quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Improviso e tema


6 de fevereiro de 2013
Autor: Alexandre Schwartsman
  
Alexandre Schwartsman 
 
Se restava ainda alguma dúvida acerca do grau de improviso que tem marcado a condução da política econômica nos últimos anos, a confusão da semana passada deve tê-la dissipado em definitivo. O que talvez não seja tão claro é o motivo da gambiarra.

Não é segredo que a evolução da inflação tem sido pior do que o BC parecia imaginar há pouco. Apenas no primeiro trimestre, apesar do adiamento dos reajustes de transportes coletivos e da redução mais forte dos preços de energia, a inflação deve superar em cerca de meio ponto percentual as previsões do BC feitas em dezembro, um padrão que provavelmente se repetirá ao longo do ano.

Ainda que não tenha explicitado esta preocupação na sua ata mais recente, parece claro que o BC (finalmente) compreendeu as dificuldades, o que talvez explique a ausência de qualquer menção à convergência (linear ou “não linear”) da inflação à meta. Ao mesmo tempo, porém, se aferra à estratégia de manter as condições monetárias inalteradas “por um período de tempo suficientemente prolongado”, afastando a possibilidade de voltar a subir taxas de juros possivelmente até o final de 2013, senão mais adiante.

A percepção de que o BC abdicou do instrumento monetário, enquanto exprime certo desconforto com a inflação, levou o mercado a se perguntar que ferramenta ainda poderia ser usada.
Inflação alta e crescimento são resultado de um política deliberada, fruto da mistura de voluntarismo e ignorância 

A resposta veio pouco depois, quando o BC antecipou a rolagem de suas vendas de dólares no mercado futuro, sinalizando a intenção de trazer a taxa de câmbio para baixo do piso informal de R$ 2,00 por dólar que vigorou na maior parte do ano passado. O real mais forte poderia baratear tanto as importações quanto os preços domésticos dos produtos exportados. Curiosamente, houve até menção a fontes da Fazenda sugerindo que isto auxiliaria o investimento, depois de anos alardeando o contrário.

Se tal estratégia existiu (ou existe), foi vítima imediata de “fogo amigo”, manifesto na entrevista do ministro da Fazenda, que afirmou com todas as letras: “não permitiremos uma valorização especulativa do real e isso veio para ficar”. Ato contínuo, reafirmou seu compromisso com o câmbio flutuante, obviamente desde que nos limites que considera apropriados, um oxímoro em construção.

Raras vezes se viu tamanha descoordenação entre partes do governo, mesmo num que não prima pela unidade de propósito. Mais do que acidente de percurso, porém, acredito que o episódio ilustra muito bem as inconsistências no arranjo atual de política econômica.

Não faltam objetivos: o governo quer crescimento alto, inflação baixa, câmbio desvalorizado e uma Selic reduzida. Não há maiores dificuldades quanto ao último objetivo, dado que se trata de variável controlada pelo BC, assim como, em certa medida, pode sê-lo o câmbio. Faltam, porém, instrumentos.

Assim, ao fixar a taxa de juros o governo abre mão do instrumento que deveria ser usado para controlar a inflação. Daí a tentação de usar o câmbio para este fim, colidindo com a meta do dólar caro. Na impossibilidade de usar, de forma torta, o fortalecimento do real para este fim, sobra a possibilidade de atuar diretamente sobre preços, no caso através de desoneração tributária e/ou subsídios, os quais contribuem para erodir o desempenho (já nada brilhante) das contas públicas, obrigando a tentativas cada vez mais complexas de tapar o sol com peneiras contábeis, quando não sacrificando a geração de caixa e a capacidade de inversão das empresas estatais.

O improviso é, pois, decorrência direta do abandono de uma estrutura que combinava objetivos e instrumentos em favor de uma condução discricionária que, em nome de metas conflitantes, nos tem levado a situações como a vivida na semana passada.
Já inflação alta e crescimento baixo não se improvisam; são resultados de uma política deliberada, fruto da mistura ingrata de voluntarismo e ignorância.

