|
Atuação: Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
Investimento estrangeiro no Brasil beneficia área com maior renda do consumidor
Produção do Etanol no Brasil
Quem diria? Há poucos anos, pensávamos em nos transformar em um
exportador de etanol para os EUA. E os EUA, através da EPA
(Environmental Protection Agency), estipulou um percentual de mistura na
gasolina. E produziu o etanol por lá mesmo, usando o milho. Em 2011, os
EUA e o Brasil produziram juntos quase 90% do etanol de todo o mundo.
Em 2007, os EUA produziam cerca de 30% a mais que o Brasil. Em 2011, em
comparação com 2007, os EUA haviam dobrado sua produção e o Brasil
estava apenas 10% acima. Resultado: a produção americana de 2011 foi 2,5
vezes maior que a brasileira.
Quem poderia imaginar que, alguns anos depois, o Brasil pudesse estar nesta sinuca de bico? O preço do açúcar foi o item que mais caiu em 2012 no índice de preços mundiais médios de alimentos da FAO. Enquanto isto, aqui no Brasil, a falta de reajuste do preço da gasolina dificultou a situação do etanol.
Agora, os próprios produtores apontam questões importantes para justificar esta situação. Houve falta de investimentos nos canaviais e as últimas três safras sofreram com o clima (ora muito seco, ora muito úmido).
http://g1.globo.com/economia/globo-rural/videos/t/edicoes/v/crise-provoca-problemas-a-usinas-de-cana-de-acucar-de-sp-e-go/2354979/
Quem poderia imaginar que, alguns anos depois, o Brasil pudesse estar nesta sinuca de bico? O preço do açúcar foi o item que mais caiu em 2012 no índice de preços mundiais médios de alimentos da FAO. Enquanto isto, aqui no Brasil, a falta de reajuste do preço da gasolina dificultou a situação do etanol.
Agora, os próprios produtores apontam questões importantes para justificar esta situação. Houve falta de investimentos nos canaviais e as últimas três safras sofreram com o clima (ora muito seco, ora muito úmido).
http://g1.globo.com/economia/globo-rural/videos/t/edicoes/v/crise-provoca-problemas-a-usinas-de-cana-de-acucar-de-sp-e-go/2354979/
domingo, 20 de janeiro de 2013
Brasil precisa investir mais em tecnologia e estimular o empreendedorismo, dizem especialistas
20/01/2013
Mariana Tokarnia
Enviada Especial
Recife – Falta aos pesquisadores brasileiros espírito empreendedor e melhor aproveitamento dos investimentos no setor de inovação tecnológica. Segundo especialistas que participaram do 14º Conselho Nacional de Entidades de Base (Coneb) da União Nacional dos Estudantes (UNE), o país precisa investir em tecnologia para se inserir na economia mundial.
“Inovação é algo essencial para qualquer país que queira se modernizar. Ou nos incorporamos à inovação ou vamos envelhecer como um país marginal do ponto de vista da inserção na economia mundial. Seremos menos ricos e teremos mais desigualdade social”, disse o presidente da Sociedade Brasileira de Física (SBF), Celso Pinto de Melo.
Um dos problema enfrentados pelo país é a falta de empreededorismo, que pode ser notada pelo número de registros de patentes. Em 2011 o número de pedidos atingiu, em dezembro, a marca de 30 mil, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Um avanço, mas ainda inferior à China, que atinge a casa dos milhões em pedidos de registro de patentes.
“A China há 10 anos não registrava patentes. Hoje faz o processo reverso, registrado inclusive estrangeiros em seu território”, diz a presidente da Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG), Luana Bonone. Ela afirma também que, no Brasil, 80% dos investimentos em pesquisa são do Estado. “Os empresários brasileiros têm a característica de querer resultados imediatos. Não existem no país programas que atraiam esse investimento para as universidades”, complementa.
O representante da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) José Luiz de Lima Filho afirma ainda que os investimentos muitas vezes são mal aproveitados. Ele alerta para a necessidade de captar recursos, mas usá-los com qualidade. “Temos que gerar riqueza. Temos algumas produções que são vantajosas no Brasil como a soja e o açúcar. Ambos são vendidos como commodities cotados em Chicago. Não estamos colocando neles valor agregado. Não estamos investindo em tecnologia nessas áreas que temos vantagem."
