que o presidente Trump, como o presidente dos Estados Unidos, tem o direito de tomar decisões. O que ele precisa é medir as consequências dessas decisões. Qual será o efeito dessa decisão? Eu, sinceramente, acho que vai ser prejudicial aos Estados Unidos. Isso vai elevar o preço das coisas e pode levar a uma inflação que ele ainda não está percebendo”, disse.

Durante a viagem ao Japão, Lula focou na abertura de novos mercados, com diálogo para retomar as negociações de uma acordo de comércio entre o país e o Mercosul, e também na defesa do multilateralismo e do livre comércio — ambos tema de uma declaração conjunta dos dois países. Destacou, inclusive, que esse será o tema central da reunião do Brics que o Brasil sedia em julho.

Na entrevista, ressaltou os problemas que vê no protecionismo atual.

“Eu acho muito ruim essa taxação, porque ao invés de a gente facilitar o comércio no mundo, a gente está dificultando o comércio no mundo. E esse protecionismo não ajuda nenhum país do mundo. Não ajuda. Vamos ver as consequências disso”, afirmou.

Paraná anuncia implantação do primeiro hub de GovTechs

 


A APTSJC foi homologada para estruturar, gerir e operar o ambiente que será instalado em Curitiba 
 
 
Hub terá objetivo aproximar o setor público de soluções inovadoras desenvolvidas por startups e empresas de tecnologia

 

O governo paranaense, por meio da Secretaria da Inovação, Modernização e Transformação Digital (SEI). anunciou nesta quarta-feira (26), durante o Smart City Curitiba, a criação do primeiro hub de GovTechs estadual. A Associação Parque Tecnológico de São José dos Campos (APTSJC) foi homologada em chamada pública para estruturar, gerir e operar o ambiente, que será instalado no Canal da Música, em Curitiba. O investimento previsto é de R$ 15 milhões ao longo de três anos e a expectativa é de que o hub comece a operar a partir de abril. O secretário da Inovação, Alex Canziani, explica que espaço terá como objetivo aproximar o setor público de soluções inovadoras desenvolvidas por startups e empresas de tecnologia voltadas à modernização da gestão governamental.

"Estudos indicam que o setor de Govtechs vai representar investimentos acima de US$ 1 trilhão nos próximos anos. O crescimento de startups que trabalham nessa área cresceu em 2024 em 480%. Com o hub, vamos poder identificar problemas na administração pública e encontrar startups que ofereçam a solução. Isso significa melhoria em atendimentos ao cidadão em todas as áreas", afirmou. O conceito de GovTechs abrange negócios que criam soluções específicas para órgãos públicos, atuando em áreas como saúde, educação, segurança, mobilidade urbana e transparência. Essas tecnologias incluem, por exemplo, sistemas de inteligência artificial para otimizar serviços, plataformas para desburocratização de processos e ferramentas que melhoram a comunicação entre governo e população.

O termo de colaboração firmado prevê repasses anuais de até R$ 5 milhões, contemplando estruturação física, manutenção e operação do hub, além do financiamento de programas de aceleração e capacitação para startups. Dois terços dos recursos serão destinados à estruturação e custeio, enquanto o restante será aplicado em iniciativas voltadas ao fomento do empreendedorismo e à inovação, por meio de editais específicos. A APTSJC, responsável pela implementação do projeto, atua há 18 anos na gestão do Parque de Inovação Tecnológica de São José dos Campos (SP), um dos principais ambientes de inovação do país. O espaço abriga cerca de 200 instituições, entre startups, universidades, centros de pesquisa e empresas, e já desenvolveu iniciativas voltadas à inovação aberta e à aceleração de negócios de base tecnológica.

O presidente do APTSJC, Jeferson Cheriegate, explicou que o hub vai criar um ambiente tecnológico para as startups. "Conseguimos converter sonhos de empreendedores em negócios viáveis. No caso do Paraná, vamos focar no desenvolvimento de soluções estaduais para governos e criar mercado para que essas empresas possam florescer", disse. O prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel, destacou a importância de um hub para atender prefeituras. A capital paranaense, que sedia nesta o evento Smart City, já venceu dois títulos de mais inteligente do mundo. "O hub de GovTechs é importante para o cidadão porque é neste espaço que serão criadas soluções que melhorem a vida das pessoas. E Curitiba é uma cidade que trabalha para se modernizar e que vai utilizar as soluções que serão implementadas", afirmou.