Fonte: A Mão Invisível

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Ministério seleciona exportadores para a Alimentaria & Horexpo 2013, em Portugal


 

 
 
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), seleciona expositores para a 10ª edição da Alimentaria & Horexpo 2013. A feira que ocorre de 14 a 17 de abril, no AIP-FCE - Feiras Congressos e Eventos, em Lisboa, Portugal, é a única de alimentos e bebidas na União Europeia promovida pelo Mapa em 2013. Para se candidatar a uma vaga, a empresa deve se inscrever online até 22 de fevereiro. As inscrições são gratuitas. O evento, realizado a cada dois anos, é uma oportunidade para os empresários apresentarem seus produtos para o mercado europeu de alimentos e bebidas. O perfil de visitantes inclui distribuidores, varejistas, atacadistas, brokers, importadores, exportadores, profissionais de serviços de alimentação, tais como hotéis, restaurantes e buffets, além de compradores de ingredientes. A compra do espaço na feira, a montagem do estande e a confecção do catálogo oficial serão de responsabilidade do Ministério da Agricultura, em parceria com o Ministério das Relações Exteriores. Às empresas expositoras caberão os custos inerentes ao envio de amostras e de seus representantes, tais como deslocamento, visto consular, hospedagem, alimentação e quaisquer outros gastos pessoais de seus representantes. Em 2011, a União Europeia foi o principal parceiro do agronegócio brasileiro, com US$ 22,4 bilhões em importações ou 23,4% dos US$ 95,8 bilhões exportados pelo País.

 
Clique aqui para se inscrever.


Petrobras terá um 2013 mais difícil que 2012, diz Graça Foster


  • Presidente da estatal prevê queda na produção e diz que reajuste dos combustíveis ainda não foi suficiente
Ramona Ordoñez 
Bruno Rosa 
Publicado:
Atualizado:

Segundo Graças Foster, apesar de reajuste, defasagem dos preços dos combustíveis continua em relação ao mercado externo
Foto: André Coelho/18-09-12
Segundo Graças Foster, apesar de reajuste, defasagem dos preços dos combustíveis continua em relação ao mercado externo André Coelho/18-09-12
RIO - A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, reconheceu que a Petrobras vai ter um 2013 difícil. Segundo ela, além dos reajustes dos preços de combustíveis ainda não terem sido suficientes para recuperar as perdas com a defasagem internacional, a produção de petróleo terá queda neste ano. A estatal também não incluiu projetos novos entre os investimentos previstos. No mercado acionário, as ações despencavam.

— Será um ano mais difícil que 2012, que já foi extremamente difícil. É um desafio muito grande. Não vamos abrir mão das necessárias manutenções das plataformas — disse.

A presidente da estatal afirmou ainda que a empresa vai manter o mesmo patamar de produção em 2013, com a variação de 2% para cima e para baixo.

— Se vocês me perguntarem, eu diria que é 2% negativo. Não tem condição de fazer produção adicional porque não tem condição física para isso. A produção só cresce no segundo semestre.

A presidente da Petrobras disse ainda que os reajustes nos preços de gasolina e diesel ainda não foram suficientes para eliminar a diferença entre o mercado interno e externo em apresentação. Segundo Graça, o diesel registrou reajuste de 16% e a gasolina, de 14,9%. De acordo com a Petrobras, a diferença dos preços dos derivados no Brasil e no exterior é de 17%.

— Os reajustes não foram suficientes para eliminar a diferença entre os preços. Esses repasses trarão melhoria no caixa, mas não o suficiente para recompor essa diferença.
A área de abastecimento, com a alta de 102% das importações de gasolina e de 16% do diesel em 2012, registrou perdas de R$ 22,9 bilhões em 2012.

Segundo a presidente da estatal, Graça lembrou ainda que a estatal perdeu R$ 7 bilhões em poços secos em 2012. Para 2013, a previsão é de R$ 6 bilhões.

