A
escassez de engenheiros, profissionais de saúde e pessoal qualificado
para setores como extração de petróleo e químico forçará o governo
brasileiro a atrair seis milhões de estrangeiros para trabalhar no país.
Essa
é a meta, segundo a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), para
preencher os postos nos setores onde nas próximas duas décadas surgirão vagas, mas faltará mão de obra.
Em conjunto com especialistas de mercado, a SAE vai desenvolver a política de atração de profissionais do exterior.
O primeiro entrave a ser retirado é reduzir a burocracia para emissão de vistos de trabalho para imigrantes.
“É uma estratégia de atração de cérebros”, disse o ministro-chefe interino da SAE Marcelo Neri à BBC Brasil.
Para
atingir os seis milhões em 20 anos, o Brasil precisará quadruplicar a
atual emissão de vistos de trabalho dos atuais 70 mil para 300 mil por
ano (ou 1,3% da chamada população economicamente ativa). Segundo a SAE, os estrangeiros são hoje 0,2% da população.
A meta é chegar a 3%.
São
imigrantes que vão poder ocupar as oportunidades de emprego que seriam
de brasileiros em uma medida curiosamente mais econômica, avalia Marcello Bolzan, diretor do Instituto de Desenvolvimento e Estudos de Governo (IDEG).
“Esses trabalhadores têm salário até 25% menor que o do brasileiro, dependendo do posto e do setor”, disse. Angela Branco, sócia do curso Plan Idiomas Direcionados, está na expectativa para que o cenário melhore.
“Temos dificuldades em encontrar professores qualificados no país”, conta.
O estrangeiro está cada vez mais atraído pelo Brasil por ser um país emergente.
As oportunidades, por isso, são mais válidas para o profissional do exterior, segundo Marcello Bolzan, diretor do Ideg.
Ele ainda afirma que China, Bolívia, Índia e Equador, são os que mais enviam profissionais para mercados de outros países.
“Com
a desestabilização econômica mundial em 2008, os pólos de atração de
mão de obra começaram a declinar e outros novos pólos surgiram, como o Brasil”, explica Bolzan.
Ele
detalha que como está complicado formar profissional no país, a saída é
apostar em quem vem de fora — seja brasileiro formado no exterior ou estrangeiro que quer emprego por aqui.
Esse é o caso do cubano Jesus Domech More, 50 anos, que dá aula na Universidade Estácio de Sá. “Vim para o Brasil em 1998 para Doutorado e vi que tinham oportunidades de emprego”.
O
MTE conta com um “Guia de Procedimentos”, no qual detalha como é feita
toda a parte burocrática do processo de estrangeiros que vêm para trabalhar no Brasil.
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