quinta-feira, 11 de abril de 2013

Como e porquê o crescimento da China no comércio mundial desafia o Brasil









 
Para José Augusto Fernandes (foto), diretor de Políticas e Estratégia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a participação da China no comércio mundial de manufaturados, que aumentou de 3% para 15% desde sua entrada na Organização Mundial do Comércio (OMC), em 2001, trouxe oportunidades e desafios para o Brasil. 

O desempenho chinês, de encher os olhos de qualquer país com aspirações à globalização, teve o apoio do Estado, que concede benefícios à indústria e à agricultura, e é resultado da determinação dos chineses em dar vida a seus planos industriais. 

Essas são as conclusões do estudo Relatório sobre a Política Industrial Chinesa, que a CNI encomendou ao escritório norte-americano King&Spalding.

"O processo de crescimento e diversificação da produção industrial chinesa trouxe oportunidades para alguns setores produtivos no Brasil, mas introduziu grandes desafios para a maioria dos setores industriais brasileiros, que viram afetadas suas posições no mercado doméstico.

A concorrência com os chineses afeta uma em cada quatro empresas brasileiras e 67% dos exportadores registram perdas de clientes externos para a China", afirmou José Augusto Fernandes.

O trabalho analisou a política industrial dos chineses a partir do seu 12º Plano Quinquenal e fez importantes descobertas. 

"Cada uma das 33 regiões da China utiliza mais de cem mecanismos de subsídios", afirmou Chirstopher Cloutier, advogado-sócio do escritório americano King & Spalding.
 
"Isso significa que o país usa mais de três mil mecanismos de subsídios", disse Cloutier.

A análise da CNI envolve as políticas industriais para algodão, têxteis, bioquímicos, bens de capital, aparelhos eletrônicos, calçados, tecnologia verde, indústria do petróleo, aço e energia eólica e os mecanismos chineses para manter sua competitividade.

Entre os instrumentos estão: o amplo programa de compras governamentais - voltado para as empresas nacionais; financiamento público com juros diferenciados, análise de risco frágil e perdão das dívidas para estatais; controle de exportações e importações; ressarcimento de impostos diretos como IVA e o Imposto de Renda, prática questionável na OMC; política de concessão de terras e estabilidade de preços dos insumos.

A política industrial chinesa é complexa e os principais tipos de subsídios variam de região para região. Confira abaixo, em detalhes, os seis principais  subsídios adotados:
 
Compras - Em 2009, a China lançou uma nova política de compras governamentais que favorece produtos com conteúdo local. 

A lista atual do governo cobre 45 categorias de produtos, entre eles computadores, automóveis, transformadores de energia, móveis e material de construção e medicamentos.
 
A política de compras favorece as estatais, que têm o monopólio dos setores estratégicos, como de geração de energia. 

Em 2008, por exemplo, para estimular a demanda doméstica e converter os investimentos do governo central em demanda de mercado, as estatais de energia elétrica aderiram a um plano de aquisição de US$ 1,5 bilhão.

Financiamento - O governo usa o financiamento público para promover as indústrias e desencorajar investimentos não compatíveis com a política industrial. 

O setor bancário da China é dominado por quatro bancos comerciais e três bancos públicos, que são propriedade do governo. 

Como o mercado de capitais domésticos ainda é incipiente, esses bancos atuam como agentes do Estado.
 
Os executivos dos bancos são nomeados pelo Partido Comunista e mantêm relações estreitas com as províncias e os presidentes das estatais. 

As estatais recebem tratamento privilegiado dos bancos. Pagam taxas inferiores às de mercado e, em muitos casos, têm dívidas perdoadas.

Controle de exportação -  O governo chinês frequentemente altera o valor dos impostos para encorajar ou desencorajar as exportações de determinados produtos.

 A cidade de Huludao paga cerca de US$ 0,04 para cada produto que aumentar em US$ 1 suas exportações.
 
Muitas províncias reembolsam os custos com a exportação. Entre 2008 e 2009, o governo lançou seis editais reduzindo impostos para os bens que  desejava aumentar as exportações.
 
Os descontos para o setor têxtil aumentaram três vezes, chegando a 16%. Outra medida foi a eliminação do desconto de exportação para produtos como cimento e barras de liga de alumínio.

