segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Investimento estrangeiro no Brasil beneficia área com maior renda do consumidor

 


 
 
Afirmações de Luís Afonso Lima (foto), diretor- presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e Globalização Econômica (Sobeet):
♦ O Brasil saltou da 14ª posição entre os principais destinos de IDE no mundo durante o ano de 2009 para a quinta posição no último dado disponível.  Os ingressos de Investimentos Estrangeiros Diretos no Brasil mais uma vez superarão a marca de US$ 60 bilhões no ano de 2012, assim como ocorreu em 2011;  
este cenário favorável à realização de IED no Brasil deve ter continuidade.  Segundo pesquisa da Unctad (braço da ONU para o comércio e o desenvolvimento), com executivos de empresas multinacionais, o Brasil encontra-se na quinta 
posição no ranking dos países mais citados para a realização de projetos de IED até 2014, atrás apenas de China, Estados Unidos, Índia e Indonésia.
 Ingressos de IED propiciam pelo menos três tipos de benefício para o país: podem financiar o deficit em transações correntes e isto ocorre desde 2002; podem 
favorecer a contenção de preços por meio da expansão da capacidade produtiva (a atual proporção entre formação bruta de capital fixo e o PIB é de 16%, a mais 
elevada desde o ano de 2004); e podem propiciar aumentos de competitividade, com geração de habilidades gerenciais, acesso a novas tecnologias, o desenvolvimento 
de processos, produtos e serviços. Teremos boas notícias no front dos ingressos de IED em 2013 e setores beneficiados pelo aumento da renda real dos consumidores brasileiros, como os de 
serviços, deverão ser os principais candidatos a fusões e aquisições.  Entre as origens dos recursos, os EUA deverão seguir em posição de destaque.
Luís Afonso Lima faz uma pergunta: e
stariam então os ingressos de IED no Brasil isolados desse contexto adverso dos fluxos globais de investimento diretos?

Ele mesmo responde:

A resposta para essa pergunta é não. Há uma evidente tendência de redução dos anúncios de IED no Brasil, assim como no resto do mundo. Isso indica que os ingressos de IED na economia brasileira neste ano não devem ultrapassar os ingressos observados no ano de 2012.
Em suma, a economia brasileira segue e seguirá atrativa para investimentos de empresas transnacionais.
É fato que a economia brasileira vem tornando-se relevante polo de atração de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED).

Fontes: Sobeet 

 
 



 


Produção do Etanol no Brasil


Quem diria? Há poucos anos, pensávamos em nos transformar em um exportador de etanol para os EUA. E os EUA, através da EPA (Environmental Protection Agency), estipulou um percentual de mistura na gasolina. E produziu o etanol por lá mesmo, usando o milho. Em 2011, os EUA e o Brasil produziram juntos quase 90% do etanol de todo o mundo. Em 2007, os EUA produziam cerca de 30% a mais que o Brasil. Em 2011, em comparação com 2007, os EUA haviam dobrado sua produção e o Brasil estava apenas 10% acima. Resultado: a produção americana de 2011 foi 2,5 vezes maior que a brasileira.

Quem poderia imaginar que, alguns anos depois, o Brasil pudesse estar nesta sinuca de bico? O preço do açúcar foi o item que mais caiu em 2012 no índice de preços mundiais médios de alimentos da FAO. Enquanto isto, aqui no Brasil, a falta de reajuste do preço da gasolina dificultou a situação do etanol.

Agora, os próprios produtores apontam questões importantes para justificar esta situação. Houve falta de investimentos nos canaviais e as últimas três safras sofreram com o clima (ora muito seco, ora muito úmido).

http://g1.globo.com/economia/globo-rural/videos/t/edicoes/v/crise-provoca-problemas-a-usinas-de-cana-de-acucar-de-sp-e-go/2354979/

domingo, 20 de janeiro de 2013

Brasil precisa investir mais em tecnologia e estimular o empreendedorismo, dizem especialistas


20/01/2013
Mariana Tokarnia
Enviada Especial

Recife – Falta aos pesquisadores brasileiros espírito empreendedor e melhor aproveitamento dos investimentos no setor de inovação tecnológica. Segundo especialistas que participaram do 14º Conselho Nacional de Entidades de Base (Coneb) da União Nacional dos Estudantes (UNE), o país precisa investir em tecnologia para se inserir na economia mundial.