A executiva disse ainda que o pré-sal respondeu por 10,5% da produção da estatal em dezembro, com 231 mil barris por dia. Ao todo, a companhia produziu 2,032 milhões e barris por dia. No ano passado, o pré-sal respondeu por 7% do total.

Com o programa de eficiência em Campos, Graça lembrou que conseguiu recuperar 25 mil barris por dia entre abril e dezembro do ano passado.

Em conferência com analistas, Graça afirmou ainda que a demanda de gás no Brasil foi acima do esperado no quarto trimestre.

A estatal teve um lucro de R$ 20,1 bilhões no ano passado, o que representou uma queda de 36% em relação ao ano anterior. O resultado que, apesar de significativo, é o menor dos últimos oito anos, se deveu principalmente à defasagem dos preços dos combustíveis, à forte alta das importações principalmente de gasolina, à queda de 2% na produção de petróleo, a grande número de poços secos ou não econômicos e à forte valorização do dólar frente o real.

Graça pontuou ainda que a empresa vai buscar convergência de preços, essencial para a companhia atingir seus objetivos, defendeu Graça.

Termelétricas consumiram mais gás que indústria

A companhia informou ainda que, no quarto trimestre do ano passado, as termelétricas consumiram mais gás que o o setor industrial. As térmicas demandaram 38,6 milhões de metros cúbicos por dia, contra 38,3 milhões de metros cúbicos por dia.

— Do terceiro trimestre para o quarto trimestre, a demanda das térmicas mais que dobrou — disse a presidente da Petrobras.
Já entre o terceiro e quatro trimestre de 2012, a demanda da indústria por gás caiu 5%.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Indústria de defesa explora apenas 10% do seu potencial para exportação



 
 
Sami Hassuani (foto), presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde), diz que as vendas externas representam apenas 10% do potencial do setor. 
Para que as vendas ao exterior cresçam, Hassuani afirmou que a Abimde irá trabalhar em parceria com os ministérios para colocar em prática projetos já existentes e, então, vender para outros países. Youssef disse que a indústria brasileira só exporta 10% do seu potencial, mas observou que o Brasil tem atraído outros países interessados em conhecer sua Estratégia Nacional de Defesa.

“É fundamental exportar, mas antes disso existe outra tarefa, que é ter um produto de primeira linha. No setor de defesa, os países só compram um produto se ele for muito bom e se for usado pelas Forças do seu país de origem. As nossas exportações hoje são 10% do que poderiam ser. Temos margem para crescer muito”, afirmou.

Hassuani disse que uma das suas prioridades à frente da Abimde será trabalhar em parceria com ministérios como os da Justiça, Fazenda e Planejamento para que projetos que já existem sejam colocados em práticas ou ampliados.

O setor prevê que o governo brasileiro irá investir US$ 100 bilhões nos próximos 20 anos em programas como o Sistema de Vigilância de Fronteiras (Sisfron), o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (Sisgaaz), o Programa de Aquisição de Navios de Superfície (Prosuper) e o FX-2, de compra de caças para a Força Aérea.

“Vamos buscar apoio para que os recursos sejam disponibilizados e para isso, vamos buscar os ministérios. Não pode haver descontinuidade [de projetos] porque, desta forma, perde-se riqueza”, afirmou Hassuani.
Ele pretende enviar aos ministérios da Defesa e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior um levantamento que está sendo feito com a Base Industrial de Defesa (BID) sobre quais são as dificuldades enfrentadas pelo setor.

As projeções da Abimde indicam que, se o orçamento previsto para o período até 2020 for executado, as exportações possam dobrar e chegar a US$ 4 bilhões.
Atualmente, o país importa US$ 2 bilhões e exporta outros US$ 2 bilhões, segundo a entidade. Com isso, a quantidade de postos de trabalho pode crescer dos atuais 30 mil para 48 mil.

O novo presidente da Abimde disse que a participação de empresas brasileiras em feiras no exterior deverá crescer nos próximos anos.
Atualmente, o País envia representantes para cinco feirar por ano.