Um importante tipo de subsídio utilizado pelo governo chinês é a devolução direta de impostos para controlar as atividades das empresas. 

Quando quer incentivar a produção de uma determinada mercadoria, aumenta o valor do imposto sobre o valor agregado (IVA) e, em seguida, devolve integralmente a quantia para o empresário.
 
Ressarcimento de tributos -Para categorias como têxteis, bens de capital e materiais sintéticos, o IVA atualmente chega a 17%. 

Por outro lado, em 2007, a China zerou o imposto para produtos que considerava pouco competitivos, como fertilizantes, cimento, couro e gás natural. 

Essa devolução é incompreensível, pois ao contrário do Reintegra brasileiro, que devolve ao produtor os impostos indiretos pagos ao longo da cadeia, na China a devolução é dos impostos diretos.


Estabilidade de preços - O governo chinês tem diversas políticas para interferir direta e indiretamente nos preços dos insumos. Em março de 2013, a funcionária do Departamento de Economia e Comércio da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDCR, na sigla em inglês), Li Yan, avisou que a China permanecerá estocando algodão, como incentivo à produção doméstica. A medida tem inflado o preço no mercado.

A China administra as importações de algodão por cotas. As empresas contempladas pelas cotas pagam menos de 1% de tributos. 

As demais são obrigadas a pagar 40% de imposto de importação. Até 25 de março, o governo chinês tinha 6,46 milhões de toneladas de algodão estocados, cerca de 90% do total produzido em 2012. 

O país usa essa mesma receita para o aço e para quantos produtos quiser modular preço e oferta.

Concessão de terras - Uma das estratégias para manter o setor produtivo sob controle é a política de concessão e de preços da terra. 

A prática é utilizada para controlar a produção e de quase todos os setores industriais e em todo o território chinês. 

O governo cobra preços mais altos das empresas estrangeiras do que das nacionais. 
A província de Shanxi, por exemplo, oferece um desconto de 30% nos preços de terra para empresas que querem investir em parques industriais.

Além disso, a burocracia para obter licenças de uso da terra é mais rígida e menos segura para as estrangeiras.

Fonte: CNI

Candidato de Brasil para dirigir OMC passa primeira rodada de seleção











A Organização Mundial do Comércio (OMC) vai anunciar nesta sexta-feira que quatro dos nove candidatos para a direção geral da foram eliminados na primeira rodada de consultas junto aos 159 países membros. O embaixador brasileiro Roberto Azevêdo (foto) permanece na disputa, sendo considerado um dos favoritos.

Ficaram de fora da disputa os candidatos da Costa Rica, Quênia, Gana e Jordânia. 
Sobram cinco candidatos, do Brasil, Indonésia, México, Coreia do Sul e da Nova Zelândia.
A segunda rodada de consultas junto aos países começará na próxima semana; é  a chamada 'rodada de fogo'  que eliminará três candidatos. 

A opinião generalizada na cena diplomática é que os finalistas deverão ser o brasileiro e a candidata da Indonésia, Mari Pangestu.

Há jornalistas que cobrem a OMC acreditando que o candidato mexicano, Herminio Blanco, está mais forte na disputa do que a da Indonésia.

Azevedo é considerado a esta altura o candidato com a melhor qualificação, reconhecido inclusive pelos que não votam pelo Brasil.

Os candidatos eliminados na primeira rodada são a ministra de comércio da Costa Rica, Anabel González, o ex-ministro de comercio do Gana, Alan Kyerematen, a embaixadora do Quênia Amina Mohamed, e Ahmad Hindawi, da Jordânia.

A primeira seleção foi fruto de uma primeira rodada de consultas entre os países da OMC, que farão um novo processo de seleção para designar dois finalistas, entre os quais sairá o sucessor do francês Pascal Lamy, que deixará o cargo em 31 de agosto.  

Fonte: redação, com agências.

BRF acelera internacionalização com Abílio Diniz, afirma o presidente da empresa









O presidente da BRF, José Antônio do Prado Fay (foto), disse que esta quinta-feira (11/4) é um dia muito importante para a companhia, ao apresentar o novo presidente do conselho, o empresário Abilio Diniz.

