domingo, 20 de janeiro de 2013

ANP exigirá aumento de produção da Petrobrás em campos com queda.

Por Cláudia Schüffner
Leo Pinheiro/Valor
RIO - As exigências da Agência Nacional do Petróleo (ANP) para aprovar o novo plano de desenvolvimento da produção do campo de Roncador, e um dos maiores produtores do país, deverão se repetir em outros da estatal que estão apresentando queda drástica da produção nos últimos dois anos.
 
No dia 7 de janeiro a ANP fez uma série de exigências à Petrobras para aprovar o novo plano de Roncador, um gigante descoberto em 1996 e que começou a produzir em 1999. Além de requerer estudos ainda este ano para a instalação de uma quinta FPSO na área, a ANP determinou a perfuração de três novos poços para avaliação de arenitos e carbonatos, mais quatro poços produtores e um número não determinado de poços para aumentar a injeção de água. 
Além de Roncador, um dos maiores campos da Petrobras (com uma área de 400 quilômetros quadrados) a ANP também está insatisfeita com a queda drástica da produção dos campos de Marlim, Marlim Sul, Caratinga, Albacora, Albacora Leste, Caratinga e Espadarte, só para citar alguns na Bacia de Campos. 
 
Uma fonte da ANP ouvida pelo Valor PRO lembrou  que as exigências são uma prerrogativa da agência. "O objetivo é que esses campos grandes e ainda longe de atingir seu pico de produção, se mantenham perto do que se imagina que seja uma curva de produção condizente", explicou a fonte. "E em Roncador chamava a atenção a redução da produção em um horizonte que nem de longe estava perto do pico de produção".
 
A agência reguladora também quer que a  Petrobras mantenha em Roncador a FPSO Brasil, "uma vez que resta clara a necessidade de mais do que as quatro plataformas previstas [para o desenvolvimento da produção]" e determinou ainda a instalação de um novo manifold de gás lift (conjunto de válvulas que controla a injeção de gás em cada poço) para maximizar a produção da plataforma P-52 até dezembro de 2014.
 
Atualmente as plataformas instaladas em poços de Roncador são a P-54, P-62, P-52, além da FPSO Brasil. Uma quinta unidade, a FPSO-55, está sendo construída no Brasil, com entrada em operação prevista para setembro de 2013. Os investimentos necessários devem ser da ordem de bilhões de dólares.
 
A queda da produção de petróleo do país tem efeitos sobre segurança energética e a balança comercial do país, sem considerar a perda de receita da Petrobras. Segundo um estudo da Bradesco Corretora publicado pelo Valor , a taxa de declínio da produção do país, onde a Petrobras opera 91% da produção, foi de 40% entre agosto de 2011 e agosto de 2012. Em volume, a queda representou uma perda de 679 mil barris de petróleo por dia.

Valor Econômico

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