segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Brasil precisa de R$ 600 bi em 5 anos para rodovias, ferrovias, portos e aeroportos








 Bernardo Figueiredo (foto), presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), que faz parte do grupo de técnicos de confiança da presidenta Dilma, em seus encontros fechados com empresários e grupos de investidores para expor os projetos de infra-estrutura do governo, tem deixado as plateias impressionadas com um número colossal: os próximos cinco anos vão exigir de R$ 500 bilhões a R$ 600 bilhões para cobrir o déficit de investimentos em rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.

Tanto na exposição de Figueiredo na Confederação Nacional da Indústria quanto na Fiesp, ambas realizadas na semana passada, os representantes do setor privado deixaram claro que estão dispostos a participar das concessões e arrendamentos, mas disseram que não têm como cacifar investimentos tão vultosos.

Afirmaram em coro que um investimento desse nível só será possível com o apoio do BNDES. Figueiredo concordou com a presença do banco estatal, mas explicou que o governo não pretende jogar todo o peso da conta nas costas do da instituição pública de fomento.

Alguns dos empresários presentes ao encontro em Brasília e em São Paulo argumentaram que, sem o BNDES, o setor privado não assumirá sozinho o encargo pelos projetos. E lembraram que os grandes bancos privados brasileiros não se dispõem a financiar obras de infra-estrutura com longo prazo de maturação.

Também disseram a Figueiredo que o retorno com tarifas e pedágios não é suficiente para cobrir custos de grandes projetos de rodovias e ferrovias, por exemplo.

O presidente da EPL ouviu atentamente as ponderações, reafirmou que o déficit de infra-estrutura do país hoje está em torno de R$ 500 bilhões, mas insistiu que não se pode esperar que o BNDES assuma todos esses riscos.

O investimento é grande demais até mesmo para o banco de desenvolvimento, cujo desembolso anual nos anos recentes girou em torno de R$ 100 bilhões.

Figueiredo anunciou que aproveitará o road show dos projetos de infra-estrutura que será feito em março em Nova York para visitar Washington, onde tentará convencer o Banco Mundial (Bird) a financiar parte do pacote de infra-estrutura.

E confirmou que o governo decidiu tornar mais atraentes as condições dos editais de privatização.

A taxa de retorno dos projetos de rodovias e ferrovias passará de 5% para 15% e o prazo das concessões e arrendamentos será ampliada de 30 para 35 anos.

Com isso, o governo espera tornar o negócio mais seguro e lucrativo.
Diante da cifra recorde de R$ 500 bilhões, a presidenta Dilma ainda vai decidir se anuncia o pacote de uma tacada só em maio ou o faz de maneira fatiada em quatro blocos, com apresentação em maio, junho, julho e agosto.

Todos os editais serão publicados este ano.
Uma decisão, porém, já foi tomada: Dilma reativou o Conselho Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Conit), que terá seis membros do governo, seis do setor privado e seis representantes de trabalhadores.
O Conit também será presidido por Bernardo Figueiredo.



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