terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

O BRASIL TERÁ QUE DOBRAR INVESTIMENTOS DE LONGO PRAZO, DIZ RELATÓRIO


Por Assis Moreira | Valor



GENEBRA - O Brasil precisará praticamente dobrar os investimentos de longo prazo até 2020 para conseguir manter um crescimento mesmo modesto, sinaliza um estudo publicado nesta segunda-feira em Londres pelo chamado Grupo dos 30, que reúne presidentes e ex-presidentes de bancos centrais.

Segundo o levantamento, três grandes emergentes - Brasil, Índia e México - podem precisar levantar financiamentos de US$ 2,6 trilhões por ano para investimentos de longo prazo por volta de 2020, comparado a US$ 1,3 trilhão em 2010 (US$ 400 bilhões por ano no Brasil, US$ 600 bilhões no caso da Índia e US$ 300 bilhões no México).

A apresentação do relatório, realizada hoje em Londres, antecipa iniciativa do governo brasileiro de fazer seminários no exterior nas próximas semanas, na tentativa de atrair investidores de longo prazo para os projetos de infraestrutura.

Para o G-30, os financiamentos de longo prazo foram amplamente reduzidos pelas turbulências na economia global, que impuseram consolidação fiscal, desalavancagem (redução da divida) de bancos e nova regulação, que limita o crédito por parte do sistema financeiro.

O grupo defende com urgência uma reforma no sistema financeiro internacional  porque, do contrário, haverá forte queda no fluxo de financiamento para investimentos de longo prazo nos próximos anos.

O grupo 'encoraja' os governos a criarem novos instrumentos para reforçar as poupanças que podem ser direcionadas para investimentos em infraestrutura, educação, pesquisa e desenvolvimento, habitação e expansão de negócios,a fim de permitir pelo menos um crescimento econômico moderado no futuro.

No sentido de atrair capital para financiamento de longo prazo, o grupo dos 30 sugere maior uso de parceria publico-privada e a criação de instituições financeiras especificamente dedicadas a esse tipo de projeto.

“Esse fluxo de capital é essencial para economias emergentes captarem recursos suficientes de longo prazo para suas necessidades”, diz Guillermo Ortiz, ex-presidente do BC do México.
Os gastos com investimentos de longo prazo em nove grandes economias - Brasil, China, França, Alemanha, Índia, Japão, México, Reino Unido e Estados Unidos - totalizaram US$ 11,7 trilhões em 2010.

Agora, o G-20 estima que as necessidades desses países vão aumentar para US$ 18,8 trilhões por ano.
No caso da China, os investimentos de longo prazo passam de US$ 3 trilhões hoje para US$ 6,5 trilhões em 2020.

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