“Inovação é algo essencial para qualquer país que queira se modernizar. Ou nos incorporamos à inovação ou vamos envelhecer como um país marginal do ponto de vista da inserção na economia mundial. Seremos menos ricos e teremos mais desigualdade social”, disse o presidente da Sociedade Brasileira de Física (SBF), Celso Pinto de Melo.

Um dos problema enfrentados pelo país é a falta de empreededorismo, que pode ser notada pelo número de registros de patentes. Em 2011 o número de pedidos atingiu, em dezembro, a marca de 30 mil, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Um avanço, mas ainda inferior à China, que atinge a casa dos milhões em pedidos de registro de patentes.
“A China há 10 anos não registrava patentes. Hoje faz o processo reverso, registrado inclusive estrangeiros em seu território”, diz a presidente da Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG), Luana Bonone. Ela afirma também que, no Brasil, 80% dos investimentos em pesquisa são do Estado. “Os empresários brasileiros têm a característica de querer resultados imediatos. Não existem no país programas que atraiam esse investimento para as universidades”, complementa.

O representante da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) José Luiz de Lima Filho afirma ainda que os investimentos muitas vezes são mal aproveitados. Ele alerta para a necessidade de captar recursos, mas usá-los com qualidade. “Temos que gerar riqueza. Temos algumas produções que são vantajosas no Brasil como a soja e o açúcar. Ambos são vendidos como commodities cotados em Chicago. Não estamos colocando neles valor agregado. Não estamos investindo em tecnologia nessas áreas que temos vantagem."

O estudante de Engenharia Eletrônica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Felipe Duque Belfort fez questão de compartilhar a experiência que teve nos Estados Unidos. Ele morou um ano em New Jersey, pelo programa Ciência sem Fronteira. “Quando estudei lá, tinha um indiano que trabalhava comigo no laboratório. Ele estava lá noite e dia. Mas, certa vez, parou de ir. Quando perguntei por ele, disseram que tinha aberto uma empresa exatamente com a tecnologia na qual estávamos trabalhando. Não vejo esse espírito nos brasileiros.”

O 14º Coneb da UNE acontece em Recife (PE) até segunda-feira (21). Este ano foram mais de 3,5 mil inscrições de entidades de todas as regiões do país. Sob o tema “A Luta pela Reforma Universitária: do Manifesto de Córdoba aos Nossos Dias”, o Coneb oferece debates e grupos de discussão sobre temas ligados às universidades e ao Brasil. Ao final, os delegados vão decidir os rumos e posicionamentos da UNE para 2013. O evento antecede a Bienal da UNE, espaço de diálogo de estudantes e movimentos culturais que, este ano, está em sua 8ª edição.
 
Agência Brasil.

Os países que mais devem contratar em 2013; Brasil lidera

Executivos brasileiros lideram ranking de expectativa de aumento do número de contratações; veja quais as áreas mais demandadas nas principais economias do mundo

 

1. Brasil

São Paulo – A freada econômica do ano passado e a onda de incerteza sobre 2013 não foram suficientes para colocar um ponto final no otimismo dos executivos brasileiros. Entre 6 mil empresas das principais economias do mundo, as brasileiras são os que mais projetam aumento no número de contratações para os próximos meses, segundo pesquisa do Career Builder.
 
Ao todo, de acordo com o levantamento, 71% dos executivos brasileiros entrevistados pretendem expandir sua força de trabalho este ano. E apenas 5% devem fazer cortes de pessoal.
A robustez com que cada companhia começou 2013 é um dos fatores para isto: 80% deles dizem que as empresas em que atuam estão mais fortes hoje com relação ao mesmo período do ano passado. O Brasil está na segunda posição deste ranking – atrás apenas da Índia. 

