GENEBRA - O brasileiro
Roberto Azevedo passou à "rodada de fogo" e foi selecionado para a
disputa final para o cargo de diretor-geral da Organização Mundial de
Comércio (OMC).
O Valor apurou que a fase final será inteiramente
latino-americana, com Azevedo enfrentando o candidato do México,
Hermínio Blanco, conforme a preferência manifestada pela maioria dos 159
países membros da OMC.
OMC deve anunciar os finalistas somente amanhã e a eliminação dos candidatos da Indonésia, da Nova Zelândia e da Coréia do Sul.
Com qualidades reconhecidas na área do comércio e da diplomacia, o
candidato brasileiro tem apoios bem repartidos globalmente, o que
facilita seu nome para formar o consenso para obter o cargo.
O México, que é membro da Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE), pode conquistar mais votos de países
desenvolvidos. De acordo com a newsletter "US Inside Trade", de
Washington, países africanos, que normalmente desconfiam de
liberalização comercial agressiva, dificilmente veem o México como
realmente representando interesses de países em desenvolvimento. Assim,
nações africanas prefeririam o candidato brasileiro, tanto pela
orientação da política comercial como também pelo papel mais ativo da
diplomacia brasileira no continente.
A candidatura de Blanco tem sido apresentada como um projeto do novo
governo do México para moldar uma nova imagem do país em escala
internacional. O país propaga ter politica comercial aberta. Só que seu
comércio continua geograficamente concentrado, com 80% das exportações
mexicanas indo para os Estados e 3% para o Canadá.
Por sua vez, os países africanos querem ao final da atual disputa ter
a garantia de que na próxima vez o diretor-geral da OMC venha da
Africa, num processo de rotação continental. A União Europeia votou nos
dois candidatos da América Latina na segunda rodada, e deve discutir de
novo agora quem vai apoiar.
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