Só
nos Emirados, segunda economia da região do Golfo, atrás apenas da Arábia
Saudita, o consumo de alimentos movimentou US$ 7,7 bilhões no ano passado e
pode chegar a US$ 9 bilhões em 2013, de acordo com ela.
Os
países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC), segundo a ministra,
importam cerca de 90% dos alimentos que consomem. Isso se deve à pouca área
cultivável, escassez de água e a uma população jovem e crescente.
Qasimi
reiterou que as importações de alimentos pelo bloco deverão mais do que
dobrar até 2020, ultrapassando US$ 53 bilhões anuais.
Nesse sentido, ela ressaltou que o setor
representa “mais do que um negócio” para a região, é algo vital que coloca
a questão da segurança alimentar no topo das preocupações locais. O GCC é
formado por Arábia Saudita, Emirados, Catar, Bahrein, Kuwait e Omã.
“Ao longo dos próximos anos eu espero que,
além de falar sobre negócios, nós possamos descobrir como fazer esta
indústria prosperar para atender as aspirações do povo árabe”, destacou a
ministra.
“Eu espero que vocês (empresários) consigam
incluir temas essenciais neste diálogo, como sustentabilidade, segurança e
comunidade”, acrescentou.
Além da importância como mercado consumidor,
Qasimi destacou o papel dos Emirados como entreposto comercial do ramo,
sendo o primeiro reexportador mundial de arroz e forte também nas áreas de
café, chá e açúcar.
Tanto
que o comércio exterior destes produtos movimenta no país muito mais do que
o consumo local.
Segundo
a ministra, a corrente comercial de alimentos movimentou US$ 80,4 bilhões
nos Emirados nos últimos cinco anos, um avanço de 84% em relação ao período
anterior. As importações responderam por US$ 59,2 bilhões.
É de olho nesta “mina de ouro” que estão as
empresas que participam da Gulfood, uma das feiras de negócios mais
movimentadas da região.
É difícil andar pelos
corredores do Dubai World Trade Centre sem esbarrar em algum brasileiro de
vez em quando.
O Brasil participa da mostra desde 2007 e
este ano está presente com mais de 50 expositores de diferentes áreas da
indústria de alimentos e bebidas.
A Câmara
de Comércio Árabe Brasileira tem um estande em parceria com a
Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos
(Apex).
Primeira vez
Além dos expositores tradicionais, o mercado
aquecido atrai novos fornecedores, como é o caso do Equador, que participa
da mostra pela primeira vez com um pavilhão.
O país abriu em outubro do ano passado um
escritório comercial em Dubai e a presença na Gulfood é a primeira promovida
pelo órgão em um evento do gênero.
“É
estratégico para o Equador entrar em novos mercados internacionais”,
declarou o chefe do escritório, Hussam Hassan, palestino nascido no Iraque,
que viveu no país sul-americano e fala espanhol fluentemente.
“Por
isso resolvemos participar da Gulfood”, acrescentou. Em sua avaliação,
estar nos Emirados facilita o acesso a outras nações emergentes,
especialmente do Oriente Médio e África. Hassan conhece bem a comunidade de
negócios da região, pois até há pouco tempo trabalhava na Dubai Exports,
agência de promoção de exportações do emirado.
A presença equatoriana começa pequena, com
quatro empresas, mas com um visual bonito, o que inclui expositores
trajando chapéus Panamá, que, apesar do nome, são produzidos no Equador.
As
companhias presentes são a Nirsa, de atum, a Earth Fructifera, de frutas e
vegetais, a Banalight, que produz purês de banana e manga, e a Pacari, de
chocolates.
Hassan concorda com o diretor da feira, Mark
Napier, que em entrevista à ANBA publicada no último domingo, disse que há
um aumento do interesse pela culinária sul-americana no Oriente Médio.
“Os
alimentos, vegetais, frutas, de melhor qualidade, são da América do Sul”,
destacou. Ele disse ainda que a facilitação do comércio de itens perecíveis
entre as duas regiões, por meio da abertura de linhas aéreas diretas,
também incentiva esta demanda.
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