segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Oriente Médio é mina de ouro para os fornecedores internacionais de alimentos




Só nos Emirados, segunda economia da região do Golfo, atrás apenas da Arábia Saudita, o consumo de alimentos movimentou US$ 7,7 bilhões no ano passado e pode chegar a US$ 9 bilhões em 2013, de acordo com ela.

Os países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC), segundo a ministra, importam cerca de 90% dos alimentos que consomem. Isso se deve à pouca área cultivável, escassez de água e a uma população jovem e crescente.

Qasimi reiterou que as importações de alimentos pelo bloco deverão mais do que dobrar até 2020, ultrapassando US$ 53 bilhões anuais.

Nesse sentido, ela ressaltou que o setor representa “mais do que um negócio” para a região, é algo vital que coloca a questão da segurança alimentar no topo das preocupações locais. O GCC é formado por Arábia Saudita, Emirados, Catar, Bahrein, Kuwait e Omã.

“Ao longo dos próximos anos eu espero que, além de falar sobre negócios, nós possamos descobrir como fazer esta indústria prosperar para atender as aspirações do povo árabe”, destacou a ministra.

“Eu espero que vocês (empresários) consigam incluir temas essenciais neste diálogo, como sustentabilidade, segurança e comunidade”, acrescentou.

Além da importância como mercado consumidor, Qasimi destacou o papel dos Emirados como entreposto comercial do ramo, sendo o primeiro reexportador mundial de arroz e forte também nas áreas de café, chá e açúcar.
Tanto que o comércio exterior destes produtos movimenta no país muito mais do que o consumo local.

Segundo a ministra, a corrente comercial de alimentos movimentou US$ 80,4 bilhões nos Emirados nos últimos cinco anos, um avanço de 84% em relação ao período anterior. As importações responderam por US$ 59,2 bilhões.

É de olho nesta “mina de ouro” que estão as empresas que participam da Gulfood, uma das feiras de negócios mais movimentadas da região.

É difícil andar pelos corredores do Dubai World Trade Centre sem esbarrar em algum brasileiro de vez em quando.

O Brasil participa da mostra desde 2007 e este ano está presente com mais de 50 expositores de diferentes áreas da indústria de alimentos e bebidas.

Câmara de Comércio Árabe Brasileira tem um estande em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos

(Apex).

Primeira  vez

Além dos expositores tradicionais, o mercado aquecido atrai novos fornecedores, como é o caso do Equador, que participa da mostra pela primeira vez com um pavilhão.

O país abriu em outubro do ano passado um escritório comercial em Dubai e a presença na Gulfood é a primeira promovida pelo órgão em um evento do gênero. 
“É estratégico para o Equador entrar em novos mercados internacionais”, declarou o chefe do escritório, Hussam Hassan, palestino nascido no Iraque, que viveu no país sul-americano e fala espanhol fluentemente.

“Por isso resolvemos participar da Gulfood”, acrescentou. Em sua avaliação, estar nos Emirados facilita o acesso a outras nações emergentes, especialmente do Oriente Médio e África. Hassan conhece bem a comunidade de negócios da região, pois até há pouco tempo trabalhava na Dubai Exports, agência de promoção de exportações do emirado.

A presença equatoriana começa pequena, com quatro empresas, mas com um visual bonito, o que inclui expositores trajando chapéus Panamá, que, apesar do nome, são produzidos no Equador.

As companhias presentes são a Nirsa, de atum, a Earth Fructifera, de frutas e vegetais, a Banalight, que produz purês de banana e manga, e a Pacari, de chocolates.

Hassan concorda com o diretor da feira, Mark Napier, que em entrevista à ANBA publicada no último domingo, disse que há um aumento do interesse pela culinária sul-americana no Oriente Médio.

“Os alimentos, vegetais, frutas, de melhor qualidade, são da América do Sul”, destacou. Ele disse ainda que a facilitação do comércio de itens perecíveis entre as duas regiões, por meio da abertura de linhas aéreas diretas, também incentiva esta demanda.

Fonte: Anba



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