O estudante de Engenharia Eletrônica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Felipe Duque Belfort fez questão de compartilhar a experiência que teve nos Estados Unidos. Ele morou um ano em New Jersey, pelo programa Ciência sem Fronteira. “Quando estudei lá, tinha um indiano que trabalhava comigo no laboratório. Ele estava lá noite e dia. Mas, certa vez, parou de ir. Quando perguntei por ele, disseram que tinha aberto uma empresa exatamente com a tecnologia na qual estávamos trabalhando. Não vejo esse espírito nos brasileiros.”
O 14º Coneb da UNE acontece em Recife (PE) até segunda-feira (21). Este ano foram mais de 3,5 mil inscrições de entidades de todas as regiões do país. Sob o tema “A Luta pela Reforma Universitária: do Manifesto de Córdoba aos Nossos Dias”, o Coneb oferece debates e grupos de discussão sobre temas ligados às universidades e ao Brasil. Ao final, os delegados vão decidir os rumos e posicionamentos da UNE para 2013. O evento antecede a Bienal da UNE, espaço de diálogo de estudantes e movimentos culturais que, este ano, está em sua 8ª edição.
Agência Brasil.
Enviada Especial
Recife – Falta aos pesquisadores brasileiros espírito empreendedor e melhor aproveitamento dos investimentos no setor de inovação tecnológica. Segundo especialistas que participaram do 14º Conselho Nacional de Entidades de Base (Coneb) da União Nacional dos Estudantes (UNE), o país precisa investir em tecnologia para se inserir na economia mundial.
“Inovação é algo essencial para qualquer país que queira se modernizar. Ou nos incorporamos à inovação ou vamos envelhecer como um país marginal do ponto de vista da inserção na economia mundial. Seremos menos ricos e teremos mais desigualdade social”, disse o presidente da Sociedade Brasileira de Física (SBF), Celso Pinto de Melo.
Um dos problema enfrentados pelo país é a falta de empreededorismo, que pode ser notada pelo número de registros de patentes. Em 2011 o número de pedidos atingiu, em dezembro, a marca de 30 mil, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Um avanço, mas ainda inferior à China, que atinge a casa dos milhões em pedidos de registro de patentes.
“A China há 10 anos não registrava patentes. Hoje faz o processo reverso, registrado inclusive estrangeiros em seu território”, diz a presidente da Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG), Luana Bonone. Ela afirma também que, no Brasil, 80% dos investimentos em pesquisa são do Estado. “Os empresários brasileiros têm a característica de querer resultados imediatos. Não existem no país programas que atraiam esse investimento para as universidades”, complementa.
O representante da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) José Luiz de Lima Filho afirma ainda que os investimentos muitas vezes são mal aproveitados. Ele alerta para a necessidade de captar recursos, mas usá-los com qualidade. “Temos que gerar riqueza. Temos algumas produções que são vantajosas no Brasil como a soja e o açúcar. Ambos são vendidos como commodities cotados em Chicago. Não estamos colocando neles valor agregado. Não estamos investindo em tecnologia nessas áreas que temos vantagem."
O estudante de Engenharia Eletrônica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Felipe Duque Belfort fez questão de compartilhar a experiência que teve nos Estados Unidos. Ele morou um ano em New Jersey, pelo programa Ciência sem Fronteira. “Quando estudei lá, tinha um indiano que trabalhava comigo no laboratório. Ele estava lá noite e dia. Mas, certa vez, parou de ir. Quando perguntei por ele, disseram que tinha aberto uma empresa exatamente com a tecnologia na qual estávamos trabalhando. Não vejo esse espírito nos brasileiros.”
O 14º Coneb da UNE acontece em Recife (PE) até segunda-feira (21). Este ano foram mais de 3,5 mil inscrições de entidades de todas as regiões do país. Sob o tema “A Luta pela Reforma Universitária: do Manifesto de Córdoba aos Nossos Dias”, o Coneb oferece debates e grupos de discussão sobre temas ligados às universidades e ao Brasil. Ao final, os delegados vão decidir os rumos e posicionamentos da UNE para 2013. O evento antecede a Bienal da UNE, espaço de diálogo de estudantes e movimentos culturais que, este ano, está em sua 8ª edição.
Agência Brasil.
