O governo da Argentina eliminou as
travas às importações de vários segmentos de produtos – 17 ao todo –,
segundo um comunicado publicado na sexta-feira (25/1) em nota oficial do Ministério da Economia do país.
A anulação das licenças
não-automáticas era um desejo de empresários brasileiros, que viam nas
normas uma forma de protecionismo dos argentinos.
O ministério extinguiu as licenças
não-automáticas para a importação de papel, utensílios domésticos,
brinquedos, calçados, motocicletas, bicicletas, produtos têxteis, manufaturas diversas, produtos metalúrgicos, tecidos, pneumáticos, autopeças, entre outros.
Os setores brasileiros mais
afetados eram o da indústria automobilística, a de máquinas agrícolas e a
de partes e peças para veículos automotores.
As travas fizeram as exportações
brasileiras para a Argentina caírem 20% de janeiro a outubro de 2011,
enquanto as importações de produtos argentinos caíram 5%.
As normas derrogadas foram ditadas entre 1999 e 2011, apesar de a maioria só ter sido colocada em prática desde 2007 em diante.
"Por questões de oportunidade,
mérito e conveniência, no cumprimento dos objetivos oportunamente
fixados, tornamos procedendo a derrogação", disse o
comunicado.
À importação de vários desses bens
a Argentina impôs nesta quinta-feira uma tarifa de 35%, em linha com
uma resolução adotada pelo Mercosul para se proteger dos desequilíbrios no comércio internacional pelo impacto da crise.
Em dezembro de 2011, o Mercosul
decidiu que cada sócio poderia aumentar suas tarifas em até 100 produtos
provenientes de mercado externos ao bloco sul-
americano, sem ultrapassar o máximo consolidado na OMC (Organização Mundial do Comércio).
O grupo adotou essa medida alegando "razões de desequilíbrios comerciais derivados da conjuntura econômica internacional".
A balança comercial argentina registrou ano passado um superávit de 12,690 bilhões de dólares, 26,7% mais que em 2011.
Segundo dados oficiais, as
exportações argentinas totalizaram em 2012 81.205 bilhões de dólares,
uma queda interanual de 3%, enquanto as importações somaram 68.514 bilhões de dólares, 7% menos que em 2011.
Para 2013, a previsão do governo é alcançar um superávit de 13.325 bilhões de dólares, com a exportação registrando 110.763 bilhões de dólares.
* Com informações da Agência Efe, da Ansa e do jornal argentino Clarín
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