Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
O Conselho de Atividades Financeiras (Coaf) publicou recentemente a Resolução
que obriga empresas de consultoria a informar ao órgão de controle as
operações de clientes suspeitas de lavagem de dinheiro ou de financiar o
terrorismo. A Resolução regulamenta o parágrafo 1º do artigo 14 da Lei
de Lavagem de Dinheiro (9.613/1998) e entra em vigor dia 1º de março.
De
acordo com a norma, as consultorias deverão implantar procedimentos
para a identificação do beneficiário final da operação e obtenção de
informações sobre o propósito e a natureza do negócio. Qualquer operação
superior a R$ 30 mil paga em espécie ou cheque ao portador deverá ser
comunicada ao Coaf. Além de consultorias, as novas regras valem também
para prestadores de seviço de assessoria, auditoria, contadoria,
aconselhamento ou assistência, e abrange pessoas físicas ou jurídicas
não submetidas a regulação de órgão próprio.
Segundo o texto, as
empresas deverão manter um cadastro de seus clientes, inclusive
representantes e procuradores, e um registro de todas as suas operações,
no qual deverá constar: nome do cliente, descrição e valor da operação,
data do serviço, forma e meio de pagamento, e registro fundamentado
quanto à decisão de informar ou não ao Coaf a operação. A norma
determina que as informações cadastrais devem estar atualizadas no
momento do negócio.
A resolução dá uma lista de situações que
podem configurar indícios de lavagem de dinheiro como: operação
resultado de negócio sem relação com o ramo do cliente ou incompatível
com seu patrimônio, casos em que não é possível identificar o
beneficiário final, operações de pessoa jurídica ou cujos beneficiários
estejam em paraíso fiscal, entre outras.
Transferência de obrigação
Para o advogado criminalista Jair Jaloreto, a resolução
transfere ao contribuinte uma obrigação estatal. "Como o Estado não tem
um aparato suficientemente bom para a fiscalização, ele obriga o
contribuinte a prestar esse serviço ao próprio estado. É uma
terceirização do trabalho do Estado e compulsória”, afirma.
Jaloreto
avalia ainda que a Resolução pode implicar aumento de custos para as
consultorias. “Dependendo do tamanho da empresa, é possível que tenham
de criar áreas de compliance, o que acaba trazendo um custo adicional”,
diz.
Como a norma vale também para pessoas físicas, Jaloreto
avalia que conselheiros, membros de conselho, cidadãos ou pessoas
físicas envolvidas com governança corporativa também ficarão submetidos à
regulação. Jaloreto diz que a resolução não valerá para os escritórios
de advocacia, uma vez que os advogados já estão submetidos a legislação
própria.
Já o coordenador-geral de Supervião do Coaf, Cesar Almeida,
avalia que a medida é legal e encontra respaldo na própria legislação.
"Essa transferência [de obrigação] já está definida na Lei 9.613, que
elencou uma série de entes privados que pelas atividades que desempenham
têm a obrigação de participar junto com o Estado do esforço de
prevenção dos crimes de lavagem e correlatos", afirma.
Ele avalia
que pelo menos quatro entidades de classe não estarão sujeitas à norma
por já possuírem órgãos próprios de controle: contadores, economistas,
administradores e advogados. "Esses órgãos devem produzir regulamentos
semelhantes à resolução 24", diz.
Mãos do Supremo
A questão envolvendo a obrigatoriedade de informar o Coaf
operações suspeitas de lavagem provocou reação. No ano passado, a Ordem
dos Advogados do Brasil entrou com ação
no Supremo Tribunal Federal em que questiona trechos da nova Lei de
Lavagem que poderiam dar margem à inclusão dos advogados nos mecanismos
de controle.
Outra entidade, a Confederação Nacional dos Profissionais Liberais (CNPL), também questionou no
Supremo o alcance da norma. A CNPL diz que o novo texto contraria
princípios éticos e legais das profissões liberais. De acordo com a
entidade, os profissionais oferecem a seus clientes a garantia de que
seus contatos são confidenciais, inclusive (e principalmente) em
relação aos órgãos de controle do Estado.