Os países que mais devem contratar em 2013; Brasil lidera
Executivos brasileiros lideram ranking de expectativa de aumento do número de contratações; veja quais as áreas mais demandadas nas principais economias do mundo
1. Brasil
São Paulo – A freada econômica do ano passado e a onda de incerteza
sobre 2013 não foram suficientes para colocar um ponto final no otimismo
dos executivos brasileiros. Entre 6 mil empresas das principais
economias do mundo, as brasileiras são os que mais projetam aumento no
número de contratações para os próximos meses, segundo pesquisa do Career Builder.
Ao todo, de acordo com o levantamento, 71% dos executivos brasileiros
entrevistados pretendem expandir sua força de trabalho este ano. E
apenas 5% devem fazer cortes de pessoal.
A robustez com que cada companhia começou 2013 é um dos fatores para
isto: 80% deles dizem que as empresas em que atuam estão mais fortes
hoje com relação ao mesmo período do ano passado. O Brasil está na
segunda posição deste ranking – atrás apenas da Índia.
As áreas de serviço ao consumidor, tecnologia da informação e administrativa são as que terão mais oportunidades profissionais abertas, segundo a pesquisa.
Ao todo, de acordo com o levantamento, 71% dos executivos brasileiros
entrevistados pretendem expandir sua força de trabalho este ano. E
apenas 5% devem fazer cortes de pessoal.
A robustez com que cada companhia começou 2013 é um dos fatores para
isto: 80% deles dizem que as empresas em que atuam estão mais fortes
hoje com relação ao mesmo período do ano passado. O Brasil está na
segunda posição deste ranking – atrás apenas da Índia.
As áreas de serviço ao consumidor, tecnologia da informação e administrativa são as que terão mais oportunidades profissionais abertas, segundo a pesquisa.
2. Índia
Contratações: 67% apostam em aumento da força de trabalho
Empresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 81% dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Tecnologia da Informação, Marketing e Serviços ao consumidor
Empresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 81% dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Tecnologia da Informação, Marketing e Serviços ao consumidor
3. China
Contratações: 52% apostam em aumento da força de trabalhoEmpresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 67% dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Vendas, Pesquisa & Desenvolvimento, Produção
4. Rússia
Contratações: 48% apostam em aumento da força de trabalhoEmpresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 63% dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Produção, serviços ao consumidor, engenharia
5. Reino Unido
Contratações: 30% apostam em aumento da força de trabalhoEmpresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 50 % dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Vendas, Administrativa e Serviços ao consumidor
6. Alemanha
Contratações: 29% apostam em aumento da força de trabalhoEmpresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 45% dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Tecnologia da Informação, Vendas e Produção
7. Estados Unidos
Contratações: 26% apostam em aumento da força de trabalho
Empresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 62% dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Vendas, Tecnologia da Informação e Serviços ao Consumidor
Empresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 62% dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Vendas, Tecnologia da Informação e Serviços ao Consumidor
8. França
Contratações: 24 % apostam em aumento da força de trabalho
Empresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 38 % dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Vendas, Tecnologia da Informação (relacionada com Serviços ao Consumidor)
Empresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 34 % dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Tecnologia da Informação, Engenharia e Serviços ao consumidor
Empresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 38 % dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Vendas, Tecnologia da Informação (relacionada com Serviços ao Consumidor)
9. Japão
Contratações: 22 % apostam em aumento da força de trabalhoEmpresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 34 % dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Tecnologia da Informação, Engenharia e Serviços ao consumidor
10. Itália
Contratações: 19 % apostam em aumento da força de trabalhoEmpresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 25 % dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Produção, Vendas e Administrativo
Talita Abrantes - Exame
As dificuldades que os imigrantes altamente qualificados encontram para se estabelecer nos Estados Unidos podem estar minando a inovação, a geração de empregos e o crescimento
Joanne Rathe/The Boston Globe/Getty Images
Formatura na Universidade de Boston: para especialistas, imigrantes criam, e não roubam, vagas
São Paulo - A história do indiano Kunal Bahl poderia ter sido mais um
exemplo de conquista do sonho americano. Com quase 20 anos, o imigrante
deixou Nova Délhi para estudar engenharia na Universidade da
Pensilvânia, uma das mais renomadas dos Estados Unidos. De lá, Bahl
seguiu para um MBA na escola de negócios Wharton.
O currículo consistente o levou para a Microsoft, onde o engenheiro se
dedicava ao desenvolvimento de negócios em mercados emergentes. Bahl
trilhava uma carreira de sucesso quando foi surpreendido por um revés:
em 2007, seu visto
de trabalho em solo americano expirou e ele não conseguiu a renovação.
