Atuação: Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
quarta-feira, 10 de abril de 2013
Como a Argentina perdeu US$ 6 bilhões da Vale
Presidente do jornal La Nación, de Buenos Aires, vê o país de Cristina Kirchner imerso não só em um caos econômico, mas em uma crise moral
Por Pedro Pereira
“Além de não controlarmos a inflação, a negamos – produzindo uma distorção dos fatos”, critica Julio Saguier (à esquerda na foto), presidente do jornal La Nación, da Argentina. Presente em Porto Alegre para o 26° Fórum da Liberdade, Saguier aproveitou para demonstrar o descontentamento com o “cortoplacismo” do governo de Cristina Kirchner, ou seja, a falta de planejamento de médio e longo prazos.
Para ele, o governo argentino deveria deixar de olhar o comércio internacional como uma chave para resolver problemas internos e tentar o caminho da abertura para impulsionar a economia. Saguier lembra o caso da Vale, que teve ameaçado o seu contrato para exploração de potássio na Argentina. “Eles investiriam seis bilhões de dólares em Mendoza e empregariam seis mil pessoas, mas da noite para a manhã tudo sumiu”, relata.
Questionado sobre um modelo que tenha dado certo, o executivo citou o Chile. “Há muitos anos eles firmam tratados comerciais benéficos para o cidadão. É mais competente, mais eficiente”, resume.
Crise moral
Segundo Saguier, a Argentina vive mais do que um caos na economia. Passa também por uma crise moral, causada por fatores como a ausência de líderes exemplares (embora reconheça, bem humorado, a importância de o Papa ser seu conterrâneo) e a subordinação das instituições ao poder político.
“Hoje, um pai cobra do professor as notas baixas do filho”, ilustra. Entre os exemplos a serem seguidos, Saguier aponta a postura adotada pelo Brasil com relação a um dos maiores escândalos de corrupção de sua história. “A perseguição à corrupção, como no mensalão, nos faz ver que há salvação”, garante.
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