Bernardo
Figueiredo (foto), presidente da Empresa de Planejamento e Logística
(EPL), que faz parte do grupo de técnicos de confiança da presidenta
Dilma, em seus encontros fechados com empresários e grupos de
investidores para expor os projetos de infra-estrutura do governo, tem
deixado as plateias impressionadas com um número colossal: os próximos
cinco anos vão exigir de R$ 500 bilhões a R$ 600 bilhões para cobrir o
déficit de investimentos em rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.
Tanto
na exposição de Figueiredo na Confederação Nacional da Indústria quanto na
Fiesp, ambas realizadas na semana passada, os representantes do setor
privado deixaram claro que estão dispostos a participar das concessões e
arrendamentos, mas disseram que não têm como cacifar investimentos tão
vultosos.
Afirmaram
em coro que um investimento desse nível só será possível com o apoio do
BNDES. Figueiredo concordou com a presença do banco estatal, mas explicou
que o governo não pretende jogar todo o peso da conta nas costas do da
instituição pública de fomento.
Alguns
dos empresários presentes ao encontro em Brasília e em São Paulo
argumentaram que, sem o BNDES, o setor privado não assumirá sozinho o
encargo pelos projetos. E lembraram que os grandes bancos privados
brasileiros não se dispõem a financiar obras de infra-estrutura com longo
prazo de maturação.
Também
disseram a Figueiredo que o retorno com tarifas e pedágios não é suficiente
para cobrir custos de grandes projetos de rodovias e ferrovias, por
exemplo.
O
presidente da EPL ouviu atentamente as ponderações, reafirmou que o déficit
de infra-estrutura do país hoje está em torno de R$ 500 bilhões, mas
insistiu que não se pode esperar que o BNDES assuma todos esses riscos.
O
investimento é grande demais até mesmo para o banco de desenvolvimento,
cujo desembolso anual nos anos recentes girou em torno de R$ 100 bilhões.
Figueiredo
anunciou que aproveitará o road show dos projetos de infra-estrutura que
será feito em março em Nova York para visitar Washington, onde tentará
convencer o Banco Mundial (Bird) a financiar parte do pacote de infra-estrutura.
E
confirmou que o governo decidiu tornar mais atraentes as condições dos
editais de privatização.
A
taxa de retorno dos projetos de rodovias e ferrovias passará de 5% para 15%
e o prazo das concessões e arrendamentos será ampliada de 30 para 35 anos.
Com
isso, o governo espera tornar o negócio mais seguro e lucrativo.
Diante
da cifra recorde de R$ 500 bilhões, a presidenta Dilma ainda vai decidir se
anuncia o pacote de uma tacada só em maio ou o faz de maneira fatiada em
quatro blocos, com apresentação em maio, junho, julho e agosto.
Todos
os editais serão publicados este ano.
Uma
decisão, porém, já foi tomada: Dilma reativou o Conselho Nacional de Infra-estrutura
de Transportes (Conit), que terá seis membros do governo, seis do setor
privado e seis representantes de trabalhadores.
O
Conit também será presidido por Bernardo Figueiredo.
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