Sem a perspectiva de conquistar uma permissão permanente — um green card
— no curto prazo, Bahl foi obrigado a voltar para a Índia.
Como muitos estrangeiros bem formados e educados nos Estados Unidos,
o sonho americano do engenheiro acabou sendo interrompido na mesa de
burocratas da imigração do país. A história de Bahl, porém, tem um final
feliz — e irônico. De volta à Índia, Bahl começou a estudar os modelos
de negócio vencedores da internet e lançou, em 2010, o site de compras
coletivas Snapdeal, uma espécie de Groupon indiano.
O sucesso do negócio foi estrondoso. Em três anos, o site já é
considerado o líder do comércio eletrônico do país, com 18 milhões de
usuários. A cada dia, 25 000 itens são vendidos pelo portal e
distribuídos em 4 000 vilas e cidades. A ironia disso tudo é que o único
emprego protegido pela imigração americana — a vaga de Bahl na
Microsoft — se transformou em 1 500 postos criados pela Snapdeal na
Índia.
Os Estados Unidos sempre foram um país aberto a estrangeiros. No final
do século 19, 12 milhões de imigrantes desembarcaram na "terra da
oportunidade". Foi essa mão de obra que ajudou a impulsionar a
industrialização americana e fomentou o surgimento de inúmeros negócios.
Esse ambiente instigante de prosperidade perdurou por décadas. Mas,
desde os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, os Estados
Unidos têm endurecido as regras para o trabalho de estrangeiros.
Um erro descomunal, como tem afirmado Vivek Wadhwa, professor da
Universidade Duke e um dos mais entusiasmados defensores da teoria
segundo a qual os Estados Unidos, para progredir e sair da crise,
deveriam facilitar, e não dificultar, a entrada e a permanência de
estrangeiros altamente qualificados no país. Wadhwa é, ele mesmo, um
imigrante indiano, formado em ciências da computação pela Universidade
de Camberra, na Austrália, e radicado nos Estados Unidos desde a década
de 80.
Trabalhou em companhias como a Xerox — na época, tida como uma das mais
inovadoras — e abriu duas empresas de software antes de se tornar
professor e consultor. Suas ideias são discutidas no livro The
Immigrant Exodus (“O êxodo dos imigrantes”, numa tradução livre), que,
lançado no fim do ano passado, botou mais lenha em um debate que há anos
pega fogo no país.
"Alguns líderes políticos se esforçam para manter os melhores do mundo
fora dos Estados Unidos, acreditando que imigrantes qualificados roubam o
trabalho dos americanos", diz ele. "Mas a verdade é exatamente o
contrário. Os imigrantes criam empregos."
Em tempos de crise e de alto desemprego, é natural que os imigrantes
sejam encarados como uma ameaça ao emprego de nativos — e isso de fato
ocorre nos postos menos qualificados e com menores salários. Mas novas
evidências mostram que o impacto dos imigrantes no mercado de trabalho é
positivo.
Uma pesquisa conduzida pelo professor William Kerr, da Universidade
Harvard, por exemplo, concluiu que a chegada de imigrantes qualificados
ao país não provoca nenhum impacto no nível de emprego de cientistas ou
engenheiros nascidos nos Estados Unidos. Por outro lado, o estudo prova
que os estrangeiros capacitados têm um papel importante no nível da
inovação produzida no país.
Segundo Kerr, um aumento de 10% na concessão de vistos do tipo H-1B —
permissões temporárias para trabalhadores que possuam ao menos diploma
de graduação — resulta em um crescimento de 1% no número de invenções
patenteadas. As conclusões do pesquisador dão suporte aos estudos de
Wadhwa.
Segundo ele, 262 empregos são criados para cada 100 estrangeiros que
empreendem nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia ou matemática.
Uma prova disso vem de uma ilha de excelência americana: no Vale do
Silício — berço de gigantes como a Apple e o Google —, 44% das
companhias fundadas desde 2006 tinham pelo menos um estrangeiro como
sócio. O que preocupa é que, não muito tempo atrás, essa parcela chegava
a 52%.
