SÃO PAULO - Num
dia fraco de notícias de impacto, investidores preferem recompor as
carteiras com alguns ativos de risco que sofreram quedas expressivas ao
longo da semana, o que ampara a alta das principais bolsas de valores e
das moedas de maior rendimento.
Os mercados brasileiros seguem essa toada, com o dólar passando por
um ajuste de baixa e o Ibovespa em alta moderada nesta sexta-feira. Os
juros futuros, contudo, mantêm o viés de queda, em meio à percepção de
que o Banco Central (BC) evitará um aperto monetário mais firme, a
despeito da inflação elevada, denunciada hoje pelo IPCA-15 de abril, que
subiu 0,51% e ficou no teto das estimativas de analistas consultados
pelo Valor.
A temporada de balanços nos Estados Unidos traz um cenário misto, com
as ações de GE, McDonald’s e IBM caindo após resultados que não
animaram investidores, enquanto os papéis de Microsoft e Google avançam.
Na Europa, a cena política ocupa as atenções, com o Parlamento italiano
não conseguindo eleger o novo presidente do país numa terceira
tentativa. Uma nova votação ocorrerá nesta tarde.
Os mercados acompanham ainda as discussões entre líderes do G-20,
reunidos em Washington. Por ora, as notícias de lá impactam
especialmente o mercado de câmbio e o dólar volta a se aproximar dos 100
ienes, depois que o ministro das Finanças do Japão, Taro Aso, afirmou
que o grupo das 20 principais economias do mundo não se opôs ao
afrouxamento monetário do país, por entender que a medida visa
estabilidade de preços.
Por volta de 10h50, o contrato de depósito interfinanceiro (DI) com
vencimento em janeiro de 2014 tem taxa (de 7,79% na véspera) e o DI
janeiro de 2015 projeta 8,27% (de 8,30%).
O dólar passa por um ajuste de queda ante o real, mas insuficiente
para devolver o ganho de quase 1% da véspera, que impulsionou a moeda
americana à máxima em duas semanas, perto de R$ 2,02. Na ausência de
notícias decisivas aqui e lá fora, o mercado aproveita para realizar
lucros, mas a queda apenas modesta sugere que investidores não veem
motivos suficientes para recolocar o dólar abaixo de R$ 2,00 no
curtíssimo prazo.
O dólar comercial caía 0,19%, a R$ 2,013. A Bovespa, por sua vez,
pegava carona na recuperação das commodities e tentava corrigir a perda
de 3,27% acumulada na semana até ontem.
Petrobras, OGX, construtoras e empresas de papel e celulose estão
entre as maiores altas do dia. Vale também opera no azul, mas com ganho
menos expressivo, enquanto os investidores aguardam a definição do marco
regulatório do setor. O ministro Edison Lobão reiterou ontem que o
documento deve sair em 15 dias. Já os bancos seguem no vermelho,
acompanhando o ajuste dos juros após o Copom elevar a Selic em 0,25
ponto percentual, abaixo da expectativa de 0,5 ponto do mercado.
O Ibovespa subia 0,55%, para 53.458 pontos, depois de marcar máxima de 53.821 pontos.
(José de Castro, Lucinda Pinto, Téo Takar e Marcílio Souza | Valor)
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