quinta-feira, 25 de abril de 2013

Roberto Azevedo é finalista na disputa para chefiar OMC


Por Assis Moreira | Valor
 
Países africanos podem favorecer Roberto Azevedo na decisão do novo titular da OMC
 
GENEBRA - O brasileiro Roberto Azevedo passou à "rodada de fogo" e foi selecionado para a disputa final para o cargo de diretor-geral da Organização Mundial de Comércio (OMC).

O Valor apurou que a fase final será inteiramente latino-americana, com Azevedo enfrentando o candidato do México, Hermínio Blanco, conforme a preferência manifestada pela maioria dos 159 países membros da OMC.

OMC deve anunciar os finalistas somente amanhã e a eliminação dos candidatos da Indonésia, da Nova Zelândia e da Coréia do Sul.

Com qualidades reconhecidas na área do comércio e da diplomacia, o  candidato brasileiro tem apoios bem repartidos globalmente, o que facilita seu nome para formar o consenso para obter o cargo.

O México, que é membro da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), pode conquistar mais votos de países desenvolvidos. De acordo com a newsletter "US Inside Trade", de Washington, países africanos, que normalmente desconfiam de liberalização comercial agressiva, dificilmente veem o México como realmente representando interesses de países em desenvolvimento. Assim, nações africanas prefeririam o candidato brasileiro, tanto pela orientação da política comercial como também pelo papel mais ativo da diplomacia brasileira no continente.

A candidatura de Blanco tem sido apresentada como um projeto do novo governo do México para moldar uma nova imagem do país em escala internacional. O país propaga ter politica comercial aberta. Só que seu comércio continua geograficamente concentrado, com 80% das exportações mexicanas indo  para os Estados e 3% para o Canadá.

Por sua vez, os países africanos querem ao final da atual disputa ter a garantia de que na próxima vez o diretor-geral da OMC venha da Africa, num processo de rotação continental. A União Europeia votou nos dois candidatos da América Latina na segunda rodada, e deve discutir de novo agora quem vai apoiar.

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