Uma parte da explicação para o problema está nas dificuldades
crescentes para os estrangeiros se estabelecerem no país. Um
levantamento do instituto de pesquisa Brookings mostra que o número de
vistos H-1B concedidos em 2011 foi 20% menor do que dez anos antes,
embora o número de pedidos tenha crescido 17%. No período, o governo
americano reduziu o limite de emissão de novos vistos desse tipo de
195.000 para 85.000 por ano.
Além disso, obter um green card por motivo de trabalho pode tomar mais
de uma década. Nos Estados Unidos, o limite de emissão de novos vistos
de residência nessa categoria é de 140 000 por ano. Na Austrália, que
tem um décimo da população americana, são 126.000 por ano. Países como
Canadá e Singapura também têm recrutado estrangeiros altamente
qualificados no exterior.
Enquanto estão no limbo entre a permissão temporária e a permanente,
por motivos óbvios, os imigrantes evitam se arriscar. Não estabelecem
raízes, não compram imóveis, não começam um negócio próprio. Isso tem
alertado gente de peso no cenário político americano. Michael Bloomberg,
prefeito de Nova York, tem dito que não há saída mais "rápida e barata"
para a crise do que atrair imigrantes qualificados para o país.
Nas próximas semanas, o presidente Obama deverá lançar um plano para
reformar o sistema de imigração do país que criaria um caminho para que
boa parte dos 11 milhões de trabalhadores ilegais obtivesse a cidadania.
A reforma também beneficiaria os estrangeiros qualificados, facilitando
a permanência no país. O tema vem sendo tratado pelo presidente
democrata desde a época da campanha para sua reeleição.
"Nosso sistema diz para os melhores estudarem aqui, mas depois os manda
embora, para abrir suas empresas em qualquer outro lugar", disse Obama.
Afastar essas mentes brilhantes é o que o país não deve fazer para
voltar a crescer fortemente.
ANP exigirá aumento de produção da Petrobrás em campos com queda.
Por Cláudia Schüffner
RIO - As exigências da
Agência Nacional do Petróleo (ANP) para aprovar o novo plano de
desenvolvimento da produção do campo de Roncador, e um dos maiores
produtores do país, deverão se repetir em outros da estatal que estão
apresentando queda drástica da produção nos últimos dois anos.
No dia 7 de janeiro a ANP fez uma série de exigências à Petrobras
para aprovar o novo plano de Roncador, um gigante descoberto em 1996 e
que começou a produzir em 1999. Além de requerer estudos ainda este ano
para a instalação de uma quinta FPSO na área, a ANP determinou a
perfuração de três novos poços para avaliação de arenitos e carbonatos,
mais quatro poços produtores e um número não determinado de poços para
aumentar a injeção de água.
Além de Roncador, um dos maiores campos da Petrobras (com uma área
de 400 quilômetros quadrados) a ANP também está insatisfeita com a queda
drástica da produção dos campos de Marlim, Marlim Sul, Caratinga,
Albacora, Albacora Leste, Caratinga e Espadarte, só para citar alguns na
Bacia de Campos.
Uma fonte da ANP ouvida pelo Valor PRO lembrou que as exigências
são uma prerrogativa da agência. "O objetivo é que esses campos grandes e
ainda longe de atingir seu pico de produção, se mantenham perto do que
se imagina que seja uma curva de produção condizente", explicou a fonte.
"E em Roncador chamava a atenção a redução da produção em um horizonte
que nem de longe estava perto do pico de produção".
A agência reguladora também quer que a Petrobras mantenha em
Roncador a FPSO Brasil, "uma vez que resta clara a necessidade de mais
do que as quatro plataformas previstas [para o desenvolvimento da
produção]" e determinou ainda a instalação de um novo manifold de gás
lift (conjunto de válvulas que controla a injeção de gás em cada poço)
para maximizar a produção da plataforma P-52 até dezembro de 2014.
Atualmente as plataformas instaladas em poços de Roncador são a
P-54, P-62, P-52, além da FPSO Brasil. Uma quinta unidade, a FPSO-55,
está sendo construída no Brasil, com entrada em operação prevista para
setembro de 2013. Os investimentos necessários devem ser da ordem de
bilhões de dólares.
A queda da produção de petróleo do país tem efeitos sobre segurança
energética e a balança comercial do país, sem considerar a perda de
receita da Petrobras. Segundo um estudo da Bradesco Corretora publicado
pelo Valor , a taxa de declínio da produção do país, onde a Petrobras
opera 91% da produção, foi de 40% entre agosto de 2011 e agosto de 2012.