 "A empresa tem seguindo ciclo de desenvolvimento, desde em maio de 2009, quando assinamos a fusão com a Sadia. No final desse ano, tivemos mais uma ação que foi a incorporação. Lançamos nova marca corporativa." 
De acordo com Fay, a vida é feita de ciclos e a BRF inicia um novo, com a entrada de Diniz. 

"Todos os pressupostos estão colocados e a capacidade de crescimento da companhia é muito grande. Sempre traz vantagens para a companhia. Segundo ele, o empresário traz experiência e continuará a acelerar o processo de internacionalização em que "a gente está trabalhando".


"Quero que a empresa continue crescendo no mesmo ritmo de retorno ao acionista - 26% ao ano nos últimos 18 anos - e de faturamento dos últimos anos. Até porque também sou acionista da empresa. Pequeno, mas sou", disse Secches. "Gostaria de agradecer a confiança dos acionistas da BRF ao me elegerem presidente do conselho de administração da companhia. Começo hoje um novo desafio na minha vida, e estou muito feliz e estimulado", afirma, em nota. 

Abilio Diniz foi eleito presidente do conselho de administração da BRF por maioria de votos em assembleia geral, na sede social da companhia, em Itajaí (SC). ] Dos 81,18% de acionistas da companhia presentes, 6,08% votaram contra e 12,81% se abstiveram. Foi a primeira vez em assembleias da companhia que uma aprovação não foi unânime, o que para Secches é normal. "A BRF é uma empresa de controle difuso e são opiniões diferentes, boas e ruins. É normal que isso aconteça", afirmou.









Por que as empresas inteligentes não acreditam em possuir propriedades



Regus CEO 
 
  
Por milênios, as nossas atitudes para com a propriedade mantiveram-se praticamente inalteradas. Existe aquele consenso tácito de que propriedade significa permanência, solidez e que qualquer empresa que se preze deve se vangloriar de possuir imóveis. Estes imóveis não só eram impressionantes, mas também eram tangíveis, ativos financeiros que poderiam ser convertidos em capital se fosse necessário.

Tudo isso mudou. Estamos começando a entender que a propriedade, seja ela impressionante ou atrativa, também pode ser uma pedra no moinho. Pense em grandes empresas do mundo todo – quantas você associa com edifícios de referência? Quantas delas realmente possuem os edifícios que ocupam?

The P & O Building - the shipping company's head office stood here for 150 years, but is now being demoished
O Edifício P & O em Londres, agora demolido, sede de uma empresa de viagens por 150 anos

A maior empresa do mundo, o Walmart, precisa de armazéns para seus produtos e edifícios em que possa vender seus produtos. Mas a sede da empresa consiste em apenas 15 edifícios localizados nas proximidades de seu armazém e escritório central original. Nestes locais trabalham apenas 11 mil pessoas – menos de um por cento de sua força de trabalho dos EUA e uma fração ainda menor de seus 2,1 milhões de colaboradores do mundo todo.

O Walmart é um varejista. Por que vai amarrar seu capital em propriedade?
A Tesco, maior rede de supermercados do Reino Unido e competidor em ascensão do Walmart, está seguindo a mesma direção. Desde 2006, a empresa recuperou mais de 15 bilhões de reais em ativos de propriedade, somando um portfólio de 41 lojas.

Você pode pensar que o setor de hotelaria é diferente. Mas o Intercontinental Hotels Group, mais conhecido por sua marca Holiday Inn, possui apenas 17 imóveis de seus hotéis – o equivalente a um por cento das suas participações em todo o mundo. De longe, a maior parte de sua receita vem de quase 4.000 franquias Holiday Inn. Nenhum capital fica retido nessas propriedades, o lucro da empresa vem inteiramente de um percentual da receita do aluguel de quartos dos franqueados.

Cada vez mais, empresas de todos os tamanhos estão descobrindo que é necessário não só identificar o que fazem de melhor, mas também eliminar atividades secundárias que são terceirizáveis. A gestão de negócios e investimentos em propriedades do Merrill Lynch de 2010 é um bom exemplo. Seguindo os passos do Citigroup, os ex- gerentes imobiliários do Merrill Lynch criaram a Peakside Capital, uma empresa de capital privado, que fez a aquisição de dois fundos imobiliários globais do banco, no valor de mais de 1.2 bilhões de reais no processo.