Dados do
Banco Central divulgados nesta quarta-feira indicam que as transações
correntes (a conta das transações do Brasil com os demais países e um
dos principais indicadores das contas externas brasileiras) tiveram um déficit de US$ 52 bilhões, o maior da história do BC.
Isso
se deve, principalmente, ao saldo comercial (valor das exportações
menos importações), que atingiu, em 2012, o pior resultado em dez anos.
No último ano, o superávit da balança comercial brasileira somou US$
19,4 bilhões, com queda de mais de US$ 10 bilhões frente ao resultado de
2011 – quando o saldo ficou positivo em US$ 29,7 bilhões.
O
resultado das contas externas só não foi pior por conta da queda no
volume de remessas de lucros e dividendos (envio de dinheiro ao exterior
pelas empresas), fator que também está relacionado com a crise externa.
No ano passado, as remessas ao exterior somaram US$ 24,11 bilhões, com
queda de cerca de US$ 14 bilhões frente aos US$ 38,16 bilhões remetidos
em 2011.
Outro fator que também contribuiu para a queda no volume
de remessas de lucros e dividendos no ano passado foi a alta do dólar.
Com dólar mais alto, as empresas recebem menos recursos quando fazem a
operação de câmbio. Durante a maior parte de 2011, o dólar operou
próximo de R$ 1,6.
Apesar de o resultado das contas externas ter batido recorde
em dólares, o valor, na proporção com o PIB, não foi o pior da série
histórica do Banco Central. No ano passado, o resultado negativo
representou 2,4% do PIB, contra 2,12% do PIB em 2011. Entre 1997 e 2011,
quando foram registrados os piores resultados da conta de transações
correntes na proporção com o PIB, os valores oscilaram entre resultados
negativos de 3,5% e 4,19%.
O resultado negativo
recorde de US$ 52 bilhões das contas externas, segundo números do BC,
foi amplamente financiado, em 2012, pelo ingresso de investimentos
estrangeiros diretos na economia brasileira.
No
ano passado, a entrada de investimentos no Brasil somou US$ 65 bilhões,
o segundo melhor de toda a série histórica do Banco Central, perdendo
apenas para o ano de 2011 (US$ 66,6 bilhões).
Outros dados
Em 2012, a conta serviços registrou saídas líquidas de US$41,1 bilhões,
acréscimo de 8,3% na comparação com 2011. As despesas líquidas com
aluguel de equipamentos atingiram US$1,8 bilhão no mês e US$18,7 bilhões
no ano, elevação de 12,3% em relação ao ano anterior. A conta de
viagens internacionais apresentou déficit de US$1,4 bilhão no mês,
influenciado pela redução de 11,4% dos gastos de estrangeiros no Brasil e
pelo crescimento de 12% dos gastos de brasileiros no exterior, ambos na
comparação com dezembro de 2012. No ano, o saldo negativo de US$15,6
bilhões constituiu o recorde da série, com receitas e despesas atingindo
os níveis máximos de US$6,6 bilhões e de US$22,2 bilhões,
respectivamente.
As despesas líquidas com transportes
somaram US$722 milhões em dezembro, acumulando déficit de US$8,8 bilhões
no ano, ante US$8,3 bilhões registrados em 2011. O déficit em serviços
de computação
e informações atingiu US$484 milhões em dezembro e US$3,9 bilhões no
ano, 1,3% acima do resultado de 2011. As remessas líquidas de royalties e licenças somaram US$302 milhões no mês e US$3,2 bilhões no ano, acréscimo de 16,4%, comparativamente ao ano anterior.
