O
novo governo da Líbia pretende reconstruir a infraestrutura do país,
treinar e capacitar sua população e ampliar sua economia. Para colocar
estes projetos em prática, os líbios querem ter o Brasil como um dos
seus principais parceiros comerciais.
O vice-primeiro-ministro Abdulsalam Al-Mahdi al Qadi, que visitou a Câmara de Comércio Árabe Brasileira e
a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), apresentou a
empresários brasileiros os projetos para os próximos anos e disse que
deseja ter empresas brasileiras no seu país.
Algumas dessas companhias suspenderam
seus negócios na Líbia durante a revolução que resultou na morte do
ditador Muamar Kadafi, em outubro de 2011.
Antes do encontro, Al Qadi disse à ANBA que deseja a retomada dos projetos parados e também atrair “outras empresas”.
As companhias que interromperam seus
negócios foram as construtoras Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz
Galvão e a estatal do petróleo, Petrobras.
Al Qadi se reuniu com representantes
destas três empresas e com funcionários da fabricante de máquinas Weg,
do frigorífico JBS e da construtora OAS.
Al
Qadi veio ao Brasil a convite do vice-presidente da República, Michel
Temer, com quem se reuniu na quarta-feira (17) em Brasília.
“Recebi convites para visitar diversos
países, mas só aceitei o do Brasil sabendo da força que o País tem.
Contamos muito com a presença do Brasil no processo de reconstrução da
Líbia e a Câmara Árabe pode desempenhar um papel importante na
aproximação entre os países e suas empresas, pode facilitar os
contatos”, disse.
Embora
tenha reconhecido que precisa da parceria de empresas brasileiras no
processo de reconstrução do país, Al Qadi disse, contudo, que os
empresários não deverão fazê-lo apenas pensando no lucro.
O governo líbio deseja que empresas que
investirem lá também se comprometam a treinar e capacitar o povo líbio
para atuar no mercado de trabalho local.
Missão empresarial
O
diretor-geral da Câmara Árabe, Michel Alaby, afirmou que a instituição
deverá organizar uma missão empresarial ao país ainda neste ano.
O vice-presidente de Marketing da
Câmara Árabe, Riad Younes, também disse a Al Qadi que instituições
brasileiras podem ajudar a Líbia a recuperar seu sistema de saúde. As
duas ações deverão ser realizadas no segundo semestre deste ano.
A missão empresarial deverá ser
acompanhada por uma delegação de deputados organizada pelo deputado
federal Adrian Mussi (PMDB-RJ), presidente da Comissão Parlamentar
Brasil-Líbia.
O
embaixador do Brasil em Trípoli, Afonso Carbonar, acompanha a visita de
Al Qadi ao Brasil e afirmou que o país oferece oportunidades.
Segundo Carbonar, a Líbia deverá
registrar um crescimento entre 10% e 15% nos próximos anos e ampliar sua
produção de petróleo de 1,6 milhão barris por dia para dois milhões de
barris por dia em 2014.
O país tem aproximadamente US$ 150 bilhões em reservas internacionais e uma renda per capita de US$ 12 mil, a maior da África.
O país exporta cerca de US$ 60 bilhões por ano e importa US$ 40 bilhões.
“Em
2012, a Líbia comprou quase US$ 450 milhões [do Brasil] em produtos e
85% disso foi em carnes e frangos. Existe um potencial para a
agroindústria, também para eletrônicos, bens de capital, empresas de
construção. Eles estão vindo buscar parcerias com o Brasil porque
compreendem que o País tem uma força estabilizadora, atua
harmoniosamente e exerce uma liderança pacífica no mundo”, afirmou
Carbonar.
Fonte: Anba |
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