A
curiosidade sobre o Brasil, as possibilidades de oportunidades de
emprego e estudo, assim como a qualidade do ensino no país estimularam a
chegada de um maior número de estudantes estrangeiros no país em 2012.
Os colombianos, portugueses, franceses e angolanos lideram a lista dos
que mais procuram as cidades brasileiras para estudar, segundo o
Ministério das Relações Exteriores - responsável pela emissão dos
vistos. Só no ano passado, 1.333 estudantes colombianos vieram para o
Brasil, 944 portugueses, 934 franceses e 745 angolanos.
Na comparação com 2011, por exemplo, o número de
colombianos interessados em estudar no Brasil aumentou em quase 50%.
Naquele ano, 972 estudantes colombianos pediram o visto, 441
portugueses, 798 franceses e 608 angolanos.
Os números fazem parte de um balanço, feito pelo
Ministério das Relações Exteriores, sobre os vistos de estudantes
requisitados nas representações brasileiras em 156 países. No documento,
há situações como a do Zimbábue (África), país que sofre com a
hiperinflação e dificuldades econômicas que, desde 2005, não envia
estudantes para o Brasil.
Países que enfrentam crises internas enviaram poucos ou
nenhum estudante para o Brasil. No ano passado, o país não recebeu
pedidos de vistos para estudantes da Líbia e do Mali, enquanto os
palestinos pediram apenas uma autorização, os sírios três, os tunisianos
oito e os egípcios nove.
Os estudantes que desembarcam no Brasil chegam ao país
com vários sonhos. A peruana Melissa Aragon, 25 anos, estudante de
arquitetura na Universidade de Brasília (UnB), está há quatro anos e
meio na capital. Segundo ela, a escolha pelo Brasil foi estimulada pela
crença de que o país pode oferecer mais opções de emprego.
'Como eu queria conhecer outras línguas, fiz quatro
meses de português, quando surgiu a oportunidade para estudar no Brasil,
fiz a prova e passei', contou a estudante. O Brasil tem muitas coisas a
oferecer, desde a parte cultural, que é bastante diversificada,
influências culturais de diferentes países, tem teatro, música, a
culinária brasileira é muito boa, até as opções de trabalho, porque é um
país que está em desenvolvimento em relações aos outros países da
América Latina.'
Também aluno de arquitetura na UnB, o estudante de
Guiné-Bissau Demarbique Carlos Sanca, 22 anos, disse que teve a
oportunidade de vir para o Brasil ao conquistar uma bolsa de estudos.
'Nunca imaginei estudar aqui no Brasil. Eu pensava que qualquer
oportunidade que aparecesse para eu estudar fora [de Guiné] eu iria',
ressaltou.
'Acho que aqui as oportunidades de trabalhos são bem
maiores [do que na Guiné-Bissau]. Se quando eu concluir o curso, se
surgir uma boa oportunidade aqui, posso trabalhar um pouco no Brasil e
voltar para o meu país de origem para dar a minha contribuição como
arquiteto.'
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