As
remessas líquidas de renda para o exterior somaram US$6,5 bilhões no
mês, 1,7% acima do resultado de dezembro de 2011, acumulando US$35,4
bilhões em 2012, recuo de 25,1% na comparação com o ano anterior. Em
dezembro, as saídas líquidas de renda de investimento direto somaram
US$4,6 bilhões, dos quais US$4 bilhões em remessas líquidas de lucros e
dividendos. As remessas líquidas de renda de investimento em carteira
totalizaram US$1,3 bilhão, dos quais US$852 milhões referentes a juros
de títulos de renda fixa e US$429 milhões a remessas líquidas de lucros e
dividendos. As remessas líquidas de rendas de outros investimentos
somaram US$747 milhões em dezembro. No ano, os pagamentos líquidos de
juros alcançaram US$11,8 bilhões, de US$9,7 bilhões no ano anterior. As
remessas totais líquidas de lucros e dividendos somaram US$24,1 bilhões
em 2012, com redução de 36,8% na comparação com 2011.
No mês, as
transferências unilaterais somaram ingressos líquidos de US$244 milhões,
acumulando no ano US$2,8 bilhões, redução de 4,6% na comparação com
2011. O ingresso bruto referente à manutenção de residentes atingiu US$2
bilhões em 2012, situando-se 6,8% abaixo do resultado do ano anterior.
Os
investimentos brasileiros diretos no exterior somaram, em dezembro,
aplicações líquidas de US$245 milhões, acumulando retornos líquidos de
US$2,8 bilhões em 2012, ante US$1 bilhão em 2011, compreendendo US$7,6
bilhões em aquisições líquidas de participação no capital de empresas no
exterior e US$10,4 bilhões em amortizações líquidas de empréstimos de
intercompanhias.Os investimentos estrangeiros diretos registraram
ingressos líquidos de US$5,4 bilhões em dezembro.
No ano, os
fluxos líquidos de IED alcançaram US$65,3 bilhões, comparativamente ao
resultado recorde do ano anterior, US$66,7 bilhões. A participação no
capital de empresas no País, incluídas as conversões em investimentos,
somou ingressos líquidos de US$52,8 bilhões e os empréstimos
intercompanhias totalizaram US$12,4 bilhões, em 2012.Os investimentos
estrangeiros em carteira apresentaram ingressos líquidos de US$1,8
bilhão, no mês, e de US$16,5 bilhões em 2012, comparativamente a US$18,5
bilhões, no ano anterior. Os investimentos estrangeiros em ações
totalizaram ingressos líquidos de US$3,3 bilhões no mês e de US$5,6
bilhões no ano. No mercado doméstico, os investimentos de não residentes
em títulos de renda fixa apresentaram saídas líquidas de US$524 milhões
no mês e ingressos líquidos de US$5,1 bilhões no ano.
As
amortizações líquidas referentes a bônus da República atingiram US$34
milhões em dezembro, acumulando ingressos líquidos de US$106 milhões em
2012. Os bônus, notes e commercial papers, todos
de emissores privados, somaram saídas líquidas de US$886 milhões em
dezembro e ingressos líquidos de US$6 bilhões no ano. A taxa de rolagem
para papéis de médio e longo prazos, excetos bônus da República,
totalizou 177% em 2012.
Não houve operações em títulos de renda
fixa de curto prazo negociados no exterior no mês, e, no ano, as saídas
líquidas totalizaram US$125 milhões.Os outros investimentos brasileiros
no exterior resultaram em aplicações líquidas de US$5 bilhões em
dezembro, das quais US$2,9 bilhões referentes à elevação de depósitos
detidos por bancos. No ano, as aplicações líquidas no exterior atingiram
US$24,3 bilhões, compreendendo concessões líquidas de créditos
comerciais e empréstimos de curto prazo, US$16,6 bilhões; constituição
de depósitos de bancos brasileiros no exterior, US$4 bilhões, e de
ativos dos demais setores, US$2,8 bilhões.Os outros investimentos
estrangeiros no País registraram ingressos líquidos de US$2,8 bilhões em
dezembro e de US$22,5 bilhões no ano.