Modelos semelhantes já são utilizados em alguns lugares do mundo para integrar startups ao setor público, como no Reino Unido, Portugal e Estônia, países reconhecidos pela política de transformação digital em seus governos. "O Parque Tecnológico de São José dos Campos possui uma frente em GovTechs consolidada, e apresentou durante a chamada pública um plano de trabalho capaz de auxiliar o Paraná a ser destaque no apoio aos municípios com soluções inovadoras", afirmou o diretor de relações institucionais da Secretaria de Inovação, Diego Nogueira. Além disso, o Paraná conta com outras iniciativas em andamento como o polo de inovação Fábrica de Ideias, que funcionará como um grande centro de inovação, tecnologia, cultura e lazer no local da antiga fábrica da Ambev, no bairro Rebouças, também na capital paranaense. A construção do polo está em fase de licitação, com investimento previsto de até R$ 311 milhões.

 

 https://amanha.com.br/categoria/gestao/parana-anuncia-implantacao-do-primeiro-hub-de-govtechs

 

 

SHEIN consolida presença no Sul com expansão em SC e no RS

 


Após estreia no Paraná, plataforma de moda quer atrair 1 mil lojistas catarinenses e prepara estrutura para integrar marcas gaúchas ao marketplace 
 
 
Felipe Feistler, country manager da SHEIN no Brasil: "A região Sul tem grande potencial de escalabilidade e infraestrutura para apoiar o crescimento do nosso marketplace"

 

 

Com mais de 50 milhões de clientes no Brasil, a gigante chinesa do varejo online SHEIN deu início a um novo capítulo de sua estratégia de nacionalização: a consolidação de seu marketplace na região Sul. Depois de estrear no Paraná em setembro de 2024, a empresa anunciou Santa Catarina como foco no primeiro trimestre de 2025 e confirmou a chegada ao Rio Grande do Sul ainda neste ano. A escolha por Santa Catarina tem base em números e logística. O estado responde por 26% da produção nacional de vestuário, segundo a Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) — e, para uma plataforma reconhecida pela força no segmento de moda, esse dado é decisivo. "As cidades prioritárias são Blumenau, Joinville, Florianópolis, Brusque e Itajaí", afirma Felipe Feistler, country manager da SHEIN no Brasil, em entrevista ao Portal AMANHÃ.

Até agora, cerca de 600 vendedores catarinenses já estão ativos na plataforma, e a meta é alcançar 1 mil até o fim de março. A proposta da empresa é atrair pequenos e médios varejistas locais, conectando-os a uma base de consumidores espalhada por todo o país. A estrutura logística está sendo expandida para sustentar essa nova fase — não apenas em Santa Catarina, mas também nos próximos destinos: Goiás, Distrito Federal, Espírito Santo e o próprio Rio Grande do Sul. "No início de 2025, anunciamos a expansão para Santa Catarina, e estamos estruturando o nosso ecossistema logístico para atender às regiões em que iremos crescer", explica Feistler. No caso gaúcho, embora as cidades ainda não tenham sido divulgadas, o executivo garante que a expansão está nos planos de 2025 e seguirá o modelo de crescimento em fases, com foco no bom atendimento a clientes e vendedores.

Já no Paraná, a atuação começou pelas cidades de Curitiba, Londrina, Maringá e Cascavel. Desde então, varejistas paranaenses já podem vender pela plataforma, e a SHEIN segue apostando no crescimento regional. Além da produção têxtil, a SHEIN vê na região Sul um conjunto de atributos estratégicos: o segundo maior PIB do Brasil, boa infraestrutura rodoviária e um ecossistema industrial diversificado, o que amplia o potencial de oferta de produtos. "As regiões têm um grande potencial de captação de vendedores e escalabilidade", resume Feistler.

 

 https://amanha.com.br/categoria/empresa/shein-consolida-presenca-no-sul-com-expansao-em-sc-e-rs

Moody’s se aproxima de rebaixamento do rating dos EUA, por risco tarifário e déficit elevado

 

O risco tarifário deixou a Moody’s Investors Service mais perto de cortar sua classificação “AAA” do governo dos EUA esta semana, com a empresa de classificação de crédito emitindo novas previsões sobre déficits mais altos e taxas de juros mais altas, ambos os quais prejudicarão a capacidade do país de pagar suas dívidas.

Qualquer rebaixamento seria uma decisão politicamente carregada que desencadeou uma reação negativa para outras empresas de classificação no passado.

Tanto a S&P quanto a Fitch já rebaixaram os EUA para AA+.

O crescimento lento das tarifas, combinado com maiores cortes de impostos, provavelmente aumentará o déficit em cerca de um terço na próxima década para 8,5% do PIB, disse a Moody’s.

A empresa mudou sua perspectiva sobre os EUA para negativa em 2023, mas evitou um rebaixamento, citando a força única do dólar americano e do mercado do Tesouro.

Essa mudança de previsão indica que a posição está se deteriorando.

“Vemos perspectivas diminuídas de que esses pontos fortes continuarão a compensar os déficits fiscais crescentes e a capacidade de pagamento da dívida em declínio”, disse a Moody’s em um anúncio.