Até agora, falei apenas sobre gigantes globais. Mas o mesmo se aplica a empresas menores, como a Yell. A lista amarela do Reino Unido abandonou os 18 escritórios satélites de vendas que atendiam à sua equipe de 700 pessoas para utilizar 140 espaços de trabalho da Regus em todo o Reino Unido.

Esta estratégia está economizando à empresa 4.5 milhões de reais ao ano. Simon Taylor, Diretor de Propriedade da Yell, agora considera seus antigos escritórios de vendas "um luxo caro". Agora, a equipe de vendas de sua empresa pode ir à Regus e utilizar todos os recursos de escritório e instalações, sempre que precisarem. Eles têm a possibilidade de levarem menos tempo no deslocamento de casa para o trabalho, o que os torna mais produtivos, e ao mesmo tempo, esta nova forma de trabalhar é "mais rentável, de baixo risco, flexível e sustentável", diz Simon.

O sucesso do negócio sempre dependeu da identificação dos pontos fortes das empresas em relação às outras. Se gestão da propriedade não é o seu forte, você deve vender seus imóveis e deixar que as propriedades sejam gerenciadas por especialistas.

Uruguay será sede de la primera reunión de la Conferencia Regional sobre Población y Desarrollo de la CEPAL





  

Uruguay será sede de la primera reunión de la Conferencia Regional sobre Población y Desarrollo de la CEPAL Alicia Bárcena, Secretaria Ejecutiva de la CEPAL, y Luis Almagro, Ministro de Relaciones Exteriores de la República Oriental del Uruguay, firmaron el convenio que lo establece.


(11 de abril, 2013) La Secretaria Ejecutiva de la Comisión Económica para América Latina y el Caribe (CEPAL), Alicia Bárcena, y el Ministro de Relaciones Exteriores de la República Oriental del Uruguay, Luis Almagro, firmaron en Montevideo un convenio que establece que ese país será sede de la primera reunión de la Conferencia Regional sobre Población y Desarrollo de América Latina y el Caribe, que se realizará entre el 12 y el 15 de agosto de 2013, con el apoyo del Fondo de Población de las Naciones Unidas (UNFPA).

En el convenio suscrito se especifican los compromisos asumidos por ambas partes para que esta cita internacional se lleve a cabo exitosamente.  Su tema principal será el Programa de Acción de la Conferencia Internacional sobre la Población y el Desarrollo más allá de 2014, y sus resultados servirán de insumo para el 47º período de sesiones de la Comisión de Población y Desarrollo de las Naciones Unidas y el 69º período de sesiones de la Asamblea General del organismo.

Durante la última reunión del Comité Especial de la CEPAL sobre Población y Desarrollo, realizada en Quito, Ecuador, del 4 al 6 de julio de 2012, los países de la región decidieron que ese órgano subsidiario de la Comisión pasara a denominarse Conferencia Regional sobre Población y Desarrollo de América Latina y el Caribe. Esta decisión fue ratificada posteriormente mediante la resolución N° 670(XXXIV) del trigésimo cuarto período de sesiones de la CEPAL, realizado en San Salvador, El Salvador, del 27 al 31 de agosto de 2012.

La Conferencia Regional, que se reunirá cada dos años, asumirá todas las funciones del Comité Especial y dará seguimiento a sus mandatos. Se constituye de esta manera, un foro intergubernamental de alta relevancia regional para los asuntos de población y desarrollo, lo que incrementará la visibilidad de sus decisiones en el marco del período de sesiones de la CEPAL -principal reunión institucional de esta comisión regional de la ONU- y del Consejo Económico y Social de las Naciones Unidas (ECOSOC).