O crédito comercial de
fornecedores registrou amortizações líquidas de US$2,6 bilhões no mês e
desembolsos líquidos de US$14,7 bilhões no ano, quase que inteiramente
composto por operações de curto prazo. Os empréstimos de médio e longo
prazos apresentaram ingressos líquidos de US$5,7 bilhões, em dezembro, e
de US$12,6 bilhões, no ano, com destaque para os desembolsos líquidos
de empréstimos diretos, US$13 bilhões. A taxa de rolagem para
empréstimos diretos de médio e longo prazos atingiu 194% em 2012. Os
empréstimos junto a organismos e agências totalizaram ingressos líquidos
de US$3,2 bilhões e de US$2,4 bilhões, respectivamente, enquanto os
empréstimos de compradores acumularam amortizações líquidas de US$6
bilhões em 2012. As amortizações líquidas de empréstimos de curto prazo
atingiram US$1,7 bilhão no ano.
Dívida externa
A
posição estimada da dívida externa total referente a dezembro totalizou
US$316,8 bilhões, elevando-se US$7,3 bilhões em relação ao estoque
apurado para setembro. A dívida externa de longo prazo atingiu US$279,3
bilhões, com aumento de US$6,5 bilhões, enquanto o estoque de curto
prazo elevou-se US$875 milhões, para US$37,5 bilhões.Dentre os
principais fatores de variação da dívida externa de longo prazo
destacaram-se as captações líquidas de empréstimos tomados pelo governo e
pelo setor bancário, US$3,1 bilhões e US$2,7 bilhões, respectivamente; a
colocação líquida de títulos pelo setor não financeiro, US$1,4 bilhão; e
as amortizações líquidas de títulos pelo setor bancário, US$741
milhões. A variação por paridades reduziu o estoque em US$480 milhões.
Depois
de passados mais de seis meses de sua instituição, o Sistema Integrado
de Comércio Exterior e de Serviços (Siscoserv) ainda é um mistério para a
maior parte dos contribuintes. A
informação é da gerente de Tributos Diretos, Contabilidade e Societário
da Thomson Reuters, Vanessa Miranda de M. Pereira, para quem essa
constatação verifica-se pela grande procura de cursos, palestras e
produtos sobre este sistema informatizado, que foi criado pelo
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) em
parceria com a Receita Federal do Brasil (RFB) para registrar, a partir
de agora, as transações de compra e venda de serviços e intangíveis no
exterior, independentemente da contratação de câmbio, do meio de
pagamento ou um contrato formal. Segundo
Vanessa, o novo programa alcança pessoas físicas e jurídicas,
excetuando-se desta obrigação as empresas que optam pelo Simples
Nacional, os Microempreendedores Individuais (MEIs) e as pessoas físicas
que gastaram com serviços no exterior até US$ 20 mil por mês. Ela
acrescenta que, além de ser totalmente nova, esta obrigação possui alto
nível de detalhamento de informações considerando as operações
praticadas, que são prestadas em dois módulos: Venda e Aquisição. No
Módulo Venda, são indicadas as operações em que o residente ou
domiciliado no Brasil fornece serviços ou intangíveis ao exterior. "Por
exemplo, a empresa "A" domiciliada no Brasil é contratada por empresa
do exterior para prestar serviço mediante movimentação temporária de
profissionais.No Módulo Aquisição, são indicadas as operações em que o
residente ou domiciliado no Brasil adquire serviços ou intangíveis do
exterior. Por este motivo, as empresas
precisam estruturar a comunicação interna de suas áreas para que as
informações necessárias ao preenchimento do Siscoserv estejam com o
responsável pela sua apresentação, dentro dos prazos fixados na legislação", afirmou a tributarista. E qual área deve ser responsável por sua apresentação? "Esta
é uma decisão interna da empresa, que deve verificar qual setor
consegue consolidar melhor as informações sobre as operações praticadas
com o exterior. Considerando que as primeiras apresentações começam em
janeiro de 2013, os obrigados ao Siscoserv precisam se preparar
rapidamente", respondeu Vanessa.