 

 Fonte: Dow Jones Newswires.

Incerteza na política econômica e, em especial, na política comercial tem crescido, diz Guillen

 

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, ressaltou nesta quinta-feira, 27, uma preocupação da autoridade monetária, que já vem sendo demonstrada nos documentos oficiais da instituição: o aumento das incertezas. “Torna-se relevante neste momento a discussão da incerteza. Como a gente colocou no comunicado, na ata, a discussão da incerteza de política econômica e, em particular, de política comercial”, enfatizou durante entrevista coletiva para detalhar o Relatório de Política Monetária (RPM), divulgado no período da manhã.

Guillen apresentou um gráfico que mostra o aumento das incertezas em comparação aos precedentes históricos e também da discussão de política comercial.

“Entra-se na discussão de como é que um choque de incerteza traz a atividade para baixo, ou pode trazer para cima. Então, acho que é um debate importante, que pode levar à mudança de política”, ressaltou o diretor.

Parcimônia

Guillen destacou a cautela da autoridade monetária na leitura dos indicadores que sugerem desaceleração da atividade econômica. “Temos tentado falar sobre parcimônia no acompanhamento dos dados de atividade”, comentou.

Ele ressaltou que o contexto externo tem gerado mais dúvidas sobre a atividade e o ritmo de desinflação nos Estados Unidos, exigindo cautela dos mercados emergentes por incerteza e volatilidade.

As expectativas para a inflação deste ano em economias emergentes, pontuou Guillen, tiveram piora, enquanto as projeções para 2026 variam entre prognósticos no centro e outros no intervalo da meta.

A avaliação é de que, no cenário externo, começa a ser observada alguma inflexão na resiliência da atividade, sendo que nos Estados Unidos o crescimento vem caindo trimestre a trimestre.

Em paralelo, Guillen mencionou o debate sobre como vai se dar rebalanceamento no mercado de trabalho americano entre, se o número de vagas por desempregado vai mudar ou não.

Olhar para vários dados

O diretor de Política Econômica do Banco Central enfatizou que há uma moderação da atividade em linha com as projeções da autoridade monetária, em especial do consumo das famílias e que há um ajuste sazonal no Produto Interno Bruto (PIB), que mostra uma expansão maior do que o ajuste de seus componentes. Para ele, a discussão não deve ser sobre qual ajuste olhar, mas, sim, monitorar os diferentes dados, conforme avaliou.

Guillen ressaltou que os indicadores estão exibindo sinais compatíveis com a moderação do cenário básico do BC. Citou, por exemplo, que os indicadores de confiança, que costumam ser mais subjetivos, têm apresentado uma queda mais acentuada. Ele destacou que não é possível, porém, se ater a um dado específico, mas criar a construção dos cenários.

Ao comentar sobre um dos boxes que acompanham o RPM, o diretor salientou que a cúpula do BC já discute o ritmo do PIB, antes que ele passe a apresentar porcentuais menores. “Dependendo de como se faz o ajuste sazonal – se faz o ajuste sazonal em cima do PIB ou dentro dos componentes do PIB -, a interpretação vai ser diferente, vai ser de um pensamento muito mais forte se você faz o ajuste direto no PIB do que nos componentes”, explicou.

Guillen disse que isso é necessário porque, primeiro: não se sabe qual será o resultado do PIB. E, depois, como vai se dar a sua composição. “Então passa por fazer várias simulações sobre quais são as possíveis composições de demanda e de oferta do PIB.” Ele voltou a dizer, por exemplo, que a instituição tem olhado diferentes metodologias e observado os pós e contras de cada um dos seus ajustes.

Sobre os dados que já saíram, o diretor destacou que houve um esfriamento maior do consumo das famílias e da formação bruta de capital fixo. “No relatório de inflação a gente abre falando sobre os setores mais sensíveis ao ciclo para tentar entender o que está acontecendo com esses setores e fica mais claro que foram esses setores que tiveram uma desaceleração maior no primeiro ano”, explicou ele, se referindo ao RPM, antigo relatório de inflação.

Sobre os países emergentes de forma geral, Guillen destacou que o corte de juros prossegue, mas em menor margem do que o previsto anteriormente. Segundo ele, na maior parte dos países o ciclo corrente está próximo do que se espera para 2025 ou um pouco abaixo. E para 2026, segundo o diretor, prossegue esse processo de normalização da política monetária, indicando a continuidade dos ciclos de corte. “O Brasil está destoando do ciclo”, voltou lembrar.

Foi esse o gancho usado por Guillen para tratar do PIB, citando que nos últimos anos as projeções para o crescimento do País foram sempre revisadas para cima. “Não só foi um crescimento forte, como foi um crescimento muito surpreendente”, recordou, citando as mudanças feitas semana a semana no Focus. “Isso vale para o Focus e isso vale para nós.”