sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Dilma recebe até 2ª feira relatório preliminar sobre eventual acordo EUA-UE


 
 
 
A presidente Dilma deverá receber do Itamaraty,     do Ministério  do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e do Ministério da Agricultura e   Abastecimento     (Mapa) neste   final   de         semana avaliação preliminar sobre  o impacto   na            economia brasileira  e  no  Mercosul de eventual   acordo   de     livre comércio   entre                os 
EUA e   os   27   países   da   União   Europeia (UE). A negociação do acordo EUA-UE foi anunciada pelo presidente americano, Barack Obama, e pelo presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso (foto).   O Itamaraty acredita que, se houver acordo e este ficar limitado  a   bens  e   normas, o  impacto não  será tão significativo para o Brasil, mas a inclusão de serviços e compras governamentais pode reduzir a participação de empresas brasileiras nestes setores, porque   companhias americanas e europeias teriam mais vantagens em competir entre si nos dois mercados.   Outra preocupação brasileira é que as  negociações   com   os   americanos   tomará    tempo dos europeus e poderá prejudicar o andamento das tratativas para o livre  comércio entre  Mercosul  e   UE. Segundo fontes do setor agroexportador   as  negociações  de  um acordo    UE-Mercosul, que se arrastam há mais de dez anos, devem ficar em segundo plano para os europeus.     Técnicos do governo e de empresas do mercado exterior prevêem  alterações   nas normas do comércio internacional.    Hoje normas de segurança sanitária, de qualidade para produtos e de comportamento concorrencial  no  mercado externo são negociadas no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC)  a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).          Evidentemente, as negociações entre EUA e União Europeia podem resultar em normativos    próprios e estas regras tenderiam, naturalmente, a ser seguidas pela OMC,  FAO  e até    por outros parceiros comerciais do Brasil, podendo prejudicar os países emergentes.           A professora de relações internacionais Miriam Gomes Saraiva, que atualmente pesquisa as relações  Brasil-Europa na Universidade de Oxford, disse à BBC que a   tentativa   de   acordo EUA-UE é resposta dos centros tradicionais de poder econômico  e  político  globais  à   crise   econômica   e   ao      fortalecimento dos BRICS - que pressionam por um mundo mais multipolar.    "Para o Brasil e outros emergentes que vinham se esforçando   para  ter  mais peso em   fóruns multilaterais e debates econômicos globais, em um primeiro momento um projeto que  aponta para um maior alinhamento entre Europa e EUA não parece uma boa notícia", afirmou ela.                Erik van der Marel, especialista em negociações comerciais  da  London  School  of   Economics, disse que é cedo para entender até que ponto o acordo poderia  fazer  produtores  de  outros países   perderem mercados americanos e europeus para concorrentes locais.   No caso do Brasil, Saraiva diz que há muita convergência nas pautas de exportação brasileiras para os EUA e para a Europa - o que limitaria o impacto do acordo.   
Fontes: redação com Estado de S. Paulo, Agência Brasil, Beef Point, BBC Brasil.

 
 
 

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