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investidor estrangeiro volta a arriscar na Bolsa brasileira, após meses
enxutos de apostas. No ano passado, em sete dos 12 meses o saldo ficou
negativo.
No entanto, no primeiro mês deste ano,
até o dia 30, o resultado de investimentos estrangeiros na Bolsa ficou
positivo em R$ 4,493 bilhões, bem abaixo dos R$ 7,168 bilhões observados
em janeiro de 2012.
O valor não chega perto, mas mesmo
assim, pode ser considerado como satisfatório, uma vez que a Bolsa
brasileira foi muito penalizada no final de 2012, principalmente por
causa da intervenção do governo em determinados setores, como o de
energia elétrica e o de bancos.
Para Mitsuko Kaduoka, economista-chefe
da BI&P - Indusval & Partners Corretora, essa entrada de
investidor estrangeiro em janeiro é pontual.
"A volta efetiva do estrangeiro vai
depender da sinalização que o governo for fazendo e se isso vai passar
tranquilidade", pontua.
De acordo com a economista, outras questões ainda podem penalizar a volta concreta.
"O governo está se preparando para
intervir no setor de mineração. Se isso acontecer, vai penalizar
bastante as empresas relacionadas, pois é um segmento que o governo tem
muito onde mexer. Não é apenas a questão da divisão dos royalties, mas
principalmente na mudança na forma de como calcular essa divisão",
complementa.
Por outro lado, ela não acredita numa
intervenção radical no setor de aviação, uma vez que possui poucas
empresas e as companhias estão muito endividadas.
Já a pessoa física, que é o investidor
doméstico, ficou com participação de apenas 16,9% em janeiro, contra
39,7% do estrangeiro. De acordo com Mitsuko, as pessoas físicas ora
ganhavam um pouco de dinheiro ora perdiam.
"Com essa queda gradual na taxa de
juros é possível que o investidor pessoa física volte, pois não existe
mais esse temor de entrar na bolsa", conta a economista.
Mesmo com a volta do investidor
estrangeiro neste mês, todo o que dinheiro que entrou não foi
especificamente para as operações à vista, pois o Ibovespa registrou
queda de 1,95% no período.
De acordo com Hamilton Moreira,
estrategista do BB Investimentos, este movimento mostra que está havendo
operação casada, ou seja, o investidor compra o papel à vista e vende
no futuro.
"Isso acontece porque a taxa de
financiamento está muito boa e baixa. No ano passado, houve a fuga
porque a bolsa apresentou muita volatilidade e passou a se recuperar
somente em dezembro. Se a bolsa vai subindo um pouco, as pessoas entram
aos poucos e voltam a ganhar dinheiro", destaca o estrategista.
Na opinião de Mitsuko, como a Bolsa
estava muito atrasada, os papéis acabaram ficando baratos, o que fez com
que o investidor estrangeiro ficasse atraído. No entanto, com o receio
de notícias negativas externas e internas, ele acaba optando por
operações futuras.
Fonte: Brasil Economico
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