sábado, 12 de janeiro de 2013

BNDES dá R$ 9,6 milhões a projeto para tratar solo contaminado em MG

Por Rafael Rosas | Valor

RIO - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) autorizou a concessão de apoio não reembolsável de R$ 9,6 milhões para o desenvolvimento de solução tecnológica que vise recuperar solos contaminados e tratar águas contaminadas por metais pesados em consequência da mineração de urânio. Os recursos, do BNDES Fundo Tecnológico (BNDES Funtec), destinam-se à Fundação Parque de Alta Tecnologia da Região de Iperó e Adjacências (Fundação Patria).
Orçado em R$ 10,8 milhões, o projeto, que tem como instituição tecnológica a Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) e como empresa interveniente a Brasil Ozônio Indústria e Comércio de Equipamentos e Sistemas Ltda, contempla atividades de pesquisa e desenvolvimento e a construção de uma planta piloto na unidade de tratamento de minérios das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em Poços de Caldas (MG). A Brasil Ozônio é responsável por contrapartida de R$ 1,2 milhão.

Apesar de ter sido encerrada, a extração de minério na unidade de Poços de Caldas deixou um grande passivo ambiental: são 45 milhões de toneladas de rejeitos e água contaminada acumulada nas cavas da mina.
“Pela rota tecnológica tradicional seriam necessários cerca de 700 anos para a descontaminação total do terreno”, diz a nota divulgada pelo BNDES.
Segundo o banco de fomento, em 2006 foi elaborado plano que reduziu esse prazo para 20 anos, mas com custo estimado de R$ 400 milhões, em razão da baixa eficiência da solução tecnológica prevista na época. O projeto apoiado pelo BNDES vai testar a descontaminação dos solos e da água por meio da injeção de gás ozônio.

No sistema de tratamento proposto, a água contaminada recebe injeção de ozônio para oxidação dos metais pesados, que são retirados para posterior reaproveitamento. A água segue para um tanque, onde é adicionada cal para decantação dos metais remanescentes.
Para as montanhas de rejeitos, a ideia é injetar diretamente o gás nas montanhas de resíduos para eliminar a bactéria Thiobacillus ferrooxidans, catalisadora de reações que produzem ácido sulfúrico.
Estruturado para ser executado ao longo de 24 meses, o projeto destina cerca de R$ 1 milhão para 12 bolsas a pesquisadores das instituições de ciência e tecnologia participantes. Serão adquiridos equipamentos e contratados sete profissionais com dedicação exclusiva, pelo período da execução do projeto, além de serviços de terceiros e consultoria.

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