A
secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Tatiana Lacerda Prazeres,
reuniu-se (foto) nesta segunda-feira (21/1) com o embaixador do
Paquistão no Brasil, Nasrullah Khan, que manifestou interesse em atrair
investidores brasileiros para as áreas de tecnologia da informação,
comunicações e energia.Em março deste ano, o ministro de
Comércio do Paquistão, Makhdoom Amin Fahim, virá ao Brasil acompanhado
de uma comitiva de empresários paquistaneses dispostos a realizar
parcerias comerciais entre os dois países. “O Paquistão tem a sétima maior
população mundial, representando hoje um mercado com grande potencial de
desenvolvimento, e as parcerias comerciais com o Brasil podem ser muito
proveitosas”, avaliou a secretária durante o encontro.Intercâmbio ComercialEm 2012, as exportações brasileiras
para o Paquistão somaram US$ 192,88 milhões, com crescimento de 8,7% na
comparação com o ano anterior. O desempenho foi melhor que o registrado pelo Brasil nas suas vendas totais no ano, que tiveram queda de 5,3%. As compras brasileiras do Paquistão
somaram, em 2012, US$ 92 milhões, com aumento de 15,7% em relação a
2011. Com isso, o saldo comercial foi positivo para o Brasil em US$ 100
milhões no ano passado.Os principais produtos brasileiros
exportados para o mercado paquistanês, em 2012, foram: algodão em bruto
(US$ 113 milhões, representando, 58,9% do total); polímeros de etileno
(US$ 12 milhões, 6,4%); bombas, compressores e ventiladores e partes
(US$ 11 milhões, 5,8%); desperdícios e resíduos de ferro e aço (US$ 9
milhões, 4,7%); e papel e cartão (US$ 6 milhões, 3,6%).Já os principais bens adquiridos pelo
Brasil do Paquistão foram: tecidos de algodão (US$ 23 milhões,
representando 25,6% do total); brinquedos, jogos e artigos para diversão
(US$ 9 milhões, 10,5%); instrumentos e aparelhos médicos (US$ 6
milhões, 7,5%); sucos e extratos vegetais e matérias pécticas (US$ 4
milhões, 5,2%): e sobretudos e casacos (US$ 4 milhões, 5,2%).
Programa do governo traz pesquisadores estrangeiros ao Brasil.
Diante da falta de mão de obra especializada no país, o governo está
investindo na atração de lideranças científicas internacionais e na
busca por “cérebros” no exterior –brasileiros que concluíram doutorado
ou pós-doutorado em instituições estrangeiras e não retornaram ao país.
Por meio do programa Ciência sem Fronteiras, 597 especialistas já
foram selecionados para desenvolver pesquisas em solo nacional. A meta é
chegar a 1.250 até 2015.
Duas modalidades do programa, lançado no final de 2011, estão focados
nessa tarefa: a bolsa para “atração de jovens talentos” e a de
“pesquisador visitante especial”.
As áreas prioritárias são as mesmas da escolha de alunos de graduação
para intercâmbio: engenharias, ciências exatas e da saúde, biologia,
tecnologias e indústria criativa.
“Eu espero que haja uma imigração grande para o nosso país. Não para
competir, mas para criar junto com os nossos”, afirma Helena Nader,
presidente da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência).
O movimento já traz resultados. Na Faculdade de Medicina da USP, uma
bióloga cubana está envolvida na construção de um laboratório para
estudo da sinusite.
Outra pesquisadora, brasileira, desenvolveu uma fórmula para o
tratamento de infecção na córnea e já pediu a patente da descoberta.
Os cientistas recebem uma bolsa mensal de R$ 7 mil ou R$ 14 mil, além
de auxílio anual para desenvolvimento da pesquisa. Até agora, R$ 155
milhões já foram comprometidos com a ideia.