As áreas de serviço ao consumidor, tecnologia da informação e administrativa são as que terão mais oportunidades profissionais abertas, segundo a pesquisa. 
Ao todo, de acordo com o levantamento, 71% dos executivos brasileiros entrevistados pretendem expandir sua força de trabalho este ano. E apenas 5% devem fazer cortes de pessoal.

A robustez com que cada companhia começou 2013 é um dos fatores para isto: 80% deles dizem que as empresas em que atuam estão mais fortes hoje com relação ao mesmo período do ano passado. O Brasil está na segunda posição deste ranking – atrás apenas da Índia. 
As áreas de serviço ao consumidor, tecnologia da informação e administrativa são as que terão mais oportunidades profissionais abertas, segundo a pesquisa. 

2. Índia

Contratações: 67% apostam em aumento da força de trabalho
Empresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 81% dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Tecnologia da Informação, Marketing e Serviços ao consumidor

3. China

Contratações: 52% apostam em aumento da força de trabalho
Empresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 67% dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Vendas, Pesquisa & Desenvolvimento, Produção

4. Rússia

Contratações: 48% apostam em aumento da força de trabalho
Empresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 63% dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Produção, serviços ao consumidor, engenharia

5. Reino Unido

Contratações: 30% apostam em aumento da força de trabalho
Empresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 50 % dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Vendas, Administrativa e Serviços ao consumidor 

6. Alemanha

Contratações: 29% apostam em aumento da força de trabalho
Empresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 45% dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Tecnologia da Informação, Vendas e Produção

 7. Estados Unidos

Contratações: 26% apostam em aumento da força de trabalho
Empresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 62% dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Vendas, Tecnologia da Informação e Serviços ao Consumidor

8. França

Contratações: 24 % apostam em aumento da força de trabalho
Empresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 38 % dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Vendas, Tecnologia da Informação (relacionada com Serviços ao Consumidor)

9. Japão

Contratações: 22 % apostam em aumento da força de trabalho
Empresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 34 % dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Tecnologia da Informação, Engenharia e Serviços ao consumidor

10. Itália

Contratações: 19 % apostam em aumento da força de trabalho
Empresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 25 % dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Produção, Vendas e Administrativo


Talita Abrantes - Exame

As dificuldades que os imigrantes altamente qualificados encontram para se estabelecer nos Estados Unidos podem estar minando a inovação, a geração de empregos e o crescimento


Mariana Segala e Ana Santa Cruz, de
Joanne Rathe/The Boston Globe/Getty Images
Formatura na Universidade de Boston 
Formatura na Universidade de Boston: para especialistas, imigrantes criam, e não roubam, vagas

São Paulo - A história do indiano Kunal Bahl poderia ter sido mais um exemplo de conquista do sonho americano. Com quase 20 anos, o imigrante deixou Nova Délhi para estudar engenharia na Universidade da Pensilvânia, uma das mais renomadas dos Estados Unidos. De lá, Bahl seguiu para um MBA na escola de negócios Wharton.

O currículo consistente o levou para a Microsoft, onde o engenheiro se dedicava ao desenvolvimento de negócios em mercados emergentes. Bahl trilhava uma carreira de sucesso quando foi surpreendido por um revés: em 2007, seu visto de trabalho em solo americano expirou e ele não conseguiu a renovação. Sem a perspectiva de conquistar uma permissão permanente — um green card — no curto prazo, Bahl foi obrigado a voltar para a Índia.

Como muitos estrangeiros bem formados e educados nos Estados Unidos, o sonho americano do engenheiro acabou sendo interrompido na mesa de burocratas da imigração do país. A história de Bahl, porém, tem um final feliz — e irônico. De volta à Índia, Bahl começou a estudar os modelos de negócio vencedores da internet e lançou, em 2010, o site de compras coletivas Snapdeal, uma espécie de Groupon indiano.

