GENEBRA - O
Brasil precisará praticamente dobrar os investimentos de longo prazo
até 2020 para conseguir manter um crescimento mesmo modesto, sinaliza um
estudo publicado nesta segunda-feira em Londres pelo chamado Grupo dos
30, que reúne presidentes e ex-presidentes de bancos centrais.
Segundo o levantamento, três grandes emergentes - Brasil, Índia e
México - podem precisar levantar financiamentos de US$ 2,6 trilhões por
ano para investimentos de longo prazo por volta de 2020, comparado a US$
1,3 trilhão em 2010 (US$ 400 bilhões por ano no Brasil, US$ 600 bilhões
no caso da Índia e US$ 300 bilhões no México).
A apresentação do relatório, realizada hoje em Londres, antecipa
iniciativa do governo brasileiro de fazer seminários no exterior nas
próximas semanas, na tentativa de atrair investidores de longo prazo
para os projetos de infraestrutura.
Para o G-30, os financiamentos de longo prazo foram amplamente
reduzidos pelas turbulências na economia global, que impuseram
consolidação fiscal, desalavancagem (redução da divida) de bancos e nova
regulação, que limita o crédito por parte do sistema financeiro.
O grupo defende com urgência uma reforma no sistema financeiro
internacional porque, do contrário, haverá forte queda no fluxo de
financiamento para investimentos de longo prazo nos próximos anos.
O grupo 'encoraja' os governos a criarem novos instrumentos para
reforçar as poupanças que podem ser direcionadas para investimentos em
infraestrutura, educação, pesquisa e desenvolvimento, habitação e
expansão de negócios,a fim de permitir pelo menos um crescimento
econômico moderado no futuro.
No sentido de atrair capital para financiamento de longo prazo, o
grupo dos 30 sugere maior uso de parceria publico-privada e a criação de
instituições financeiras especificamente dedicadas a esse tipo de
projeto.
“Esse fluxo de capital é essencial para economias emergentes captarem
recursos suficientes de longo prazo para suas necessidades”, diz
Guillermo Ortiz, ex-presidente do BC do México.
Os gastos com investimentos de longo prazo em nove grandes economias -
Brasil, China, França, Alemanha, Índia, Japão, México, Reino Unido e
Estados Unidos - totalizaram US$ 11,7 trilhões em 2010.
Agora, o G-20 estima que as necessidades desses países vão aumentar para US$ 18,8 trilhões por ano.
No caso da China, os investimentos de longo prazo passam de US$ 3 trilhões hoje para US$ 6,5 trilhões em 2020.
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