O número de concessões de visto de trabalho para estrangeiros aumentou 70% nos últimos três anos, tempo que coincide com a crise econômica.
A taxa de desemprego em Portugal
estacionou, mas continua muito alta. Entre os jovens, de até 25 anos,
chega a mais de 38%. Isso leva ao aumento da imigração. Em 2012 foram
mais de 100 mil portugueses deixando o país à procura de oportunidades,
principalmente para o Brasil e para países da África como Angola e
Moçambique, por causa da língua.
No Brasil, os portugueses reclamam muito da dificuldade para legalizar o
diploma, principalmente para engenheiros e arquitetos, que encontram
muita burocracia. Isso acaba atrapalhando os portugueses de trabalhar
oficialmente no país. Os governos dizem que vão agilizar para tudo ser
feito mais rapidamente.
Apesar disso, o Brasil continua sendo um eldorado para os estrangeiros.
Por trás da circulação de ônibus do BRT, corredor expresso no Rio de
Janeiro, está um administrador de empresas português.
“Não é o primeiro país que vivo fora de Portugal, mas o Brasil vive
momento muito bom, e sinto nas pessoas o otimismo que reina no país, e
quer queira quer isso faz alavancar economia”, afirma Dinarte Camacho.
É o mesmo otimismo que levou a empresa do espanhol Armando Martinez
Deaño a abrir uma construtora em Cascavel, no oeste do Paraná.
“Entendemos que aqui há um futuro muito bom para seguir aumentando o
nosso volume de negócios”.
A informação é oficial: o número de concessões de visto de trabalho
para estrangeiros aumentou 70% nos últimos três anos, tempo que coincide
com a crise econômica mundial. E uma surpresa: o maior número de vistos
foi para cidadãos dos Estados Unidos.
Logo depois dos americanos estão trabalhadores vindos das Filipinas.
Portugueses e espanhóis estão em 12º e 13º lugares, mas o número de
vistos aumentou 217% para trabalhadores vindos de Portugal e 86,5%, da Espanha.
O estado que mais recebe estrangeiros é São Paulo, em seguida vem o Rio
de Janeiro. “Teve uma desaceleração na economia mundial, principalmente
nos Estados Unidos e Europa, e o Brasil como um dos países emergentes
surgiu como opção, atraiu muitos trabalhadores. A grande vantagem para o
país é que a gente começa a adquirir capital material humano sem ter
investido nem ele”, afirma Fernando de Hollanda.
Dinarte veio pensando em ficar algum tempo. Casado com brasileira, teve
um filho chamado Pedro. Homenagem a Cabral, o português que descobriu o
Brasil cinco séculos antes dele.
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