domingo, 7 de abril de 2013

Taxa de desemprego faz trabalhadores procurarem o Brasil como mercado


O número de concessões de visto de trabalho para estrangeiros aumentou 70% nos últimos três anos, tempo que coincide com a crise econômica.


A taxa de desemprego em Portugal estacionou, mas continua muito alta. Entre os jovens, de até 25 anos, chega a mais de 38%. Isso leva ao aumento da imigração. Em 2012 foram mais de 100 mil portugueses deixando o país à procura de oportunidades, principalmente para o Brasil e para países da África como Angola e Moçambique, por causa da língua.

No Brasil, os portugueses reclamam muito da dificuldade para legalizar o diploma, principalmente para engenheiros e arquitetos, que encontram muita burocracia. Isso acaba atrapalhando os portugueses de trabalhar oficialmente no país. Os governos dizem que vão agilizar para tudo ser feito mais rapidamente.

Apesar disso, o Brasil continua sendo um eldorado para os estrangeiros. Por trás da circulação de ônibus do BRT, corredor expresso no Rio de Janeiro, está um administrador de empresas português.

“Não é o primeiro país que vivo fora de Portugal, mas o Brasil vive momento muito bom, e sinto nas pessoas o otimismo que reina no país, e quer queira quer isso faz alavancar economia”, afirma Dinarte Camacho.

É o mesmo otimismo que levou a empresa do espanhol Armando Martinez Deaño a abrir uma construtora em Cascavel, no oeste do Paraná. “Entendemos que aqui há um futuro muito bom para seguir aumentando o nosso volume de negócios”.

A informação é oficial: o número de concessões de visto de trabalho para estrangeiros aumentou 70% nos últimos três anos, tempo que coincide com a crise econômica mundial. E uma surpresa: o maior número de vistos foi para cidadãos dos Estados Unidos.

Logo depois dos americanos estão trabalhadores vindos das Filipinas. Portugueses e espanhóis estão em 12º e 13º lugares, mas o número de vistos aumentou 217% para trabalhadores vindos de Portugal e 86,5%, da Espanha.

O estado que mais recebe estrangeiros é São Paulo, em seguida vem o Rio de Janeiro. “Teve uma desaceleração na economia mundial, principalmente nos Estados Unidos e Europa, e o Brasil como um dos países emergentes surgiu como opção, atraiu muitos trabalhadores. A grande vantagem para o país é que a gente começa a adquirir capital material humano sem ter investido nem ele”, afirma Fernando de Hollanda.
Dinarte veio pensando em ficar algum tempo. Casado com brasileira, teve um filho chamado Pedro. Homenagem a Cabral, o português que descobriu o Brasil cinco séculos antes dele.

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