quarta-feira, 10 de abril de 2013

Empreendedorismo tem dificuldades de crescer em países dos Brics


 
 
 
Marcos Troyjo (foto), diretor do BricLab da Universidade Columbia e professor do Ibmec, afirmou, em artigo nesta quarta-feira (10/4) no jornal Brasil Econômico, que, no âmbito de quatro países dos Brics – China, Rússia, Índia e Brasil –, o empreendedorismo está relacionado ao tipo de estratégia econômica que cada um desses países vem adotando nos últimos anos. 
"Os Brics poderiam liderar o mundo com iniciativas de empreendedorismo mediante a criação de ambientes amigáveis aos negócios, com regras do jogo e marcos regulatórios bem estabelecidos e transparentes. Se analisarmos os quatro países, veremos que a situação é paradoxal", disse ele.  

Eis as opiniões de Troyjo:

-Na China, o país mais fechado politicamente, o incentivo ao empreendedorismo significou especialmente empresas exportadoras e uma obsessão na conquista de mercados externos.

--Na Rússia, país com melhores padrões educacionais e o maior contingente de cientistas como percentual da população dentre os Brics, a aposta tem sido na ideia de que a fase de economia em transição que o país atravessa levará a uma orientação para setores intensivos em tecnologia. 

--Na Índia, a ênfase é na verticalização da especialização naqueles setores em que os indianos dispõem de vantagens competitivas, como nas indústrias de TI, farmacêuticos e têxteis. --Índia e Brasil são democracias, mas apresentam estruturas burocráticas asfixiantes, com classes políticas pouco funcionais. 

Para Troyjo, o empreendedorismo brasileiro está muito marcado pela presença maciça do governo na economia.

"Isto é um importante dilema para o Brasil. O grande empregador da economia é o governo em seus vários níveis administrativos. Os principais desafios no Brasil são exatamente os relacionados ao ambiente de negócios, que continua muito cartorial, permeado por despachantes, atravessadores e hiper-regulações absolutamente desnecessárias à geração de prosperidade. 
 
Além das imposições tributárias e trabalhistas marcadamente anacrônicas, o empreendedor brasileiro enfrenta o fato de que, uma parte da sociedade, inacreditavelmente, ainda enxerga no lucro algo moralmente condenável", assinalou Troyjo.  Fonte: Brasil Econômico 10/4.

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