O sucesso do negócio foi estrondoso. Em três anos, o site já é considerado o líder do comércio eletrônico do país, com 18 milhões de usuários. A cada dia, 25 000 itens são vendidos pelo portal e distribuídos em 4 000 vilas e cidades. A ironia disso tudo é que o único emprego protegido pela imigração americana — a vaga de Bahl na Microsoft — se transformou em 1 500 postos criados pela Snapdeal na Índia.

Os Estados Unidos sempre foram um país aberto a estrangeiros. No final do século 19, 12 milhões de imigrantes desembarcaram na "terra da oportunidade". Foi essa mão de obra que ajudou a impulsionar a industrialização americana e fomentou o surgimento de inúmeros negócios. Esse ambiente instigante de prosperidade perdurou por décadas. Mas, desde os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos têm endurecido as regras para o trabalho de estrangeiros.

Um erro descomunal, como tem afirmado Vivek Wadhwa, professor da Universidade Duke e um dos mais entusiasmados defensores da teoria segundo a qual os Estados Unidos, para progredir e sair da crise, deveriam facilitar, e não dificultar, a entrada e a permanência de estrangeiros altamente qualificados no país. Wadhwa é, ele mesmo, um imigrante indiano, formado em ciências da computação pela Universidade de Camberra, na Austrália, e radicado nos Estados Unidos desde a década de 80.

Trabalhou em companhias como a Xerox — na época, tida como uma das mais inovadoras — e abriu duas empresas de software antes de se tornar professor e consultor. Suas­ ideias são discutidas no livro The Immigrant Exodus (“O êxodo dos imigrantes”, numa tradução livre), que, lançado no fim do ano passado, botou mais lenha em um debate que há anos pega fogo no país.

"Alguns líderes políticos se esforçam para manter os melhores do mundo fora dos Estados Unidos, acreditando que imigrantes qualificados roubam o trabalho dos americanos", diz ele. "Mas a verdade é exatamente o contrário. Os imigrantes criam empregos."

Em tempos de crise e de alto desemprego, é natural que os imigrantes sejam encarados como uma ameaça ao emprego de nativos — e isso de fato ocorre nos postos menos qualificados e com menores salários. Mas novas evidências mostram que o impacto dos imigrantes no mercado de trabalho é positivo.

Uma pesquisa conduzida pelo professor William Kerr, da Universidade Harvard, por exemplo, concluiu que a chegada de imigrantes qualificados ao país não provoca nenhum impacto no nível de emprego de cientistas ou engenheiros nascidos nos Estados Unidos. Por outro lado, o estudo prova que os estrangeiros capacitados têm um papel importante no nível da inovação produzida no país.

Segundo Kerr, um aumento de 10% na concessão de vistos do tipo H-1B — permissões temporárias para trabalhadores que possuam ao menos diploma de graduação — resulta em um crescimento de 1% no número de invenções patenteadas. As conclusões do pesquisador dão suporte aos estudos de Wadh­wa.

 Segundo ele, 262 empregos são criados para cada 100 estrangeiros que empreendem nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia ou matemática. Uma prova disso vem de uma ilha de excelência americana: no Vale do Silício — berço de gigantes como a Apple e o Google —, 44% das companhias fundadas desde 2006 tinham pelo menos um estrangeiro como sócio. O que preocupa é que, não muito tempo atrás, essa parcela chegava a 52%.

Uma parte da explicação para o problema está nas dificuldades crescentes para os estrangeiros se estabelecerem no país. Um levantamento do instituto de pesquisa Brookings mostra que o número de vistos H-1B concedidos em 2011 foi 20% menor do que dez anos antes, embora o número de pedidos tenha crescido 17%. No período, o governo americano reduziu o limite de emissão de novos vistos desse tipo de 195.000 para 85.000 por ano.