A remuneração dos bolsistas contrasta com a feita aos pesquisadores
com bolsas da Capes e CNPq, agências de fomento no Brasil. Uma bolsa
para alunos de pós-doutorado da Capes é de R$ 3.700, pouco mais da
metade da remuneração de jovens inscritos no Ciência sem Fronteiras.
“O governo brasileiro precisa acabar com a ideia de que ser
pesquisador é hobby. Esse valor não é um auxílio”, pondera Ariana
Serrano, 36 anos, selecionada pelo programa federal.
Com graduação e mestrado em engenharia elétrica na USP, Ariana
retornou ao Brasil no ano passado após fazer pós-doutorado na
universidade de Grenoble, na França.
A italiana Noemi Spagnoletti concluiu doutorado há três anos no Piauí
sobre macacos-prego e voltou ao país para pesquisa sobre a relação
desses animais com moradores da região.
O projeto começou ano passado, com auxílio da bolsa do Ciência sem Fronteiras.
A maioria dos bolsistas vêm da Europa. É lá que está o polo mais
importante de estudo sobre causas da sinusite, segundo o professor de
medicina da USP, Richard Voegels.
Com auxílio da bióloga Claudina Novo, da Universidade de Ghent, na
Bélgica, a faculdade planeja construir um laboratório para estudo das
causas da sinusite.
De acordo com uma simulação
feita pela Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de
Confecção), se for a aprovado, o novo regime poderá aumentar em 69% a
produção física do setor
Redação, Administradores.com,
O presidente da Abit (Associação Brasileira da Indústria
Têxtil e de Confecção), Aguinaldo Diniz Filho, apresentou nesta segunda-feira
(21), durante coletiva de imprensa, uma simulação da proposta de Regime
Tributário Competitivo para a Confecção, o RTCC, que visa desonerar,
simplificar e desburocratizar a carga tributária que incide sobre as
confecções. O estudo, que será concluído e entregue ao governo federal em
março, se aplicado, poderia aumentar em 69% a produção física e gerar cerca de
300 mil novas vagas de emprego no setor, até 2025, em todo o Brasil, segundo a
entidade.
“O setor têxtil e de confecção brasileiro tem enfrentado
inúmeras dificuldades, mas não podemos nos intimidar. É preciso olhar para
frente e vislumbrar as oportunidades. E é justamente este o nosso objetivo com
o RTCC, resgatar a competitividade do segmento, pois não há país forte sem uma
indústria de transformação forte”, afirmou Diniz Filho.
Na ocasião, o presidente da Abit também apresentou um
balanço de 2012 e as estratégias da entidade para este ano.
Dentre os resultados de 2012 estão:
- Produção: queda de 4,6% na de produtos têxteis e de 10,5%
na dos confeccionados, de janeiro a novembro, em comparação a igual período de
2011
- Empregos: estimativa de redução do pessoal ocupado em mais
de 130 mil postos de trabalho, segundo o IBGE, que mede empregos diretos
e indiretos
- Balança comercial: déficit de US$ 5,3 bilhões e estimativa
de chegar a US$ 5,8 bilhões de déficit neste 2013 se as condições continuarem
as mesmas
- Investimentos: US$ 2,2 bilhões
Na agenda do setor, os focos de atuação em 2013 são:
- Salvaguarda para vestuário
- Pleitear Regime Tributário Competitivo para Confecção
Brasil pode investir em diversas áreas, como tecnologia, exploração espacial e infraestrutura
Redação Administradores, KPMG Business Magazine
A China continua a ter na Europa o principal mercado consumidor para
os seus produtos. Mesmo assim, conforme a União Europeia consegue
soluções adequadas para equilibrar as contas mais comprometidas da zona
do euro, a China sente o efeito das exportações em declínio. Em seus
esforços para amenizar o impacto da crise europeia e estimular o
crescimento orgânico, o governo chinês tem apresentado novas orientações
e expectativas.
Os objetivos da China estão mais focados em desenvolver o consumo
doméstico e tornar-se menos dependente das exportações líquidas.
