SANTIAGO, 28 Jan (Reuters) -
Chile, Peru, Colômbia e México decidiram no domingo eliminar as tarifas
sobre o comércio de 90 por cento dos produtos até 31 de março, como
forma de abrirem ainda mais seus crescentes mercados.
Os quatro países, que compõem a chamada Aliança do Pacífico, um
grupo voltado para o livre-mercado, já têm pactos comerciais com algumas
das maiores economias mundiais, com tarifas preferenciais para
estimular suas exportações.
O presidente do Chile, Sebastian Piñera, disse que seu objetivo é
eliminar totalmente as tarifas para produtos feitos nos quatro países,
posição que contrasta com a dos países do Mercosul, que têm mercados
mais fechados.
"Isso significa que pelo menos 90 por cento dos produtos serão
liberados de qualquer tipo de tarifa no comércio entre nossos países",
disse Piñera a jornalistas durante uma cúpula de governantes
latino-americanos e europeus no Chile, dominada por questões comerciais.
"Haverá um cronograma para trabalhar nos restantes 10 por cento, até chegarmos a 100 por cento", acrescentou.
Grosso modo, a América Latina está dividida entre os países do
Pacífico, que são defensores do livre-comércio, e as nações do Mercosul,
no lado atlântico, mais relutantes em eliminarem barreiras comerciais.
Tanto o Brasil quanto a Argentina, que dominam o Mercosul, vêm
tomando medidas de estímulo à indústria local que são consideradas
protecionistas pelos críticos.
Mas, durante os dois dias de cúpula, os dois países concordaram
em retomar as negociações de livre-comércio com a União Europeia, o que
seria um grande prêmio para a Europa no momento em que o continente
emerge de uma grave crise.
(Reportagem de Moises Avila e Antonio De La
Jara)
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