Além disso, obter um green card por motivo de trabalho pode tomar mais de uma década. Nos Estados Unidos, o limite de emissão de novos vistos de residência nessa categoria é de 140 000 por ano. Na Austrália, que tem um décimo da população americana, são 126.000 por ano. Países como Canadá e Singapura também têm recrutado estrangeiros altamente qualificados no exterior.

Enquanto estão no limbo entre a permissão temporária e a permanente, por motivos óbvios, os imigrantes evitam se arriscar. Não estabelecem raízes, não compram imóveis, não começam um negócio próprio. Isso tem alertado gente de peso no cenário político americano. Michael Bloomberg, prefeito de Nova York, tem dito que não há saída mais "rápida e barata" para a crise do que atrair imigrantes qualificados para o país.

Nas próximas semanas, o presidente Obama deverá lançar um plano para reformar o sistema de imigração do país que criaria um caminho para que boa parte dos 11 milhões de trabalhadores ilegais obtivesse a cidadania. A reforma também beneficiaria os estrangeiros qualificados, facilitando a permanência no país. O tema vem sendo tratado pelo presidente democrata desde a época da campanha para sua reeleição.

"Nosso sistema diz para os melhores estudarem aqui, mas depois os manda embora, para abrir suas empresas em qualquer outro lugar", disse Obama. Afastar essas mentes brilhantes é o que o país não deve fazer para voltar a crescer fortemente. 

ANP exigirá aumento de produção da Petrobrás em campos com queda.

Por Cláudia Schüffner
Leo Pinheiro/Valor
RIO - As exigências da Agência Nacional do Petróleo (ANP) para aprovar o novo plano de desenvolvimento da produção do campo de Roncador, e um dos maiores produtores do país, deverão se repetir em outros da estatal que estão apresentando queda drástica da produção nos últimos dois anos.
 
No dia 7 de janeiro a ANP fez uma série de exigências à Petrobras para aprovar o novo plano de Roncador, um gigante descoberto em 1996 e que começou a produzir em 1999. Além de requerer estudos ainda este ano para a instalação de uma quinta FPSO na área, a ANP determinou a perfuração de três novos poços para avaliação de arenitos e carbonatos, mais quatro poços produtores e um número não determinado de poços para aumentar a injeção de água. 
Além de Roncador, um dos maiores campos da Petrobras (com uma área de 400 quilômetros quadrados) a ANP também está insatisfeita com a queda drástica da produção dos campos de Marlim, Marlim Sul, Caratinga, Albacora, Albacora Leste, Caratinga e Espadarte, só para citar alguns na Bacia de Campos. 
 
Uma fonte da ANP ouvida pelo Valor PRO lembrou  que as exigências são uma prerrogativa da agência. "O objetivo é que esses campos grandes e ainda longe de atingir seu pico de produção, se mantenham perto do que se imagina que seja uma curva de produção condizente", explicou a fonte. "E em Roncador chamava a atenção a redução da produção em um horizonte que nem de longe estava perto do pico de produção".
 
A agência reguladora também quer que a  Petrobras mantenha em Roncador a FPSO Brasil, "uma vez que resta clara a necessidade de mais do que as quatro plataformas previstas [para o desenvolvimento da produção]" e determinou ainda a instalação de um novo manifold de gás lift (conjunto de válvulas que controla a injeção de gás em cada poço) para maximizar a produção da plataforma P-52 até dezembro de 2014.
 
Atualmente as plataformas instaladas em poços de Roncador são a P-54, P-62, P-52, além da FPSO Brasil. Uma quinta unidade, a FPSO-55, está sendo construída no Brasil, com entrada em operação prevista para setembro de 2013. Os investimentos necessários devem ser da ordem de bilhões de dólares.
 
A queda da produção de petróleo do país tem efeitos sobre segurança energética e a balança comercial do país, sem considerar a perda de receita da Petrobras. Segundo um estudo da Bradesco Corretora publicado pelo Valor , a taxa de declínio da produção do país, onde a Petrobras opera 91% da produção, foi de 40% entre agosto de 2011 e agosto de 2012. Em volume, a queda representou uma perda de 679 mil barris de petróleo por dia.