Em entrevista concedida à revista KPMG Business Magazine 26, Peter
Fung, líder global da Prática Chinesa da KPMG, analisa as orientações do
novo governo chinês. Ele também explica como o Brasil pode aproveitar
as oportunidades resultantes dessas mudanças.
Business Magazine - De que forma a crise dos países da zona do euro tem afetado a China?
Peter Fung - O impacto é visível principalmente nas
exportações líquidas e no volume de investimentos estrangeiros diretos
(IED) na China. Nas três últimas décadas, o IED na China cresceu
exponencialmente, atingindo o ponto máximo de US$ 116 bilhões em grande
parte provenientes da Europa. Com a crise, os investimentos estrangeiros
diretos na China caíram para US$ 83,4 bilhões no terceiro trimestre de
2012. Ou 3,8% em relação aos US$ 86,7 bilhões de igual período de 2011. A
participação europeia nesse montante caiu 6,3%.
Outro impacto foi sentido nas exportações líquidas. A China ainda é
líder em produção e exportação, principalmente para a Europa. Contudo,
diversos países compradores cortaram seus gastos com importações
chinesas. Com isso, as exportações líquidas da China foram severamente
impactadas. No terceiro trimestre de 2012, as vendas chinesas para a
União Europeia caíram 17%, passando de US$ 108,2 bilhões para US$ 89,9
bilhões, em comparação com o mesmo período do ano passado.
BM - De que forma a China tenta reverter essa situação?
PF - Para a China, a reforma econômica significa
mudar a partir de dentro do país. A estrutura que dita como a China
cresce e de onde é obtido o crescimento irá conduzir, no final, a uma
maior sustentabilidade econômica. O mercado consumidor terá a função
mais importante no direcionamento do desenvolvimento econômico chinês; o
desenvolvimento adicional da classe média chinesa é um aspecto
imperativo na direção da obtenção do crescimento sustentável de longo
prazo. O governo também enfatiza o aspecto de gastar relativamente menos
em investimentos de larga escala. Já com relação a importações de
commodities, como o minério de ferro do Brasil, os gastos devem crescer a
um ritmo menor. Entretanto, uma economia chinesa mais equilibrada e
mais saudável será capaz de garantir maior sustentabilidade no longo
prazo.
BM - Como essa reforma poderá impactar a relação comercial da China com o Brasil?
PF - Em curto prazo, o governo chinês irá
assumir uma postura mais baseada em incentivos. Espera-se que mais
projetos de investimentos em infraestrutura e indústrias pesadas serão
aprovados para apoiar o crescimento econômico. Os fornecedores
brasileiros de commodities provavelmente serão beneficiados por essa
política.
A China vai realizar, ainda, uma reforma na distribuição de renda,
com eixo no aumento dos salários, o que também deverá elevar o poder de
compra, bem como as importações. Com o aumento da renda, a população
chinesa poderá viajar mais. E, provavelmente, o Brasil será um dos
destinos mais procurados pelos turistas chineses, principalmente tendo
em vista a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
Os produtos manufaturados brasileiros poderão também se tornar uma parte relevante das exportações para a China.
BM - Quais mudanças prováveis veremos no comércio entre os dois países?
PF - O comércio bilateral continuará centrado na
forte demanda da China por commodities. O Brasil é um poderoso
fornecedor de commodities e a China é um dos maiores consumidores
mundiais. A China tem sido a maior parceira comercial do Brasil e também
o principal destino para suas exportações. Embora a
economia chinesa tenha dado sinais moderados de desaceleração, a demanda
crescente por commodities será sustentada devido à grande população e
às políticas de estímulo ao consumo. Consequentemente, é correto assumir
que o Brasil continuará sendo um fornecedor-chave para a China. E que o
país manterá o seu excedente comercial atual com a China.
BM - Qual é a sua análise sobre o fluxo de investimentos entre ambos os países?
