“É
fundamental exportar, mas antes disso existe outra tarefa, que é ter um
produto de primeira linha. No setor de defesa, os países só compram um
produto se ele for muito bom e se for usado pelas Forças do seu país de
origem. As nossas exportações hoje são 10% do que poderiam ser. Temos
margem para crescer muito”, afirmou.
Hassuani
disse que uma das suas prioridades à frente da Abimde será trabalhar em
parceria com ministérios como os da Justiça, Fazenda e Planejamento
para que projetos que já existem sejam colocados em práticas ou
ampliados.
O setor prevê
que o governo brasileiro irá investir US$ 100 bilhões nos próximos 20
anos em programas como o Sistema de Vigilância de Fronteiras (Sisfron), o
Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (Sisgaaz), o Programa de
Aquisição de Navios de Superfície (Prosuper) e o FX-2, de compra de
caças para a Força Aérea.
“Vamos
buscar apoio para que os recursos sejam disponibilizados e para isso,
vamos buscar os ministérios. Não pode haver descontinuidade [de
projetos] porque, desta forma, perde-se riqueza”, afirmou Hassuani.
Ele pretende
enviar aos ministérios da Defesa e do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior um levantamento que está sendo feito com a Base
Industrial de Defesa (BID) sobre quais são as dificuldades enfrentadas
pelo setor.
As projeções
da Abimde indicam que, se o orçamento previsto para o período até 2020
for executado, as exportações possam dobrar e chegar a US$ 4 bilhões.
Atualmente, o
país importa US$ 2 bilhões e exporta outros US$ 2 bilhões, segundo a
entidade. Com isso, a quantidade de postos de trabalho pode crescer dos
atuais 30 mil para 48 mil.
O
novo presidente da Abimde disse que a participação de empresas
brasileiras em feiras no exterior deverá crescer nos próximos anos.
Atualmente, o País envia representantes para cinco feirar por ano.
As
exportações podem estar aquém de seu potencial, mas o Brasil não deixa
de atrair interesse nesta área. Hassuani disse que o País tem recebido
nos últimos anos visitas de militares estrangeiros interessados em
conhecer melhor os projetos nacionais.
Estes visitantes vêm, principalmente, de nações asiáticas.
De
acordo com Hassuani, há oportunidades para o setor no mercado doméstico
porque o Brasil vai realizar a Copa das Confederações neste ano, a Copa
do Mundo em 2014 e o Rio de Janeiro será sede dos Jogos Olímpicos em
2016.
Estes
eventos vão precisar de equipamentos como veículos blindados, aparelhos
de análise de agentes químicos e defesa antiaérea.
“Isso pode chegar a bilhões de reais”, disse.
Neto
de sírios e libaneses, Hassuani é também presidente da Avibras, que
fabrica veículos blindados, explosivos, mísseis, foguetes guiados e
veículos aéreos não tripulados (Vants).
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