Valor Econômico

Mudança traz mais estrangeiros a Jundiaí - Brasil :

Projeta flexibilização de regras para Imigração de especialistas e cidade é um dos alvos.




JOSÉ ARNALDO DE OLIVEIRA
arnaldo.oliveira@bomdiajundiai.com.br

Os estudos do governo federal para facilitar a entrada no Brasil de profissionais qualificados de outros países deve ter reflexos em Jundiaí, na opinião de diversos analistas.
“Não temos tempo hábil para formar a atual demanda de mão de obra, principalmente das nossas indústrias. Temos que aproveitar a oferta que existe em países que enfrentam dificuldades”, afirma o presidente do Ciesp Jundiaí (Centro das Indústrias do Estado), Mauritius Reisky.
Entretanto, ele destaca que a medida deve ser limitada e não criar concorrência com os postos de trabalho existentes, processo chamado de “canibalização” do mercado.

Um dos motivos da atenção é que a AUJ (Aglomeração Urbana de Jundiaí) é um dos atuais polos econômicos do país e também de sua globalização. Na região do Ciesp, formada por 11 cidades, há empresas de 30 países e apenas no município são 22 nacionalidades (veja quadro na página 3).
Investimento / O economista Everton Ubirajara Araújo da Silva (Baiano) avalia que o baixo crescimento do ano passado no PIB (Produto Interno Bruto) mostra que o consumo interno não puxa sozinho a economia.
“A mão de obra deixou de ser um gasto e já é tratada como investimento, porque os demais dependem dele”, explica.
 
Para ele, o risco está em repetir erros do passado. O avanço de empresas acaba gerando novas demandas de competitividade em toda a sua cadeia produtiva.
“Vamos precisar de um trabalho de melhoria da educação como um todo para evitar que essa concorrência do momento vire algo permanente”, diz.

Análise de dados / Na administração pública, o assunto já começa a ser estudado. Para Gilson Pichioli, diretor de fomento industrial da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, um levantamento da situação atual é imprescindível para o debate de políticas adequadas em um novo cenário.
“Esse tema da mão de obra não é um desafio recente, tanto que as empresas investem em treinamentos da mão de obra que chega de cidades vizinhas. Mas vamos detalhar melhor com a chegada do novo secretário, no dia 21”, afirma sobre o titular, Marcelo Cereser, que já tinha compromisso internacional antes de iniciar o governo do prefeito Pedro Bigardi.

Para o setor privado, até lentidão de programas governamentais como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) tem entre causas a falta da mão de obra qualificada.
Núcleo ligado à Presidência cuida de estudos finais

As propostas de flexibilização para estrangeiros qualificados, com anúncio previsto para março, estão sendo discutidas no Projeto Imigração, da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência. De acordo com nota do órgão, os estrangeiros chegaram a 7,3% da população em 1900 e equivalem a apenas 0,3% em 2012, uma das taxas mais baixas do continente americano.

Para o economista Everton Araújo da Silva (Baiano), essa analogia deve reforçar ainda mais a necessidade da qualificação educacional do país. “E, com isso, uma disputa mais valorizada da mão de obra nacional”, diz ao lembrar o programa Ciência sem Fronteiras, que pretende destinar 100 mil bolsas de estudo de brasileiros o exterior em dez anos.  Jundiaí teve primeira onda com a ferrovia

Formada pela base de povos ibéricos, indígenas e africanos entre os séculos 16 e 19, a cidade recebe na segunda metade dos anos 1800 o “know-how” dos ingleses com a ferrovia e até máquinas têxteis. Na época, o governo investiu mais em imigração do que em educação dos nativos.
Indústria vai investir R$ 100 mi até 2015

Dados do Ciesp Jundiaí mostram que o sistema Sesi-Senai (que inclui a rede de escolas e cursos do setor na região) prevê receber R$ 100 milhões em recursos nos próximos três anos, a maior parte para educação de base.

www.terra.com.br