PF - A China e o Brasil, certamente, não
estiveram imunes à desaceleração econômica global causada pela crise da
dívida europeia, mas a crise também criou oportunidades de negócio. A
China é autossuficiente em capital e tem grande demanda por energia,
minerais e commodities. O Brasil é rico nesses recursos e tem grande
demanda por capital para apoiar seu desenvolvimento.
Assim, o Brasil tem aproveitado os fluxos de investimentos
razoavelmente grandes da China, que também tem aproveitado os crescentes
recursos naturais do Brasil. Em 2011, os investimentos diretos da China
responderam por 7% do IED total no Brasil, enquanto a China recebeu
menos de 1% do investimento total do Brasil no exterior.
Consequentemente, é correto assumir que ambos os países podem
beneficiar o investimento e o comércio estrangeiros. E que as
oportunidades de investimento de capital continuarão a propiciar
vantagens distintas para o desenvolvimento de ambos os países.
BM - Quais foram as oportunidades criadas até aqui?
PF - Por exemplo, o Brasil adotou medidas para
estimular o investimento em infraestrutura, assim como em compras
governamentais para combater a desaceleração econômica. As empresas
chinesas podem levar recursos, tecnologia e experiência para o Brasil,
principalmente para a construção de rodovias, ferrovias, portos e
aeroportos.
Os planos para as compras governamentais brasileiras darão prioridade
a produtos fabricados localmente, o que, por sua vez, fará com que as
empresas chinesas acelerem os seus investimentos no país para a
construção de plantas industriais.
A China, por sua vez, busca garantir o suprimento de energia e
recursos naturais. Setores como os de metais e minérios, petróleo e gás
natural, produtos agrícolas, florestais e de papel são áreas de
investimentos atraentes para a China. O forte mercado de consumo do
Brasil também apresenta um imenso potencial para as empresas chinesas,
em diversos segmentos, como a indústria automotiva e de autopeças,
eletrodomésticos, aparelhos celulares, smartphones e serviços de banda
larga.
As empresas chinesas também mantêm um grande interesse no setor de
infraestrutura brasileira, que exibe um forte crescimento. Essas áreas
incluem redes de transmissão de energia, equipamentos e máquinas
industriais, além da engenharia civil.
BM - E quais as oportunidades para os brasileiros que desejam investir na China?
PF - As áreas promissoras para o capital
brasileiro são as de biocombustíveis, energias renováveis, indústria
aérea e aviação. O plano de cooperação de dez anos assinado entre o
Brasil e China, em 2012, no Rio de Janeiro, identifica áreas-chave de
cooperação que incluem alta tecnologia, exploração espacial, mineração,
infraestrutura e transportes. Os empresários brasileiros também podem
investir nas áreas de interesse do Plano Quinquenal da China, que inclui
agricultura, nanotecnologia, biotecnologia, tecnologia da informação
e comunicação, indústria cultural criativa, engenharia oceânica,
petróleo e gás natural e novas fontes de energia (especialmente recursos
renováveis).
BM - Qual é o melhor modelo de negócio para cada setor?
PF - Em 2010, entre todos os tipos de IED na
China, mais de 76% dos investimentos se destinaram ao estabelecimento de
empresas de capital 100% estrangeiro e 21% foram para joint ventures
com companhias chinesas. Os investimentos brasileiros focaram,
principalmente, em agricultura, fabricação e recursos naturais. Os
investimentos na área de recursos naturais adotaram, normalmente, um
modelo de cooperativa nos três estágios relacionados à exploração, ao
desenvolvimento, e à produção.
Na agricultura, há normalmente três modelos principais de operações
usados por empresas estrangeiras: joint venture, equivalência dejoint
venture, que é uma forma diferente de associação com parceiros locais, e
empresa de capital 100% estrangeiro.
Em áreas de alta tecnologia, como nanotecnologia e biotecnologia, as
empresas brasileiras, em cooperação com companhias chinesas, podem
escolher cofinanciar centros de pesquisa e desenvolvimento, bem como
centros de aprendizado contínuo para acordos de cooperação tecnológica
de longo prazo e um intercâmbio de experiências.