terça-feira, 23 de abril de 2013

Dilma e Cristina vão discutir impasses comerciais entre Brasil e Argentina




 


A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira (23/4) que irá tratar com a presidente Cristina Kirchner todos os assuntos importantes que  envolvem os dois países, o que inclui a possibilidade de venda da unidade da Petrobras no país e investimentos paralisados da Vale. 

Dilma viaja para a Argentina nos próximos dias 25 e 26.

“Nós teremos uma pauta bastante ampla com a Argentina. Nós temos que discutir todas as relações: comerciais, os investimentos, toda a interação  entre a economia brasileira e a economia argentina. Nós iremos discutir todos os assuntos”, disse Dilma Rousseff.

Um dos temas considerados mais complicados é a paralisação dos investimentos da empresa Vale na extração de potássio em Mendoza. 

A empresa alega que teve de suspender o projeto porque o custo passou de US$ 6 bilhões, orçado em 2009, para US$ 12 bilhões. Com a suspensão, o  governo argentino passou a exigir que a mineradora e empresas contratadas continuem pagando os salários dos funcionários dispensados.

Em entrevista publicada pela Agência Brasil no último sábado (20), o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse que a diplomacia  busca encaminhar os assuntos que envolvem interesses dos dois países, mas algumas decisões são tomadas a partir de considerações do setor privado.

“A suspensão das atividades da Vale foi decidida pelo conselho da empresa. Há situações em que as decisões são tomadas pelos atores privados. É o caso. Em relação à Argentina, podem surgir situações, comerciais e de investimentos, mas é um país que é parceiro estratégico.

Nosso futuro está indissociável e juntos chegaremos mais longe do que separados.

Não há o chamado plano B, como dizem alguns empresários. Mas isso não significa que não tenhamos de trabalhar na busca da superação das dificuldades”.

O congelamento do preço dos combustíveis na Argentina, no início deste mês, complicou ainda mais a situação da Petrobras no país, onde a estatal brasileira mantém postos de distribuição.

Disposta a rever a sua atuação no país vizinho, a Petrobras estuda a melhor forma de se desfazer dos ativos.

Alguns, na área de energia elétrica e de refino, já foram vendidos.
Para sair, a estatal enfrenta dois problemas. Um é de natureza política, que consiste em não amargar as relações do Brasil com o governo Cristina.

O outro é econômico, pois, com o congelamento dos combustíveis, os ativos de distribuição perdem valor.

Diante da possibilidade de desvalorização, uma ala na companhia considera que não é o melhor momento para se desfazer dos negócios.Já na Vale é pouco provável que o projeto de potássio Rio Colorado, em Mendoza, seja retomado.

O principal complicador é a inflação de custos, que dobrou o orçamento do projeto.

A idéia é vender o empreendimento e assumir a perda de US$ 4 
bilhões já investidos.

O encontro entre as presidentas Dilma e Cristina estava marcada para o começo de março, mas foi adiado por causa da morte do presidente da  Venezuela, Hugo Chávez, no dia 5 daquele mês. 

Elas também discutirão temas relativos às exportações de produtos brasileiros, prejudicados por novas medidas cambiais argentinas. 

As novas regras atingem vários setores, especialmente o agrícola, com a suspensão de licenças automáticas e a criação de cotas de importação, e o automotivo.

Fonte: Agência Brasil

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