As exportações podem estar aquém de seu potencial, mas o Brasil não deixa de atrair interesse nesta área. Hassuani disse que o País tem recebido nos últimos anos visitas de militares estrangeiros interessados em conhecer melhor os projetos nacionais.
Estes visitantes vêm, principalmente, de nações asiáticas.

De acordo com Hassuani, há oportunidades para o setor no mercado doméstico porque o Brasil vai realizar a Copa das Confederações neste ano, a Copa do Mundo em 2014 e o Rio de Janeiro será sede dos Jogos Olímpicos em 2016.
Estes eventos vão precisar de equipamentos como veículos blindados, aparelhos de análise de agentes químicos e defesa antiaérea.
“Isso pode chegar a bilhões de reais”, disse.

Neto de sírios e libaneses, Hassuani é também presidente da Avibras, que fabrica veículos blindados, explosivos, mísseis, foguetes guiados e veículos aéreos não tripulados (Vants).
Fonte: Anba

Petrobras lucra R$ 21,182 bilhões em 2012, com queda de 36%

Balanço | 04/02/2013 19:42

Geração de caixa e produção física também recuaram em relação a 2011

Divulgação/Petrobras
Plataforma de petróleo da Petrobras
Plataforma da Petrobras: desempenho inferior ao do ano retrasado


São Paulo – A Petrobras encerrou 2012 com queda de 36% em seu lucro líquido consolidado, para 21,182 bilhões de reais. A companhia também apresentou geração de caixa ajustada, medida pelo ebitda, de 53,439 bilhões de reais – uma queda de 14% sobre 2011.

A queda nos resultados ocorreu apesar do aumento de 15% na receita com vendas, que totalizou 281,379 bilhões de reais. O balanço mostrou que a produção física recuou 1%, de 2,622 milhões de barris diários de petróleo, para 2,598 milhões de barris.

Somente no quarto trimestre, o lucro líquido ficou em 7,747 bilhões de reais, 53% maior que os 5,049 bilhões registrados no mesmo período do ano passado. A cifra veio acima do consenso estimado pela agência de notícias Bloomberg, que projetava 5,846 bilhões, após consultar vários analistas.

Já para o lucro líquido do ano, o resultado apresentado pode dividir os analistas, já que as estimativas oscilavam de projeções moderadas, como os 17,7 bilhões de reais do Deutsche Bank, até estimativas mais otimistas, como os 30 bilhões calculados pelo Bank of America.

Falta de imigrantes pode prejudicar economia alemã


O país precisa atrair enfermeiras, eletricistas e técnicos da área de tecnologia da informação para continuar crescendo

Getty Images
entrevista de emprego

Entrevista de emprego: empregadores alemãs são resistentes em contratar estrangeiros
Nova York - A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) afirmou nesta segunda-feira que o crescimento econômico da Alemanha pode ser prejudicado se o país não conseguir atrair mais imigrantes para preencher postos de trabalho.

Segundo a instituição, embora países como Espanha e Grécia registrem taxas de desemprego de quase 25%, a Alemanha não tem conseguido atrair um número suficiente de trabalhadores qualificados e semiqualificados. A língua alemã é considerada muito difícil e existe a falsa sensação de que os obstáculos administrativos são elevados.

Segundo o relatório divulgado pela OCDE, se a Alemanha não introduzir uma política de imigração bem-sucedida para trabalhadores como enfermeiras, eletricistas e técnicos da área de tecnologia da informação, isso terá "um impacto muito negativo, não somente no crescimento potencial, mas também no crescimento econômico real". Segundo o vice-secretário-geral da OCDE, Yves Leterme, o problema da Alemanha não é uma política de imigração muito severa. Para ele, o país é um dos membros da OCDE com menos burocracia e sem limite numérico para os imigrantes.

O problema é a resistência dos empregadores em contratar estrangeiros e a dificuldade da língua alemã. Segundo a OCDE, cada vez menos pessoas estão aprendendo alemão na União Europeia e menos instituições estão oferecendo cursos sobre a língua. Mas as autoridades alemãs estão trabalhando para contornar essas dificuldades, recrutando estudantes estrangeiros nas universidades locais e tentando preencher milhares de vagas de aprendizes em empresas, escolas técnicas e câmaras de comércio.

