Quem pensa que o comando dos negócios no país está na mão dos homens
se engana. As mulheres ampliaram seu espaço e hoje estão à frente de
49,6% das novas empresas – com menos de 3,5 anos – do Brasil. No
Nordeste, o comando delas é superior ao dos homens e as coloca na
liderança de 51,8% das empresas iniciais, de acordo com dados da
pesquisa Global Entrepreneurship Monitor 2012 (GEM), realizada pelo
Sebrae em parceria com o Instituto Brasileiro da Qualidade e
Produtividade (IBQP).
Nas empresas com mais de 3,5 anos, os homens assumem a liderança
tanto no país (56%) quando no Nordeste (52,9%). De acordo com a gestora
do prêmio Sebrae Mulher de Negócios na Paraíba, Maria José Menezes,
apesar da pesquisa não oferecer dados estaduais, estes percentuais
traduzem o mercado local. “Entre os empreendedores individuais que temos
na Paraíba, que estão dentro do que a pesquisa define como novas
empresas, 46,4%, são mulheres. Isso mostra que o empreendedorismo
feminino também é crescente no nosso estado”, destacou Maria José.
Dados da Receita Federal revelam também, que nos últimos 12 meses,
foi registrado um aumento de mais de 50% de microempreendimentos
individuais que têm como responsáveis mulheres, passando de 10,3 mil em
fevereiro do ano passado para 16,6 em janeiro deste ano. “É evidente que
as mulheres estão se inserido cada vez mais no mercado dos negócios.
Elas estão buscando cada vez mais espaços com potencial de sucesso, em
que já são percebidas as demandas e a necessidade do serviço. São
focadas e perseverantes, o que contribui para o resultado dos
empreendimentos”, disse a gestora.
Ter o próprio negócio é o sonho de 51,4% dos nordestinos
A pesquisa GEM revela ainda que quase 44% dos brasileiros sonham em
ter o próprio negócio. No Nordeste, este sonho é o de 51,4% dos
entrevistados, ficando atrás apenas de viajar pelo Brasil (58,1%) e
comprar a casa própria (59,2%). O estudo apontou ainda que, quase 70%
dos empreendedores abrem um negócio por oportunidade. Em 2002, o índice
dos que empreendiam motivados pela identificação de uma chance no
mercado empresarial era de 42,4%.
O levantamento comprova a evolução da atividade empreendedora no
país. Em 2002, 20,9% da população estava envolvida na criação ou
administração de um negócio. Dez anos depois, o índice saltou para 30,2%
da população adulta, entre 18 e 64 anos. O crescimento de 44% na taxa
de empreendedorismo é compatível com o dinamismo da economia brasileira
no período, quando o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu em média cerca
de 4%. Para 88% dos brasileiros adultos, o início de um novo negócio é
uma boa opção de carreira.
A GEM também constata que entre os brasileiros mais escolarizados é
maior a proporção de empresários por oportunidade. No grupo dos
empreendedores com pós-graduação completa, por exemplo, 87% dos
empresários em fase inicial abriram o negócio após constatar uma
oportunidade de mercado.
Os negócios iniciais estão mais concentrados nas mãos de jovens entre
25 e 34 anos, que respondem pela criação de 33,8% das empresas. A faixa
etária entre 35 e 44 anos reúne 27% das novas empresas.
Já entre os
empreendimentos estabelecidos – com mais de 3,5 anos de atividade -, a
idade predominante está entre 35 e 44 anos, com 30% dos negócios. A
pesquisa GEM aponta ainda que a escolaridade está melhorando entre as
empresas iniciais. Enquanto que nos negócios com mais de 3,5 anos de
existência 30% dos empresários têm o Ensino Médio completo, nas empresas
novas o índice corresponde a 37%.
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