Em volume, a queda representou uma perda de 679 mil barris de petróleo
por dia.
Valor Econômico
Mudança traz mais estrangeiros a Jundiaí - Brasil :
Projeta flexibilização de regras para Imigração de especialistas e cidade é um dos alvos.
JOSÉ ARNALDO DE OLIVEIRA
arnaldo.oliveira@bomdiajundiai.com.br
JOSÉ ARNALDO DE OLIVEIRA
arnaldo.oliveira@bomdiajundiai.com.br
Os estudos do governo federal para facilitar a entrada no Brasil de
profissionais qualificados de outros países deve ter reflexos em
Jundiaí, na opinião de diversos analistas.
“Não temos tempo hábil para formar a atual demanda de mão de obra,
principalmente das nossas indústrias. Temos que aproveitar a oferta que
existe em países que enfrentam dificuldades”, afirma o presidente do
Ciesp Jundiaí (Centro das Indústrias do Estado), Mauritius Reisky.
Entretanto, ele destaca que a medida deve ser limitada e não criar
concorrência com os postos de trabalho existentes, processo chamado de
“canibalização” do mercado.
Um dos motivos da atenção é que a AUJ (Aglomeração Urbana de Jundiaí)
é um dos atuais polos econômicos do país e também de sua globalização.
Na região do Ciesp, formada por 11 cidades, há empresas de 30 países e
apenas no município são 22 nacionalidades (veja quadro na página 3).
Investimento / O economista Everton Ubirajara Araújo da Silva
(Baiano) avalia que o baixo crescimento do ano passado no PIB (Produto
Interno Bruto) mostra que o consumo interno não puxa sozinho a economia.
“A mão de obra deixou de ser um gasto e já é tratada como investimento, porque os demais dependem dele”, explica.
Para ele, o risco está em repetir erros do passado. O avanço de empresas
acaba gerando novas demandas de competitividade em toda a sua cadeia
produtiva.
“Vamos precisar de um trabalho de melhoria da educação como um todo
para evitar que essa concorrência do momento vire algo permanente”, diz.
Análise de dados / Na administração pública, o assunto já começa a
ser estudado. Para Gilson Pichioli, diretor de fomento industrial da
Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, um
levantamento da situação atual é imprescindível para o debate de
políticas adequadas em um novo cenário.
“Esse tema da mão de obra não é um desafio recente, tanto que as
empresas investem em treinamentos da mão de obra que chega de cidades
vizinhas. Mas vamos detalhar melhor com a chegada do novo secretário, no
dia 21”, afirma sobre o titular, Marcelo Cereser, que já tinha
compromisso internacional antes de iniciar o governo do prefeito Pedro
Bigardi.
Para o setor privado, até lentidão de programas governamentais como o
PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) tem entre causas a falta
da mão de obra qualificada.
Núcleo ligado à Presidência cuida de estudos finais
As propostas de flexibilização para estrangeiros qualificados, com
anúncio previsto para março, estão sendo discutidas no Projeto
Imigração, da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência. De
acordo com nota do órgão, os estrangeiros chegaram a 7,3% da população
em 1900 e equivalem a apenas 0,3% em 2012, uma das taxas mais baixas do
continente americano.
Para o economista Everton Araújo da Silva (Baiano), essa analogia
deve reforçar ainda mais a necessidade da qualificação educacional do
país. “E, com isso, uma disputa mais valorizada da mão de obra
nacional”, diz ao lembrar o programa Ciência sem Fronteiras, que
pretende destinar 100 mil bolsas de estudo de brasileiros o exterior em
dez anos. Jundiaí teve primeira onda com a ferrovia
Formada pela base de povos ibéricos, indígenas e africanos entre os
séculos 16 e 19, a cidade recebe na segunda metade dos anos 1800 o
“know-how” dos ingleses com a ferrovia e até máquinas têxteis. Na época,
o governo investiu mais em imigração do que em educação dos nativos.
Indústria vai investir R$ 100 mi até 2015
Dados do Ciesp Jundiaí mostram que o sistema Sesi-Senai (que inclui a
rede de escolas e cursos do setor na região) prevê receber R$ 100
milhões em recursos nos próximos três anos, a maior parte para educação
de base.
www.terra.com.br
Assinar:
Postagens (Atom)