Segundo Leterme, o número de imigrantes do sul da Europa na Alemanha está crescendo, "mas esse volume ainda é pequeno quando comparado com os imigrantes da Europa Central". Enquanto o número de imigrantes de países como Portugal, Grécia, Itália e Espanha cresceu 7,6% no ano passado, o volume de imigrantes de países como República Checa, Estônia, Letônia, Lituânia, Hungria, Polônia, Eslovênia e Eslováquia saltou 29%.

"A economia europeia realmente precisa de mais mobilidade profissional. A economia dos EUA, por exemplo, é resistente a crises devido à imigração em uma base muito permanente, o que alimenta o mercado de trabalho e a economia", diz o vice-secretário da OCDE. As informações são da Dow Jones.

México ameça desbancar o Brasil

BrasilMéxicoAcordoAutomotivo
ComexLinks | @comexblog
 
Em grave crise de segurança pública, o México há tempos deixou de frequentar o noticiário econômico. Passada a euforia do início da década de 90, no período de Carlos Salinas de Gortari – depois, abatido politicamente por várias denúncias de corrupção -, o país entrou num ciclo de incertezas, amplificadas por mais uma grave crise financeira.
 
O fortalecimento da China atraiu linhas de montagens que o Nafta havia levado para a fronteira mexicana com os Estados Unidos, e o país estacionou, enquanto o Brasil, impulsionado pela estabilização econômica do Real, ganhou grande força.
 
Agora, por uma trapaça das conjunturas históricas dos dois países, as situações se invertem: o México renasce – apesar dos problemas de segurança – e o Brasil rateia no esgotamento dos efeitos positivos das reformas da Era FH e não consegue criar condições para outro salto.
 
O elemento catalizador desta nova fase mexicana tem sido o recém-empossado presidente, o jovem Peña Nieto, de 46 anos, eleito pelo velho PRI, mas com uma agenda animadora de governo, por reformista. E assumiu com grande trunfo: um documento, “Pacto pelo México”, com as reformas, assinado também pelos partidos de oposição. É como se fosse FH em 1995, sem um PT para mover-lhe dura oposição. O entendimento se reflete na composição da equipe de governo, em que há representantes de várias correntes.
 
Estão na mira de Nieto mudanças para dar flexibilidade à economia: o fim de monopólios, como o das telecomunicações e energia, revitalização da Pemex (a petroleira estatal), inspirada no que foi feito com a Petrobras (pré-PT); reforma tributária, na Educação, etc.
Ajuda o plano de governo de Peña Nieto o fato de a economia do México já se encontrar em boa fase. Somada ao mau momento da economia brasileira, esta circunstância chama ainda mais a atenção dos investidores para o país.
 
Os números mexicanos são de causar inveja a brasileiros: a economia cresceu algo na faixa dos 4% no ano passado – o dobro da média verificada na última década -, com uma inflação também no nível dos 4%. Para comparar: o Brasil sai de 2012 com um “pibinho” no nível de 1% de expansão, uma inflação já próxima dos 6% e lépida.
 
Mesmo com juros de 4,5% (7,25% no Brasil), o mercado financeiro do México, segundo o “Financial Times”, atraiu, nos primeiros nove meses de 2012, US$ 57 bilhões, mais que cinco vezes o fluxo para o Brasil. (O Brasil, registre-se, procurou afastar este dinheiro, devido ao câmbio, mas não deixa de ser um dado para análise).
 
O jornal inglês chama o México de um “Tigre Asteca” que sai “da sombra do Brasil”. A considerar que o governo brasileiro tem assustado os investidores com ações intervencionistas e se aliado no continente a bolivarianos chavistas, enquanto o México se junta, além dos EUA, ao Chile, à Colômbia e ao Peru, para abrir-se ainda mais ao exterior, a diferença entre os dois países tende a ficar mais nítida. Em prejuízo do Brasil.
 
O Globo