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A
presidente Dilma deverá receber do Itamaraty, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e do Ministério da
Agricultura e Abastecimento
(Mapa) neste final de semana avaliação preliminar sobre o impacto na
economia brasileira e no Mercosul de eventual acordo de livre comércio
entre os EUA e os 27 países da União Europeia (UE).
A negociação do acordo EUA-UE foi
anunciada pelo presidente americano, Barack Obama, e pelo presidente da
Comissão Europeia, Durão Barroso (foto).
O
Itamaraty acredita que, se houver acordo e este ficar limitado a bens e
normas, o impacto não será tão significativo para o Brasil, mas a
inclusão de serviços e compras
governamentais pode reduzir a participação de empresas brasileiras
nestes setores, porque companhias americanas e europeias teriam mais
vantagens em competir entre si nos dois mercados.
Outra preocupação brasileira é que as
negociações com os americanos tomará tempo dos europeus e poderá
prejudicar o andamento das tratativas para o livre comércio entre Mercosul e UE.
Segundo fontes do setor agroexportador
as negociações de um acordo UE-Mercosul, que se arrastam há mais de dez
anos, devem ficar em segundo plano para os europeus.
Técnicos do governo e de empresas do mercado exterior prevêem alterações nas normas do comércio internacional.
Hoje normas de segurança sanitária, de
qualidade para produtos e de comportamento concorrencial no mercado
externo são negociadas no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
Evidentemente, as negociações entre EUA
e União Europeia podem resultar em normativos próprios e estas regras
tenderiam, naturalmente, a ser seguidas pela OMC, FAO e até por outros parceiros comerciais do Brasil, podendo prejudicar os países emergentes.
A professora de relações internacionais
Miriam Gomes Saraiva, que atualmente pesquisa as relações Brasil-Europa
na Universidade de Oxford, disse à BBC que a tentativa de acordo EUA-UE
é resposta dos centros tradicionais de poder econômico e político
globais à crise econômica e ao fortalecimento dos BRICS - que pressionam
por um mundo mais multipolar.
"Para o Brasil e outros emergentes que
vinham se esforçando para ter mais peso em fóruns multilaterais e
debates econômicos globais, em um primeiro momento um projeto que aponta
para um maior alinhamento entre Europa e EUA não parece uma boa
notícia", afirmou ela.
Erik van der Marel, especialista em
negociações comerciais da London School of Economics, disse que é cedo
para entender até que ponto o acordo poderia fazer produtores de outros
países perderem mercados americanos e europeus para concorrentes locais.
No caso do Brasil, Saraiva diz que há
muita convergência nas pautas de exportação brasileiras para os EUA e
para a Europa - o que limitaria o impacto do acordo.
Fontes: redação com Estado de S. Paulo, Agência Brasil, Beef Point, BBC Brasil. |
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