SÃO PAULO -
O Citi Research cortou a recomendação da fabricante de aeronaves
Embraer de neutra para venda e manteve o preço-alvo dos ADRs da
companhia em US$ 30, valor que é 12,7% inferior ao fechamento de ontem,
de US$ 34,37. As ações da companhia recuam hoje 3,91%, a R$ 16,24, na
BM&FBovespa.
O corte reflete a expectativa da casa de análise de um trimestre mais
fraco neste começo de ano, com menores entregas de jatos e do Phenom,
levando a uma pequena revisão nas estimativas dos ganhos da empresa.
Segundo o relatório, a Embraer é negociada por um múltiplo do valor
da empresa pela carteira de pedidos (EV/backlog) de 0,5 vez, enquanto a
média do setor é de 0,2 vez. A situação persiste apesar de a companhia
ser a única com declínio grande em sua carteira de pedidos por vários
anos e ter apontado menores entregas de aeronaves comerciais em 2013,
segundo a equipe do Citi.
Enquanto aeronaves comerciais proporcionam oportunidades de
negociação no curto prazo, a geração de margem e receita pode desapontar
com o declínio na qualidade da carteira de pedidos, para os analistas
Stephen Trent, Raian Santos e Juliano Navarro.
Outro ponto destacado pelo Citi é que apesar de a Embraer ser uma
“campeã nacional”, isso não significa que o governo brasileiro vai
priorizar a compra de produtos da companhia em detrimento de gastos com
estradas, ferrovias, portos, aeroportos, estádios de futebol e jatos
estrangeiros, além da crescente variedade de cortes de impostos em
diversos setores.
“Acreditamos que o Brasil está muito propenso a encomendar um grande
KC-390, avião militar de transporte, nos próximos trimestres, mas os
gastos com os itens citados podem aumentar o tempo que a Embraer terá
que esperar para reverter isso em receita.”
(Daniela Meibak)
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