domingo, 6 de janeiro de 2013

EMPREENDEDORES ESTRANGEIROS PREFEREM O NORDESTE


Ceará é a segunda unidade federativa com maior quantidade de empreendedores estrangeiros (153 pessoas físicas) no País, no acumulado dos nove primeiros meses de 2012. Perde somente para São Paulo, com 232 investidores de outros países em igual período. Em terceiro lugar, aparece mais um nordestino, o Rio Grande do Norte, com 116 estrangeiros. 
Ser empreendedor, neste País, poderia ser bem mais simples. E é porque não faltam iniciativas para desabrochar o espírito empresarial do brasileiro. Contudo, a despeito das dificuldades permanentes para se tornar dono do próprio meio de ganhar a vida, tem crescido a quantidade de empreendedores por essas bandas. O curioso é que nessa mesma levada tem aumentado o número de negócios próprios de não brasileiros também.
Depois de 500 anos, o Brasil está sendo redescoberto. Os estrangeiros estão de olho e, cada vez mais, interessados no mercado local. Se parte dos forasteiros vem para cá em busca de arrumar um emprego que valha a pena, outra parcela está preocupada mesmo em empreender e aproveitar o volume de negócios que uma nação emergente como a nossa pode oferecer.
Todas as unidades da Federação estão sendo sondadas. Muitas até competindo com outros estados vizinhos por um empreendimento de fora. Em parte, o Ceará tem se dado bem nesse aspecto. O Estado tem ganho destaque especial no quesito pessoas físicas de outros países que investem no Brasil.
De acordo com os dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o Ceará é a segunda unidade federativa com maior quantidade de empreendedores estrangeiros (153 pessoas físicas) no País, no acumulado dos nove primeiros meses de 2012. Perde somente para São Paulo, com 232 investidores de outros países em igual período. Em terceiro lugar, aparece mais um nordestino, o Rio Grande do Norte, com 116 estrangeiros.
“Muito do nosso avanço nessa direção no século 20 se deve aos imigrantes e São Paulo é o melhor exemplo disso”, afirma o diretor de Pesquisa da Brain, André Sacconato.
Segundo ele, é importante direcionar políticas públicas nesse sentido. “O conhecimento do estrangeiro também será formado no Brasil. Devolveremos profissionais qualificados, quando os países voltarem a crescer. Todo mundo ganha”, afirma o diretor da Brain.
Razões
Uma combinação de fatores alinhados em um mesmo momento tem impulsionado esse desejo de empreendedores de fora a apostarem no Brasil.
O risco-país, um dos indicadores mais importantes para o investidor externo, está em um dos mais baixos níveis da história. A economia brasileira, apesar de sentir a turbulência, responde bem à crise internacional. O mercado interno continua aquecido, apesar de o potencial de consumo ser muito maior.
Além disso, Europa e Estados Unidos tentam superar problemas na economia que estão gerando altas taxas de desemprego. Com isso, muitos profissionais desses países começam a vislumbrar oportunidades de emprego em outros continentes, e daí, também reconhecem nichos de mercado para abrir seus próprios negócios.
O Brasil passa a ser uma oportunidade natural de negócios, uma válvula de escape, ou, muitas vezes, a escapatória para muitos europeus ou americanos de recuperar o dinheiro perdido nesse período nebuloso da economia mundial.
(Diário do Nordeste – 06/01/2013)

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