terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Petrobras terá um 2013 mais difícil que 2012, diz Graça Foster


  • Presidente da estatal prevê queda na produção e diz que reajuste dos combustíveis ainda não foi suficiente
Ramona Ordoñez 
Bruno Rosa 
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Segundo Graças Foster, apesar de reajuste, defasagem dos preços dos combustíveis continua em relação ao mercado externo
Foto: André Coelho/18-09-12
Segundo Graças Foster, apesar de reajuste, defasagem dos preços dos combustíveis continua em relação ao mercado externo André Coelho/18-09-12
RIO - A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, reconheceu que a Petrobras vai ter um 2013 difícil. Segundo ela, além dos reajustes dos preços de combustíveis ainda não terem sido suficientes para recuperar as perdas com a defasagem internacional, a produção de petróleo terá queda neste ano. A estatal também não incluiu projetos novos entre os investimentos previstos. No mercado acionário, as ações despencavam.

— Será um ano mais difícil que 2012, que já foi extremamente difícil. É um desafio muito grande. Não vamos abrir mão das necessárias manutenções das plataformas — disse.

A presidente da estatal afirmou ainda que a empresa vai manter o mesmo patamar de produção em 2013, com a variação de 2% para cima e para baixo.

— Se vocês me perguntarem, eu diria que é 2% negativo. Não tem condição de fazer produção adicional porque não tem condição física para isso. A produção só cresce no segundo semestre.

A presidente da Petrobras disse ainda que os reajustes nos preços de gasolina e diesel ainda não foram suficientes para eliminar a diferença entre o mercado interno e externo em apresentação. Segundo Graça, o diesel registrou reajuste de 16% e a gasolina, de 14,9%. De acordo com a Petrobras, a diferença dos preços dos derivados no Brasil e no exterior é de 17%.

— Os reajustes não foram suficientes para eliminar a diferença entre os preços. Esses repasses trarão melhoria no caixa, mas não o suficiente para recompor essa diferença.
A área de abastecimento, com a alta de 102% das importações de gasolina e de 16% do diesel em 2012, registrou perdas de R$ 22,9 bilhões em 2012.

Segundo a presidente da estatal, Graça lembrou ainda que a estatal perdeu R$ 7 bilhões em poços secos em 2012. Para 2013, a previsão é de R$ 6 bilhões.

A executiva disse ainda que o pré-sal respondeu por 10,5% da produção da estatal em dezembro, com 231 mil barris por dia. Ao todo, a companhia produziu 2,032 milhões e barris por dia. No ano passado, o pré-sal respondeu por 7% do total.

Com o programa de eficiência em Campos, Graça lembrou que conseguiu recuperar 25 mil barris por dia entre abril e dezembro do ano passado.

Em conferência com analistas, Graça afirmou ainda que a demanda de gás no Brasil foi acima do esperado no quarto trimestre.

A estatal teve um lucro de R$ 20,1 bilhões no ano passado, o que representou uma queda de 36% em relação ao ano anterior. O resultado que, apesar de significativo, é o menor dos últimos oito anos, se deveu principalmente à defasagem dos preços dos combustíveis, à forte alta das importações principalmente de gasolina, à queda de 2% na produção de petróleo, a grande número de poços secos ou não econômicos e à forte valorização do dólar frente o real.

Graça pontuou ainda que a empresa vai buscar convergência de preços, essencial para a companhia atingir seus objetivos, defendeu Graça.

Termelétricas consumiram mais gás que indústria

A companhia informou ainda que, no quarto trimestre do ano passado, as termelétricas consumiram mais gás que o o setor industrial. As térmicas demandaram 38,6 milhões de metros cúbicos por dia, contra 38,3 milhões de metros cúbicos por dia.

— Do terceiro trimestre para o quarto trimestre, a demanda das térmicas mais que dobrou — disse a presidente da Petrobras.
Já entre o terceiro e quatro trimestre de 2012, a demanda da indústria por gás caiu 5%.

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