quinta-feira, 11 de abril de 2013

Por que as empresas inteligentes não acreditam em possuir propriedades



Regus CEO 
 
  
Por milênios, as nossas atitudes para com a propriedade mantiveram-se praticamente inalteradas. Existe aquele consenso tácito de que propriedade significa permanência, solidez e que qualquer empresa que se preze deve se vangloriar de possuir imóveis. Estes imóveis não só eram impressionantes, mas também eram tangíveis, ativos financeiros que poderiam ser convertidos em capital se fosse necessário.

Tudo isso mudou. Estamos começando a entender que a propriedade, seja ela impressionante ou atrativa, também pode ser uma pedra no moinho. Pense em grandes empresas do mundo todo – quantas você associa com edifícios de referência? Quantas delas realmente possuem os edifícios que ocupam?

The P & O Building - the shipping company's head office stood here for 150 years, but is now being demoished
O Edifício P & O em Londres, agora demolido, sede de uma empresa de viagens por 150 anos

A maior empresa do mundo, o Walmart, precisa de armazéns para seus produtos e edifícios em que possa vender seus produtos. Mas a sede da empresa consiste em apenas 15 edifícios localizados nas proximidades de seu armazém e escritório central original. Nestes locais trabalham apenas 11 mil pessoas – menos de um por cento de sua força de trabalho dos EUA e uma fração ainda menor de seus 2,1 milhões de colaboradores do mundo todo.

O Walmart é um varejista. Por que vai amarrar seu capital em propriedade?
A Tesco, maior rede de supermercados do Reino Unido e competidor em ascensão do Walmart, está seguindo a mesma direção. Desde 2006, a empresa recuperou mais de 15 bilhões de reais em ativos de propriedade, somando um portfólio de 41 lojas.

Você pode pensar que o setor de hotelaria é diferente. Mas o Intercontinental Hotels Group, mais conhecido por sua marca Holiday Inn, possui apenas 17 imóveis de seus hotéis – o equivalente a um por cento das suas participações em todo o mundo. De longe, a maior parte de sua receita vem de quase 4.000 franquias Holiday Inn. Nenhum capital fica retido nessas propriedades, o lucro da empresa vem inteiramente de um percentual da receita do aluguel de quartos dos franqueados.

Cada vez mais, empresas de todos os tamanhos estão descobrindo que é necessário não só identificar o que fazem de melhor, mas também eliminar atividades secundárias que são terceirizáveis. A gestão de negócios e investimentos em propriedades do Merrill Lynch de 2010 é um bom exemplo. Seguindo os passos do Citigroup, os ex- gerentes imobiliários do Merrill Lynch criaram a Peakside Capital, uma empresa de capital privado, que fez a aquisição de dois fundos imobiliários globais do banco, no valor de mais de 1.2 bilhões de reais no processo.

Até agora, falei apenas sobre gigantes globais. Mas o mesmo se aplica a empresas menores, como a Yell. A lista amarela do Reino Unido abandonou os 18 escritórios satélites de vendas que atendiam à sua equipe de 700 pessoas para utilizar 140 espaços de trabalho da Regus em todo o Reino Unido.

Esta estratégia está economizando à empresa 4.5 milhões de reais ao ano. Simon Taylor, Diretor de Propriedade da Yell, agora considera seus antigos escritórios de vendas "um luxo caro". Agora, a equipe de vendas de sua empresa pode ir à Regus e utilizar todos os recursos de escritório e instalações, sempre que precisarem. Eles têm a possibilidade de levarem menos tempo no deslocamento de casa para o trabalho, o que os torna mais produtivos, e ao mesmo tempo, esta nova forma de trabalhar é "mais rentável, de baixo risco, flexível e sustentável", diz Simon.

O sucesso do negócio sempre dependeu da identificação dos pontos fortes das empresas em relação às outras. Se gestão da propriedade não é o seu forte, você deve vender seus imóveis e deixar que as propriedades sejam gerenciadas por especialistas.

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