STF muda tributação a empresas no exterior, sem encerrar por completo o assunto



 
 
Sem encerrar por completo a discussão da matéria, o Supremo Tribunal Federal definiu, nesta quarta-feira (10/4) que é inconstitucional a tributação de empresas sediadas no exterior e coligadas a multinacionais brasileiras antes da distribuição dos lucros aos acionistas no Brasil, contanto que estas não estejam sediadas em paraísos fiscais. 
O STF também decidiu, que, no caso de empresa controlada sediada em paraíso fiscal, é constitucional a tributação no momento da apuração do lucro líquido ainda no exterior. 
Apenas para estes dois modelos, o STF proclamou a decisão com efeito vinculante.
O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams (foto), comemorou a decisão da Corte em favor da tributação de empresas localizadas em paraísos fiscais. 
"O Tribunal validou uma política de controle de elisão fiscal. Não é uma política voltada para contribuintes maliciosos, mas que buscam evitar a erosão de sua base tributária por políticas tributárias de outros países, o que gera um tipo de guerra fiscal", disse.
Essa política, na avaliação de Adams, além de coibir práticas ilegais, também busca impedir o uso de saídas legais para reduzir o pagamento de tributos. 
"Eu posso abrir uma empresa e ter benefício lá fora. Com isso, evita-se que os incentivos sejam auferidos e que empresas migrem e vão para outros países atrás de benefícios", considerou Adams.
Segundo o advogado da União, o governo deixaria de arrecadar R$ 36 bilhões caso o Supremo julgasse inconstitucional toda a Medida Provisória de 2001 que prevê a cobrança sobre as empresas. Para as companhias que terão de recolher o tributo, Adams afirmou apenas que o governo "está sempre aberto" para resolver situações em que há geração de passivos. 
"Esta é uma questão que precisa ser tratada na Fazenda, na Receita Federal, mas o governo normalmente tem sido sensível, pois tem preocupações com a economia."   
Fonte: redação, com agências e com o Consultor Jurídico

Embraer confirma venda de três aviões Super Tucano para o Senegal


Por Guilherme Serodio e Virgínia Silveira | Valor
 
Divulgação / EmbraerEmbraer confirma venda de três aviões Super Tucano para o Senegal
 
RIO - A Embraer confirmou hoje a venda de três aviões Super Tucano para a força Aérea do Senegal. Com valor não divulgado, a venda teve o financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Esta é a segunda venda do modelo anunciada em uma semana. Ontem a empresa confirmou a venda de seis aeronaves para a Guatemala, conforme o Valor adiantou.

O turboélice de ataque leve já é utilizado em nove países na América Latina, África e Ásia. Recentemente, a Embraer confirmou a venda de 20 unidades para a força aérea norte-americana por US$ 427,5 milhões. Mas poderá chegar a US$ 1 bilhão com a possível venda de outras 30 aeronaves.

Com as encomendas recentes, a Embraer refez as estimativas das vendas potenciais do avião, de US$ 3,5 bilhões para US$ 4,1 bilhões até 2025, o equivalente à negociação de 344 unidades. Atualmente, há cerca de 170 Super Tucanos em operação e mais de 210 aeronaves encomendadas.

O financiamento do BNDES foi o que possibilitou a compra pelos senegaleses, de acordo com o ministro da Defesa do Senegal, Augustin Tine. “O BNDES nos deu a coragem por nos engajar na compra dos aviões Super Tucano”, disse o senegalês.

Recentemente, outras duas participações do banco de fomento brasileiro foram nas vendas de Super Tucano para a Guatemala e a República Dominicana. Devido ao baixo número de unidades negociadas, os aviões vendidos para o Senegal serão fabricados no Brasil.

“É natural que para alguns determinados mercados haja esse tipo de financiamento”, afirmou Aguiar. “Países mais desenvolvidos têm um sistema próprio cercando a venda do avião, mas é padrão internacional você ter esse apoio do Estado ajudando os financiadores. Tivemos nos últimos anos várias vendas financiadas pelo BNDES”.

De acordo com o ministro da Defesa, Celso Amorim, o contrato com o Senegal é parte da intenção do governo brasileiro em aprofundar as relações com o Senegal na área de defesa. A força aérea brasileira vai aprimorar a formação dos pilotos senegaleses que irão operar as aeronaves.

FAB

Segundo o vice-presidente de Operações da Embraer Defesa e Segurança, Eduardo Bonini, a Embraer também dará apoio à FAB no processo de adaptação das aeronaves à Esquadrilha da Fumaça, que recentemente substituiu o modelo de treinamento Tucano, pelo Super Tucano. O contrato tem a duração de cinco anos e está avaliado em pouco mais de US$ 100 milhões.  
(Guilherme Serodio e Virgínia Silveira | Valor)