quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Intervenções do governo elevam risco do Brasil e descolam País de emergentes

Mesmo com indicadores fiscais cada vez melhores, manobras fiscais do governo e medidas sobre diversos setores da economia afetam percepção sobre o País, aponta a LCA Consultores

Por Lara Rizério 
SÃO PAULO - Apesar dos indicadores fiscais no Brasil estarem cada vez melhores, o Risco-País vem registrando alta na comparação com a média dos demais países, principalmente os emergentes, segundo aponta a LCA Consultores. Para eles, contudo, apesar de tentador, uma possível explicação na deterioração na situação fiscal não seria suficiente para explicar este aumento.

Para os economistas da consultoria, dentre os fatores que mais interferem para o aumento da incerteza está o risco político, com o aumento do intervencionismo em diversos setores importantes da economia colaborando para o processo de piora da confiança dos investidores. Além disso, as incertezas quanto à retomada do crescimento também prejudicam a percepção de risco soberano.

Desta forma, o descolamento começou a ficar mais nítido a partir de novembro do ano passado, justamente quando as intervenções se tornaram mais claras. Além do intervencionismo no governo em alguns setores, as possíveis manobras do governo para garantir tanto o aumento do estímulo fiscal como o cumprimento da meta do superávit também podem levar a uma alta da percepção de risco.
Investidor aumenta a sua percepção de risco sobre o Brasil em meio às medidas do governo, aponta LCA (Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Investidor aumenta a sua percepção de risco sobre o Brasil em meio às medidas do governo, aponta LCA (Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr)
"Tais medidas produzem incerteza, enquanto um dos fatores que garantiu até agora a queda do risco havia sido justamente o aumento da previsibilidade da política econômica", afirmam os economistas da LCA Consultores. Com isso, segundo a consultoria, a evolução do risco-País já reflete a menor previsibilidade de políticas.

Assim, apesar do Brasil ser um devedor menos arriscado do que há poucos atrás, os economistas avaliam que, o risco tende a subir enquanto as políticas do governo comprometerem a rentabilidade de setores importantes e a previsibilidade da política macroeconômica não arriscar. Até lá, os ativos de risco denominados em real também tendem a ter um desempenho mais fraco, concluem.

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