O Senado Federal editou a Resolução nº 13, de 2012, unificando a
alíquota do ICMS nas operações interestaduais com: (i) bens e
mercadorias importados do exterior em 4%, (ii) com bens e mercadorias
importados do exterior que, após seu desembaraço aduaneiro tenham sido
submetidos a qualquer processo de transformação, beneficiamento,
montagem, acondicionamento, reacondicionamento, renovação ou
recondicionamento, que resultem em mercadorias ou bens com conteúdo de
importação superior a 40%.
Em vista do disposto na Resolução do Senado, o Confaz celebrou o
Ajuste Sinief de 19/11/2012, que entrará em vigor em 01/05/2013,
estabelecendo na sua cláusula sétima que o contribuinte industrializador
deverá: (i) informar na Nota Fiscal o valor da parcela importada do
exterior, e o conteúdo da importação expresso percentualmente; e (ii)
nas hipóteses que a mercadoria importada não sofreu processo de
industrialização, o contribuinte deverá informar na Nota Fiscal o valor
da importação.
Estas determinações do Ajuste Sinief causaram alvoroço entre os
contribuintes, que impetraram mandados de segurança objetivando afastar a
determinação de informar o valor da importação. De acordo com os
contribuintes estas obrigações colocam as empresas em situação delicada,
pois os seus clientes terão ciência, por meio das notas fiscais, do
valor que o importador pagou pelo bem importado e, portanto, da sua
margem de lucro.
Em vista disso, foram impetrados diversos mandados de segurança para
afastar a aplicação destas determinações. Os juízes deferiram diversas
liminares liberando os contribuintes da obrigação.
Os contribuintes têm alegado que esta imposição:
a) viola o princípio da livre inciativa e concorrência, previsto no art. 170, IV da CF/88;
b) contraria o artigo 198 do CTN que estabelece que é proibida a
divulgação, por parte da Fazenda Pública de informação sobre a situação
econômica ou financeira do contribuinte e sobre a natureza e o estado de
seus negócios ou atividades;
c) o CONFAZ não é ente competente para estabelecer este tipo de
obrigação, considerando que a Resolução do Senado nº 13/2012 não
estabeleceu qualquer obrigação de explicitação dos custos da importação
em nota fiscal;
e) o art. 195, XI da Lei nº 9.279/96, dispõe que comete crime de
concorrência desleal quem divulga ou utiliza-se, sem autorização, de
conhecimentos, informações ou dados confidenciais, utilizáveis na
indústria, comércio ou prestação de serviços.
Amal Nasrallah
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