sexta-feira, 19 de abril de 2013

Apetite moderado por risco sustenta bolsas de valores e commodities

 
 
 Por José de Castro, Lucinda Pinto, Téo Takar e Marcílio Souza | Valor


SÃO PAULO - Num dia fraco de notícias de impacto, investidores preferem recompor as carteiras com alguns ativos de risco que sofreram quedas expressivas ao longo da semana, o que ampara a alta das principais bolsas de valores e das moedas de maior rendimento.

Os mercados brasileiros seguem essa toada, com o dólar passando por um ajuste de baixa e o Ibovespa em alta moderada nesta sexta-feira. Os juros futuros, contudo, mantêm o viés de queda, em meio à percepção de que o Banco Central (BC) evitará um aperto monetário mais firme, a despeito da inflação elevada, denunciada hoje pelo IPCA-15 de abril, que subiu 0,51% e ficou no teto das estimativas de analistas consultados pelo Valor.

A temporada de balanços nos Estados Unidos traz um cenário misto, com as ações de GE, McDonald’s e IBM caindo após resultados que não animaram investidores, enquanto os papéis de Microsoft e Google avançam. Na Europa, a cena política ocupa as atenções, com o Parlamento italiano não conseguindo eleger o novo presidente do país numa terceira tentativa. Uma nova votação ocorrerá nesta tarde.

Os mercados acompanham ainda as discussões entre líderes do G-20, reunidos em Washington. Por ora, as notícias de lá impactam especialmente o mercado de câmbio e o dólar volta a se aproximar dos 100 ienes, depois que o ministro das Finanças do Japão, Taro Aso, afirmou que o grupo das 20 principais economias do mundo não se opôs ao afrouxamento monetário do país, por entender que a medida visa estabilidade de preços.

Por volta de 10h50, o contrato de depósito interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 tem taxa (de 7,79% na véspera) e o DI janeiro de 2015 projeta 8,27% (de 8,30%).
O dólar passa por um ajuste de queda ante o real, mas insuficiente para devolver o ganho de quase 1% da véspera, que impulsionou a moeda americana à máxima em duas semanas, perto de R$ 2,02. Na ausência de notícias decisivas aqui e lá fora, o mercado aproveita para realizar lucros, mas a queda apenas modesta sugere que investidores não veem motivos suficientes para recolocar o dólar abaixo de R$ 2,00 no curtíssimo prazo.
O dólar comercial caía 0,19%, a R$ 2,013. A Bovespa, por sua vez, pegava carona na recuperação das commodities e tentava corrigir a perda de 3,27% acumulada na semana até ontem.

Petrobras, OGX, construtoras e empresas de papel e celulose estão entre as maiores altas do dia. Vale também opera no azul, mas com ganho menos expressivo, enquanto os investidores aguardam a definição do marco regulatório do setor. O ministro Edison Lobão reiterou ontem que o documento deve sair em 15 dias. Já os bancos seguem no vermelho, acompanhando o ajuste dos juros após o Copom elevar a Selic em 0,25 ponto percentual, abaixo da expectativa de 0,5 ponto do mercado.

O Ibovespa subia 0,55%, para 53.458 pontos, depois de marcar máxima de 53.821 pontos.
(José de Castro, Lucinda Pinto, Téo Takar e Marcílio Souza | Valor)

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